DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 24-9-2014

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
Instituída no governo Lula, a política externa da canalhice foi encampada com muita animação por Dilma Rousseff. Ao longo de oito anos, o padrinho sempre escolheu o lado errado. Nesta terça-feira, ao baixar em Nova York, a afilhada confirmou que nunca perde alguma chance de envergonhar o país que presta. Ao comentar a ofensiva militar americana contra o Estado Islâmico, Dilma solidarizou-se com a turma da caverna e garantiu que, embora não pareça, até decepadores de cabeças aceitam convites para um diálogo civilizado. “Lamento enormemente os ataques na Síria”, recitou em dilmês primitivo. “Nos últimos tempos, todos os últimos conflitos que se armaram tiveram uma consequência: perda de vidas humanas dos dois lados”.
O choro de Dilma depende da nacionalidade do morto. Ela não derramou uma única e escassa lágrima pelas incontáveis vítimas do bando de fanáticos. Não deu um pio sobre a decapitação ─ em ritos repulsivos filmados pelos carrascos e transformados em programas de TV ─ de dois jornalistas e um agente humanitário. Não emitiu nenhum sinal de desconforto com os massacres intermináveis, os estupros selvagens, a rotina da tortura, a pena de morte por heresia aplicada a quem não se subordina aos dogmas da seita. A presidente só “lamenta enormemente” a perda de aliados na guerra irremediavelmente perdida que move desde a juventude contra o imperialismo ianque.
Erguido durante a entrevista coletiva convocada pela doutora em nada, o monumento ao cinismo foi implodido por uma nota subscrita por Ban Ki-Moon, secretário-geral da Organização das Nações Unidas. Além de endossar os bombardeios americanos, Ki-Moon lembrou que os devotos da barbárie só serão contidos por mais operações militares semelhantes às executadas pelos Estados Unidos. Sem ter lido o documento, Dilma avisou que o besteirol seria reprisado em seu discurso na ONU. Caso cumpra a promessa, todos os presentes entenderão por que um representante do governo de Israel, inconformado com o ostensivo apoio do governo lulopetista ao Hamas, qualificou o país de “anão diplomático”
Entre o governo constitucional paraguaio e o presidente deposto Fernando Lugo, Dilma escolheu o reprodutor de batina. Também se juntou aos patifes da vizinhança na conspiração que afastou do Mercosul o Paraguai e permitiu a entrada da Venezuela chavista, fez todas as vontades do bolívar-de-hospício que virou passarinho, arranjou até um estoque de papel higiênico para adiar o naufrágio de Nicolás Maduro, curvou-se aos caprichos do lhama-de-franja que reina na Bolívia, presenteou a ditadura cubana com o superporto que o Brasil não tem e transformou a Granja do Torto em residência de verão de Raúl Castro. Fora o resto.
O apoio enviesado ao Estado Islâmico é também uma prova de coerência. Só poderia agir assim quem fez há pelo menos 12 anos a opção preferencial pela infâmia.

O médico Milton Pires enviou à coluna, nesta terça-feira a carta abaixo reproduzida. É um relato sucinto das perseguições movidas pela direção do Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Porto Alegre, contra um profissional que pensar com independência — e dizer sem medo o que pensa. A mais recente abjeção foi consumada neste 22 de setembro: baseados em acusações difusas, inconsistentes ou mesquinhas, formuladas por testemunhas anônimas, os comandantes da instituição comunicaram a Milton Pires a decisão de suspendê-lo por 60 dias. Confiram:


NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
O influente ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, a quem o ex-presidente Lula chama de “Paulinho”, entregou mais de 60 pessoas em seu acordo de delação premiada, mas por enquanto apresentou provas ou indícios concretos contra apenas 37, dos quais 11 são senadores. Os delatados integram os poderes Executivo e Legislativo, segundo fonte do Ministério Público Federal.
Os 11 senadores delatados pelo ex-diretor da Petrobras, todos ainda no exercício do mandato, representam 13,5% do Senado Federal.
Já vazaram os nomes dos senadores Delcídio Amaral (PT-MS) e Edison Lobão (ministro de Minas ) e Renan Calheiros, estes do PMDB.
A maioria dos delatados pelo ex-diretor tem foro privilegiado. Só podem ser investigados sob autorização do Supremo Tribunal Federal (STF).
O foro privilegiado pode tirar o Petrolão das mãos do juiz federal Sérgio Moro, a menos que os ministros do STF decidam mantê-lo no caso.
Dias depois de tentar impedir a circulação da revista IstoÉ, que o citou como envolvido no escândalo do Petrolão, o governador do Ceará, Cid Gomes, agora é acusado pela oposição de pressionar o jornal Diário do Nordeste a tirar do ar o blog do conceituado jornalista Roberto Moreira – que noticiou uma reunião na qual seu irmão Ciro Gomes teria ofendido o candidato a governador Camilo Santana (PT), que a dupla apoia.
Em vez de censurar notícias, o governador do Ceará deveria trabalhar para reverter fatos como o de um cearense ser morto a cada 2 horas.
Cid Gomes deixou o governo para fazer campanha eleitoral, enquanto 176 dos 184 municípios se encontram em estado de calamidade.
Vítima da truculência de Cid Gomes, IstoÉ comprovou com fotos suas relações com o ex-diretor da Petrobras, que ele disse nunca “ter visto”.
Se seu candidato perder a disputa pelo governo do Ceará, como indicam as pesquisas, o “coronel” Cid Gomes tentará censurar a proclamação dos resultados?
Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, e Antonio Augusto Figueiredo Basto, deverão abandonar a defesa de Alberto Youssef, após a decisão do megadoleiro – sob forte pressão da família – de fazer delação premiada para tentar reduzir a pena.
Youssef se habilitou à delação premiada há dez dias, após sua mulher e as filhas concluírem que dificilmente ele escaparia de pena elevada, e o convenceram a seguir o mesmo caminho do ex-diretor da Petrobras.
Sites de notícias confirmaram ontem, ao longo do dia, a decisão do doleiro Alberto Youssef de fazer delação premiada. Mas, como é habitual, que coisa feia, não contaram que leram o “furo” nesta coluna.
A contadora Meire Poza revelou à Justiça Federal do Paraná, no último dia 15, que após a prisão de Alberto Youssef empreiteiras se cotizaram para manter seu escritório e pagar seus advogados.
Presidente da República por dois dias, Ricardo Lewandowski foi de carro despachar no Planalto, do outro lado da Praça dos Três Poderes. Quando assumiu a presidência, o colega Marco Aurélio preferiu ir a pé.
O presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB), não quer nem ouvir falar no ex-presidente Lula, que gravou vídeo de apoio à candidatura do seu adversário Robinson Faria (PSD) ao governo potiguar.

NO BLOG DO NOBLAT
Procura-se Edison Lobão, o ministro das Minas e Energia
23.09.2014 17:57
Roga-se aos bons corações que informem o paradeiro de Edison Lobão, ministro das Minas e Energia de Dilma Rousseff, desaparecido desde que seu nome foi citado por Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, como envolvido no escândalo de corrupção que abalou a empresa e o governo.
No Maranhão, seu Estado, Lobão não está. Pelo menos não é visto há mais de um mês por lá. Em Brasília, muito menos.
O governo apenas se limita a informar que Lobão entrou de férias. Está, por ora, em lugar incerto ou não sabido.
Quando nada, Dilma entrará para a História como a presidente que inventou dois tipos curiosos de ministros: o desaparecido, no caso Lobão. E o ministro demissionário no exercício do cargo.
Guido Mantega, da Fazenda, é um raro exemplar da segunda espécie.
Um dia desses, pressionada por jornalistas, Dilma, além de chamar um ou outro de "querido", anunciou que Mantega não fará parte do seu segundo governo. Se ela tiver segundo governo, é claro.
Desde então, Mantega parece ministro, é tratado pelos que ainda o frequentam como ministro, tem direito às mordomias de ministro, mas está ministro. Não é ministro.
Edison Lobão (Imagem: AE)


NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
A estupidez da política externa brasileira não reconhece limites.
Não recua diante de nada.
Não recua diante de cabeças cortadas.
Não recua diante de fuzilamentos em massa.
Não recusa diante da transformação de mulheres em escravas sexuais.
Não recua diante do êxodo de milhares de pessoas para fugir dos massacres.
Não recua diante da conversão de crianças em assassinos contumazes.
A delinquência intelectual e moral da política externa brasileira, sob o regime petista, não conhece paralelo na nossa história.
A delinquência intelectual e moral da política externa brasileira tem poucos paralelos no mundo — situa-se abaixo, hoje, de estados quase-párias, como o Irã e talvez encontre rivais à baixura na Venezuela, em Cuba e na Coreia do Norte.
Nesta terça (23), na véspera de fazer o discurso de abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, a ainda presidente do Brasil fez o impensável, falou o nefando, ultrapassou o limite da dignidade. Ao comentar os ataques dos Estados Unidos e aliados às bases do grupo terrorista Estado Islâmico, na Síria, disse a petista:
“Lamento enormemente isso (ataques aéreos na Síria contra o EI). O Brasil sempre vai acreditar que a melhor forma é o diálogo, o acordo e a intermediação da ONU. Eu não acho que nós podemos deixar de considerar uma questão. Nos últimos tempos, todos os últimos conflitos que se armaram tiveram uma consequência: perda de vidas humanas dos dois lados. Agressões sem sustentação aparentemente podem dar ganhos imediatos, mas, depois, causam prejuízos e turbulências. É o caso do Iraque, está lá provadinho. Na Líbia, a consequência no Sahel. A mesma coisa na Faixa de Gaza. Nós repudiamos sempre o morticínio e a agressão dos dois lados. E, além disso, não acreditamos que seja eficaz. O Brasil é contra todas as agressões. E, inclusive, acha que o Conselho de Segurança da ONU tem de ter maior representatividade, para impedir esta paralisia do Conselho diante do aumento dos conflitos em todas as regiões do mundo”.
Nunca a política externa brasileira foi tão baixo. Trata-se da maior coleção de asnices que um chefe de estado brasileiro já disse sobre assuntos internacionais.
A fala de Dilma é moralmente indigna porque se refere a “dois lados do conflito”, como se o Estado Islâmico, um grupo terrorista fanaticamente homicida, pudesse ser considerado “um lado” e como se os EUA, então, fossem “o outro lado”.
A fala de Dilma é estupidamente desinformada porque não há como a ONU mediar um conflito quando é impossível levar um dos lados para a mesa de negociação. Com quem as Nações Unidas deveriam dialogar? Com facínoras que praticam fuzilamentos em massa?
A fala de Dilma é historicamente ignorante porque não reconhece que, sob certas circunstâncias, só a guerra pode significar uma possibilidade de paz. Como esquecer — mas ela certamente ignora — a frase atribuída a Churchill quando Chamberlain e Dadadier, respectivamente primeiros-ministros britânico e francês, celebraram com Hitler o “Pacto de Munique”, em 1938? Disse ele: “Entre a desonra e a guerra, escolheram a desonra e terão a guerra”.
A fala de Dilma é diplomaticamente desastrada e desastrosa porque os EUA lideram hoje uma coalizão de 40 países, alguns deles árabes, e conta com o apoio do próprio secretário-geral da ONU, Ban ki-Moon.
A fala de Dilma é um sarapatel de ignorâncias porque nada une — ao contrário: tudo desune — os casos do Iraque, da Líbia, da Faixa de Gaza e do Estado Islâmico. Meter tudo isso no mesmo saco de gatos é coisa de uma mente perturbada quando se trata de debater política externa. Eu, por exemplo, critiquei aqui — veja arquivo — a ajuda que o Ocidente deu à queda de Muamar Kadafi, na Líbia, e o flerte com os grupos que se organizaram contra Bashar Al Assad, na Síria, porque avaliava que, de fato, isso levaria a uma desordem que seria conveniente ao terrorismo. Meus posts estão em arquivo. Ocorre que, hoje, os terroristas dominam um território imenso, provocando uma evidente tragédia humanitária.
A fala de Dilma é coisa, de fato, de um anão diplomático, que se aproveita de uma tragédia para, uma vez mais, implorar uma cadeira permanente no Conselho de Segurança de ONU. O discursso da presidente do Brasil só prova por que o país, infelizmente, não pode e não deve ocupar aquele lugar. Não enquanto se orientar por critérios tão estúpidos.
Ao longo dos 12 anos de governos do PT, muita bobagem se fez em política externa. Os petistas, por exemplo, condenaram sistematicamente Israel em todos os fóruns e se calaram sobre o terrorismo dos palestinos e dos iranianos. Lula saiu se abraçando com todos os ditadores muçulmanos que encontrou pela frente — incluindo, sim, o já defunto Kadafi e o antissemita fanático Mahmoud Ahmadinejad, ex-presidente do Irã. Negou-se a censurar na ONU o ditador do Sudão, Omar al-Bashir, que responde pelo assassinato de 400 mil cristãos. O Brasil tentou patrocinar dois golpes de estado — em Honduras e no Paraguai —, que depuseram legitimamente seus respectivos presidentes. Endossou eleições fraudadas na Venezuela, deu suporto ao tirano Hugo Chávez e ignorou o assassinato de opositores nas ruas, sob o comando de um louco como Nicolás Maduro.
E, como se vê, ainda não era seu ponto mais baixo. Dilma, nesta terça, deu o seu melhor. E isso quer dizer, obviamente, o seu pior. A vergonha da política externa brasileira, a partir de agora, não conhece mais fronteiras.
Pois eu faço um convite: vá lá, presidente, negociar com o Estado Islâmico. Não será por falta de preparo que Vossa Excelência não chegará a um bom lugar.

Na VEJA.com:
Em julgamento acirrado e após mais de uma hora e meia de debate, os ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmaram a impugnação da candidatura do deputado federal Paulo Maluf (PP-SP), que tenta um novo mandato na Câmara. Por 4 votos a 3, o TSE negou o recurso apresentado pelo político contra a decisão do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), que, no início de setembro, barrou a candidatura de Maluf com base na Lei da Ficha Limpa. A defesa do político ainda pode recorrer no próprio TSE e no Supremo Tribunal Federal (STF). Enquanto os recursos não forem julgados, o deputado pode continuar em campanha.
Superfaturamento
Maluf foi condenado em segunda instância, em novembro do ano passado, por improbidade administrativa, acusado de superfaturamento na construção da Avenida Jornalista Roberto Marinho (antiga Água Espraiada) e do Túnel Ayrton Senna quando era prefeito da capital paulista, entre 1993 e 1997. Na condenação, o Tribunal de Justiça de São Paulo também determinou que Maluf tivesse os direitos políticos suspensos por cinco anos.
Os ministros Gilmar Mendes, João Otávio de Noronha e o presidente da Corte, Dias Toffoli, votaram contra a impugnação da candidatura de Maluf, concordando com a defesa do político, que alegou que, por sua condenação no TJ não ter incluído improbidade dolosa, ele não poderia ser enquadrado nas hipóteses de inelegibilidade.
Em parecer enviado ao TSE, o procurador-geral Rodrigo Janot rebateu a tese da defesa e recomendou a impugnação da candidatura. Segundo ele, “a Justiça Eleitoral pode aferir a presença dos requisitos para a incidência de causa de inelegibilidade”. Os ministros Luiz Fux, Admar Gonzaga, Maria Thereza Moura e a relatora Luciana Lóssio votaram contra Maluf. Para Fux, o dolo só não foi consagrado pelo TJ por um “erro”, o que pode ser apurado pelo TSE.

Por Vinicius Sassine, no Globo:
A área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU) identificou irregularidades nos reajustes de contratos de obras de refinarias da Petrobras e pediu a suspensão cautelar dos repasses de dinheiro da estatal para alguns dos empreendimentos, entre eles a refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, como consta em relatório preliminar de auditoria cuja votação em plenário está pautada para a sessão desta quarta-feira. A Petrobras usou índices distintos de reajustes para as refinarias em obra, o que levou ao superfaturamento de contratos, conforme o entendimento técnico.
O processo, relatado pelo ministro José Jorge, passou a ser o novo foco de preocupação e peregrinação de advogados da estatal no TCU. O procedimento que fiscaliza as cláusulas de reajustes dos contratos das refinarias foi aberto em 1º de abril deste ano e tem como responsável investigada a presidente da Petrobras, Graça Foster.
O processo integra o Fiscobras 2014, que investiga os repasses de recursos federais em obras públicas com o objetivo de subsidiar o Congresso Nacional na elaboração do Orçamento Geral da União. O TCU, ao fim desse procedimento, faz recomendações de paralisação ou de continuidade das obras, conforme os índices de gravidade. A decisão final é dos parlamentares.
Em quase cinco meses de auditoria, a área técnica do tribunal analisou 52 contratos referentes a projetos de refinarias da Petrobras em andamento. Estão em obras Abreu e Lima, em Pernambuco; o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj); a Premium 1, no Maranhão; e a Premium 2, no Ceará. A partir do relatório de auditoria, o ministro José Jorge elaborou o voto a ser apresentado em plenário, o que está previsto para a sessão desta quarta.
Se o relator e a maioria dos demais ministros concordarem com a suspensão dos repasses a Abreu e Lima, a Petrobras corre o risco de não cumprir a promessa de inaugurar a refinaria já no próximo mês de novembro. José Jorge não fala a respeito do processo. Tanto o relatório técnico quanto o voto podem ser alterados.
Advogados da Petrobras compareceram ao gabinete do ministro na segunda-feira (22) e hoje (23), como parte da estratégia para derrubar os argumentos da unidade técnica. Os defensores jurídicos da estatal já informaram quem fará a sustentação oral em plenário e entregaram a defesa por escrito. O ponto central sustentado pelos advogados é a inexistência de qualquer tipo de superfaturamento por conta de eventuais índices discrepantes usados em contratos de obras de refinarias.
A refinaria de Abreu e Lima é o projeto da Petrobras mais fiscalizado pelo TCU, com 23 processos abertos pelo tribunal – 12 ainda estão em curso. Auditorias já apontaram um superfaturamento de R$ 1,1 bilhão nos contratos da refinaria. O primeiro orçamento da refinaria era de US$ 2,3 bilhões. Quando for inaugurada, terão sido gastos mais de US$ 20 bilhões. O suposto esquema de desvio de recursos e pagamento de propinas montado pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa ocorreu a partir dos contratos superfaturados de Abreu e Lima, conforme as investigações da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF), no âmbito da Operação Lava-Jato. Costa, preso no Paraná, está em processo de delação premiada, acertado com o MPF.
O TCU ainda não finalizou a análise do processo sobre o bloqueio de bens de diretores e ex-diretores da Petrobras apontados como responsáveis por um prejuízo de US$ 792,3 milhões na compra da refinaria de Pasadena, no Texas. A maioria dos ministros já votou para livrar Graça da medida, mas uma decisão definitiva ainda não ocorreu por conta de um pedido de vista do ministro Aroldo Cedraz. A partir da conclusão desse recurso, serão abertas as tomadas de contas especiais para apurar as responsabilidades e tentar o ressarcimento de recursos aos cofres da estatal.

Por Robson Bonin, na VEJA.com:
A edição de VEJA desta semana revelou um esquema milionário de desvio de verbas de programas sociais para campanhas do Partido dos Trabalhadores na Bahia. De 2004 a 2010, valendo-se de uma organização não governamental fundada por militantes, o PT conseguia desviar recursos de administrações petistas diretamente para o caixa dois eleitoral de campanha. Em entrevista à revista, a presidente do Instituto Brasil, Dalva Sele Paiva, entregou uma lista de políticos e dirigentes petistas que se locupletavam da verba desviada inclusive do Fundo de Combate à Pobreza na Bahia. Além de deputados federais, deputados estaduais, secretários do governo Jaques Wagner (PT) e até integrantes do governo Dilma Rousseff, Dalva Sele aponta o vice-líder do PT no Senado, Walter Pinheiro, como um dos principais beneficiários do esquema. Segundo ela, parte da campanha de Pinheiro para prefeito de Salvador, em 2008, foi financiada com dinheiro sujo.
Confrontado por VEJA sobre as declarações de Dalva Sele, o senador contou sua versão da história em dois telefonemas. Na primeira ligação, Walter Pinheiro admite ter recebido ajuda de Dalva Sele na campanha, mas nega ter feito caixa dois. Depois, no segundo telefonema, ele envolveu seu próprio partido. Ao reconhecer a montagem do esquema, o senador condenou o PT por tê-lo atirado num clássico esquema de caixa dois eleitoral: “Essa mulher (Dalva) pertencia às correntes do PT, as mesmas correntes que nacionalmente viviam se estapeando comigo por causa do negócio do mensalão. Ela não veio para a minha campanha pelas minhas mãos, ela veio a partir das relações delas dentro do PT.”
As duas entrevistas concedidas por Walter Pinheiro foram gravadas. A primeira foi registrada na reportagem de VEJA que está nas bancas. A segunda foi publicada no site de VEJA. Ao ser questionado por suas declarações o senador resolveu voltar atrás nas suas palavras. Nota de sua assessoria diz: “A matéria foi uma interpretação do repórter da revista, publicada fora do contexto do diálogo estabelecido, e parcialmente reproduzido por este site. Em nenhum momento, Pinheiro culpa o partido, mas uma ‘pessoa se dizendo ser do PT’”, diz Pinheiro em nota distribuída à imprensa. Ouça os trechos da entrevista em que Walter Pinheiro responsabiliza o PT pelo caixa dois eleitoral na Bahia.
Para ouvir a gravação, clique aqui


NO BLOG DO CORONEL
O governo quer empurrar diretamente para o consumidor o rombo do setor elétrico que antes seria coberto pelo Tesouro Nacional. A manobra de tirar parte do dinheiro que iria para as empresas de energia deve deixar a conta de luz do brasileiro mais cara.
As contas federais estão no vermelho. E, para cobrir o rombo, o governo vai deixar de repassar dinheiro para um setor que ele vinha socorrendo: o de energia. São R$ 4 bilhões a menos do Tesouro Nacional para as empresas distribuidoras por meio da CDE (Conta de Desenvolvimento Energético). De R$ 13 bilhões previstos para R$ 9 bilhões.
"Eles estão postergando o aumento de tarifa para o ano que vem em função de uma necessidade de caixa de todo o setor. Então, quando o governo reduz esse aporte, ele está o quê? Antecipando uma necessidade de aumento de tarifa para o consumidor", diz Erik Eduardo Rego, diretor da consultoria Excelência Energética Com a redução desse aporte do governo e sem outras fontes de recurso, a tarifa de energia deve ficar mais cara. 
O ministro da Fazenda admitiu que a conta deve sobrar para o consumidor. "Vai estar passando mais para a tarifa e menos a transferência do governo. Uma parte tem que ser custeada pelas tarifas, é normal, e uma outra parte é o Tesouro", declara o ministro Guido Mantega. A CDE é um fundo criado pelo governo para bancar projetos no setor de energia elétrica. Desde o ano passado, o dinheiro dessa conta tem sido usado para cobrir o prejuízo das distribuidoras diante dos custos maiores com as termelétricas, que produzem energia até oito vezes mais cara que a hidrelétrica.
Só no mês passado, a geração de energia das termelétricas aumentou quase 52% em relação ao mesmo mês de 2013. As terméletricas estão suprindo a energia que antes era produzida pelas hidrelétricas, que estão sofrendo com a baixa dos reservatórios por causa da seca. 
"A situação hoje é tão crítica que o recomendável seria você fazer uma revisão tarifária extraordinária para que você pare de ter que botar aporte do Tesouro, para que você pare de pegar empréstimo e aumente a tarifa de uma vez para botar tudo em uma situação real", aponta Erik Eduardo Rego, diretor da consultoria Excelência Energética. (G1)

Com a perspectiva de ser condenado a mais de cem anos de prisão nas 12 ações penais em que é réu, o doleiro Alberto Youssef, preso em 17 de março na Operação Lava Jato da Polícia Federal, decidiu negociar um acordo de delação premiada para tentar abrandar sua situação na Justiça. 
Até agora, no entanto, ele não assinou nenhum acordo nem prestou depoimento. A Folha apurou que, se quiser levar adiante uma eventual delação, terá de ficar três anos em regime fechado. A informação da negociação foi revelada pelaFolha. O advogado do doleiro junto ao STJ (Superior Tribunal de Justiça), Antônio Carlos de Almeida Castro, lamentou a decisão. 
"A família convenceu-o a fazer uma delação. É uma pena, temos uma tese jurídica que era importante no STJ. A família cansou e estou saindo do caso", diz o criminalista, conhecido como Kakay. Na última semana, Kakay e Figueiredo Bastos, que também defende Youssef, ingressaram com um pedido de habeas corpus no STJ (Superior Tribunal de Justiça) no qual pedem a anulação de todas as provas da Lava Jato, por considera-las ilícitas, e o afastamento do juiz do caso. 
Segundo eles, o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelo caso, havia se declarado suspeito em 2010 para julgar uma questão relacionada a Youssef e à delação que ele fez em 2004. Para a defesa de Youssef, o juiz não poderia ter atuado na Lava Jato. 
Para Kakay, o Ministério Público exigirá que o doleiro desista das teses de defesa para fazer a delação, assim como ocorreu com Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras. "Isso é um escândalo. É uma forma de subverter as teses processuais", afirma. Diferentemente de Kakay, que anunciou que deixará o caso, Bastos diz que ainda não decidiu o que fazer. Ele poderá acompanhar a negociação da delação, mas diz que não quer saber os nomes que Youssef pode implicar. 
Além da pressão familiar, pesou sobre o doleiro a delação premiada acertada pelo ex-diretor da estatal de petróleo, que ainda depende de aprovação do STF (Supremo Tribunal Federal). A Lava Jato é a operação que desvendou uma milionária rede de desvio de recursos da Petrobras, que envolve ex-executivos da petroleira, políticos e empresários. 
DEPOIMENTOS
Costa já prestou depoimentos sigilosos em que citou políticos que segundo ele estavam envolvidos no esquema, além de apontar que a corrupção atingia outras diretorias da Petrobras -- com indicados ligados ao PT e ao PMDB no topo da lista de suspeitos. Youssef era o principal doleiro do esquema, que teria movimentado R$ 10 bilhões. Segundo a PF, ele era o responsável por lavar o dinheiro do desvio no exterior e repatriá-lo para o pagamento de propinas.
Youssef já foi beneficiado em 2004 com o instituto da delação premiada, depois de ter sido preso sob a acusação de ter enviado US$ 5 bilhões ao exterior. Na época, o doleiro entregou políticos de terceiro escalão do Paraná, pagou uma multa de cerca de R$ 1 milhão e conseguiu deixar a prisão com US$ 23 milhões. Como Youssef voltou ao mercado de dólar, o juiz reabriu oito ações penais daquela época. Numa delas, na semana passada, ele foi condenado a quatro anos de prisão.(Folha de São Paulo)

A Polícia Federal tenta há sete meses um acordo para ouvir o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como testemunha no inquérito que investiga supostos repasses ilegais da Portugal Telecom para o PT. A investigação foi aberta a pedido do Ministério Público Federal com base em denúncia do operador do mensalão, Marcos Valério Fernandes de Souza, que, em depoimento prestado à Procuradoria-Geral da República em 2012, conforme revelou o Estado na época, acusou Lula de intermediar pagamento de R$ 7 milhões da telefônica ao partido. O objetivo seria pagar dívidas de campanha.
Fontes ouvidas pela reportagem informaram que o advogado do ex-presidente Lula, Marcio Thomaz Bastos, afirmou à cúpula da PF que o petista estará em Brasília amanhã e tentará marcar uma data para prestar esclarecimentos. Ele participará de um evento da campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff. Na Polícia Federal, a alegação, contudo, é que os acertos para que o depoimento ocorra, sempre informais, não foram adiante. A PF espera ouvir o ex-presidente para concluir o inquérito, cujo prazo inicial foi estendido algumas vezes. 
A reportagem tentou nesta terça-feira (23) vários contatos com Thomaz Bastos, mas ele não respondeu aos recados deixados no celular e no seu escritório. A assessoria de imprensa do ex-presidente Lula informou que o petista “não vai se pronunciar sobre o assunto”. A Polícia Federal informou que não se pronunciaria a respeito. O inquérito foi instaurado em abril de 2013.
Palocci 
Em fevereiro, o ex-ministro Antonio Palocci prestou depoimento nesse mesmo inquérito na Superintendência da PF na capital federal. Segundo Marcos Valério afirmou no depoimento, Lula e Palocci reuniram-se com Miguel Horta - então presidente da Portugal Telecom - no Palácio do Planalto e combinaram que uma fornecedora da Portugal Telecom em Macau, na China, transferiria R$ 7 milhões para o PT. O dinheiro, conforme Valério, entrou pelas contas de publicitários que prestaram serviços para campanhas petistas. Na época, Palocci era ministro da Fazenda de Lula. O ex-ministro negou as acusações.
As negociações com a Portugal Telecom estariam por trás da viagem feita em 2005 a Portugal por Valério, seu ex-advogado Rogério Tolentino, e o ex-secretário do PTB Emerson Palmieri. De acordo com o presidente do PTB, Roberto Jefferson, que denunciou o esquema do mensalão, José Dirceu havia incumbido Marcos Valério de ir a Portugal para negociar a doação de recursos da Portugal Telecom para o PT e o PTB. 
Condenação 
Essa missão e os depoimentos de Jefferson e Palmieri foram usados para comprovar o envolvimento de José Dirceu no mensalão. O depoimento de Marcos Valério foi prestado quando ele já havia sido condenado no julgamento do mensalão a 37 anos, 10 meses e 6 dias de prisão pelos crimes de corrupção, peculato, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. A Justiça considerou Valério o chefe do núcleo operacional do esquema que beneficiou o PT. A partir do depoimento, a Procuradoria da República determinou a abertura de seis investigações, ainda em andamento.(Estadão)

NO BLOG ALERTA TOTAL
Sorridente Presidência de Lewandowski cuidou das comprometedoras delações premiadas da Lava Jato
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Não foi à toa que Ricardo Lewandowski assumiu ontem a Presidência da República Federativa do Brasil, durante viagens de Dilma e Temer, e impedimentos políticos-pessoais de Renan e Alves. O presidente do Supremo Tribunal Federal teve espinhosa a missão de também presidir ontem uma tensa reunião que tratou das delações premiadas resultantes dos vários processos da Operação Lava Jato – que investigam lavagens de dinheiro que ultrapassam R$ 10 bilhões.
A tensão ficou mais alta na reunião com a confirmação de que o doleiro Alberto Youssef voltou atrás e agora também deseja embarcar na delação premiada adotada pelo seu parceiro Paulo Roberto Costa. O caso ganhou preocupação infernal porque o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, rejeitou o que definiu como “cartel de leniência coletivo” proposto pelas empreiteiras e fornecedores da Petrobras apanhados, com provas, na Lava Jato. A temperatura do inferno subirá quando se mexer com os bancos que agiram como lenientes parceiros de Youssef e Paulo Costa.
Tudo que o PT não desejava era que tal acordo fosse fechado antes do primeiro turno da eleição – no qual as pesquisas amestradas indicam a vitória de Dilma Rousseff. O temor gigante é que denúncias comprometedoras da Lava Jato vazem agora e, pior ainda, depois, em meio à guerra de foice no escuro do segundo turno. O azar dos petistas é que a pressão de bastidores feita por eles parece ter conseguido o efeito contrário. Apavorou o doleiro Alberto Youssef – que já estava amedrontado com as revelações de Paulo Roberto Costa, da contadora Meire Poza, de seu sócio Carlos Alberto Pereira da Costa e da doleira Nelma Kodama. 
Quem definiu, objetivamente, a atitude de Youssef foi seu advogado Antônio Figueiredo Basto – que é contra a delação premiada: “Bateu o desespero”. Basto analisou que Youssef aceitou colaborar com a força-tarefa por pressão da família e porque, de repente, viu-se cercado de delatores. Outro advogado de Youssef, o estelar Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, também justificou a reação de Youssef: “Quebraram a resistência do cara com uma prisão de seis meses. Ele está alquebrado. Tínhamos uma tese imbatível, mas a pressão falou mais alto”. 
O advogado Basto revelou que Youssef decidiu fazer acordo de delação ontem à tarde – coincidindo com a tensa reunião comandada pelo sorridente Presidente Lewandowski, em Brasília. Nesta quarta-feira (24), Basto e Youssef terão um novo encontro na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba. Em seguida, o advogado deverá apresentar ao Ministério Público Federal a proposta de acordo.
Se realmente toda sujeira vier à tona, o Brasil será obrigado a passar por uma faxina geral. O problema atual é que o departamento de limpeza não demonstra, claramente, disposição de começar o trabalho efetivo. Por isso, é altíssimo, o risco de o escândalo bilionário acabar punindo apenas alguns bodes expiatórios, para que muitos políticos poderosos, da base aliada do governo, sejam poupados. É enorme a chance de se repetir o que aconteceu com o Mensalão. Agora, quase todos os condenados estão soltos, desfrutando do que faturaram, sem que se tenha chegado ao verdadeiro chefão da quadrilha (que o Supremo Tribunal Federal decidiu que nem existiu).
Por enquanto, quem paga o pato calado é o publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza. O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolatto, continua preso na Itália – e a petralhada nem quer que se lembre dele nestes tempos eleitorais. Só se Valério e Pizzolato quebrarem o silêncio forçado pelas pressões é que algo muito grave pode acontecer (ou não) na República Sindicalista do Brazil, até logo mais governada pelo sorridente ministro Ricardo Lewandowski.
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