DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
Causou indignação a defesa de chefes de órgãos de controle, como Jorge Hage (Controladoria Geral da União), de um “acordo de leniência” para preservar contratos bilionários, obtidos mediante fraude em licitação e pagamento de suborno, de empreiteiras envolvidas na ladroagem da Petrobrás. A hipótese é tão absurda quanto o presidente do Tribunal de Contas da União, Augusto Nardes, afirmar que as obras “não podem ser paralisadas”. Podem, sim. Mais que isso: devem.
Oito meses depois da operação Lava Jato, a CGU nem sequer cogitou – como em outros casos – declarar inidôneas empresas corruptoras.
Lobistas e ex-diretores da Petrobras e donos das empreiteiras são réus confessos. Mas, para a CGU, as empresas continuam “idôneas”.
O jurista Pedro Paulo Castelo Branco adverte que empresas derrotadas em licitações fraudadas devem recorrer à Justiça contra a blindagem.
Eventual “acordo de leniência” também resultaria na diminuição de pena para os capitães das empreiteiras corruptoras. Seria escandaloso.
A prisão dos poderosos chefões de empreiteiras, acusados de subornar autoridades e políticos para obter contratos bilionários na Petrobras, aumentou a tensão de aliados do governo no Congresso. Só falam em eventual impeachment de Dilma. Eles próprios, governistas, temem o surgimento de indícios de envolvimento da presidenta no escândalo, ou informações sobre dinheiro sujo no financiamento da sua reeleição.
Em off, petistas ilustres trabalham com a certeza de que o tesoureiro João Vaccari Neto arrastará o PT, de vez, para o centro do escândalo.
Mesmo com estrelas do partido enroladas no esquema do Petrolão, o PMDB espera tirar proveito do enfraquecimento de Dilma.
Enfraquecida, Dilma se valerá do PMDB para sobreviver. Em caso de impeachment, pode até assumir a presidência com Michel Temer.
Sob a batuta de Sérgio Gabrielli, a obra da refinaria Abreu e Lima (PE) foi “operada” pelo ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa. Talvez a mais perdulária das obras. Esta sim, a obra do “juízo final”.
É ingenuidade supor que Polícia Federal e Ministério Público Federal possam divergir seriamente nas investigações da Operação Lava Jato. Todos tocam de ouvido, sob a regência do juiz federal Sérgio Moro.
O valor gasto pelo Grupo JBS/Friboi em doações durante a campanha eleitoral deste ano é exatamente o mesmo que um ex-gerente (!!) da Petrobras, Pedro Barusco, prometeu devolver: US$ 100 milhões.
A ladroagem na Petrobras foi denunciada a autoridades por e-mail, em 2008, sob o pseudônimo de Norberto Andrade Camargo, alusão a três empreiteiras. Contava tudo em detalhes, incluindo os nomes.
Cochicho de um deputado do PT para um senador do PTB, na CPMI do Petrolão: “E o Lula, hein?, está mais quieto que menino mijado…”

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
O que há com a oposição brasileira ressuscitada por 51 milhões de eleitores que a impede de avançar pelo caminho mais curto para o Planalto, desbravado pela Polícia Federal, balizado pelo Ministério Público e pavimentado pela Justiça Federal? O que falta para os engajados nos protestos de rua entenderem que o escândalo da Petrobras, mais que qualquer outro caso político-policial da era lulopetista, tira o sono do governo e expõe a presidente Dilma Rousseff à condenação judicial que precede obrigatoriamente qualquer pedido de impeachment?
“Nosso foco tem que ser o Petrolão”, afirmou o senador paulista Aloysio Nunes na tarde de 15 de novembro, enquanto aguardava na Avenida Paulista o início da manifestação convocada para aquele sábado. “Precisamos exigir a apuração das denúncias que envolvem a Petrobras e a punição dos responsáveis pelo esquema de corrupção. O impeachment é questão a ser examinada quando houver provas que confirmem a participação da presidente em fatos criminosos”, resumiu o candidato a vice-presidente de Aécio Neves, um dos raros tucanos que usam frequentemente a tribuna para fustigar sem clemência o governo que pariu e amamentou o Petrolão.
Por enquanto, é diminuta a bancada de parlamentares que, como Aloysio, compreenderam que a Operação Lava Jato depositou no colo da oposição a bandeira agregadora com que sonha todo partido ou movimento político. A maioria dos congressistas contempla com placidez a procissão de ineditismos, recordes e cifras de espantar banqueiro americano. Pelo menos 10 bilhões de dólares saíram pelo ralo das propinas. A quadrilha juntou diretores da Petrobras, grandes empreiteiros, figurões do PT e de outros partidos governistas, especialistas em lavagem de dinheiro, deputados, senadores, ministros de Estado, governadores, policiais delinquentes.
As propinas eram calculadas em milhões de dólares. Um bilhão de reais virou unidade monetária. Nunca antes neste país uma empresa subordinada ao governo foi saqueada com tanta gula, por tanto tempo e com tanta desfaçatez. Nunca antes neste planeta se roubou tanto dinheiro. Sobram evidências de que Lula e Dilma Rousseff sabiam do que se passava nas catacumbas da Petrobras. Tanto o padrinho quanto a afilhada ignoraram advertências do Tribunal de Contas da União e mantiveram abertas as porteiras pelas quais passaram incontáveis contratos aditivados e contas superfaturadas.
A sorte do Brasil decente é que o bando de larápios cinco estrelas topou com homens da lei decididos a impedir que, como sempre ocorre no faroeste à brasileira, a história terminasse com o triunfo do vilão. A performance dos xerifes superou em competência e audácia o desempenho da bandidagem. Nenhuma operação da PF foi tão ágil e precisa quanto a Lava Jato. Os representantes do Ministério Público fizeram as perguntas certas e extraíram dos depoentes informações que completaram o quebra-cabeças. E o juiz federal Sérgio Moro é o homem certo no lugar certo.
Desde o começo do caso, Moro tem aplicado exemplarmente o principio constitucional segundo o qual todos são iguais perante a lei. Ninguém é mais igual que os outros, acabam de aprender os quadrilheiros que tiveram a prisão temporária transformada em prisão preventiva. Confrontados com um magistrado sem medo, delinquentes de fina estampa acharam mais sensato devolver as fortunas tungadas e contar o que sabiam em troca de penas menos severas. Pela primeira vez desde o Descobrimento, ricaços inimputáveis foram transferidos sem escalas do topo da pirâmide social para uma cela em Curitiba.
Empreiteiros que vão de jatinho até ao clube ali na esquina estão dormindo na cadeia. Compreensivelmente, a fila de candidatos à delação premiada é de dar inveja ao INSS ─ e vai crescer muitos metros com a iminente entrada em cena do bloco dos políticos. Lula perdeu a voz e sumiu, como sempre faz quando sobram culpas e faltam álibis. Dilma ainda convalesce da viagem que começou na Austrália e terminou no olho do furacão. Graça Foster faz o que pode para escapar do desemprego. Advogados pagos em dólares por minuto recorrem a palavrórios de rábula para explicar o inexplicável. Os balidos do rebanho sem pastores repetem que a corrupção nasceu já no Dia da Criação.
Os vencedores da eleição estão nas cordas ─ e grogues. Antes que tentem debitar também o Petrolâo na conta de FHC, os oposicionistas têm o dever de lutar pela punição dos autores do crime: a decomposição financeira e moral da Petrobras é a mais recente e repulsiva obra da seita cujo primeiro mandamento ensina que os fins justificam os meios. O aparelhamento amoral, a revogação da meritocracia, a remoção da fronteira que separa o público e o privado, a subordinação dos interesses nacionais a afinidades ideológicas, o assassinato da ética, a compulsão liberticida, a corrupção institucionalizada, a inépcia paralisante ─ todas os tumores que infestam o PT desde o nascimento se conjugaram para levar ao estado de coma o que já foi uma potência mundialmente respeitada.
O Petrolão avisa aos berros que chegou a hora de forçar o recuo dos celebrantes de missa negra. Para tanto, a oposição democrática só precisa avançar sem hesitação pelo caminho que devassa as catacumbas da Petrobras antes de chegar à Praça dos Três Poderes.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
Na VEJA.com:
Morreu na manhã desta quinta-feira (20) o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos. Ele estava internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, há uma semana. O hospital não foi autorizado pela família a informar a causa da morte de Bastos. Na terça-feira, a coluna Radar, de Lauro Jardim, informou que o ex-ministro havia sido diagnosticado com câncer pulmonar e fibrose nos pulmões.

Vejam esta foto:
Alguns bobos sugerem que sinto raiva do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT). Eu? Não! Sinto por ele e por suas ideias um profundo desprezo intelectual. Este senhor representa tudo aquilo que mais repudio em política: a transformação da miséria e da abjeção numa categoria de pensamento. Jamais houve um prefeito na cidade tão orientado a atender às demandas dos ricos e descolados como o fanático do ciclofaixismo. Os pobres que se danem. Por que isso?
Leio o seguinte em reportagem de Giba Bergamin Jr. e Apu Gomes, na Folha desta quinta:
“A multidão se amontoa em volta dos 48 barracos em busca das pedras de crack. É a feira de drogas que acontece 24 horas por dia na nova ‘favelinha’ da cracolândia, que cresce no centro paulistano. A aglomeração mostra que, quase na metade de seu mandato, a gestão Fernando Haddad (PT) não conseguiu reduzir o fluxo de dependentes químicos na região. Ao contrário. Deparou-se com o aumento da frequência de usuários e traficantes, mesmo após o lançamento de um programa que dá emprego e moradia a viciados, batizado de Braços Abertos.
Ah, meus Deus do céu! O arquivo do meu blog está à disposição. Ora, então o prefeito decidiu criar um programa que garante salário e casa aos viciados, sem lhes impor a necessidade de tratamento, e deveríamos nos espantar que isso tenha levado ao aumento do consumo de drogas e de viciados? Ora, o que o sr. Haddad fez foi criar a zona livre para o consumo de droga.
Vejam a foto que abre este post. Ali vocês veem a rua Cleveland, na Cracolândia, na noite desta quarta (19). Aquele amontoado humano é formado por consumidores de crack. É a feira da droga em plena atividade. Em junho, o príncipe Harry, do Reino Unido, esteve em São Paulo. Haddad, com o ar deslumbrado dos plebeus mixurucas, o levou, cheio de orgulho, para conhecer a Cracolândia.
Sim, ele se orgulhava daquela coisa miserável. Roberto Porto, secretário de Segurança da cidade, um dos queridinhos de certa imprensa, resumiu assim o espírito da visita do príncipe àquele inferno: “Pelo contato que tive, que foi limitado, ele [o prínciope] gostou do que viu. Ele quis saber a lógica de se ter um local monitorado, com as pessoas continuando a venda de crack”. Porto é promotor. Deve conhecer o peso das palavras. A venda de uma substância ilegal se chama “tráfico”; se tal substância é droga, é “narcotráfico”. Dr. Porto diz que o nobre inglês gostou de saber que há um pedaço no Brasil em que não se respeitam a Constituição e o Código Penal.
Sou muito claro e direto: sinto nojo do que pensa essa gente. Isso nada mais é do que uma das formas da expressão da crueldade.
Sempre afirmei neste blog que o programa Braços Abertos era, na prática, uma ação coordenada de incentivo ao consumo de drogas. Talvez Harry tenha ficado mais espantado ainda ao saber que a Prefeitura garante o fluxo de dinheiro a uns 400 e poucos viciados, aos quais oferece moradia gratuita — em nome da dignidade, é claro!
Quando foi informado, se é que foi, de que os dependentes não precisam se submeter a nenhuma forma de tratamento, deve ter pensado: “Como são estranhos esses brasileiros! Na Inglaterra, nós recuamos até das liberalidades que haviam sido criadas para o consumo de maconha”. Ao olhar a paisagem que o cercava, deve ter dado graças aos céus pelo vigilante trabalho dos conservadores no Reino Unido.
A imprensa, com raras exceções, apoiou o programa porra-louca e cruel de Fernando Haddad, o Coxinha do Ciclofaixismo. Eis aí o resultado. O prefeito ousou desafiar as leis de mercado: resolveu criar, indiretamente, todas as precondições para aumentar a oferta de drogas na Cracolândia e inventou que a medida levaria a uma diminuição do consumo. Ocorreu o óbvio: o consumo, o tráfico e a miséria humana aumentaram.
Mantenho a opinião que sempre tive sobre o programa Braços Abertos, de Haddad: eu o considero criminoso. E me espanta muito que o Ministério Público, até agora, não tenha resolvido evocar as leis contra tamanha irresponsabilidade.
Querem saber como é um país em que todas as drogas são livres? Visitem a Cracolândia! É ali o reino da liberdade imaginada pelos irresponsáveis.

Por Ricardo Britto, no Estadão:
Brasília – O secretário de Fiscalização de Obras para a Área de Energia do Tribunal de Contas da União (TCU), Rafael Jardim Cavalcante, afirmou nesta tarde que a estatal petrolífera realizou a maior parte das contratações diretas de bens entre os anos de 2011 e 2014 sem licitação. A CPI mista da Petrobrás realiza nesta quarta (19) uma audiência pública em que discute o regime de contratações feitas pela estatal. “Não temos ainda números definitivos, mas nos últimos quatro anos eventualmente em bens a Petrobrás talvez tenha contratado entre R$ 60 e R$ 70 bilhões. Levantamentos preliminares, e peço a paciência e a compreensão sobre a higidez desse número, apontam que de 60% a mais de 70%, dessas contratações de bens são feitas sem licitação. Para avaliar, antes do certo e errado, qual é o risco em termos de boa governança corporativo dessa prática e dessa previsão legal?”, questionou.
Os dados apurados, segundo o representante da Corte, constam de auditoria do TCU que ainda está em apuração na Corte. Cavalcante afirmou que a Petrobrás se vale do decreto que regulamenta o procedimento simplificado da estatal para realizar suas contratações. Ele citou que tal instrumento legal é alvo de 19 mandados de segurança no Supremo Tribunal Federal contra decisões do TCU. Até o momento, não houve um julgamento de mérito sobre a legalidade ou não desse mecanismo. O decreto, de número 2.745/1998 foi editado no governo Fernando Henrique Cardoso.
O secretário do TCU afirmou ainda que, em razão do decreto, a Corte de Contas só tem acesso às informações sobre licitações na Petrobrás após a realização delas. Destacou ainda que esse instrumento permite a elevação dos preços contratados acima dos 25%, porcentual de reajuste previsto na Lei de Licitações convencional (8.666/93). Cavalcante disse ainda que a estatal também adota a prática de se utilizar orçamentos sigilosos, com restrição de acesso aos órgãos de controle como o TCU. Para ele, o uso da licitação faz parte de um conjunto do sistema de governança que visa a defender o interesse público.

NO BLOG DO CORONEL
Miriam Belchior, ministra do Planejamento, entrega a peça de ficção de 2015 para o presidente do Senado, Renan Calheiros.
O governo Dilma está rasgando a lei orçamentária e dando um calote monumental nas contas públicas. Previa um superavit primário de R$ 116 bilhões em 2014 e vai entregar um déficit primário de mais de R$ 20 bilhões. Previa um PIB crescendo a 4,5% e o aumento não vai passar de 0,2%. Pode até mesmo ficar zerado. Mais grave ainda é que para 2015 a mesma mentira está sustentando o orçamento anual do país. A proposta enviada ao Congresso Nacional prevê que o PIB vai crescer 3%, quando não passará de 0,8%, segundo todos os analistas nacionais e internacionais. O superavit primário é estimado em 2%. A inflação ficará em 5%. Não será cumprido! Novamente o governo está criando uma peça de ficção que não pode ser aceita pela Oposição. Aumenta-se as receitas de forma desavergonhada para que não sejam cortadas as despesas. É apenas uma licença para torrar dinheiro público e endividar a nação. Isso é inaceitável! Não se trata apenas de brigar dentro do plenário. É preciso protestar em outros foros e mostrar o quanto estas bravatas prejudicam o país. Processem o governo. Entrem no Supremo Tribunal Federal. Façam seminários para esclarecer a nação. Chamem a imprensa internacional. Virem-se! Mexam-se! Mudem o país!

Hoje (19), na coluna de Dora Kramer, no Estadão, uma bomba:
"Ainda antes da posse em seu primeiro mandato, Dilma Rousseff pediu a dois figurões do PMDB que se reunissem com Paulo Roberto Costa a fim de conversar sobre reforço na sustentação política (originalmente apenas do PP) na diretoria de Abastecimento da Petrobras.
Na cúpula do partido a história do encontro é conhecida e contada como exemplo de que a presidente não esteve afastada dos acertos de loteamento partidário na estatal como quer fazer crer. Embora não se tenha conhecimento de atos irregulares, no contexto atual em que qualquer contato com Paulo Roberto sugere suspeição, os referidos peemedebistas andam apreensivos de que seus nomes venham a ser citados.
Até porque se encontram sentados nos primeiros escalões do partido e do Planalto."
Se alguém achava que a lama estava demorando a chegar na presidente Dilma, chegou.

Em agosto de 2009, em depoimento à CPI da Pe­­­tro­­­bras aberta naquela oportunidade, o gerente-geral de Im­­ple­­­mentação de Empreen­­­di­­­mentos para a Refinaria Abreu Lima, em Pernambuco, Glauco Colepicolo Legatti ( à esquerda), reconheceu que o valor total da obra passou de R$ 10 bilhões para R$ 23 bilhões. Se­­­gundo ele, o aumento na previsão de gastos com a construção foi provocado por “indefinições e mu­­danças” no projeto inicial da refinaria. Foi blindado pela bancada do governo. Na foto, Glauco Legatti, ao lado do senadores Marcelo Crivela(PRB), João Pedro(PT) e Delcídio Amaral(PT), à CPI: “Não há sobrepreço na obra”.
Em 14 de julho passado, o suspeito Glauco Legatti (à esquerda), em nova CPI da Petrobras no Senado, foi blindado pelo governo, de forma vergonhosa, pelo senador José Pimentel, do PT, relator da comissão, à esquerda na foto. A oitva foi conduzida pelo suplente de Marta Suplicy, Antônio Carlos Rodrgigues, do PR. Leia aqui as notas taquigráficas e vejam como as perguntas são conduzidas para dar uma falsa noção de que está tudo certo na obra. O custo já havia subido, em cinco anos, de R$ 23 bilhões para atuais R$ 48 bilhões. Dobrado de preço!
Com base nas conclusões dos relatórios das Comissões Internas que apuraram operações envolvendo as obras das refinarias Comperj, no Rio de Janeiro, de Abreu e Lima, em Pernambuco, e da compra da refinaria de Pasadena, nos EUA, a Petrobras já iniciou demissões de funcionários envolvidos em irrregularidades.
Segundo fontes próximas, a estatal demitiu nesta quarta-feira (19) pela manhã o gerente-geral de Abreu e Lima, também conhecida como Renest, Glauco Colepicolo Legatti. O cargo é ligado à Diretoria de Engenharia e Serviços, cujo o ex-diretor Renato Duque está preso desde semana passada.
As comissões teriam apresentado à presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, em seus relatórios, listas com grande número de funcionários e ex-funcionários da companhia que teriam tido participação irregular nas obras. Segundo a fonte, outras demissões estariam sendo preparadas. A Petrobras teria ainda suspendido todos os aditivos dos contratos das obras da refinaria, que tem custo em US$ 18,5 bilhões.
No início de novembro, o Tribunal de Contas da União (TCU) havia aprovado relatório recomendando a paralisação de quatro obras que recebem recursos do governo federal. Também recomendou a retenção de parte dos valores de outras cinco obras, entre elas a refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco.

Lula, Dilma e Pimentel em Montes Claros: fraude eleitoral comprovada.
A Polícia Federal (PF) deflagrou nessa terça-feira (18) a operação “Curinga” com o intuito de coibir fraude nos cofres da Previdência Social no Norte de Minas. No curso das investigações, a PF deparou-se com fortes indícios de crime eleitoral em benefício de candidatos da coligação do PT. Dessa forma, a operação policial será desmembrada.
Isso porque os nomes dos deputados petistas Reginaldo Lopes, reeleito para a Câmara dos Deputados e cotado para assumir o Ministério da Educação, e do deputado estadual Paulo Guedes foram citados no relatório parcial da PF. O envolvimento dos parlamentares com a quadrilha do INSS foi descartado, mas eles podem ter sido beneficiados eleitoralmente.
O esquema de fraude na Previdência foi montado dentro da prefeitura e da Câmara Municipal de Monte Azul. O escritório do INSS em Espinosa, cidade localizada a 40 Km de Monte Azul, foi utilizado pelo bando. Os principais políticos de Monte Azul estão diretamente envolvidos com o rombo nos cofres da Previdência, estimado em R$ 200 mil, e com os crimes eleitorais. Entre eles, o vice-prefeito, três vereadores, três secretários da prefeitura, além do sindicato de trabalhadores rurais da cidade, todos eles ligados ao PT. A partir de documentação forjada, o grupo conseguia aposentadoria para pessoas que nunca foram trabalhadores rurais.
O 'Hoje em Dia' teve acesso aos documentos e aos grampos telefônicos da investigação. De acordo com o inquérito, benefícios previdenciários, materiais de construção, combustível, além de cadastros do Bolsa Família, auxílio-doença, Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e até dentaduras foram oferecidos em troca de voto.
Além da Zona da Mata, o Norte de Minas foi a região na qual a presidente reeleita, Dilma Rousseff (PT) obteve maior vantagem perante o tucano Aécio Neves, seu principal oponente. Em Monte Azul, por exemplo, Dilma obteve 76% dos votos da cidade, enquanto Aécio ficou com 14%. Guedes e Lopes conquistaram 30% dos votos válidos do município. Lopes foi o mais votado, e Guedes, o segundo.
Em um dos grampos telefônicos, o vereador Geraldo Moreira dos Anjos, o Ladim (PT), foi flagrado orientando o eleitor Flávio Custódio Teixeira a votar nos candidatos do PT. O vereador petista, segundo o inquérito, intermediou a inclusão da mulher de Teixeira na lista do Bolsa Família. A inclusão dela no cadastro será investigada, já que a maioria das benesses, especialmente os programas de transferência de renda e as aposentadorias, foram destinadas a pessoas que não poderiam ser contempladas.
Em outro diálogo, o vice-prefeito de Monte Azul, Antônio Idalino, o Toninho da Barraca (PT), foi pego autorizando o caminhão-pipa da cidade a fornecer água para uma piscina na casa de um eleitor. Numa outra conversa, o petista determina que a dentista da prefeitura faça dentaduras para eleitores.
Vice, vereadores e secretários envolvidos
Contra o vice-prefeito de Monte Azul, Antônio Idalino Teixeira, o Toninho da Barraca (PT), a Justiça Federal em Montes Claros, no Norte de Minas, decretou mandado de condução coercitiva e busca e apreensão na casa do político e na prefeitura. Ele é considerado uma das principais peças do esquema.
O servidor do INSS de Espinosa, Ronaldo de Medeiros Boeira e os vereadores Geraldo Moreira dos Anjos, Geraldo Ladim (PT), e Marineide Freitas da Silva, a Marineide do Sindicato (PT), foram presos temporariamente.
O mesmo ocorreu com o presidente do sindicato dos trabalhadores rurais de Monte Azul, Antônio Tolintino, e seu secretário, Nilton Rodrigues Nunes. Conforme as investigações, os dois são suspeitos de fraudar os processos de aposentadorias rurais por tempo de serviço. Os benefícios eram concedidos a pessoas que não preenchiam os requisitos legais. Já o vereador Francisco de Assis Gonçalves Dias, o Diassis (PP), foi conduzido para prestar depoimento e teve a casa vasculhada pelos federais. Depois do interrogatório foi liberado. 
Três secretárias de Monte Azul também estão entre os investigados. São elas: Aurélia de Paula Santos (Educação), Vanessa dos Anjos Dias (Saúde) e Cássia Michele Gomes (Finanças). Para as três, foram expedidos mandados de condução coercitiva, além de busca e apreensão em suas residências e na prefeitura.
Durante todo o dia, a reportagem fez contatos com a prefeitura e com a Câmara Municipal de Monte Azul, mas até o fechamento desta edição ninguém foi encontrado para comentar a ação da PF. Em entrevista ao Hoje em Dia, o deputado Paulo Guedes classificou a operação de “factoide eleitoral”, mas comprometeu-se a averiguar o assunto. “Se houve alguma irregularidade, não tenho nada a ver com isso. Obtive 165 mil votos em todo o Estado. É impossível policiar todos os aliados”, declarou. 
Mais votado do PT em Minas, o deputado federal Reginaldo Lopes foi procurado no celular e em seu gabinete, em Brasília. A assessora de imprensa do parlamentar em BH chegou a atender os telefonemas do Hoje em Dia. Alegou que o parlamentar estava com a agenda cheia de compromissos. Depois, informou que o parlamentar não iria se manifestar nessa terça.
Operação ‘Curinga’ tem 19 alvos
Ao todo, 19 pessoas são alvo da operação “Curinga”, sendo que 17 foram levadas para a sede da Polícia Federal (PF) em Montes Claros, no Norte de Minas, e outras duas são procuradas. A polícia informou ainda que 39 mandados judiciais de busca e apreensão, condução coercitiva e sequestro de bens estão sendo cumpridos.
Uma segunda fase da operação “Curinga” será deflagrada para reprimir possíveis crimes eleitorais. Os investigados responderão, neste primeiro momento, por crimes contra a administração pública, estelionato, formação de quadrilha e falsidade ideológica, dentre outros. Uma vez condenados, as penas máximas aplicadas aos crimes podem ultrapassar 20 anos. (Hoje em Dia)

Baiano começa a depor amanhã na Lava Jato.
Uma empresa que tem como sócio o lobista Fernando Soares, que se entregou nesta terça-feira (18) à Polícia Federal em Curitiba, tem contratos de R$ 71,2 milhões com a Petrobras, segundo documentos obtidos pela Folha. Conhecido como Fernando Baiano, ele é apontado como o elo entre os desvios da estatal investigados pela Operação Lava Jato, que apura fraudes em licitações e propina a políticos, e o PMDB. 
Baiano teve a sua prisão decretada pelo juiz Sergio Moro sob suspeita de intermediar o pagamento de propina para peemedebistas. O PMDB refuta ter qualquer relação com o lobista. Um dos delatores da Operação Lava Jato, o empresário Julio Camargo, do grupo Toyo Setal, relatou a procuradores que Baiano recebeu propina de US$ 8 milhões para que a sua empresa conseguisse fechar um contrato de sondas com a Petrobras. 
A empresa da qual Baiano é sócio, a Petroenge Petróleo e Engenharia, presta serviços de manutenção e de apoio para as plataformas marítimas de extração de petróleo da estatal, segundo consta dos contratos assinados. A Petroenge fica em Macaé, no Rio de Janeiro, onde estão localizadas as empresas que atuam na bacia de Campos. 
A empresa tem três filiais no Espírito Santo e uma na Bahia, todas em cidades em que a Petrobras tem unidades: Vitória (ES), Anchieta (ES), Linhares (ES) e São Sebastião do Passe (BA). Desde 2007, quando a Petroenge fechou o primeiro negócio com a estatal, a Petrobras assinou 86 contratos com a empresa, num total de R$ 131,6 milhões, segundo dados da própria estatal, disponibilizados em seu site. 
NEGÓCIOS
Baiano virou sócio da Petroenge por meio de outra empresa de que ele também é sócio, a Hawk Eyes Administração de Bens. A Hawk Eyes detém 18% do capital da Petroenge, segundo a ficha registrada na Junta Comercial do Rio. Ou seja: Baiano investiu R$ 748,8 mil numa empresa que tem capital de R$ 4,16 milhões, ainda de acordo com a ficha cadastral da empresa. 
O sócio majoritário da Petroenge, Guilherme Mendes Spitzman Jordan, foi secretário da Prefeitura de Macaé quando o prefeito da cidade era do PMDB. Segundo o empresário, Baiano apenas investiu no negócio e não tem qualquer ingerência nos contratos. Na terça-feira (18), o juiz federal Sergio Moro determinou que o sigilo da empresa seja quebrado. A Hawk Eeyes, por sua vez, é controlada por uma empresa que tem sede em Londres, no Reino Unido, a Falcon Equity Limited. 
DEPOIMENTO
Baiano é sócio de outra empresa que deve ter o sigilo bancário quebrado por determinação da Justiça Federal do Paraná: Technis Planejamento e Gestão. Até o ano passado ele tinha participação na Academia da Praia, um tradicional centro de ginástica na Barra da Tijuca, na zona sul do Rio. O negócio foi vendido para o grupo Bodytech, que tem entre seus sócios os empresários Alexandre Accioly e João Paulo Diniz. O lobista está preso na carceragem da Polícia Federal em Curitiba, sede das investigações da Lava Jato, e deve prestar depoimento nesta sexta-feira (21).(FSP)

NO BLOG DO JOSIAS
Sitiada por uma conjuntura que rosna para sua autoridade, Dilma Rousseff é pressionada a esboçar uma reação. Sob aconselhamento de Lula, tenta dar à luz uma agenda. Algo que lhe permita evoluir da lamentação depois do fato para a sensação de que comanda.
No momento, Dilma e seus conselheiros iludem-se com uma fantasia: a ilusão de que a indicação imediata de uma nova equipe econômica fará o noticiário, hoje monopolizado pelo mega-escândalo de corrupção na Petrobras, mudar de assunto.
De fato, há enorme curiosidade para saber quem será incumbido por Dilma de tourear as dificuldades econômicas que ela legou para si mesma. Mas a revelação do nome do sucessor de Guido Mantega não resolve a crise na Petrobras, que logo irá se transformar numa crise do Legislativo, com ramificações no Executivo.
De resto, a escolha do titular da Fazenda fará brotar cobranças novas. A lista de cotados ainda inclui Luís Carlos Trabuco, presidente do Bradesco. Se vingar, Dilma será convidada por Marina Silva a desculpar-se com Neca Setúbal.
Com ou sem Trabuco, o governo terá de apresentar um programa de cortes de despesas capaz de projetar para 2015 um cenário menos vexatório do que esse que está pintado no vermelho das contas de 2014.
A acidez da conjuntura já não permite prolongar o discurso econômico aguado e evasivo da campanha. Se der ouvidos a Lula, Dilma não hesitará em aplicar um receituário com ingredientes do programa do adversário. E ouvirá de Aécio Neves a provocação de que precisa pagar royalties ao economista tucano Armínio Fraga.
Dilma pediu e a maioria do eleitorado lhe deu a oportunidade de esticar a permanência do PT no poder federal por mais quatro anos. Agora, precisa responder: para quê? Vem daí a correria das útimas horas para fazer o parto de uma agenda. Nem que seja a fórceps.






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