DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 14-10-2014

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
Publicado no Estadão
Para tentar impedir que o escândalo do mensalão e as denúncias de corrupção contra o governo respinguem sobre sua campanha pela reeleição, a presidente Dilma Rousseff vem alegando que concedeu à Polícia Federal (PF) total liberdade para investigar as denúncias de corrupção na Petrobrás, inclusive orientando-a a instaurar inquéritos criminais e a adotar medidas para acabar com o uso de caixa 2 pelos partidos políticos e esquemas de lavagem de dinheiro para financiar campanhas eleitorais.


NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
Após o uso dos Correios na campanha eleitoral do PT, Caixa e Serpro são alvo de acusação idêntica de funcionários. O Caixa-Mail, sistema interno de comunicação do banco, foi usado para espalhar acusações contra o candidato do PSDB. No Serpro, funcionária ligada ao PT, Ana Maria Amorim, mulher do ministro Celso Amorim (Defesa), disparou e-mail de teor eleitoral pró-PT na rede interna da repartição pública.
O e-mail eleitoral na Caixa, de posse desta coluna, repete a velha mentira de que o banco será “privatizado”, no caso de vitória tucana.
Ocupando boquinha no Serpro desde 2007, em seu email Ana Amorim compara os governos do PSDB e PT, usando dados não confirmados.
O Serpro desconversa, dizendo que “não pode monitorar e-mails internos”, mas não se fala em punição pelo uso eleitoral da rede.
O deputado federal tucano William Dib (SP) também foi procurado por funcionários da Caixa que denunciaram o uso eleitoral do Caixa-Mail.
Marina Silva deverá se reunir ainda esta semana com o candidato tucano Aécio Neves, a quem declarou apoio, para discutir seu papel na campanha no segundo turno.
LOROTA DESFEITA
A bancada do PMDB na Câmara se reúne quarta (15) para mostrar que não é assim tão “ampla”, como Dilma afirma na propaganda, o tamanho de sua base de apoio. O PT briga forte com o PMDB em dez Estados.
Por recomendação do marqueteiro e modista João Santana, Dilma substituiu o vermelho pelo azul, tentando transmitir a candura de Alice no País das Maravilhas. Faz sentido. Mas ficou parecendo tucana.
Derrotado na reeleição, o deputado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) vai retomar o cargo de delegado na Polícia Federal. Ele chefiou em 2008 a operação Satiagraha, que prendeu o banqueiro Daniel Dantas.
Além de não eleger mais da metade dos atuais parlamentares, Pros e Solidariedade só contarão com 15 deputados federais cada. Três federais não conseguiram nem sequer se eleger deputados estaduais.
A manobra deu certo, e a farsa do ebola ocupou as manchetes, em lugar da roubalheira da Petrobras detalhada pelos delatores. O africano adorou viajar e comer de graça. O que ele tinha era desnutrição aguda.
…ao tornar públicas as revelações dos delatores do Petrolão, o juiz Sergio Moro fez apenas o que Dilma, Petrobras e CPI viviam pedindo.

NO BLOG DO CORONEL
Em resposta às críticas do PT de que a Justiça do Paraná utilizou o período eleitoral para divulgar os depoimentos do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef, a Procuradoria Geral da República do Paraná divulgou nota nesta segunda-feira (13) dizendo que o processo é público e que os depoimentos obedeceram "aos prazos fixados para procedimentos de réus presos". 
Também nesta segunda-feira, o PT protocolou na Procuradoria Geral da República (PGR) e no Supremo Tribunal Federal (STF) pedido de acesso à delação premiada feita por Paulo Roberto Costa, que se mantém em segredo de Justiça. Em outra frente, o PT protocolou no Ministério Público do Paraná processo de difamação contra o ex-diretor.
"A atuação da Polícia Federal, do Ministério Público e do Poder Judiciário, nos procedimentos decorrentes da Operação Lava Jato, que tramitam perante a 13ª Vara Federal Criminal, é estritamente técnica, imparcial e apartidária, buscando adequadamente elucidar todos os fatos para, se for o caso, serem aplicadas punições a quem quer que sejam os responsáveis. Outras declarações prestadas pelos acusados, em procedimentos investigativos que não fazem parte deste processo, possuem regramento próprio e não podem ser confundidos com os interrogatórios da ação penal pública", diz a nota.
Segundo o Ministério Público Federal de Curitiba, o processo "segue preceitos legais". "Com o objetivo de informar a população, os membros do Ministério Público Federal (MPF) com atribuição perante a 13ª Vara Federal no caso Lava Jato vêm esclarecer que os procedimentos adotados nas investigações em curso e nas ações penais em instrução seguem os preceitos legais adotados em todas as situações similares na Justiça Criminal de primeiro grau em todo o país". 
Para o MPF, o processo não é sigiloso ou secreto, portanto, podendo ser "acessado por qualquer pessoa". "Os depoimentos colhidos nas ações penais como regra são públicos, no propósito de assegurar ao réu julgamento justo e imparcial, não secreto, bem como de garantir à sociedade a possibilidade de fiscalização e acompanhamento da atuação do Poder Judiciário e do Ministério Público. Como expressão do direito de defesa, no caso em questão, os réus tiveram a oportunidade de esclarecer, no término da fase de instrução processual, em seus interrogatórios, os fatos pelos quais estão sendo acusados. Desde maio deste ano o procedimento é público, e por esse motivo os depoimentos e suas gravações podem ser acessados por qualquer pessoa, sem restrição. Os depoimentos obedeceram aos prazos fixados para procedimentos com réus presos, os quais possuem o direito de serem julgados no menor prazo possível, independentemente de considerações externas ao seu processo. Eventual adiamento de atos poderia acarretar a soltura dos réus em decorrência de excesso de prazo, quando sua prisão foi decretada por estrita necessidade cautelar", diz a nota do MPF.
A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) saiu em defesa do juiz Sérgio Moro, que está à frente dos processos da Operação Lava-Jato na Justiça Federal do Paraná, e rebateu as acusações de que teria havido “vazamento” de depoimentos prestados na semana passada pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef, ambos em processo de delação premiada. A presidente Dilma Rousseff (PT) reclamou publicamente da divulgação dos depoimentos.
A Ajufe, em nota assinada também pela Associação Paranaense dos Juízes Federais (Apajufe), ressalta que a regra dos processos judiciais é que eles sejam públicos. A entidade observa também que as dez ações penais abertas no Paraná sobre o tema não estão protegidas por qualquer segredo judicial. Afirma que apenas os depoimentos no âmbito do procedimento de delação premiada são sigilosos e que “não se confundem com as declarações prestadas ou que ainda serão prestadas na referida ação penal, que são de caráter público”.
“Diante disso, declaramos total apoio e confiança no trabalho desenvolvido com zelo e responsabilidade pela Justiça Federal do Paraná a partir da investigação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal na denominada ‘Operação Lava Jato’. A AJUFE e APAJUFE não aceitam qualquer declaração que possa colocar em dúvida a lisura, eficiência e independência dos magistrados federais brasileiros”, diz a nota.
Costa e Youssef prestaram depoimento no âmbito de uma ação penal em que são acusados de desvio de recursos decorrentes de superfaturamento de contratos na Petrobras. Eles citaram que parte dos recursos eram desviados para PT, PMDB e PP. Os réus nominaram ainda um cartel de empreiteiras e pagamentos feitos por elas. Dilma, em entrevista na sexta-feira passada disse ser “muito estarrecedor” que se faça a divulgação de depoimentos como estes durante a campanha eleitoral e afirmou que as investigações não podem ser feitas com “manipulações políticas”. (O Globo)

Tempos difíceis no PT. Pesquisas qualitativas indicam que a presença de Lula nos programas de TV é mais negativa do que positiva para Dilma. A perda de votos é muito maior do que os ganhos. Por isso, João Santana "limou" Lula, retirando-o da campanha da reeleição. Ontem (13), o ex-presidente voltou com um depoimento antigo, por pressões internas. O depoimento é antigo propositalmente, para que não cause impacto. É apenas uma "cala boca" na "cumpanherada" que ainda acha que Lula pode salvar a eleição praticamente perdida. O próprio Lula, que de burro não tem nada, já está preservando a sua imagem para 2018. Largou o poste de mão. Recolheu-se ao silêncio, pois ouviu a voz das ruas.

O programa de TV da campanha da presidente Dilma Rousseff (PT) fez novos ataques ao economista Armínio Fraga, anunciado ministro da Fazenda caso Aécio Neves (PSDB) vença a eleição.No programa que foi ar na noite desta segunda-feira (13), um apresentador afirma que Armínio adotará medidas impopulares a mando de Aécio: "Armínio já sabe por onde começar, esvaziando a importância dos bancos públicos, que financiam desde pequenas empresas até uma série de programas sociais". 
O programa exibe trecho de uma entrevista de Armínio de julho de 2013 a Rodrigo Constantino, presidente do Instituto Liberal. O apresentador do PT dá ênfase ao trecho: "Provavelmente vai chegar a um ponto em que vai ficar claro até, talvez, que eles [bancos públicos] não tenham assim tantas funções. Não sei muito bem o que vai sobrar no final da linha, talvez não muito". 
A íntegra da entrevista está na internet. Nela, Armínio critica a atuação de BNDES, Caixa e Banco do Brasil --a considera excessiva, pouco útil ao desenvolvimento e sem transparência. Mas não sugere acabar com esses bancos. "Eles [os bancos públicos] tendem a ser capturados por interesses públicos e privados, alocar mal o capital e, com frequência, acumular prejuízos enormes", diz. "Essa área precisa de uma correção de rumo. Não estou advogando fechar o BNDES, mas penso que os bancos públicos precisam ser administrados com padrões mais rígidos", diz Armínio no trecho anterior à frase escolhida pelo PT. Noutra parte, Armínio critica os repasses do Tesouro ao BNDES: "Não tem gerado impacto no investimento".(Folha de São Paulo)

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
Prestem atenção a esta fala do ministro-chefe da Secretaria-geral da Presidência, Gilberto Carvalho:
“Atravessamos um momento delicadíssimo da nossa campanha. Plantou-se um ódio enorme em relação a nós. Eu não sei o que foi aquilo. Em São Paulo, estava muito difícil andar com o broche ou a bandeira da Dilma. Em Brasília, a cidade estava amarela, sem vermelho. O ódio tem sido construído com a gente sendo chamado de ladrão. Com frequência, a gente vem sendo chamado com desprezo. Estamos sendo chamados de um grupo de petralhas que assaltaram o governo”.
Opa! De “petralhas”, eu entendo, porque fui eu que inventei a palavra, né?, fundindo “petista” com “Irmãos Metralhas”, já lá se vão, atenção!, ONZE ANOS. Ouça bem, ministro Carvalho! Eu criei essa palavra há 11 anos, em 2003, na primeiro da gestão do seu partido à frente do governo federal. Ela já foi parar no Grande Dicionário Sacconi da Língua Portuguesa, como vocês podem ver abaixo.
Desde o primeiro dia, expliquei o sentido do vocábulo e deixei claro, o que está firmado em livro — “O País dos Petralhas I” (Editora Record) —, que nem todo petista é “petralha”, só aqueles que justificam o assalto aos cofres públicos em nome de uma causa. Apanhei que foi uma beleza! Ainda hoje, uma vasta rede de blogs, sites, revistas e publicações as mais xexelentas, todos fartamente financiados com dinheiro público, tem, entre suas missões, tentar me desqualificar.
Quando, em passado remoto, apenas 3% dos brasileiros consideravam o governo Lula ruim ou péssimo, eles sugeriam abertamente que eu deixasse o país, que eu me mudasse pra Miami, que eu fosse para a ponta do pavio. Quando a VEJA me convidou para hospedar este blog, que já existia, em 2006, vieram os vaticínios: “Vai durar pouco! Quem vai querer ler esse cara?”. Pois é. O blog recebe, em média, 350 mil visitas por dia, com picos de mais de 500 mil.
Criei o termo em 2003 porque pessoas vinham me contar coisas horripilantes sobre o que se passava nos bastidores do governo. Mas quem queria saber? “Direitista!”, gritavam. “Tucano!”, vociferavam. “Vendido!”, babavam. Fiquei na minha. No máximo, indagava se o lado vitorioso não costuma pagar sempre mais, se é que entendem a ironia. Aí veio o escândalo do mensalão. Aí veio o escândalo dos aloprados. Aí veio a primeira leva de acusações sobre desmandos na Petrobras. Aí vieram as lambanças no Dnit e assemelhados. Aí veio a compra da Refinaria de Pasadena. Aí vieram Paulo Roberto Costa, Alberto Youssef e cia.
A que “ódio” se refere Gilberto Carvalho? Eu criei a palavra “petralha”, mas eu não criei “os petralhas”. Tampouco os criou a população de São Paulo. A fala de Carvalho sugere que há uma repulsa artificial ao partido, não uma reação objetiva à forma como ele governa — que, ainda assim, conta com a aprovação de milhões, a estarem certas as pesquisas de opinião.
Infelizmente, o ministro se dedica, mais uma vez, à demonização de pessoas. Em junho, Dilma ainda vencia a eleição no primeiro turno, e Alberto Cantalice, vice-presidente do PT, resolveu criar uma lista negra de nove jornalistas, articulistas e comunicadores, encabeçada por mim — os outros são Diogo Mainardi, Augusto Nunes, Arnaldo Jabor, Demétrio Magnoli, Guilherme Fiuza, Lobão, Danilo Gentili e Marcelo Madureira —, que fariam mal ao Brasil. Não se ouviu um pio de protesto por aqui. Quem reagiu foi a organização internacional de defesa da liberdade de imprensa http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/reporteres-sem-fronteiras-a-mais-importante-entidade-internacional-de-protecao-ao-trabalho-de-jornalistas-critica-a-lista-do-pt-de-inimigos-da-patria/. Janio de Freitas, articulista da Folha, como sou, não criticou nem a lista nem o PT, mas a… Repórteres Sem Fronteiras.
O PT tenta posar de vítima de crime de intolerância — como se o partido fosse o exemplo acabado da… tolerância. É uma piada! Por que seria vítima? Já indaguei aqui: estamos diante de alguma vanguarda que desafia o statu quo? Os petistas constituem hoje os porta-vozes da luta de oprimidos que não têm outro canal para se expressar? A legenda representa algum valor de vanguarda que uma sociedade atrasada e reacionária se negaria a abrigar? Ora, ministro Gilberto Carvalho…
Dirijo, então, ao chefão petista as perguntas que fiz em minha coluna. Responda, ministro, por favor:
“É preciso assaltar os cofres públicos para conceder Bolsa Família? É preciso usar de forma escancaradamente ilegal os Correios para implementar o ProUni? É preciso transformar a gestão pública na casa-da-mãe-Dilma (como Lula, o pai, já a chamou) para financiar o Minha Casa, Minha Vida? Pouco importa o juízo que se faça sobre esses programas, a resposta, obviamente, é “não”. A matemática elementar nos diz que, com menos roubalheira, sobraria mais dinheiro para os pobres.”
A fala de Carvalho faz parte de uma ação coordenada do comando político do PT. O partido quer despertar o poder sempre forte — e violento — das falsas vítimas. Ódio, ministro Gilberto Carvalho, foi aquele destilado contra Marina Silva no horário eleitoral do seu partido, acusando-a, e o senhor sabe se tratar de uma mentira, de tentar retirar R$ 1,3 trilhão da educação. Ódio, ministro Gilberto Carvalho, foi aquele destilado no programa de Marina Silva, acusando-a de querer tirar a comida do prato dos brasileiros, e o senhor sabe se tratar de uma mentira, porque ela defendia a independência do Banco Central. E quem escreve aqui não é um admirador da líder da Rede, como sabem todos. Ódio é a pregação terrorista que se vê hoje na TV, agora contra Aécio Neves e FHC, fraudando números, mentindo de forma descarada, massacrando a história, distorcendo os fatos.
O PT inventou a corrupção?
Não! Eu nunca escrevi que o PT inventou a corrupção, até porque seria falso. É claro que não! Já havia antes. Está na Bíblia. Existia antes dela. A questão relevante, desde sempre, não está em ser ou não corrupto — em sendo, que o sujeito seja expelido da vida pública. A criação detestável e exclusiva do PT — e foi nesse contexto que surgiu a palavra “petralha” — é a suposta “corrupção do bem”, a suposta “corrupção necessária”, a suposta “corrupção libertadora”. Esse relativismo, diga-se, está absolutamente adequado ao amoralismo das esquerdas históricas. Stálin, por exemplo, era, a seu modo, incorruptível. Ele só não se importava em matar inocentes — inclusive ex-camaradas de jornada — para consolidar o seu poder.
Se parte considerável da população alimenta hoje um sentimento de repulsa em relação ao PT, isso não se deve a suas qualidades. Não conheço ninguém, e acho que ninguém conhece, que deixe de votar no partido por causa dos ditos “programas sociais” — que eu, no meu rigor, chamo de medidas compensatórias; se eu fosse de esquerda, diria até que são contrarrevolucionárias, como devem achar o PSOL, o PCO e o PSTU. Segundo a lógica perturbada das esquerdas, eles têm razão, não é mesmo?
Se o PT expulsasse da legenda os condenados por corrupção ativa, entre outros crimes, em vez de chamá-los de “heróis do povo brasileiro”, talvez a reação da população fosse outra.
E ainda lhe dou um conselho, senhor Carvalho: não sei se sua candidata ganha ou perde a eleição. Como o senhor sabe, torço para que ela perca. Mas, caso vença — certamente seria por margem bem estreita —, pense que será preciso governar depois. E chegar ao fim do mandato. Vocês perderam a mão e a leitura da realidade.
Ah, sim: Carvalho estava em Pernambuco, num encontro com ditos “movimentos sociais”, que divulgaram em seguida um manifesto em favor de Dilma. Muitos dos signatários são grupamentos fartamente financiados com… verbas federais. Carvalho ainda não percebeu que é crescente o número de pessoas que já não suportam esse procedimento. Justo ele, o encarregado de “falar com a sociedade”. É que Carvalho integra aquele grupo de homens que não entende que possa existir uma “sociedade” fora dos interesses do petismo.
E há!
As pessoas estão se opondo ao PT, senhor ministro, porque, de fato, não aguentam mais os “petralhas”. Sim, eu criei o termo, mas vocês criaram a espécie.
Espalhem este artigo. Vamos fazer o debate.

O caso é o seguinte. Quatro empresas de fachada do doleiro Alberto Youssef receberam, em suas respectivas contas, depósitos totalizando R$ 33,5 milhões, feitos por empreiteiras que mantêm negócios com a Petrobras. Tanto Youssef como o engenheiro Paulo Roberto Costa explicaram à Polícia Federal, ao Ministério Público e à Justiça como funcionava o esquema de desvios: as empresas eram selecionadas para tocar obras, com direcionamento feito já no edital de licitação. Escolhidas, eram obrigadas a embutir no contrato o valor da propina — de 3%, segundo Costa; 2% dos quais iriam para o PT. As empreiteiras recebiam da Petrobras — tudo, aparentemente, conforme a lei — e depois entregavam o dinheiro aos chamados operadores de cada legenda: PT, PP e PMDB.
Esses operadores pegavam uma parte da grana para si e entregavam o resto aos respectivos partidos. Paulo Roberto confessa que era o operador do PP, em parceria com Youssef. O do PT, diz ele, era Renato Duque, diretor de Serviços — este nega a acusação e promete processá-lo. Nestor Cerveró seria o homem do PMDB.
Bem, seja como for, uma coisa é fato: um grupo de empreiteiras depositou dinheiro nas empresas de fachada de Youssef e agora terá de se explicar. Na sexta, em despacho, o juiz Sérgio Moro, responsável pelo processo que resultou da Operação Lava Jato, listou 12 empreiteiras que fizeram esses depósitos, afirmou haver “indícios veementes” de que as empresas do doleiro eram fantasmas e só serviam à lavagem de dinheiro e informou que a Polícia Federal já abriu inquérito para “apurar a origem, natureza e finalidade de transferências bancárias”. Foi dado às depositantes um prazo de cinco dias para prestar esclarecimentos.
Entre as intimadas estão algumas das maiores empreiteiras do país e fornecedoras da estatal, como o Consórcio Mendes Junior/MPE; o consórcio Rnest, capitaneado pela Engevix; duas empresas do grupo OAS, a Galvão Engenharia, o consórcio Sehab e a Coesa Engenharia. Também fazem parte da lista as empresas Treviso, Piemonte e Jaraguá Equipamentos Industriais.
Vejam a lista dos depósitos:
- depósitos de R$ 8.530.918,57 na conta da GFD Investimentos por parte da empresa Piemonte Empreendimentos Ltda.;
- depósitos de R$ 4.400.000,00 na conta da GFD Investimentos por parte da empresa Treviso Empreendimentos Ltda.;
- depósitos de R$ 2.533.950,00 na conta da GFD Investimentos por parte de Consórcio Mendes Júnior MPE SE;
- depósitos de R$ 3.021.970,00 na conta da GFD Investimentos por parte de Mendes Jr. Trading e Engenharia;
- depósitos de R$ 4.317.100,00 na conta da MO Consultoria por parte de Investminas Participações S/A;
- depósitos de R$ 3.260.349,00 na conta da MO Consultoria por parte de Consórcio RNEST O. C. Edificações, capitaneado pela empresa Engevix Engenharia S/A;
- depósitos de R$ 1.941.944,24 na conta da MO Consultoria por parte de Jaraguá Equipamentos Industriais;
- depósitos de R$ 1.530.158,56 na conta da MO Consultoria por parte de Galvão Engenharia S/A;
- depósitos de R$ 619.410,00 na conta da MO Consultoria por parte de Construtora OAS Ltda.
Cade
O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), ligado ao Ministério da Justiça e conduzido por Vinicius Marques de Carvalho, um petista de coração (ele diz não ser mais de carteirinha), decidiu que era hora de mexer. Até que enfim, né?
O órgão informou que pediu acesso aos depoimentos e a documentos da Operação Lava Jato para averiguar se não há indícios de formação de cartel. Muito sagazes esses rapazes! Só resta indagar agora por que demoraram tanto.

NO BLOG DO ALUIZIO AMORIM
Eduardo Cunha, o líder do PMDB na Câmara dos Deputados.

“Não vejo dificuldade nenhuma de se posicionar em apoio a um futuro governo Aécio”, afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo o líder do partido na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), reeleito no último dia 5 de outubro.
O primeiro sinal nesse sentido será dado nesta segunda-feira, 13, quando a bancada deve se reunir em Brasília para discutir se tomará alguma posição oficial neste segundo turno da corrida presidencial, entre Aécio e a presidente e candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT).
Ao contrário da direção nacional da legenda, presidida por Michel Temer, vice da petista, a opção que deve prevalecer é a da neutralidade. “A bancada está literalmente dividida e por isso não tenho que me posicionar. Eu almejo continuar como líder e, se eu quero isso, tenho que satisfazer a bancada”, ressaltou o deputado. Segundo ele, a divisão da bancada reflete a divisão do PMDB nacional.
Cotado para a disputa pela presidência da Câmara em 2015, posto cuja posição do presidente eleito no dia 26 deverá ser determinante, Cunha evita se posicionar individualmente sobre a corrida presidencial. Mas afirma que Aécio representa mais o desejo de mudança da população.
“O que vai decidir é que existe um desejo de mudança e esse desejo tem sido expressado pelos números do Aécio, que representa a rejeição a ela. Tem que levar em conta que quem é Dilma, já votou na Dilma, ou seja, ela agrega muito pouco para o segundo turno. Agora, qualquer mudança se dará no debate”.
Segundo Cunha, se Dilma for reeleita, a posição do partido terá de ser avaliada. “Não deixamos de integrar a base do governo, mas optamos pela independência. Tanto que não indicamos nomes para substituir ministros. Essa nossa postura vai ter que ser conversada porque é uma decisão inclusive de quem vota na Dilma”, ressaltou.
Um eventual apoio do PMDB ampliaria a base parlamentar de Aécio, que vem crescendo com os apoios que tem recebido nos últimos dias. Somando-se a coligação de Aécio com os peemedebistas e os partidos que declararam apoio ao tucano nos últimos dias, como os da coligação presidencial da candidata derrotada Marina Silva (PSB, PPS, PPL, PRP, PHS e PLS), o PV de Eduardo Jorge e o PSC de Pastor Everaldo, ela chegaria a 232 dos 513 deputados. Sua coligação elegeu 138 deputados. Do site Diário do Poder
MEU COMENTÁRIO: Um já provável Governo Aécio Neves, confirmando-se a tendência exaustivamente revelada em todas as sondagens eleitorais por diferentes institutos de pesquisa, não terá de maneira nenhuma a configuração à qual os políticos se acostumaram ao longo de duas décadas do PT no poder.
Jocosamente apelidada de "base alugada" justamente pelo volume de corrupção e cargos em troca de apoio congressual, esse "blocão', já começou a derreter e fatalmente obrigará uma mudança no "modus operandi" dos parlamentares, mormente sob o governo de Aécio Neves.
Das urnas, já no primeiro turno, veio o aviso muito claro da maioria do eleitorado. Somando-se os votos auferidos por Aécio e Marina Silva, quase 55% dos eleitores brasileiros repudiam o PT.
A par disso, queira-se ou não, houve uma renovação do Congresso. O jogo de forças no Congresso, nestas alturas, já não é mais o mesmo. 
Pela reportagem que transcrevo acima já se vê o lobby do PMDB atuando na grande imprensa brasileira de forma a aplainar o caminho para que esse partido continue mantendo sujeito aos seus interesses qualquer governo.
Todavia, como frisei, embutido nos votos dos primeiro turno, há uma clara advertência dos eleitores de que não concordam com "bases alugadas" e o festival do toma lá dá cá. E isto, como já se envidenciou pela postura do candidato Aécio Neves, indica que o ciclo do PT realmente encerra-se com esta eleição e isto implicará um novo comportamento de deputados e senadores.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 10/12/2023 - DOMINGO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 05/8/2023 - SÁBADO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 2ª EDIÇÃO DE 08/4/2024 - SEGUNDA-FEIRA