DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 15-10-2014

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
ATUALIZADO ÀS 3h30
O debate promovido pela Band foi o primeiro a permitir um duelo de verdade entre os candidatos que chegaram ao segundo turno. As anotaçõe qu se seguem compõem o resumo da ópera.
Aécio Neves é articulado e trata o idioma com carinhoso respeito. Dilma Rousseff tortura a gramática, desfere pontapés na ortografia e não consegue convencer o sujeito a andar de mãos dadas com o predicado.
Provido de uma cabeça sem avarias, ele se expressa com clareza, raciocina com agilidade e lida muito bem com improvisos. Portadora de um cérebro baldio, ela amontoa frases que não fazem sentido porque vivem procurando inutilmente o verbo que sumiu, um adjetivo arredio ou o ponto final que teima em não chegar e, sobretudo.
De bem com a vida, Aécio sorri e acha graça com naturalidade. Amargurada com o que vê no espelho, Dilma é uma carranca prenunciando permanentemente outro chilique e pertence à tribo que não entende a piada.
Aécio quer fazer em escala ampliada o que fez em Minas. Dilma promete fazer o que poderia ter feito nos últimos quatro anos.
Ele diz verdades sem medo. Ela mente mais do que respira... (...)
Político honrado, o neto de Tancredo Neves ataca de peito aberto a corrupção institucionalizada pelos farsantes no poder. Chefe do governo mais corrupto da história, a melhor amiga de Erenice Guerra faz de conta que jamais tolerou a ladroagem que sempre protegeu.
Comandante da própria campanha, Aécio ouve com atenção as ponderações de parceiros confiáveis mas é sempre ele a última instância. Decide o caminho a percorrer e diz o que pensa. Incapaz de andar com as próprias pernas, Dilma transformou Lula em babá de avó e recita o que ordena o marqueteiro amoral.
Quem assistiu ao debate viu um homem com jeito de presidente e uma mulher com cara de quem desconfia do desemprego iminente. O debate na Band pode ter consumado a demissão.

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
Primo do candidato ao governo Henrique Alves (PMDB-RN), o ministro Garibaldi Alves (Previdência) avalia abandonar o cargo após notícia de que ex-presidente Lula irá ao Estado para pedir votos ao adversário Robinson Faria (PSD). Garibaldi confirma ter conversado com Henrique sobre a possibilidade de deixar o ministério, mas nada foi decidido: “Não pretendo tomar nenhuma decisão isolada ou precipitada”, afirmou.
A oposição aguarda o desfecho do caso para tentar fazer Garibaldi Alves “correr para o abraço” com Aécio Neves para presidente.
Procuradores da República discutem o tratamento a ser conferido às denúncias do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, em depoimentos na delação premiada, contra personalidades já falecidas, como o ex-presidente do PSDB, Sergio Guerra, e o ex-governador Eduardo Campos. Eles já não podem se defender, nem tampouco contestar os indícios que foram apresentados pelo delator.
Mais importantes que acusações a políticos falecidos são denúncias, com provas, do ex-diretor contra autoridades vivas, muito vivas.
Colegas do ministro Aroldo Cedraz estão preocupados com a atuação ostensiva do filho, Tiago Cedraz, nos últimos meses do ano, antes de o pai assumir a presidência do Tribunal de Contas da União, em 2015.
Em busca de votos, com a economia abaixo de zero, Dilma prometeu “estudar” o reajuste dos servidores do Judiciário, que ameaçam greve após auxílio-moradia dos juízes, que provocou protestos.
… se for instalado um “mentirômetro” em Brasília, como sugeriu Aécio Neves, logo os bilhões do impostômetro seriam superados.

NO BLOG DO CORONEL
Projeção realizada pela consultoria Macrométrica, do ex-diretor do Banco Central, Francisco Lopes, indica que o candidato do PSDB, Aécio Neves, deve vencer a presidente Dilma Rousseff (PT) na disputa do segundo turno por quatro pontos percentuais de diferença, mais do que apontam as primeiras pesquisas no segundo turno e do que as projeções feitas no primeiro turno, mas ainda assim em confronto acirrado.
Pelas contas da consultoria do ex-diretor do Banco Central Francisco Lopes, serão cerca de 4,2 milhões de votos a mais, contingente equivalente aos eleitores de Goiás. Em agosto, na véspera do acidente que matou o então candidato do PSB, Eduardo Campos, a Macrométrica projetou a vitória de Aécio por uma diferença de 2,6 pontos percentuais. Para isso, usou o modelo de análise do editor-chefe do site "FiveThirtyEight", Nate Silver, famoso por acertar o resultado em todos os 50 Estados na eleição presidencial americana de 2012.
Com a morte de Campos, Aécio caiu para terceira posição com a entrada de Marina Silva na disputa, e as projeções passaram a apontar a vitória da candidata do PSB no segundo turno por 53,1% a 46,9%. Na nova projeção, que já leva em conta a conversão dos votos de Marina no segundo turno, Aécio chegará com 51,9% e Dilma com 48,1%.
De acordo com a análise de Macrométrica, o percentual de votos não comprometidos caiu de 32,1% no primeiro turno para 10% nas primeiras pesquisas do Ibope e do Datafolha. Aécio também registrou um fator de conversão de 71% contra 29% de Dilma.
Para que a atual presidente reverta essa tendência, a taxa de conversão de Aécio precisa cair para 64%. Isso equivale a um esforço para recuperar pelo menos 1,5 ponto percentual ou 2,1 milhões de votos, um pouco menos do que o número de eleitores do Espírito Santo. Nesse caso, as pesquisas apontariam Dilma à frente com 45,5% dos votos contra 44,5% para Aécio.
No relatório distribuído pela consultoria aos clientes, o maior risco ao candidato do PSDB apontado é que a recente onda favorável a Aécio seja reflexo da recuperação conseguida pelo candidato no primeiro turno, que pode perder força, principalmente entre os eleitores menos informados. "A história da campanha de Marina no primeiro turno não nos permite descartar essa possibilidade", afirma. (Valor Econômico)

Em um dos intervalos comerciais do debate de ontem à noite, exatamente quando Dilma falava sobre o fato de Aécio ter "perdido" as eleições em Minas Gerais, a Band veiculou três comerciais virulentos e mentirosos, exatamente com este conteúdo, em sequência, todos da campanha petista. E nenhum comercial de Aécio Neves. Obviamente, em conluio com o PT. Cabe por parte do PSDB uma representação junto ao TSE, para evitar, por exemplo, que o mesmo se repita nos próximos debates do SBT e da Record. Eles prometeram fazer o diabo para vencer as eleições. Estão cumprindo. A Band merece todo o repúdio. Jogou baixo e sujo. No clima da campanha mentirosa e safada de Dilma Rousseff.

Um grupo de 164 economistas da academia, professores universitários que dão aulas no Brasil e no exterior, divulgaram na tarde desta terça-feira (14) um manifesto com críticas ao discurso econômico da campanha do PT. O principal alvo é o argumento de que o Brasil cresce pouco devido à crise internacional. O governo da presidente Dilma Rousseff (PT) vem culpando a turbulência externa pelo baixo crescimento da economia, que deve ficar perto de 0,2% neste ano. 
No manifesto, os signatários afirmam que "não há crise internacional generalizada": "Entre as 38 economias com estatísticas de crescimento do PIB disponíveis no sítio da OCDE, apenas Brasil, Argentina, Islândia e Itália encontram-se em recessão". 
O professor da PUC-Rio Eduardo Zilberman, um dos criadores do manifesto, diz que as assinaturas começaram a ser reunidas na sexta-feira (10). "A ideia surgiu do desconforto dos economistas com o discurso falacioso de uma suposta crise internacional". Embora originário de uma universidade de linha liberal, mais identificada ao discurso do tucano Aécio Neves (PSDB), Zilberman afirma que, entre os signatários, há integrantes de escolas de outras orientações. 
"Cinco professores da Unicamp, berço da heterodoxia no Brasil, assinaram o manifesto", disse.Na lista, há professores de 75 instituições públicas do Brasil, como USP, Federal do Ceará e Universidade de Brasília, 49 privadas, como PUC-Rio e Insper, e 40 estrangeiras, como London School of Economics. Economistas que contribuíram para as campanhas de Aécio e de Marina Silva (PSB), como Marco Bonomo, do Insper, e Tiago Cavalcanti, de Cambridge, também assinam a lista. (FSP)

O descontentamento com o programa Mais Médicos, uma das bandeiras da presidente Dilma Rousseff, já levou associações médicas, conselhos de medicina e estudantes de dez Estados a declararem apoio ao candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves. No caso dos conselhos, que têm delegação pública, o apoio é indireto e se dá por meio de críticas ao “descaso” com a saúde.
No próximo sábado, Dia do Médico, profissionais de Pernambuco farão um “adesivaço” no comitê de Aécio, no Recife. “Vamos mostrar que a gente quer Aécio”, diz postagem na página #ForaDilma, criada por profissionais ligados ao Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) e curtida por 14 mil pessoas. “Vamos sair às ruas e mostrar indignação com o atual governo, que tanto aviltou a classe médica.” O vice-presidente Tadeu Calheiros disse que, ao criar o Mais Médicos, a presidente “desrespeitou a classe”.
Um grupo de Feira de Santana, na Bahia, liderado pelo médico e escritor Eduardo Leite, lançou o movimento “Feira Apoia Aécio”, num evento com participação dos prefeitos José Ronaldo (DEM), do município baiano, e de Antônio Carlos Magalhães Neto (DEM), de Salvador. No Rio Grande do Norte, um grupo de médicos resolveu bancar do próprio bolso material de campanha pró-Aécio. Profissionais de Caicó, no interior do Estado, postaram fotos e o número do candidato em seus perfis pessoais e profissionais. A Associação Médica de Minas Gerais (AMMG) reafirmou a adesão a Aécio, que já havia sido assumida ainda no 1.º turno.
‘Diagnóstico’ 
Em São Paulo, o Conselho Regional de Medicina (Cremesp) vai lançar na próxima semana o resultado de uma pesquisa feita na capital cujo objetivo é mostrar que nem os protocolos mínimos definidos pelo Mais Médicos estão sendo cumpridos. 
A pesquisa ouviu quase 100 intercambistas em 75 unidades de saúde. De acordo com o presidente, João Ladislau Rosa, a principal constatação é de que a maioria dos médicos faz atendimento sem supervisão, o que é irregular. “O estudo será mostrado, não com objetivo eleitoral, mas para alertar a sociedade”, disse. 
O presidente do CRM do Rio Grande do Sul, Fernando Matos, usou a página do órgão na internet para dizer que a política federal “menospreza o médico” e publica frases como “não se deixe enganar” e “nossa resposta deve ocorrer nas urnas”. À reportagem, Matos atacou o programa Mais Médicos e disse que a posição da diretoria é “contra a continuidade dessa política”. Ele afirmou que a categoria não é unânime e não há recomendação do Conselho para “votar em A ou B”.
Estudantes 
No Pará, estudantes de medicina de três instituições - Universidade Federal do Pará, Universidade Estadual do Pará e Centro Universitário do Estado do Pará - declararam nesta terça-feira (14) apoio a Aécio e à reeleição do governador Simão Jatene, também do PSDB, e se manifestaram contra o Mais Médicos. 
No Ceará, cerca de 70 estudantes do curso de Medicina da Universidade de Fortaleza ocuparam com faixas uma avenida da cidade para protestar contra o Mais Médicos e o “abandono da saúde”. No evento, foram distribuídos adesivos de Aécio. 
Em Uberaba (MG), alunos de Medicina convidados a dar palestra sobre prevenção do câncer de mama numa unidade do Centro de Referência de Assistência Social (Cras), semana passada, compareceram usando pins de Aécio e exibiram na tela de projeção foto com nome e número do candidato. A prefeitura abriu sindicância para apurar o caso. 
Segundo relatos, os palestrantes disseram que, se Dilma fosse reeleita, haveria exames de mama apenas para mulheres com mais de 60 anos. De acordo com Carlos Bracarense, da controladoria municipal, a lei proíbe propaganda eleitoral em órgãos públicos - as provas serão encaminhadas ao Ministério Público Eleitoral.
Posições 
Domingo passado, em São Paulo, Aécio afirmou que vai manter o Mais Médicos, mas não pretende “financiar a ditadura cubana com ele, como ocorre hoje”. No dia 5 de agosto, Aécio disse que o programa era solução “paliativa” . “O que pretendo é que não haja mais necessidade de médicos estrangeiros no Brasil.” Já a presidente Dilma promete incrementar o programa Mais Médicos, lançado em julho de 2013, incluindo especialistas para atender a população nos casos mais complexos e ainda garantir acesso a exames de laboratório. (Estadão)

Pesquisa Veritá apontou, hoje (14), que Aécio tem 57% dos votos válidos de Minas Gerais, contra 43% de Dilma Rousseff. Se o número de eleitores for o mesmo do último dia 5, Aécio estará abrindocerca de 1,6 milhão de votos sobre a petista. Com um detalhe: Dilma começa a perder votos e a ter uma votação menor do que no primeiro turno.
A onda que levou o candidato presidencial Aécio Neves (PSDB) ao segundo turno permitiu ainda, três dias depois das eleições do dia 5 de outubro, que ele superasse a candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT), em Minas Gerais, onde chegou a cair para o terceiro lugar após a morte do ex-candidato presidencial Eduardo Campos (PSB), que foi substituído por Marina Silva.
No dia 5 de outubro, o tucano chegou a 39% da votação oficial contra 43% da petista. De acordo com o Instituto Veritá, Aécio tem agora 57% dos votos dos mineiros contra 43% de Dilma, o mesmo índice obtido por ela no primeiro turno.
Com 15,2 milhões de eleitores, o segundo maior colégio eleitoral, Minas representa 10% do eleitorado. O mesmo crescimento levou Aécio a superar Dilma no país, com 42% a 36%. A pesquisa foi realizada entre os dias 6 e 8 de outubro, depois de ouvir 5.165 eleitores nos 27 estados, dos quais 561 em Minas. Feita com recursos próprios, a sondagem está registrada no TSE sob o número BR-01067/2014. A margem de erro é de 1,4%. (Hoje em Dia)


NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
Por ocasião de debates anteriores, já observei neste blog que existe uma diferença entre ser o melhor e vencer o debate. Não adianta ter tido o desempenho mais robusto se o telespectador achar o contrário. Que Aécio teve uma performance superior à de Dilma no confronto da TV Bandeirantes da noite desta terça, isso me parece evidente. Seja porque argumentou com mais clareza — Dilma não é exatamente uma grande oradora —, seja porque procurou falar do país que teremos, não daquele que tivemos. Não que o PSDB precise se envergonhar de sua história. Afinal, um partido que tem no currículo o Plano Real, a estruturação do SUS e a criação dos programas depois apelidados de “Bolsa Família” pode se orgulhar de seu passado. Ocorre que o bem e o mal que tucanos e petistas fizeram ao Brasil ficaram para trás. Servem, sim, para instruir o futuro, mas não mais do que isso. Infelizmente — e lamento pelo país —, o PT luta apenas para contar uma versão dessa história — a sua. Parece não ter mais nada a oferecer.
O embate, desta feita, foi duro. O momento mais tenso foi quando Aécio pediu que Dilma olhasse nos seus olhos e disparou: “Não seja leviana. A senhora está sendo leviana”. A petista se calou. Ela o havia acusado de construir um aeroporto em terras de familiares, o que, de fato, é falso, já que a área tinha sido desapropriada. Tanto é assim que o Ministério Público recusou a denúncia criminal, e o Tribunal Superior Eleitoral proibiu que a campanha de Dilma explorasse o assunto no horário eleitoral.
A petista sacou o aeroporto quando ficou sem resposta diante das evidências de corrupção na Petrobras. Aécio acusou a adversária de não demonstrar indignação e cobrou uma, como direi?, inverdade que ela vive repetindo: a de que demitiu Paulo Roberto Costa da Petrobras. Não! Ele é que pediu demissão, e a ata que registra a sua saída o saúda pelos serviços prestados. O tucano poderia ter lembrado, adicionalmente, que ela deu um novo emprego a Nestor Cerveró depois que ele já havia deixado a empresa: o de diretor financeiro da BR Distribuidora. Segundo Costa e Alberto Youssef, Cerveró era o operador do PMDB na estatal.
Dilma usou também o Mapa da Violência para afirmar que, na gestão Aécio, o índice de homicídios disparou em Minas. É falso. Ele governou o Estado entre 2003 e 2010. No período, segundo o Mapa, os mortos por 100 mil habitantes caíram em Belo Horizonte de 57,6 para 34,9; no Estado, de 20,6 para 18,1. Não acreditem em mim, mas no documento citado por Dilma. Eles estão aí abaixo.

Porto em Cuba
Dilma se enrolou para explicar o financiamento, pelo BNDES, de um porto em Cuba. Não disse, afinal de contas, por que os dados dessa operação são considerados secretos. Afirmou que a ação foi benéfica para empresas brasileiras, sem conseguir explicar por que os portos aqui no nosso país estão em petição de miséria.
Mais uma vez, voltou a ser assombrada pela inflação e pela frase de seu secretário de política econômica, que sugeriu que os brasileiros trocassem carne por ovo ou frango. A candidata deixou boa parte dos telespectadores boiando quando afirmou que a inflação se explica em razão de um “choque de oferta” de carne e energia. Em português, ela quis dizer que esses são produtos escassos neste momento, mas que tudo vai passar. Curioso! O governista Delfim Netto já dava essa explicação em abril deste ano. Estamos em outubro. Naquele caso, o choque de oferta era de outros produtos. Pois é… De choque de oferta em choque de oferta, a inflação vai ficando. A ser assim, alguém ainda nos sugerirá que troquemos os ovos pelas moscas.
Mas isso tudo foi fichinha perto do espetáculo de sandices “no que se refere”, como diria Dilma, ao Bolsa Família e ao ensino técnico. Vejam os outros posts.
Há eleitores que votam em quem tem o melhor desempenho? Se há, Aécio pode comemorar. Até porque pegou Dilma no contrapé quando afirmou que parecia um debate entre dois candidatos de oposição. Afinal, ali estava a petista a prometer mudanças se reeleita. O que nunca entendi é por que não começa a mudar agora. Afinal, ela já é presidente da República.

NO BLOG DO JOSIAS

Seis meses após protagonizar uma desfiliação cenográfica dos quadros do PT, o deputado paranaense André Vargas ainda é identificado no portal da Câmara como um parlamentar petista. Até a estrela vermelha, banida da propaganda de vários candidatos da legenda, continua gravada na página que traz as informações sobre Vargas no site da Câmara.
André Vargas tornou-se um companheiro tóxico depois que foi pilhado num relacionamento monetário com o doleiro Alberto Youssef, estrela da Operação Lava Jato. No papel, o deputado virou um ex-petista em 25 de abril, dia em que entregou sua carta de desfiliação. “Sem partido, irei dedicar-me agora à minha defesa no Conselho de Ética…”, anotou.
O Partido dos Trabalhadores se absteve, porém, de requerer à Câmara a retirada de sua sigla e de sua logomarca da página do parlamentar. Mais: nos subterrâneos, o PT oferece proteção a Vargas na Câmara, manobrando para adiar a apreciação do pedido de cassação do parlamentar.
Já aprovado no Conselho de Ética, o processo deveria ter sido enviado ao plenário. Mas Vargas recorreu à Comissão de Constituição e Justiça. Que não consegue reunir o quórum mínimo para a apreciação do recurso.
Em maio, o PT protocolou no TSE uma ação de perda do mandato de André Vargas por infidelidade partidária. A petição era parte da encenação. Fazia supor que, após sufocar Vargas, obrigando-o a renunciar à vice-presidência da Câmara e a se desligar da legenda, o PT desejaria retomar-lhe o mandato. Era Teatro.
Em verdade, desejava-se atenuar o dano político que o relacionamento com Youssef causou a Vargas. Se fosse cassado na Câmara, o deputado ficaria inelegível. Perdendo o mandato na Justiça Eleitoral, o dano seria menor. Vargas manteria intactos os seus direitos políticos. Estaria livre para pedir votos já na eleição municipal de 2016. O caso encontra-se pendente de julgamento.
A encenação montada pelo PT não surtiu os efeitos desejados. Temia-se que a má reputação do deputado prejudicasse as campanhas de Dilma Rousseff ao Planalto, de Alexandre Padilha ao governo de São Paulo e de Gleisi Hoffmann ao governo do Paraná. Derrotados no promeiro turno, Padilha e Gleisi amargaram votações vexatórias. E Dilma se esforça para tourear os efeitos das revelações de um delator, Paulo Roberto Costa, que converte André Vargas em figurante do escândalo.


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