DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 04-10-2014

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
São tão graves as revelações do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que seu acordo de “delação premiada” com o Ministério Público Federal prevê seu ingresso “imediato” no “programa federal de proteção ao depoente especial”. Isso foi incluído no acordo para garantir sua segurança, de sua mulher, de duas filhas e genros, caso qualquer um venha a ser ameaçado seriamente pelos delatados.
O acordo de delação premiada deixa explícito que nem o próprio delator terá cópias dos depoimentos e provas que cedeu ao MPF.
O ministro Luiz Figueiredo (Relações Exteriores) adora alimentar sua birra contra diplomatas, na maioria jovens, que se expressam em suas páginas pessoais no Facebook criticando o atual governo ou apoiando a oposição. Em jantar recente com diplomatas na embaixada do Brasil em Washington, ele se queixou de novo desses colegas e disse textualmente: se Dilma ganhar, não poderia “aproveitar esse pessoal”.
A perspectiva de reeleição de Dilma provoca nervosismo no Itamaraty, ante os indícios de que o País caminha para um certo “chavismo light”.
A guinada de Dilma se une à “regulação da mídia” – fantasia petista de inspiração fascista – que ela prometeu a blogueiros que a bajulam.
Luizianne Lins (PT) tem um motivo a mais para trabalhar por Eunício Oliveira (PMDB), candidato a governador. O suplente dele é Waldemir Catanho, carne e unha com a ex-prefeita de Fortaleza.
Vítima da omissão do nosso governo, e mantido 452 dias em cubículo na embaixada do Brasil em La Paz, o ex-senador Roger Pinto Molina vê numa derrota de Dilma chance de, finalmente, obter refúgio político.

NO BLOG DO CORONEL
A Petrobras deixou de ser a maior empresa do Brasil em valor de mercado na última segunda-feira (29), depois que as ações da empresa caíram 11% na Bolsa de Valores. Com isso a Ambev, avaliada em 253 bilhões de reais, voltou a ser a maior companhia — posto que ocupava até março deste ano. 
Até o dia 30 de setembro, as ações da estatal acumulam, apenas no governo Dilma, queda de 162,2 bilhões de reais em valor de mercado, ou 43%. É como se a Petrobras tivesse perdido mais que "um Bradesco" em menos de quatro anos, ou seis vezes a empresa TIM, por exemplo, de acordo com dados da consultoria Economatica.
A estatal tem vivido um ano de altos e baixos na Bolsa. Investidores passaram a apostar nos papéis da empresa em março, quando as primeiras pesquisas de intenção de voto mostravam a presidente Dilma Rousseff com um baixo nível de aprovação e um alto nível de rejeição entre os eleitores. Se contabilizadas as perdas apenas até março deste ano, somam 73%. Isso significa que o brasileiro que investiu 1.000 reais em papéis da empresa em 2008, tinha em março apenas 270 reais.
Com a aproximação das eleições, tanto as ações da empresa quanto a de todas as estatais se valorizaram, com investidores apostando numa mudança de governo. Alvo de corrupção e ingerência, a Petrobras atingiu no governo Dilma o título de empresa de petróleo mais endividada do mundo, com uma dívida de 300 bilhões de reais — maior, inclusive, que seu valor de mercado.
Em 2013, o governo federal desembolsou um recorde de R$ 24,5 bilhões para pagar Bolsa Família para famílias de baixa renda. Para chegar ao valor que a Petrobras perdeu nesses quase quatro anos, seriam necessários 6,6 desembolsos desse valor – ou quase o que o programa já despendeu desde sua criação, em 2003. (Informações de VEJA)

Desde 2003, como ministra das Minas e Energia, depois como presidente do Conselho de Administração, ministra chefe da Casa Civil e Presidente da República, é Dilma quem tem a última palavra na Petrobras. Na sua gestão, uma organização criminosa, segundo ministro do STF, passou a agir dentro da estatal.
Em 10 de dezembro de 2009, a Petrobras assinou um contrato de R$ 3,1 bilhões com um consórcio formado pelas empreiteiras Odebrecht e OAS. O contrato, classificado como “reservado” pela estatal, a que ÉPOCA teve acesso, previa que o consórcio trabalharia na construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Foi uma grande vitória para as duas empreiteiras, duas das maiores do país. 
Mesmo para os padrões delas, era um senhor contrato. Foi também uma vitória especial para três dos personagens que tornaram viável. Dois deles estavam na cúpula da Petrobras: Paulo Roberto Costa, diretor de Abastecimento, indicado por PP, PMDB e PT, e Renato Duque, diretor de Serviços, indicado pelo PT. O terceiro personagem estava na Odebrecht: o engenheiro Rogério de Araújo, diretor da empreiteira. Ele assinou o contrato. 
Segundo Paulo Roberto confessou aos procuradores que investigam esquemas de corrupção na Petrobras, e ÉPOCA agora revela com exclusividade, o contrato foi superfaturado, num percentual entre 18% e 20%, de maneira a assegurar o pagamento de propina aos envolvidos. Eram pagamentos a funcionários da Petrobras, como ele e Duque; a lobistas que atuaram no negócio; e, finalmente, a diretores das empreiteiras. 
O contrato, disse Paulo Roberto, só foi fechado após um acerto entre ele e Araújo, o diretor da Odebrecht. O acerto previa pagamento de propina a Paulo Roberto em paraísos fiscais – e o compromisso de “colaboração” financeira às campanhas dos partidos da base aliada, que asseguravam o aparelhamento político na Petrobras.
CLIQUE AQUI e leia a íntegra da reportagem da Época.

Os trackings da campanha tucana apontaram hoje, pela primeira vez, para a virada e para Aécio Neves rumando célere para o segundo turno. Hoje os levantamentos fecharam assim:
Dilma Rousseff 37% ( caiu dois pontos)
Aécio Neves 24% (subiu três pontos)
Marina Silva 21% (caiu três pontos)
Há uma forte subida de Aécio em Minas, São Paulo e Rio de Janeiro. Em São Paulo, é impressionante a virada. O número de indecisos aumentou para 12% depois do debate da Globo. Os eleitores pesquisados informam que querem votar em quem tiver mais chances de derrotar o PT. O sentimento anti-PT é crescente.
A preocupação, agora, é demonstrar para estes indecisos que Aécio é, efetivamente, como provou ontem no debate da Globo, o nome que pode derrotar o PT. Para isso, o trabalho nas redes sociais é fundamental para o que o tucano consolide a ida ao segundo turno.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
Por Robson Bonin, na VEJA.com:
Durante muito tempo, o doleiro Alberto Youssef e o engenheiro Paulo Roberto Costa formaram uma dupla de sucesso nos subterrâneos do governo. Enquanto Paulo Roberto usava suas poderosas ligações com os altos escalões do poder e o cargo na diretoria de Abastecimento da Petrobras para desviar milhões dos cofres da estatal, Youssef encarregava-se de gerenciar a bilionária máquina de arrecadação que era usada para abastecer uma trinca de partidos e corromper políticos importantes. Paulo Roberto era o articulador, o cérebro da organização. Youssef, o caixa, o banco. Um apontava os caminhos para assaltar a estatal. O outro era o encarregado dos malabarismos contábeis para fazer o dinheiro chegar aos destinatários da maneira mais segura possível, sem deixar rastros. Em março deste ano, quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Lava-Jato, que tinha o objetivo de desarticular um esquema de lavagem de dinheiro, a dupla caiu na rede. O que ninguém imaginava — nem mesmo os policiais — é que, a partir das informações dadas pelos dois criminosos, uma monumental engrenagem de corrupção, talvez a maior de todos os tempos, começaria a ruir.
VEJA revelou que Paulo Roberto Costa, o primeiro a assinar o acordo de delação com a Justiça, entregou às autoridades o nome de mais de trinta políticos envolvidos no esquema de corrupção na Petrobras, entre eles três governadores, seis senadores, um ministro de Estado e pelo menos 25 deputados federais, além de Antonio Palocci, o coordenador da campanha presidencial de Dilma Rousseff em 2010, que pediu 2 milhões de reais ao esquema. O ex-diretor forneceu o nome dos corruptos que se locupletavam do dinheiro desviado e das empreiteiras que contribuíam com a arrecadação da propina — um golpe já considerado letal na estrutura da organização criminosa. Se as revelações do ex-diretor — muitas ainda desconhecidas — já provocaram um cataclismo, o que está por vir promete um efeito ainda mais devastador. Alberto Youssef, o caixa, decidiu seguir o parceiro e contar o que sabe. E, nas palavras do próprio doleiro, o que ele sabe “vai chocar o país”.
Além de confirmar que o dinheiro desviado da Petrobras era usado para sustentar três dos principais partidos da base aliada — PT, PMDB e PP —, Youssef se colocou à disposição para fechar o elo da cadeia de corrupção, fornecendo as contas no exterior, as datas de remessa e os valores repassados a políticos e autoridades que ele tinha como clientes. Youssef disse às autoridades que, durante o tempo em que operou o banco da quadrilha, por quase uma década, tomou o cuidado de esconder em um local seguro documentos que mostram a origem e o destino das cifras bilionárias que movimentou. É o que ele garante ser a verdadeira contabilidade do crime — um inventário que está escondido em um cofre ainda longe do alcance das autoridades brasileiras. O acervo é tão completo que incluiria até os bilhetes das viagens que demonstrariam o que os investigadores já apelidaram de “money delivery”, o dinheiro entregue em domicílio.

NO BLOG DO ALUIZIO AMORIM
O doleiro Alberto Youssef, alvo da Operação Lava Jato, está entregando ao Ministério Público Federal farta documentação para comprovar todas as revelações de sua delação premiada.
Youssef começou a depor quinta-feira, 2, está depondo nesta sexta,3, vai depor sábado e domingo, ininterruptamente. Não há prazo para terminar.
Ele sabe muito, vai apontar empreiteiras, empresários, políticos. Um investigador disse que “uma contribuição desse tamanho ninguém sabe onde ela vai parar”.
Os procuradores querem informações sobre pelo menos 750 contratos públicos que têm as digitais de Youssef, 17 deles relativos a empreendimentos da Petrobrás, na gestão de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da estatal.
Quando a Lava Jato foi deflagrada, em março, a Polícia Federal encontrou em poder do doleiro relatório intitulado “planilha de projetos”, documento que mostra indícios de que Youssef intermediou 750 projetos entre grandes construtoras e órgãos públicos, no período de fevereiro de 2009 a maio de 2012. A planilha revela movimentos do doleiro em setores da administração pública.
Somados, os valores referentes a estes contratos ultrapassam a “casa dos bilhões”, segundo relatório da PF. Pelo menos 17 contratos da Petrobrás para grandes empreendimentos nas áreas de refinarias e gás teriam tido a participação do doleiro, suspeita a PF.
A investigação aponta, preliminarmente, que Youssef recebeu comissões no valor aproximado de R$ 160 milhões no âmbito dos 17 contratos com a Petrobrás.
A força tarefa de procuradores da República quer saber quem são os contatos do doleiro nos órgãos públicos, por onde ele circulou, quem recebeu propinas, contas para onde foram transferidos valores ilícitos. Ele tem documentos de cada transação. No acordo de delação premiada comprometeu-se a entregar todos os registros.
A cada situação que apontar, a cada contrato que fizer menção, a cada episódio de corrupção e lavagem de dinheiro que confessar, Youssef se compromete a juntar documentação para comprovar o que diz. “Dessa vez o interesse público vai ser muito bem atendido”, avalia um investigador.
A delação de Youssef será “infinitamente mais robusta” que a delação do ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto Costa – o executivo fez uma sucessão de depoimentos e apontou pelo menos 32 parlamentares como supostos beneficiários de propinas.
A grande diferença das delações de Youssef e de Costa é que o doleiro vai enriquecer seus relatos com papéis, registros de operações ilícitas.
A delação do doleiro será mais robusta e mais longa que a de Costa. Não tem previsão para acabar.
Um investigador reiterou que “o que vai ser diferente (em relação à delação de Costa) é que ele (Youssef) vai apresentar documentação”. Do site do Estadão

NO BLOG ALERTA TOTAL
A véspera do dia seguinte
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Véspera de eleição é dia de chover no molhado. Ainda mais nesta que é a mais estranha eleição dos últimos tempos. O surreal Brasil está cheio de problemas de difícil solução. Apesar disto, a complicada Dilma Rousseff aparece como favorita – com risco até de vencer no primeiro turno (conforme ontem a mídia argentina fazia previsões). A “oposição” é uma piada séria. O governo, uma tragicomédia... Tudo sem graça!
As pesquisas eleitoreiras cumpriram direitinho o papel de induzir a opinião. Domingo vamos para a dedada obrigatória na urna eletrônica de resultado inconfiável, porém inquestionável pelo dogmático “judiciário eleitoral” (que a nossa cínica retórica tem o desplante de chamar de “justiça”). Eis a sina do País do jeitinho que transforma a delação criminosa em “colaboração” premiada para punir, no final das contas, apenas alguns bodes expiatórios “menos votados”. Os mais votados seguem no poder...
Domingo à noite acaba uma novela e começa outra com o mesmo enredo e os mesmos personagens sem talento para atuar no triste roteiro adaptado ao pragmatismo cínico que vigora na politicagem brasileira. Antes disso, 142.822.046 eleitores (reais, fantasmas ou multiplicados por fraudes) poderão experimentar a ilusão, compulsória a cada dois anos, de que tudo vai mudar para continuar a mesma coisa. Independentemente do vencedor, o Brasil já está perdido. Padecemos da maldição de viver no Pretérito do Futuro com a máscara de vanguarda do atraso.
As elites brasileiras (aqueles que, em tese, deveriam ser os melhores entre os melhores) não conseguem definir o rumo estratégico para o País. As classes dirigentes se comportam como “zelites” (escatológica categoria que se confunde com a famosa marca de vaso sanitário). A classe média trabalha, feito escrava, para pagar impostos e ter a ilusão do acesso a algum consumo. As classes economicamente baixas, maioria decisiva, com visão pragmática, imediatista e consumista, escolhem os governantes que lhes dão (ou apenas prometem) alguma benesse. O coitadismo clientelista vence a meritocracia do trabalho, do estudo, da produção e do empreendedorismo honesto.
O Brasil se transforma em uma grande penitenciária onde os cidadãos de bem são forçados a sobreviver em regime prisional semiaberto ou na ilusão de uma nada confortável “prisão domiciliar”. A maioria da sociedade veste sua imaginária tornozeleira eletrônica e segue deixando a vida lhe levar... Já os corruptos (de todas as classes) vivem numa melhor. Saem vencedores no processo que “legitima” o Governo do Crime Organizado na conjuntura sem Justiça.
Por isso, domingo, parte da ansiedade deste sábado se desfará. Até lá, aguardemos com as perguntas. Será que Dilma Rousseff vence no primeiro turno? Será que o Aécio Neves vai ultrapassar a Marina Silva para que os tucanos possam enfrentar os primos petistas? Ou será a Princesa Verde da Floresta quem vai encarar a Bruxa Vermelha do Planalto? 
Antes da resposta fatal, talvez seja mais divertido embarcar no aerotrem do Levy Fidélix, de preferência no vagão cor de rosa do Orgulho Homossexual... Mas a viagem só tem graça se puder pagar com o cartão do Bolsa Família (aquele mesmo que ajuda a comprar o voto)... Assim a véspera do dia seguinte fica mais animada, principalmente para os idiotas, que são muitos, e elegem o pior entre os mais ruins...
Nos embalos noticiosos de sábado à noite, ninguém se surpreenda se as últimas pesquisas vierem com os seguintes números: Dilma Rousseff 39%; Aécio Neves e Marina Silva, empatados ou empacados, em 22%... Numerologia perfeita para uma aposta maluca no Cassino Eletrônico das Urnas Eletrônicas sem direito a recontagem de voto...
(...)

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