DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 06-10-2014

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
Aécio Neves começou a cruzar a fronteira do segundo turno no momento em que ignorou o palavrório de marqueteiros poltrões, assumiu o comando da própria campanha, declarou guerra à corrupção impune e se transformou no candidato do Brasil indignado com o clube dos cafajestes no poder. Os 35 milhões de brasileiros que votaram no candidato do PSDB desmontaram o embuste forjado por Lula e seus cúmplices para desfigurar a paisagem eleitoral enfim escancarada pelas urnas. Confiantes no triunfo da mentira, Dilma e seus devotos estão com cara de Felipão depois daquele jogo contra a Alemanha.
Além do Getúlio Vargas de picadeiro e da protetora de bandidos que finge combater, os 34% obtidos por Aécio derrotaram os blogueiros canalhas, os parteiros de boatos infamantes, os assassinos da honra alheia, os comerciantes da base alugada, os colunistas sabujos, os analistas de araque, os milicianos da esgotosfera e os fabricantes de profecias encomendadas. Ao longo desse duelo com a tribo dos sem-vergonha, o senador mineiro também ministrou uma aula de tenacidade, coragem e altivez aos aliados pusilânimes e eleitores que se vergam a malandragens tramadas por qualquer Maquiavel de chanchada.
Candidatos confrontados com tantos reveses sucessivos costumam sucumbir ao desânimo. Aécio não parou de sonhar com a arrancada improvável ─ e sobreviveu à epidemia de descrença. Depois do índice que alcançou neste 5 de outubro, a credibilidade dos institutos de pesquisa não é superior à de uma bola de cristal. Mas os ibopes da vida são duros na queda, e os videntes de acampamento cigano não se emendam. Logo estarão de volta, prontos para ampliar o acervo de equívocos bisonhos e/ou suspeitíssimos, sempre amplificados com bandas e fanfarras por jornais e emissoras de televisão.
Quem continuar caindo no conto da pesquisa tem o dever de acreditar que existem duendes, que Dilma é uma sumidade como oradora e que Lula está escrevendo um livro. Anotem: nas usinas de porcentagens, a candidata a mais um mandato vencerá a disputa do segundo turno da primeira do primeiro ao último minuto da campanha. Só será derrotada por Aécio no dia da eleição.

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
A Operação Lava Jato, há seis meses, revelou Alberto Youssef como o megadoleiro que subornou o vice-presidente da Câmara, André Vargas (ex-PT), e grande parte do poder político, e ainda fez a Polícia Federal meter na cadeia Paulo Roberto Costa, ex-diretor corrupto da Petrobras. Apesar disso, um acordo tácito na CPI e CPMI da Petrobras não força a convocação de Youssef para depor. É que todos temem a sua língua.
Alberto Youssef é o verdadeiro “homem-bomba”, temido por 9 em cada 10 políticos. Alguns deles frequentadores da CPI e da CPMI.
Enquanto Paulo Roberto Costa, que Lula chama de “Paulinho”, atuava nos altos escalões, Alberto Youssef cuidava do “varejo” da corrupção.
Política é para profissionais, e essa regra pode explicar o desempenho final arrebatador de Aécio Neves (PSDB), a quase cinco pontos percentuais da presidenta Dilma (PT). Explica também a perplexidade do PT. Aécio fez Marina (PSB) derreter como alternativa de oposição, e chega ao segundo turno oferecendo a empolgação como pedra de toque da sua campanha. Será um 2º turno de tirar o fôlego.
Os institutos de pesquisas deveriam explicar por que erraram tanto em vários estados e nas previsões da votação de Aécio Neves.
Na última pesquisa de intenção de votos, Aécio Neves aparecia com, no máximo, 27%; quase dez pontos a menos do que obteve.
O candidato tucano Aécio Neves planeja visitar a família e a viúva do falecido governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB). Ele sabe que o apoio do PSB e de Marina Silva será fundamental no 2º turno.
A revista Época confirma em sua edição desta semana uma informação publicada nesta coluna em 16 de junho: além de contas na Suíça, Paulo Roberto Costa tem contas no paraíso fiscal de Hong Kong.
Autoridades devidamente identificadas por distintivos foram vistas furando as longas filas em seções eleitorais de Brasília, sob escolta policial. É a “carteirada de urna”.
Quando se viu na iminência da derrota, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) ameaçou o eleitorado: confirmada a derrota, ele seguiria a carreira de cantor.

NO BLOG DO CORONEL
O Congresso em Foco apresenta aqui em primeira mão a lista dos deputados federais eleitos no Distrito Federal e nos 26 estados brasileiros. Os resultados ainda estão sujeitos a alteração se candidatos com o registro atualmente negado pela Justiça eleitoral – como o ‘ficha suja’ Paulo Maluf (PP-SP) – conseguirem reverter essa decisão. Mas o quadro das candidaturas pendentes não tem possibilidade de alterar de maneira significativa a distribuição das cadeiras entre os partidos.
Os resultados eleitorais disponíveis mostram que o número de partidos com representação na Câmara – e, de tabela, no Congresso Nacional – aumentará de 22 para 28. O PT, com 18 deputados a menos, foi o partido que mais perdeu parlamentares. Quem mais ganhou foi o PSDB, cuja bancada subiu de 44 para 55 integrantes. 
Um aspecto importante é que vários ex-deputados federais voltarão ao Parlamento como o mais votado de seus respectivos estados. É o caso de Moroni Torgan (DEM-CE), Alberto Fraga (DEM-DF) e Celso Russomano (PRB-SP), o deputado federal mais votado no Brasil, com mais de 1,5 milhão de votos.
Outra peculiaridade da disputa para a Câmara é a grande votação alcançada por políticos conservadores, como Jair Bolsonaro (PP-RJ) e Luiz Carlos Heinze (PP-RS), ambos os mais votados em seus estados.
Veja como é hoje e como ficará a composição partidária da Câmara dos Deputados a partir de 1o de fevereiro, data de início da nova legislatura.
PT – tinha 88 – elegeu 70
PMDB – tinha 71 – elegeu 66
PSDB – tinha 44 – elegeu 55
PP – tinha 40 – elegeu 37
PSD – tinha 45 – elegeu 37
PR – tinha 32 – elegeu 34
PSB – tinha 24 – elegeu 34
PTB – tinha 18 – elegeu 26
DEM – tinha 28 – elegeu 22
PRB – tinha 10 – elegeu 20
PDT – tinha 18 – elegeu 19
SD – tinha 22 – elegeu 16
PSC – tinha 12 – elegeu 12
Pros – tinha 20 – elegeu 11
PPS – tinha 6 – elegeu 10
PCdoB – tinha 15 – elegeu 9
PV – tinha 8 – elegeu 8
Psol – tinha 3 – elegeu 5
PHS – nenhum – elegeu 4
PEN – tinha 1 – elegeu 3
PMN – tinha 3 – elegeu 3
PTN – nenhum – elegeu 3
PRP – tinha 2 – elegeu 2
PTC – nenhum – elegeu 2
PSDC – nenhum – elegeu 2
PRTB – nenhum – elegeu 1
PSL – nenhum – elegeu 1
PTdoB – tinha 3 – elegeu 1.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
Os respectivos pronunciamentos feitos pelos três principais candidatos à Presidência da República refletem o que foi a campanha até aqui e os lances, vá lá, até certo ponto dramáticos destes últimos dois meses, mormente depois da queda do avião que conduzia Eduardo Campos, no dia 13 de agosto. Começo por aquele ao qual se deve dar mais atenção no momento. Marina Silva, candidata derrotada do PSB, leve como há muito tempo não se via, sorridente, com ar pacificado, acenou com o apoio ao tucano Aécio Neves. Reproduzo trecho de sua fala:
“Sabemos que o Brasil sinalizou que não concorda com o que está aí, e sabemos que uma boa parte do Brasil, desde 2010, vem dando sustentação a uma mudança que seja qualificada. A postura que eu tive quando não foi aceito registro da Rede pode ser uma tendência. Eu assumi um compromisso com a mudança indo apoiar o Eduardo Campos (…) O Brasil sinalizou que não concorda com esse projeto, que quer uma mudança qualificada, temos uma clareza do que representamos. Nós vamos fazer essa discussão, os partidos individualmente, e depois vamos dialogar, mas, estatisticamente, a sociedade mostra isso, não há de tergiversar com o sentimento de 60% dos eleitores”
Ora, as palavras fazem sentido, não é mesmo? Marina, assim, deixa claro, com todas as letras, que tanto Aécio Neves, do PSDB, como ela própria representam a mudança. É cedo para dizer se ela vai dar um apoio formal ao candidato tucano, mas a sua fala parece apontar para isso. E que fique claro: na nova ou na antiga políticas, um apoio no segundo turno não implica, necessariamente, se comprometer com o futuro governo. Aliás, o primeiro turno de uma eleição pede o voto da convicção; o segundo, o da possibilidade, De resto, Marina não deve ignorar que a sua meteórica ascensão, logo depois de se fazer candidata, se deu com os votos daqueles que estavam interessados em apear o PT no poder. Parte deles voltou ou migrou para Aécio. Mas um mesmo sentimento une os dois eleitorados.
Aécio também fez um aceno à união, embora não tenha se referido diretamente a Marina Silva — e nem seria o caso. Disse: “A minha primeira constatação é que este sentimento de mudança amplamente presente no Brasil foi vitorioso no primeiro turno. Os candidatos de oposição somados foram vitoriosos, tiveram a maioria dos votos. E é isso que nós temos que buscar agora no segundo turno. Eu me sinto extremamente honrado em ser o representante desse sentimento nessas três semanas que nos separam da eleição”, afirmou.
O tucano mandou a mensagem também a Pernambuco, que votou esmagadoramente com Marina e elegeu um senador do PSB: “A ele [Eduardo Campos], aos seus ideais e aos seus sonhos também, a minha reverência. E nós saberemos transformá-los em realidade. Portanto, é hora de unirmos as forças. A minha candidatura não é mais a candidatura de um partido político ou de um conjunto de alianças. É um sentimento mais puro de todos os brasileiros que ainda têm capacidade de se indignar, mas principalmente a capacidade de sonhar”.
Aécio sabia bem, enquanto falava, que, mesmo no PSDB, ele chegou a ser, num dado momento, um dos poucos que ainda acreditavam. Não tergiversou em nenhum momento, não fraquejou, não desanimou. Enfrentou, sim, Marina Silva — afinal, havia uma única vaga em disputa no segundo turno, mas foi um confronto leal.
Dilma Rousseff, a presidente-candidata do PT, certamente surpresa — com o seu desempenho bem abaixo do que indicavam as pesquisas, e com o de Aécio bem acima —, foi a que transmitiu mais tensão no discurso, no tom e na aparência. Mesmo no que deveria ser uma fala de agradecimento, percebeu-se, mais uma vez, a pregação do medo. Disse: “O povo brasileiro não quer de volta o que nós podemos chamar de fantasmas do passado, que quebraram esse País três vezes, com juros que chegaram a 45%, desemprego massivo, arrocho salarial e jamais promoveram, quando tiveram a oportunidade, políticas de inclusão social e redução da desigualdade”.
Bem, o Brasil não quebrou três vezes; o aumento real de salário mínimo foi maior nos governos FHC do que no da própria Dilma, e o controle da inflação significou, com o Plano Real, uma das medidas mais efetivas em favor da inclusão social de que se têm notícia. Mas não me estenderei sobre isso agora. O que foi verdadeiramente notável no discurso da presidente foi a promessa de que ela fará um governo diferente. Insistiu muito que será uma gestão nova, com ideias novas e pessoas novas. Chegou a afirmar que entendeu o recado das urnas. Ou por outra: Dilma prometeu que, se reeleita, não dará continuidade ao governo… Dilma!
Já deu para sentir o que vem por aí. Aécio, com o possível apoio de Marina, tentará fazer uma disputa sobre o futuro do país, e Dilma insistirá em travar uma batalha de versões sobre o passado. O eleitor terá de optar entre os discursos progressista e reacionário.

Vamos lá. É claro que os institutos de pesquisa terão de se perguntar o que deu tão errado desta vez. E não há como disfarçar, ainda que queiram. Para a sua própria credibilidade, melhor fazer um mea-culpa e rever o método. Adicionalmente, os responsáveis devem voltar a atuar com mais discrição, opinando menos, dando menos entrevistas, abstendo-se de fazer previsões, ocupando-se mais de sua ciência. Há, sim, um maior número de acertos do que de erros quando se consideram as eleições presidenciais e as disputas estaduais. Ocorre que os erros não são nem corriqueiros nem irrelevantes. Um dia antes da eleição, o Datafolha, por exemplo, antevia que Dilma Rousseff obteria 44% dos votos válidos; o tucano Aécio Neves, 24%, e Marina Silva, do PSB, 22%. Contabilizadas as urnas, Dilma ficou com 41,59%, e Marina, com 21,32%. Sem dúvida, estão na margem de erro, de dois pontos para mais ou para menos. Mas Aécio marcou 33,55% nas urnas — 7,55 pontos acima da margem superior de erro prevista pelo Datafolha. Como votaram 115.122.611 pessoas, estamos falando de um universo de 8.691.757 eleitores.
Olhemos agora o Ibope de sábado: Dilma, dizia o instituto, teria 46% dos votos válidos; Marina, 24%, e Aécio, 27%. Só a peessebista está de acordo com a previsão. Com 41,49%, Dilma obteve 2,1 pontos a menos do que a margem inferior de erro, que era de 44%, e Aécio, com os seus 33,55%, 4,55 pontos a mais do que a margem superior, que era de 29%. Nesse caso, o erro remete a 5.238.078 eleitores.
Atenção! O ibope divulgou uma pesquisa no dia 2, feita, informou-se, entre os dias 29 e 1º. Contados os votos válidos, a diferença entre Dilma e Aécio era de escandalosos 23 pontos: 45% a 22% para ela. Computadas as urnas, três dias depois, os 23 pontos do Ibope eram, de fato, 8,04 pontos. Os institutos dizem trabalhar com um intervalo de confiança de 95% — isto é, se repetida 100 vezes, em 95, os números colhidos estariam dentro da margem de erro. No caso, os dois não deram sorte e caíram justamente nas cinco possibilidade em 100 de errar.
Tudo bem: a gente pode acreditar que existiu uma onda, uma bolha, seja lá como se queira chamar. É uma forma de tentar jogar a responsabilidade pelo erro de cálculo nas costas do eleitor. O fato é que esse não é o único erro, né? Vejam o caso do Rio Grande do Sul. Entre 1º e 3 de outubro, o Ibope colheu os seguintes votos válidos no Estado: 40% para Tarso Genro, do PT; 31% para Ana Amélia, do PP, e 23% para José Sartori, do PMDB. E o que se viu? 40,4% para Sartori; 32,57% para Tarso e apenas 21,79% para Ana Amélia. O Datafolha, também um dia antes da eleição, não se se deu muito melhor: 36% para o petista e 29% para os dois outros. O ibope voltou a errar feio a boca de urna também. Atribuiu 29% ao candidato que obteve 40,4%.
Na Bahia, um dia antes da eleição, o Ibope informou que o petista Rui Costa e o democrata Paulo Souto estavam empatados, com 46% das intenções de votos válidos. Lídice da Mata, do PSB, teria 5%. E o que saiu das urnas? 54,53% para o petista e apenas 37,39% para o candidato do DEM.
Há erros para todos os gostos, não é? Em São Paulo, o Ibope previu, um dia antes da eleição, que o governador tucano Geraldo Alckmin seria reeleito com 57% dos votos válidos, contra 24% de Paulo Skaf, do PMDB, e 14% de Alexandre Padilha, do PT. O Datafolha, apontou, respectivamente, 59%, 24% e 13%. O que se viu nas urnas? O tucano obteve 57,31% dos votos, e Skaf, 21,53% — dentro do margem de erro dos dois institutos. Mas Padilha ficou acima do que apontavam ambos, com 18,22%. Segundo o Datafolha, José Serra teria 50% dos votos válidos para o Senado, e Eduardo Suplicy, 37%. No Ibope, o tucano aparecia com ainda menos: 48%, e o petista, com 36%. Suplicy ficou com 32,53%, e Serra, com 58,49%. A diferença não foi nem de 13 nem 12 pontos, mas de 25,96. O Datafolha captou, sim, a virada de Fernando Coelho (PSB) na disputa pelo Senado em Pernambuco, contra o petista João Paulo: cravou 52% a 45%. Mas o peessebista venceu por 64,34% a 34,8%.
Esses são apenas alguns erros, os mais salientes. Há, sim, outros. Não estou entre aqueles que querem criar dificuldades para a divulgação de pesquisas, até porque é inegável que elas, no geral, captam os grandes movimentos de opinião pública, Ocorre que elas falam em nome de uma ciência, com margem de erro, com intervalo de confiança, e os institutos, pois, devem explicações mais sérias do que simplesmente atribuir seus erros de percepção a uma mudança de humor do eleitorado.
Mais: é preciso que a gente considere que números, quando divulgados, interferem nas estratégias dos partidos, alteram a formação de palanques, criam dificuldades ou facilidades para arrecadar recursos, animam ou desanimam a militância. O que fazer? De saída, sugerir a todos mais prudência. Uma semana antes da eleição, tentou-se até criar onda afirmando que Dilma, por exemplo, poderia vencer a disputa no primeiro turno…
A minha primeira sugestão é que as empresas controladoras dos institutos proíbam seus técnicos em pesquisa de se comportar como analistas políticos. Como diria Fernando Pessoa, não existe técnica fora da técnica.

Vejam este mapa, em que o vermelho indica os Estados em que Dilma Rosseff (PT) venceu; o azul, aqueles em que o vitorioso foi Aécio, e os amarelinhos, os que Marina conquistou:
Votos de pessoas beneficiadas e não-beneficiadas por políticas assistencialistas valem igualmente. Ainda bem! Assim deve ser numa democracia. Votos de pessoas mais sujeitas e menos sujeitas às chantagens oficiais valem igualmente. Ainda bem! Assim deve ser numa democracia. Votos de pessoas suscetíveis a pregações terroristas e não suscetíveis valem igualmente. Ainda bem! A democracia não tem de criar restrições para o livre exercício da escolha. Mas isso não nos impede de fazer um diagnóstico.
O PT já é o maior partido de grotões do Brasil democrático em qualquer tempo. Querem ver? Dilma venceu em 15 Estados: oito estão no Nordeste, quatro no Norte, dois no Sudeste e um no Sul. Essas três exceções parecem negar a tese, mas só a confirmam. Explico por quê. Em Minas, a petista teve 43,48%, não tão distante de Aécio Neves, com 39,75%; Marina obteve 14%. No Rio, a candidata do PT alcançou 35,62%, quase o mesmo tanto da peessebista, com 31,07%; o tucano chegou a 26,84%. Os gaúchos deram à presidente-candidata 43,21%, quase o mesmo tanto que ao senador mineiro: 41,42%. Vale dizer: a vantagem do petismo não é acachapante.
Onde é que Dilma, de fato, fez a diferença e arrancou a primeira colocação: em oito estados nordestinos — a exceção é Pernambuco — e nos quatro nortistas. Nesse grupo, pasmem, a sua menor marca foi Alagoas, com 49,95%, e a maior foi no Piauí, o segundo estado com os piores indicadores sociais do país: 70,6%. A segunda maior foi no Maranhão, com 69,56% — sim, é a unidade da federação socialmente mais perversa. Assim, os dois Estados que oferecem a pior qualidade de vida à sua população são os mais “dilmistas”. Atentem para o desempenho da petista nos demais, em ordem decrescente: Ceará: 68,3%; Bahia, 61,4%; Rio Grande do Norte, 60,06%; Paraíba, 55,61%; Sergipe, 54,93%; Amazonas, 54,53%; Pará, 53,18%, Amapá, 51,1% e Tocantins: 50,24%.
Aécio obteve a sua melhor marca em Santa Catarina, com 52,89% dos votos, seguido por Paraná, com 49,79%. O Mato Grosso vem em seguida, com 44,47%, e eis que surge São Paulo, com 44,22%. O Estado deu a Aécio 10.152.688 dos seus 34.897.196 votos — isso corresponde a 29% do total; quase um terço. Minas, até agora, está em falta com Aécio. São Paulo não! Azulou de vez. Vejam o mapa.
O Distrito Federal, que conhece bem o PT porque governado pelo partido e porque muito próximo de Dilma, deu à presidente o seu menor percentual: só 23,02%; o segundo menor foi justamente o colhido em terras paulistas: 25,82%.
Dois mapas ajudam a comprovar o que aqui se diz. Vejam o que aconteceu na Bahia — nas áreas em vermelho, o PT venceu:
Agora vejam Minas. Como se nota, é a “Minas Nordestina” — ou baiana — que vota majoritariamente com Dilma.
Muito bem! Aonde quero chegar? É evidente que os petistas colhem hoje os seus melhores resultados nas regiões do país que são mais dependentes do Bolsa Família. Isso não quer dizer, é evidente, que o programa tenha de acabar. Quer dizer apenas que ele precisa existir não como instrumento de um partido, mas como uma política de estado. Não é segredo para ninguém que, pela terceira eleição consecutiva, o terrorismo correu solto nas áreas mais pobres do país: “Se a oposição ganhar, o Bolsa Família vai acabar”. Ora, não era exatamente esse o sentido da campanha eleitoral do PT quando se referia à independência do Banco Central por exemplo? Se vier, assegura-se por lá, haverá fome. É um disparate.
Eis aí mais uma impressionante ironia da história, não é? O PT, que nasceu para ser o partido das massas urbanas trabalhadoras, é hoje uma legenda que se enraíza nos grotões e que arranca a sua força do subdesenvolvimento minorado pela caridade de Estado transformada em moeda política. Há uma grande diferença entre ter o voto dos pobres e chantagear os pobres com o discurso do medo.

PT – 3 estados
- Fernando Pimentel (MG);
- Rui Costa (BA);
- Wellington Dias (PI)
PMDB – 3 estados
- Paulo Hartung (ES);
- Renan Filho (AL);
- Marcelo Miranda (TO)
PSB – 3 estados
- Jackson Barreto (SE);
- Paulo Câmara (PE);
- Chico rodrigues (RR)
PSDB – 2 estados
- Geraldo Alckmin (SP);
- Beto Richa (PR);
PDT – 2 estados
- Pedro Taques (MT);
- Waldez Goes (AP)
PSD – 1 Estado
- Raimundo Colombo (SC)
PCdoB – 1 Estado
- Flavio Dino (PCdoB)
Estados onde haverá segundo turno e quem vai disputá-lo:
- Rio Grande do Sul: José Sartori (PMDB) X Tarso Genro (PT);
- Rio de Janeiro – Luiz Fernando Pezão (PMDB) X Marcelo Crivella (PRB);
- Paraíba – Cassio Cunha Lima (PSDB) X Ricardo Coutinho (PSB);
- Rio Grande do Norte – Henrique Alves (PMDB) X Robinson Faria (PSD);
- Ceará – Camilo Santana (PT) X Eunício Oliveira (PMDB);
- Distrito Federal – Rodrigo Rollemberg (PSB) X Jofram Frejat (PR);
- Mato Grosso do Sul – Delcídio Amaral (PT) X Reinaldo Azambuja (PSDB);
- Rondônia – Confúcio Moura (PMDB) X Expedito Jr (PSDB);
- Amazonas – Eduardo Braga (PMDB) X José Melo (PROS).
- Goiás – Marconi Perillo (PSDB) X Iris Rezende (PMDB).
- Acre – Tião Viana (PT) X Marco Bittar (PSDB);
- Pará – Helder Barbalho (PMDB) X Simão Jatene (PSDB);
Vejam agora em quantos e em quais estados cada partido disputa o segundo turno:
PMDB – 8 estados: RS, RJ, RN, RO, CE, GO, AM e PA.
PSDB – 6 Estados: PB, MS, RO, GO, PA e AC
PT – 4 Estados : CE, RS, MS e AC
PSB – 2 Estados: PB e DF
PRB – 1 Estado: RJ
PR – 1 Estado: DF
PROS – 1 Estado: AM
PSD – 1 Estado – RN.

NO BLOG DO ALUIZIO AMORIM
A MAIORIA DOS ELEITORES É CONTRA O PT
No texto que segue, a Folha de São Paulo tenta salvar o DataFolha, instituto que pertence ao Grupo empresarial que controla o jornal. Todavia, o próprio DataFolha, como também o Ibope, mostram que Dilma venceria em São Paulo. Não há nada que justifique esse erro, se é que isso se pode considerar como um “erro”. Na imagem acima, do site UOL, a totalização final dos votos. Somando-se os votos de Aécio com os de Marina Silva, tem-se o total de 54,87%, ou seja, mais da metade dos eleitores brasileiros que rejeitam o governo do PT! Esta é a verdade e os números não mentem jamais!
Leiam o que diz o site do jornal:
O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, surpreendeu e ficou em segundo lugar na corrida ao Palácio do Planalto com 33,62% dos votos válidos. Com 99,34% das urnas apuradas, Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, ficou em primeiro lugar com 41,55% dos votos válidos, o pior desempenho do PT em 12 anos.
Já Marina Silva (PSB), que desidratou na reta final, ficou em terceiro com 21,29% dos votos.
A virada de Aécio na reta final da eleição tem forte influência no maior colégio eleitoral do país. No Estado de São Paulo, com quase 32 milhões de eleitores (22,4% dos 142,8 milhões de eleitores), o senador Aécio Neves conquistou mais de 10 milhões de votos, cerca de 44,25% dos votantes.
Considerado fora do jogo depois da morte de Eduardo Campos, o tucano ressurgiu das cinzas e garantiu na última hora a lógica da política brasileira desde 1994, com a polarização PT-PSDB, destaca a colunista da FolhaEliane Cantanhêde.
Já presidente Dilma teve desempenho próximo ao de Marina Silva no maior no Estado. A petista teve cerca de 5,9 milhões, ante 5,7 milhões da pessebista. Em 2010, quando Dilma disputou à Presidência com o ex-governador de São Paulo José Serra, eleito hoje senador com mais de 11 milhões de votos com 99,90% das urnas apuradas, a petista teve 46,9% dos votos.
Já em Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral e Estado natal dos candidatos Aécio Neves e Dilma Rousseff, a petista levou a melhor. Com 99,99% das urnas apurados no Estado, Dilma teve 4,8 milhões de votos contra 4,4 milhões do tucano.
Na disputa estadual, Marina Silva venceu no Acre (Dilma ficou em segundo, e Aécio na sequência) e em Pernambuco (muito colada a Dilma, e Aécio ficou com míseros 5,9%) —o resto dos Estados do Nordeste ficou com a Dilma.
No consolidado do país, trata-se do pior desempenho do desde 2002, quando o ex-presidente Lula disputou à Presidência. Naquele ano, Lula teve 45,4% dos votos contra Serra. Quatro anos depois, Lula obteve 48,6% em disputa com Geraldo Alckmin (PSDB).
Para o diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino, os resultados parciais das eleições vão ao encontro das últimas pesquisas feitas pelo Datafolha.
"O Aécio [PSDB] é mais forte para enfrentar Dilma [PT] no segundo turno. Fizemos um estudo e vimos que a curva de crescimento dele é maior que a de Marina [PSB], pois tem menos eleitores que não votariam de jeito nenhum nele. Mas vamos esperar o resultado das urnas", diz Paulino. Do site da Folha. de S. Paulo

Os jornalões e as emissoras de TV estão tentando salvar os institutos de pesquisa, particularmente o Ibope e o DataFolha, quando repetem feitos papagaios que Aécio Neves surpreendeu levando a eleição para o segundo turno. Trata-se de uma estratégia para revestir de verdade uma armação sórdida, ou seja, que Aécio Neves estaria empacado na faixa de no máximo 20%. É claro que isso prejudicou de maneira brutal o candidato da oposição, pois desempenho ruim nas pesquisas afasta apoiadores, retira o candidato do topo do noticiário sobre a campanha e dá munição para que seja desidratado pelos "famosos” analistas políticos dos jornalões.
Só para se ter uma ideia, aqui em Santa Catarina os institutos davam Dilma disparada na frente e Aécio Neves teve uma vitória avassaladora, contabilizando 52,89% dos votos dos catarinenses. Já em São Paulo, também concediam à Dilma um índice generoso de quase 40%. Aécio em São Paulo obteve 49,79% dos votos contra 25,81% conferidos à Dilma.
Enquanto estou escrevendo estas linhas, os números ainda podem variar ligeiramente quando for encerrada a totalização dos votos. Mas esses índices servem como exemplo dessa barbaridade toda. Tanto é que em São Paulo, embalados pelos índices das pesquisas, os penas alugadas do PT nos jornalões e emissoras de TV se ocupavam em deixar transparecer que o PSDB paulista tinha abandonado Aécio Neves e espalhavam à farta a cizânia nas hostes oposicionistas. 
VOLTA POR CIMA
Por outro lado, depois que o acidente que matou Eduardo Campos aconteceu, a candidata Marina Silva foi elevada aos céus. O enterro do defunto Campos foi explorado de forma vergonhosa como um espetáculo político. Depois disso Aécio Neves foi praticamente abandonado pelos iluminados da grande imprensa nacional e passou a comer o pão que o diabo do PT amassou.
Só o fato de Aécio Neves não ter baixado a cabeça e acreditado em si mesmo já o qualifica para postular o mais alto cargo da Nação. Afinal, um Chefe de Estado, primeiro, tem de acreditar em si mesmo! Não pode ser um medroso, um tipo de personalidade fracote e titubeante. E nesse aspecto Aécio Neves deu pra matar. Ao invés de baixar a cabeça, mandou ver e não tirou o pé da estrada, enquanto os tarados ideológicos penas alugadas do PT se esmeravam em desqualificá-lo banindo-o, praticamente, do noticiário político enquanto os institutos de pesquisa, dentre eles os festejados 'Data Falha' e 'Ibopetralha', o lançavam ao fundo do poço.
E agora o resultado está aí. Aécio Neves deu a volta por cima, embora, a rigor, tenha sido vítima de um autêntico crime eleitoral. O erro das pesquisas - se é que se pode denominar essa coisa de erro - foi brutal, escandaloso, pérfido! 
Todavia, o resultado da “pesquisa da urna” está aí. Mesmo assim, a patrulha do PT que controla as redações da grande imprensa nacional não irá render-se à evidência. Há pouco dava uma olhada, por exemplo, na Globo News, e lá estavam os tais analistas políticos coordenados pela Lo Petralha, tendo na bancada o Rei do Camaroti, e aquela outra balofa de Brasília, a deitar falação. No mais estavam tentando ajustar os ponteiros, claro, em favor do PT, embora os resultados no Brasil inteiro sejam francamente contra o PT, de repúdio mesmo a esse partido do mensalão e do petrolão.
PENAS ALUGADAS
Por certo, agora virá a Folha de São Paulo, procurando chifre em cabeça de burro. Tentarão - aguardem - desqualificar Aécio Neves até não poder mais. Com mais de 40 anos de jornalismo eu sei muito bem o que estou dizendo. Os leigos, infelizmente, não lêem, e nem poderiam ler jornal ou ver televisão como nós jornalistas. Folha de S. Paulo, Estadão (tirante os editoriais) redes de televisão e rádios com raras e conhecidas exceções, estão completamente aparelhados pelos jornalistas militantes do PT. São eles que controlam tudo e perdem, inclusive, a noção do ridículo, como fez a Folha de S. Paulo na véspera da eleição ao abrir duas fotos enormes na capa, parte superior, para mostrar que um músico de subúrbio negara o cumprimento a Aécio Neves. E por aí vai. 
Se eu fosse o assessor da campanha de Aécio Neves, jamais deixaria que isso acontecesse. Compraria com prazer uma briga com essas ratazanas de redação de jornal. E como já afirmei inúmeras vezes aqui neste meu blog que divido com os milhares de leitores que me honram, redação de jornal, com raras exceções é composta de psicopatas, histéricos, maconheiros, depravados, vadios, picaretas, safados e mentirosos. Só para se ter uma ideia, a Federação Nacional dos Jornalistas e os sindicatos dessa categoria, estão todos vinculados à CUT. Essas entidades se constituem em valhacoutos de comunistas dinossauros até pelo aspecto físico. Um bando de idiotas totais. Sem falar nos cursos de jornalismo, antros de lavagem cerebral dos estudantes que depois acabam nas redações dos jornais para produzir esse monte de lixo asqueroso.
O POVO NÃO É BOBO
O resultado desse primeiro turno eleitoral caiu como uma luva. E isso, confesso, me alegra porque estou vendo que a grande maioria dos brasileiros já sentiu o cheiro de carne queimada. A ficha começou a cair. Leitores e telespectadores estão vendo as coisas com outros olhos. Importante é salientar que a internet, os blogs independentes e as redes sociais são uma bênção. E é por isso que os petralhas querem porque querem “controlar a mídia”. É por isso que criaram o tal “Marco Civil da Internet”. Eles querem impor a censura à mídia e, pasmem, para tanto têm o apoio da maioria dos jornalistas, da sua Federação e sindicatos. Jornalistas apoiando a censura é mais uma jabuticaba. Não passarão! O povo não é bobo, como dizia o velho refrão das passeatas do século passado. E não é bobo mesmo. Tanto é que o resultado das urnas dá um tremendo chega pra lá no PT.
Até aqui não falei na Marina Silva. Pois bem. Chegou a hora dela mostrar realmente a que veio. Se correr para os braços do Lula outra vez, estará liquidada politicamente para sempre. Quem pode lhe dar um sopro de vida política nesta altura do campeonato é Aécio Neves. Marina Silva, velha de guerra dos seringais sabe melhor do que ninguém como agem os comunistas. 
Em suma: temos pela frente uma nova eleição presidencial. Tudo zerado e espaços iguais em programas de televisão e debates, sem a aporrinhação de nanicos verdes, vermelhos e esquálidos.
O futuro do Brasil está nas mãos do povo brasileiro. Aécio Neves é o timoneiro.


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