DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
Agora livres, leves e soltos, José Genoino, José Dirceu, Delúbio Soares e Valdemar Costa Neto não deveriam pregar o olho, caso temessem a lei: o inciso 4 do artigo 33 do Código Penal condiciona a progressão da pena à reparação do dano ou devolução do ilícito: R$ 141 milhões, segundo a ação penal do “mensalão”. Só pagaram multas e ganharam prisão domiciliar. O dinheiro roubado? Ninguém sabe, ninguém viu.
Genoino, Dirceu e Delúbio pagaram R$2,5 milhões de multas aplicadas pelo Supremo, a maior parte na base de “vaquinha da companherada”.
O ex-presidente da Câmara dos Deputados João Paulo Cunha ainda está preso por não haver pago os R$ 536,4 mil da multa a ele atribuída.
Após longo namoro com o governo, decorrente das estreitas relações com Lula, de quem se fez “resolvedor-geral” de problemas, o banqueiro André Esteves (BTG Pactual) optou pela oposição nas eleições. E apenas duas semanas depois da vitória de Dilma, atacou: “Vejo um governo mais do mesmo, falta confiança”. Seu banco foi mais concreto: anunciou o rebaixamento da recomendação ao Brasil “diante das incertezas com relação ao novo governo e aos ministérios.”
Curiosamente, o neo-oposicionista André Esteves é sócio do governo, por meio da Caixa, e tenta assumir a área de seguros da instituição.
O governo quer tirar do traço a TV Brasil, a TV do Lula: firmou parceria de programação com o Instituto Cubano de Radio y Televisión.
O TSE avalia coibir financiamento eleitoral de empresas sócias de bancos oficiais. Caso do JBS/Friboi, que deu R$ 70 milhões para a campanha do PT. No governo Lula, o BNDES virou sócio do grupo (24,6%) que abiscoitou aportes salvadores de R$ 10,5 bilhões.
Presidente do conselho de ética da Câmara, Ricardo Izar (PSD-SP), foi o único que teve a dignidade de recusar R$ 200 mil do dinheiro fácil do Grupo JBS/Friboi, na campanha. Seu mandato não estava à venda.
Relator das investigações da roubalheira na Petrobras, o ministro José Jorge – que se despediu ontem do Tribunal de Contas da União com fortes críticas ao governo – terá a aposentadoria formalizada dia 17.
Responsável pela atual irrelevância do Ministério do Trabalho, o dono do PDT, Carlos Lupi, exige que a repartição seja entregue ao partido, outra vez, de “porteira fechada”. Quando foi assim, Lupi saiu sob graves denúncias e sua turma foi alvo de várias operações da PF.
Dilma saiu das eleições pregando a reforma política e até ameaçando plebiscito, mas o PT trabalhou para obstruir a discussão sobre o tema, ontem, na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara.
…o doleiro Youssef deveria ser aclamado por petistas para ministro da Fazenda: sabe planejar, é “expert” em finanças, e lhes pagava em dia.

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
Almir Pazzianotto Pinto
Publicado no Estadão de quarta-feira (12)
Encerrado o último ato do drama eleitoral, diante da Nação dividida descortinam-se dois cenários: para os petistas, estamos no melhor dos mundos, como diria dr. Pangloss, o imortal personagem de Voltaire em Cândido, o Otimista. Para os vencidos, o panorama é outro: a crise é geral e profunda. Mas o governo, enquanto puder enganar, se recusará a reconhecê-la em nome de uma política surrealista que, como escreveu Giulio Carlo Argan, “é a maneira de iludir a realidade dos problemas, mediante a ambiguidade e o paradoxo”.


NO BLOG DO CORONEL
Uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) chegou à conclusão de que se forem descontadas as manobras fiscais o governo registrou déficit primário no ano de 2013. Os técnicos retiraram do resultado positivo apresentado receitas atípicas e despesas que foram empurradas para restos a pagar e estimaram a ocorrência de um déficit de R$ 43,3 bilhões, o equivalente a 0,9% do Produto Interno Bruto (PIB). A contabilidade oficial do governo registrou um superávit de R$ 77 bilhões, 1,59% do PIB. 
“Os números obtidos demonstram que, sem os instrumentos utilizados, a meta fiscal não teria sido alcançada em 2013. Usando os valores publicados pelo Tesouro Nacional, constata-se um resultado primário convencional de R$ 77.072 milhões, equivalente a 1,59% do PIB, enquanto o resultado primário ajustado foi negativo de R$ 43.318,4 milhões, ou igual a -0,9% do PIB”, concluíram os técnicos.
Os técnicos citam como algumas das manobras para inflar as receitas os dividendos e juros sobre capital próprio transferidos pelo BNDES e pela Caixa Econômica Federal. Afirmam que estas operações estariam “aparentemente” em desacordo com o arcabouço legal. O total de receitas atípicas chegou a R$ 47,7 bilhões no ano passado. 
Em relação aos restos a pagar, observam o crescimento ano após ano. Em 2012 foram inscritos R$ 116,2 bilhões para o ano seguinte. Em 2013 ficaram pendentes de pagamento despesas de R$ 134,8 bilhões. Descontados os valores pagos e cancelados, o tribunal chegou a conclusão de que o desembolso primário que deveria ter sido realizado em 2013 relativo a esses restos a pagar seria de R$ 72,6 bilhões. 
Apesar dos achados da auditoria, o acórdão aprovado pelos ministros não prevê qualquer punição nem recomendação à área econômica do governo. Os ministros decidiram apenas encaminhar o estudo aos órgão do governo e ao Congresso. 
Em seu relatório, o ministro Raimundo Carreiro anotou a necessidade de uma definição legal de uma metodologia de apuração do superávit primário para o atendimento da Lei de Responsabilidade Fiscal. Afirmou que apesar de a metodologia adotada atualmente pelo Banco Central ser aceitada internacionalmente ela dificultaria o acompanhamento e afeta a credibilidade das informações. (O Globo)

PT chantageia todos os parlamentares para que aprovem uma emenda criminosa. É hora de todos dizerem não ou sucumbirem diante das ratazanas sujas.
O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), afirmou nesta quarta-feira, 12, que, sem a aprovação da mudança na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2014, o governo Dilma Rousseff não terá como pagar as emendas parlamentares previstas no chamado "Orçamento Impositivo". O Executivo enviou ontem um projeto de lei ao Congresso propondo a alteração na LDO com o objetivo de flexibilizar o superávit primário.
O Legislativo ainda não aprovou a proposta de emenda constitucional (PEC) que torna obrigatória a execução das emendas parlamentares de deputados e senadores. Esse dispositivo está previsto na LDO, mas precisa passar pela Câmara dos Deputados para entrar em vigor. Atualmente, os sucessivos governos liberam as emendas - usadas geralmente para os parlamentares levarem obras aos seus redutos eleitorais - quando querem, fazendo disso uma moeda de negociação política.
Questionado se estava preocupado com a possibilidade de parte da base votar contra a alteração na LDO, o líder petista respondeu, em entrevista: "Se houver esse posicionamento, e tenho certeza que não vai haver porque a base do governo tem agido de forma satisfatória, o governo não vai pagar emendas dos parlamentares do Orçamento Impositivo se não for mudada a meta do superávit primário." Segundo o líder do PT, governos e prefeituras deixarão de ter recursos para obras importantes. Ele disse ter "certeza" de que o Congresso vai tomar a opção para o País continuar crescendo. (Estadão)

Do Blog do Noblat:
- Isto é uma pegadinha? – espantou-se a mulher ao olhar para o homem sentado na cadeira do corredor da terceira fila do voo 1488 da GOL, que decolaria ontem, no meio da tarde, do aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, com destino a Brasília.
- Pegadinha, como? – perguntou o homem, sorrindo.
- O senhor é a cara de Aécio – observou a mulher.
- Eu sou Aécio – o homem respondeu.
Instalou-se então a confusão, que acabou por atrasar a decolagem. Bem mais da metade dos passageiros que quase lotavam o avião fez questão de cumprimentar o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e de tirar fotos junto com ele.
Outra mulher comentou depois de abraçar Aécio:
- Você está por aqui? Não acredito.
Um homem idoso apertou a mão de Aécio e disse:
- Aécio, é você? Chorei muito quando você perdeu a eleição.
Entre uma foto e outra com o senador, uma jovem tascou:
- Nossa, você é muito bonito. É mais bonito do que na televisão.
A tripulação teve trabalho para conseguir que as pessoas ocupassem seus assentos. Antes que o avião decolasse, por três vezes, e a curtos intervalos, passageiros gritaram o nome de Aécio provocando aplausos.
Na descida do avião em Brasília, o comandante falou aos passageiros por meio do sistema de som:
- A GOL sente-se honrada em transportar o senador Aécio Neves, futuro presidente do Brasil.
Novamente Aécio foi aplaudido. E por último foi aplaudido ao se levantar para desembarcar, olhar para os fundos do avião e dizer:
- Obrigado pelo carinho, pessoal.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
Na reportagem publicada pela VEJA no dia 24 de outubro, já havia a informação de que Lula, pessoalmente, havia ordenado que José Sérgio Gabrielli desse um “cala-boca” — isto e, pagasse propina — a uma agência de publicidade que ameaçava botar a boca do trombone e denunciar o esquema de roubalheira na Petrobras. A informação, como deixou claro a revista, era parte do conteúdo da delação premiada negociada pelo doleiro Alberto Youssef.
Pois é. Reportagem publicada nesta quinta (13) pelo Estadão traz à luz e-mails que parecem reforçar a denúncia de Youssef. Leiam o que informam Ricardo Brandt, Fausto Macedo e Mateus Coutinho.
*
A Polícia Federal está de posse de uma sequência de e-mails que reforçam a suspeita de que a agência de propaganda e marketing Muranno Brasil recebeu R$ 1,7 milhão do esquema de corrupção e propina na Petrobrás. Essa nova linha de investigação da Operação Lava Jato pode atingir o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente da estatal petrolífera José Sérgio Gabrielli, citados pelo doleiro Alberto Youssef como ordenadores do pagamento à Muranno. Os e-mails que a PF analisa foram trocados entre o empresário Ricardo Villani, dono da agência de propaganda, o ex-gerente de Comércio de Álcool e Oxigenados da Petrobrás Sillas Oliva Filho e outros funcionários da estatal, entre 2006 e 2009.
A Muranno foi apontada por Youssef como uma agência contratada pela Petrobrás com dinheiro não contabilizado. Credora de cerca de R$ 7 milhões, a Muranno teria pressionado o governo Lula para receber valores atrasados. O doleiro está fazendo delação premiada junto à força-tarefa de procuradores da República que investigam a Lava Jato. Em 2010, segundo o doleiro, o dono da empresa teria ameaçado denunciar os esquemas de corrupção e propina na estatal controlado pelo PT, PMDB e PP e que abasteceu também o PSDB e o PSB.
Youssef afirmou que Lula soube da ameaça, na época, e teria determinado a Gabrielli que usasse o dinheiro “das empreiteiras” – denunciadas na Justiça Federal por causa das obras da refinaria Abreu e Lima – para resolver a pendência. O ex-presidente da Petrobrás teria procurado por Costa, que determinou a Youssef o pagamento. Segundo o doleiro, que aceitou dizer o que sabe em troca de redução de pena, foi ele quem pagou R$ 1,7 milhão à Muranno entre dezembro de 2010 e janeiro de 2011, a pedido de Costa.
No radar
A Muranno era alvo da Lava Jato desde agosto quando foi aberto um inquérito específico para apurar qual o envolvimento da agência no esquema de caixa-2 nas obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. A agência de propaganda aparecia nos pagamentos registrados na contabilidade pessoal das empresas de fachada de Youssef e na quebra de sigilo bancário das empresas investigadas nas obras da Abreu e Lima.
No dia 9 de setembro Villani foi ouvido pela PF e confirmou que prestou serviços sem contrato entre 2006 e 2009 para a Petrobrás. Ele disse que em 2004 Oliva Filho o aconselhou a abrir uma empresa para fazer o marketing da Petrobrás em provas de corrida de automóvel nos Estados Unidos. Segundo ele, a Muranno foi criada especificamente para esses serviços, divulgação do etanol nas provas da Fórmula Indy.
Villani afirmou que tinha R$ 7 milhões a receber. Segundo ele, depois de se reunir pessoalmente com Paulo Roberto Costa – ainda diretor de Abastecimento da Petrobrás –, foi procurado por Youssef, que se identificou como “Primo” e providenciou os pagamentos de parte da dívida. Disse que procurou Costa depois que ele deixou a estatal, em 2012. Villani, que está sob suspeita da PF, afirmou ter recebido só uma parte do montante e que não procurou a Justiça para cobrar a Petrobrás porque nunca fez um contrato formal. Em 29 de outubro, confirmou ao Estado ter valores a receber, mas negou que era referente à propina. Disse que eram atrasados dos serviços prestados.
(…)
CAPA-VEJA-SABIA-DE-TUDO-364x480 (1)

Que coisa! Muito ágil a Controladoria-Geral da União, não é mesmo? Vamos ver. Como vocês sabem, o Ministério Público da Holanda anunciou, nesta quarta-feira (12), que a empresa SBM Offshore foi multada em US$ 240 milhões por ter pagado US$ 200 milhões em propina para obter contratos em vários países, entre 2007 e 2011. O Brasil, claro!, está entre eles. A SBM é a maior fornecedora mundial de plataformas de petróleo e mantém contratos com a Petrobras que chegam a US$ 27 bilhões. A empresa confessou seus crimes cometidos mundo afora, inclusive em nosso país: pagou suborno a funcionários e intermediários da Petrobras estimados em US$ 139 milhões. Atenção! Não se trata mais de suspeita. É um fato. O criminoso confessou.
O vexame é gigantesco. O caso foi denunciado pela VEJA em fevereiro. Em março, a Petrobras concluiu uma apuração interna, em tempo recorde, e, acreditem!, não viu nada de errado. Nesta quarta, horas depois de o Ministério Público da Holanda ter anunciado a punição da SBM, eis que o ministro Jorge Hage vem a público para informar que a Controladoria-Geral da União também constatou irregularidades. É mesmo?
Não quero maldar! Mas acho a coincidência, para dizer pouco, estranha. O caso de corrupção só veio a público porque um ex-funcionário da SBM tentou chantagear a empresa em 3 milhões de euros para não contar o que sabia. Ela não aceitou, e o escândalo veio à luz, com uma penca de evidências. A Petrobras, no entanto, não encontrou nada de errado. Não me digam!
“Sem dúvida houve irregularidade no relacionamento entre a SBM e seus representantes no Brasil e a Petrobras”, afirma Hage. A empresa — leiam aqui — já disse que está disposta a colaborar com as investigações e se dispõe a fornecer informações à Controladoria.
Tchau, Graça!
Graça Foster, a presidente da Petrobras, tem um mal semelhante ao de sua chefe e amiga, a Dilma: como está com o ar sempre enfezado, passa a impressão de que tem razão ou de que pensa mais do que… pensa. Em maio, no Congresso Nacional, esta senhora negou que houvesse qualquer irregularidade na relação com a SBM e ainda lembrou que há contratos oriundos da era FHC. Ora, claro que sim! A empresa é a maior do setor. O ponto é outro: a corrupção admitida pela SBM se deu entre 2007 e 2011, quando o petista José Sérgio Gabrielli presidia a Petrobras.
O ar de severidade de Graça não me intimida. Ela deveria ter deixado a direção da empresa quando ficou claro que participara de uma conspirata para fraudar o funcionamento normal de uma CPI. Há agora mais um motivo — um escandaloso motivo.
Terceirizar o Brasil
Nessa toada, o nosso país ainda será salvo — ou, ao menos, conseguirá se livrar de certos problemas — em razão das leis vigentes em outras democracias. Foi preciso que a Price ameaçasse suspender a análise de balanço da Transpetro para que Sérgio Machado se afastasse da presidência da subsidiária da Petrobras. A estatal brasileira está sendo investigada hoje pelo órgão americano que regula as empresas que atuam em Bolsa nos EUA e por uma divisão do Departamento de Justiça. Se assarem pizza por aqui, ela não será assada por lá.
Agora, vemos a Holanda punindo uma empresa holandesa em razão de relações corruptas mantidas mundo afora, inclusive no Brasil. E só então a CGU anuncia que a investigação está chegando a algum lugar.
Será que é o caso de terceirizar o Brasil? Isso tudo explica por que tropa de choque do governo faz de tudo para sabotar a CPI, como voltou a fazer nesta quarta. O nome disso é medo.
Texto publicado originalmente às 21h08 desta quarta (12).

Por Evandro Éboli, no Globo:
Em audiência pública nesta quarta, na Comissão de Agricultura da Câmara, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, foi alvo de críticas da oposição em função do acordo celebrado entre o governo da Venezuela com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O ministro falou também de denúncias de desvios no Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf), e reconheceu que há problemas graves localizados nessa política.
O líder do DEM, Ronaldo Caiado (GO), centrou sua participação na condenação do acordo dos venezuelanos com o MST. Ele chegou a exibir um vídeo com pronunciamentos do presidente daquele país, Nicolás Maduro, no qual fala sobre as boas relações com o governo brasileiro, e depois mostrou o ato de assinatura do tal acordo com os sem-terra, assinado no Brasil com autoridades venezuelanas. “Este assunto está sendo acompanhado pelo Itamaraty. O Ministério do Desenvolvimento Agrário desconhece esse assunto”, disse Miguel Rossetto.
Irritado, Caiado afirmou que no governo do PT é sempre assim, nunca se sabe de nada.
“Que tipo de acordo é possível se fazer com um país como a Venezuela? Só se for de produção de cocaína. Porque direitos humanos não é. Eles não respeitam isso lá. Lá, os defensores do governo Maduro saem em motocicletas atirando contra os opositores. A não ser que seja para dividir conhecimento. E aqui o MST invade terras. Eles são referência da truculência. E no Brasil, temos um governo que se reelegeu na base da mentira, do não sabe de nada”, disse Ronaldo Caiado, que anunciou uma ação na Procuradoria Geral da República por crime de responsabilidade contra o ministro por, segundo o parlamentar, ocultar graves ameaças que podem significar esse acordo.

NO BLOG DO JOSIAS
A crise fiscal do governo Dilma Rousseff deu ao atual Congresso uma sensação de utilidade que deputados e senadores não esperavam ter neste final de legislatura. Acompanhada de um discurso de beco sem saída, a crise valorizou o voto dos congressistas. E os aliados do Planalto pretendem cobrar caro por isso. Condicionam a aprovação do projeto que autoriza o governo a descumprir a meta de superávit de caixa a acertos que vão da composição do ministério à escolha do próximo presidente da Câmara.
Dilma não aproveitou as oportunidades que teve nos quatro anos do seu primeiro mandato para demonstrar compromisso com a austeridade fiscal. E acabou se tornando a oportunidade que seus apoiadores aproveitam a um mês e meio do início do segundo mandato. Radicalizada, a oposição se organiza para obstruir a votação dos remendos que Dilma quer fazer na Lei de Diretrizes Orçamentárias. A presidente está à mercê dos múltiplos interesses dos partidos que compõem sua base congressual. De resto, terá de negociar até com os cerca de 230 deputados que não se reelegeram.
A crise deu meia-sola no PMDB. Súbito, os operadores políticos de Dilma passaram a achar, por exemplo, que Eduardo Cunha não é 100% desprezível. Incorporaram-no às reuniões em que são traçados os planos para aprovar o que Dilma necessita. Líder do partido do vice-presidente Michel Temer na Câmara, Cunha pode ajudar muito. Desfruta da confiança da grossa maioria de sua bancada. Mas espera que Dilma pare de ser um estorvo à sua pretensão de tornar-se presidente da Câmara a partir de fevereiro de 2015.
Nesta quarta-feira (12), Eduardo Cunha reuniu sua tropa para discutir a proposta que, na prática, deixará o governo livre da obrigação de ter que fazer economia de gastos para pagar os juros da dívida pública em 2014. Terminada a reunião, o deputado falou não sobre a Lei de Diretrizes Orçamentárias, mas sobre sua candidatura ao comando da Câmara. Foi como se fizesse questão de juntar as duas coisas. “A partir desse momento, minha candidatura é irremovível“, disse.
Um cacique do PMDB desenhou o quadro para o blog: “O governo vai precisar dialogar muito. E tem que fazer isso logo. O dia 31 de dezembro está mais próximo do que parece. Dilma não faz restrições à recondução de Renan Calheiros ao comando do Senado. Diante disso, querer barrar Eduardo Cunha na Câmara era uma esquisitice. Agora, é burrice.”
Outro morubixaba pemedebista declarou que nem só de Eduardo Cunha são feitas as inquietações do PMDB. “Quis o destino que as necessidades fiscais da presidente coincidissem com a fase de remontagem do governo. A Dilma terá de motivar os partidos, não o contrário.”
O analista do PMDB prosseguiu: “Na montagem do governo, o PT quer o Ministério de Minas e Energia, que hoje é do PMDB do Senado. O PT já tem 17 ministérios. E não abre mão de nada! O PT tem as melhores pastas: Educação, Saúde, Desenvolvimento Social, Fazenda, Planejamento… Seria bom compartilhar.”
A crise fiscal de Dilma é boa para quem precisa limpar reputações. Responsável pela nomeação do ex-diretor de Abastecimento da Petrobas Paulo Roberto Costa, hoje um corrupto confesso, o PP acompanhava com preocupação as articulações do Planalto para retirar o Ministério das Cidades dos seus domínios, entregando-o a Gilberto Kassab, presidente do PSD. Hoje, o PP avalia que Dilma talvez não se anime a desafiá-lo. Uma deserção rumo às falanges oposicionistas pode representar a derrota do governo. “O partido não precisa nem se interessa em prejudicar o governo”, explicou um deputado da legenda. “Basta que se desinteresse de ajudar.”
O senador pernambucano Humberto Costa, combativo líder do PT, incluiu num discurso pronunciado nesta quarta-feira (12) algo muito parecido com uma ameaça. Disse que, sonegando a Dilma a alteração das regras do superávit fiscal, os congressistas podem esquecer as emendas que costumam pendurar no Orçamento da União para destinar verbas aos seus redutos eleitorais. Insinuou que esse dinheiro seria passado na lâmina pela Fazenda. Se fosse um personagem do famoso comercial de tevê, o senador ouviria: “Sabe de nada, inocente!”
A crise fiscal de Dilma deu novo alento às mais de duas centenas de deputados federais que não foram reeleitos no pleito do mês passado. Todos têm emendas orçamentárias pendentes de liberação. Já não esperavam ganhar nada. Perceberam que não têm nada a perder. O governo tem pressa em aprovar os ajustes na LDO. Seus aliados, nem tanto.

Uma Dilma Rousseff irreconhecível encontra xeica Moza bint Nasser, em Doha, no Qatar

Ninguém entendeu direito. Ao testemunhar Dilma Rousseff respondendo às críticas de Marta Suplicy com calma, compreensão e comedimento, uma mosca brasiliense, que voara junto com a comitiva no avião presidencial, exclamou: A presidenta está completamente fora de si!
Marta deixou a pasta da Cultura antes da hora, conspurcando o script oficial. “Não estabeleci prazo para ninguém sair”, desdenhou Dilma, de passagem por Doha, no Qatar.
Na véspera, assessores do Planalto haviam informado que a pressa da ministra da Cultura surpreendera a chefa. “O Palácio não fala, é integrado por paredes mudas”, desautorizou Dilma. “Só quem fala sobre reforma é essa pessoa modesta que vos fala aqui.''
Repórteres e membros da comitiva presidencial chegaram a suspeitar que ela estivesse enfiando mensagens pelo vão das entrelinhas. Que diabos, a demissionária mandara entregar a carta de demissão no protocolo do Planalto.
“A ministra Marta não fez nada de diferente, de errado, não teve atitude incorreta, seria uma injustiça [criticá-la]”, Dilma contemporizou. “Logo depois da minha eleição, disse que sairia e eu aceitei. Ela me disse que enviaria uma carta.''
E quanto aos ataques de Marta à política econômica do governo? “Não fez nada de diferente de outros ministros”, deu de ombros Dilma. “As pessoas têm direito de dar opinião''.
Uma onda de suspeitas varre Brasília. Dirigentes do PT suspeitam que a Dilma que passou pelo Qatar, rumo à cúpula do G20, na Austrália, não é autêntica. Sim, exato. O Brasil estaria sendo representado no estrangeiro por uma clone daquela famosapresidenta durona. Uma clone saída das provetas do PMDB de Eduardo Cunha.
A Dilma legítima teria sido trancafiada numa masmorra, em algum lugar dos 7.300 m² do Palácio da Alvorada. Voluntários peemedebistas montariam guarda. Suspeita-se que o vice Michel Temer seja cúmplice do sequestro.
Três vezes por dia, Temer atravessaria um túnel que liga os porões do Jaburu, sua residência oficial, aos subterrâneos do vizinho Alvorada. Levaria água e comida para a prisioneira. 
Isso explica a conversão de Temer em principal negociador político do governo nas últimas 48 horas.
Só uma clone da Dilma aceitaria que Temer liderasse a articulação para aprovar o projeto que autoriza o governo a descumprir sua meta fiscal de 2014. Só há duas formas de desmascarar a clone. Uma delas é o teste de DNA. A outra é perguntar à impostora o que acha do deputado Eduardo Cunha. Se elogiar, não restará mais dúvidas. Se defender a eleição dele para a presidência da Câmara, pode chamar a Interpol.

NO BLOG ALERTA TOTAL

Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Luiz Inácio Lula da Silva anda pt da vida com a Presidenta Dilma Rousseff. Os ataques orquestrados por Gilberto Carvalho, Marta Suplicy e até do presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, são interpretados como recados indiretos do chefão Lula contra a Presidenta que ajudou a eleger na primeira vez, mas que agora, na visão intrigante dos petistas, estaria emitindo sinais de "independência" em relação ao comando partidário.
Além da sede pessoal de Dilma pelo poder - desejando se descolar dos problema gerados a ela pela cúpula do PT -, um outro fator indica o descontentamento. Dilma vem recusando palpites de Lula para o ministério. A Presidenta deseja que o segundo mandato tenha a sua marca pessoal de gestão centralizadora - o que não ocorreu no primeiro. Dilma deseja dar ordens e ser obedecida - coisa que teve dificuldades nos últimos quatro anos.
O Presidentro Lula quer emplacar Henrique Meirelles na Fazenda, embora também tenha um acordo de apoio a Nelson Barbosa. Dilma só aceita a indicação de Meirelles, com quem não se dá bem pessoalmente, por desespero ou imposição do sistema financeiro que pode salvá-la ou derrubá-la, dependendo a conjuntura (atualmente, nada favorável a ela, nem econômica e muito menos politicamente).
A maior bomba que Dilma tem de desarmar é o alto risco de ser processada pelo Departamento de Justiça dos EUA e pela Securities and Exchange Comission (órgão regulador do mercado de capitais de lá) por conta dos escândalos na Petrobras, principalmente o caso Pasadena. Como ex-presidente do Conselho de Administração da estatal petrolífera de economia mista, Dilma figura entre os "processáveis", tanto criminal como civilmente.
O Petrolão tem potencial destrutivo para destronar a República Sindicalista do poder. Internamente, Dilma sabe que tem como comprar apoio parlamentar e se blindar no Judiciário. No entanto, se o ataque vem da Justiça dos EUA, ela não tem como se defender. Além disso, pesa o fato imoral de uma chefe de Estado ser processada por outro país - o que pode gerar debates pretensamente "nacionalistas", ao mesmo tempo em que escancara, mais ainda, a impunidade aqui dentro do Brasil para crimes cometidos contra a administração pública.
O negócio agora é esperar para conferir se a intriga entre ela e Lula se transforma em uma briga fatal para ambos, ou se haverá, como de costume, uma acomodação em nome dos interesses do grupo que vai lotear o Palácio do Planalto por pelo menos 16 anos, se nada de errado acontecer no meio do caminho. A autofagia nazicomunopetralha tende a se agravar...
(...)

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