DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 19-9-2014

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
Quem esteve no Instituto Lula estes dias diz ter visto um macacão da Petrobras com autógrafos, inclusive de Paulo Roberto Costa, a quem tratava por “Paulinho”, que por sua vez o chamava de “Gerentão”.
A muito custo, só uns 2 mil militantes aderiram à petição online contra a decisão da Justiça Eleitoral que proibiu um site irregular do PT. Já o pedido de impeachment de Dilma ganhou mais de 533 mil assinaturas.
Carta atribuída ao ex-deputado Natan Donadon (RO), ladrão transitado em julgado, pede votos para a irmã e a cunhada. Mesmo preso, ele jura inocência. O documento traz até um salmo sobre “os eleitos de Deus”.

NO ESTADÃO
Correios entregam panfletos de Dilma em SP sem registro de controle
ANDREZA MATAIS E FÁBIO FABRINI - O ESTADO DE S. PAULO
19 Setembro 2014 | 03h 00
Estatal comandada por petistas abre ‘exceção’ e deixa de exigir chancela para auditar quantidade de material distribuído
Os Correios abriram uma exceção para o PT e distribuíram em São Paulo panfletos da presidente Dilma Rousseff sem chancela ou comprovante de que houve postagem oficial. A estampa, prevista em norma da própria estatal, serve para demonstrar que houve pagamento para o envio, de forma regular, da propaganda eleitoral. Sem ela, é difícil atestar que a quantidade de material distribuído corresponde ao que foi contratado pelo partido. O número declarado de panfletos distribuídos sem chancela dos Correios foi de 4,8 milhões.
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A exceção para os petistas foi aberta a partir de um comunicado interno dos Correios em São Paulo, no qual a empresa autoriza, em caráter “excepcional”, a postagem dos folders na modalidade de mala postal domiciliária (MPD). A Diretoria Regional Metropolitana, responsável pelo aval, atribui a medida a um problema na impressão dos quase 5 milhões de peças. O órgão é chefiado por Wilson Abadio de Oliveira, afilhado político do vice-presidente da República, o peemedebista Michel Temer.
“Está autorizada, em caráter excepcional, na AGF (agência franqueada) Santa Cruz, a postagem de 4.812.787 folders da candidata às eleições 2014 Dilma Vana Rousseff”, diz o documento “Correios Informa” do dia 3 de setembro. “Devido a erro de produção gráfica, não foi confeccionada a respectiva chancela”, acrescenta o comunicado.
Documento dos próprios Correios determina, como “requisito mínimo”, que cada santinho enviado pela mala direta domiciliária deve ter a chancela, com a descrição do nome e do CNPJ do candidato. Também deve constar o ano das eleições e a origem da postagem, entre outras inscrições.
Os santinhos foram remetidos para a Grande São Paulo e cidades do interior até o dia 12 de setembro, com mensagens regionalizadas. “Ela já faz mais por Campinas”, dizem os folhetos distribuídos na cidade, apresentando uma sorridente Dilma, ao lado de Temer e Lula.
O impresso destaca realizações em programas federais como o Mais Médicos e o Brasil Sorridente. “Mais cuidados, mais investimentos, mais futuro. Campinas pode sempre contar comigo”, diz Dilma na propaganda.
A presidente aparece em desvantagem nas pesquisas de intenção de voto em São Paulo, maior colégio eleitoral do País, o que levou o PT a determinar um reforço da campanha no Estado.
Justiça Eleitoral 
A distribuição dos panfletos regionalizados sem estampa oficial fez parte dos carteiros se rebelar, ameaçando não entregá-los. Além disso, motivou denúncia das entidades que os representam à Justiça Eleitoral, que cobrou explicações à estatal.
Carteiros informaram que, ao questionarem seus chefes sobre os panfletos de Dilma, enviados em caixas aos setores dos Correios, foram orientados pelos gestores dos centros de distribuição a entregá-los como estavam.
O Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos (Sintect-ACS) em Campinas enviou carta ao diretor regional dos Correios no interior paulista, Divinomar Oliveira da Silva, filiado ao PT, cobrando esclarecimentos e providências urgentes quanto à distribuição.
“Ao contrário do que acontece com outros candidatos nas campanhas eleitorais, esse material da candidata Dilma está sendo distribuído aos carteiros sem qualquer chancela ou anotação que demonstre o pagamento por sua postagem, levando-nos a crer numa irregularidade eleitoral”, reclamaram os carteiros por escrito, ameaçando enviar representação ao Tribunal Superior Eleitoral.
“No mínimo, é estranho o que ocorreu, por se tratar de uma candidata e do volume de material enviado. Os carteiros estão acostumados a fazer a entrega de material com chancela. Como você vai ter controle de que estão entregando 4 milhões ou dez milhões. É como entregar uma carta sem o selo”, disse o coordenador-geral da entidade, Luís Aparecido de Moraes.
A estatal disse que o pagamento foi à vista, com a emissão de recibos, e que a autorização “excepcional” está prevista em suas normas.
Controle 
Os Correios são controlados pelo PT desde dezembro de 2010, com a nomeação por Dilma do sindicalista Wagner Pinheiro para a presidência da empresa. Ex-presidente da Petros, o fundo de pensão dos funcionários da Petrobrás, Pinheiro é filiado ao PT do Rio De Janeiro. O partido assumiu o controle da empresa após a crise postal daquele ano, tirando a cadeira do PMDB. Com Pinheiro no comando, a empresa virou feudo do PT.

Janot nega a Dilma acesso a delação premiada de Costa
MARIÂNGELA GALLUCCI - O ESTADO DE S. PAULO
18 Setembro 2014 | 21h 59
Procurador-geral da República alegou que o caso tramita em sigilo e que não pode fornecer informações a Dilma Rousseff
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, rejeitou um pedido da presidente Dilma Rousseff para ter acesso ao conteúdo dos depoimentos do ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa, que está preso no Paraná e negociou um acordo de delação premiada.
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Janot alegou que o caso tramita em sigilo e, portanto, ele não poderia fornecer as informações a Dilma Rousseff. Em entrevista concedida aoEstado na semana passada, a presidente disse que desconhecia a existência de um suposto esquema de corrupção na Petrobrás. Ela resolveu pedir para ter acesso ao depoimento, o que foi negado agora.
Em depoimento, Paulo Roberto Costa teria delatado dezenas de congressistas e outras autoridades, que segundo ele, teriam participado do esquema.

Renan recebeu propina da Mendes Junior por emendas, acusa MP
RICARDO BRITO E BEATRIZ BULLA - O ESTADO DE S. PAULO
18 Setembro 2014 | 20h 31
Em ação de improbidade administrativa, Procuradoria da República no DF diz que presidente do Senado teve despesas de 'relacionamento extraconjugal' pagas pela empresa entre 2005-2007
Brasília - O Ministério Público Federal em Brasília acusou na Justiça o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), de ter recebido propina da construtora Mendes Junior pela elaboração de emendas parlamentares que beneficiavam a empreiteira. Em ação de improbidade administrativa, obtida com exclusividade pelo Broadcast Político, a Procuradoria da República no Distrito Federal afirma que Renan teve despesas de um "relacionamento extraconjugal" pagas pela empresa na sua primeira passagem pelo comando da Casa (2005-2007).
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Na ação de improbidade, apresentada no dia 2 de setembro à 14.ª Vara Federal do DF, o MP sustenta ainda que Renan enriqueceu ilicitamente, forjou documentos para comprovar que tinha recursos para bancar as despesas e ainda teve evolução patrimonial incompatível com o cargo. O MP defende que o senador seja condenado à perda do cargo.
Renan Calheiros, presidente do Senado
Renan também virou alvo, desde o início do mês, do ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa. Nos depoimentos que tem prestado à Polícia Federal, que fazem parte do acordo de delação premiada firmado com a Justiça Federal do Paraná, Costa citou o nome de dezenas de políticos, entre eles a do presidente do Senado, conforme revelou o Estado.
O caso de que trata a ação remonta a 2007. Na época, Renan renunciou à presidência do Senado para evitar a cassação após ser alvo de uma série de acusações, entre elas a de ter tido, conforme informou a revista Veja, despesas pessoais pagas por Cláudio Gontijo, lobista da Mendes Junior. 
No final de janeiro do ano passado, dias antes de Renan ser reeleito para comandar o Senado, o então procurador-geral da República, Roberto Gurgel, ofereceu denúncia criminal ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o senador por peculato, falsidade ideológica e uso de documento falso.
A ação de improbidade é um desdobramento, na esfera cível, do mesmo caso. O MP diz que a Mendes Junior pagou pelo menos R$ 246 mil para Mônica Veloso, com quem Renan teve um "relacionamento extraconjugal". Boa parte desses valores foi repassado pelo lobista da empreiteira para Mônica.
Renan e Gontijo confirmaram na época o pagamento dos valores informados por Mônica, mas alegaram que era feito apenas como favor entre amigos e que o dinheiro pertencia ao senador. "O argumento não convence", aponta o MP. 
"Não é minimamente crível que o senador tivesse preferido sacar o dinheiro, entregá-lo ao requerido Cláudio para então repassá-lo à senhora Mônica, quando poderia tê-lo feito diretamente", escreveram os procuradores, sustentando que no período dos repasses, Renan ainda mantinha relacionamento com ela. O nascimento da filha do casal é também dessa época, diz a ação.
Pensão alimentícia 
O presidente do Senado, segundo o MP, também não conseguiu comprovar como pagou uma dívida de R$ 100 mil referente à pensão alimentícia para a filha, combinada com Mônica Veloso. A ação destaca que, apesar de ele ter afirmado que os recursos pertenciam ao seu patrimônio, os valores não foram declarados no Imposto de Renda do senador na ocasião.
Para mostrar como Renan beneficiou a empreiteira, a ação cita o fato de que no Orçamento enviado ao Congresso para os anos de 2005 e 2006 não havia qualquer alusão à construção do cais de contêineres no Porto de Maceió, obra tocada pela Mendes Junior desde 2001. O empreendimento, avaliou o MP, só passou a figurar como prioridade após a apresentação das emendas pelo presidente do Senado.
O contrato celebrado entre a empresa e a Companhia das Docas do Rio Grande do Norte foi de R$ 38,792 milhões, chegando a R$ 47,914 milhões após 11 aditivos. Nas palavras dos procuradores, "não resta dúvida" de que as emendas de Renan propiciaram a destinação prioritária de recursos à obra.
"O ato por si só de receber quaisquer valores de empresas diretamente interessadas em emendas parlamentares já constitui ato de improbidade administrativa, mas quando a vantagem econômica é recebida em atenção aos 'serviços' prestados pelo agente político no exercício do seu cargo, a repulsa à sociedade é ainda mais grave", afirma o MP.
Segundo a apuração do MP, o presidente do Senado forjou documentos nos quais seria dono de fazendas de gado para justificar o patrimônio. Para o Ministério Público a má-fé do senador está "fartamente demonstrada nos autos" já que as condutas foram "premeditadamente calculadas". 
Agravante 
O MP afirma ainda que a relevância do cargo público que ele exerce torna mais grave sua conduta. "Na qualidade de membro da Câmara Alta tinha o dever de zelar mais ainda pelo fiel cumprimento dos ditames constitucionais e legais. Porém, ao contrário disso, o requerido (Renan) fez da sua atividade pública uma oportunidade para enriquecer ilicitamente, o que é absolutamente inadmissível", sustenta.
A ação acusa formalmente Renan, a Mendes Junior e Cláudio Gontijo. A Justiça determinou a citação de Renan para que ele faça sua defesa prévia. Em seguida, vai decidir se torna o presidente do Senado e os demais envolvidos réus na ação. No julgamento do mérito, pede, em caso de condenação, a perda do cargo público de Renan e o ressarcimento do dano causado.
A assessoria de imprensa da Presidência do Senado informou nesta quinta-feira que Renan não se pronunciará sobre o caso. Procurada, a Mendes Junior não se manifestou até as 20h30 desta noite. Também não confirmou se Gontijo ainda faz parte do quadro da empresa. Gontijo não foi localizado pela reportagem.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
Leiam trecho da minha coluna na Folha de hoje:
*
Ao combater Marina Silva com truculência, Dilma Rousseff mexe com forças cujo poder ignora. Consta que, na juventude, a presidente-candidata foi professora de marxismo. Huuummm…
Dada a sua inclinação para anacolutos, imagino que a tarefa dos alunos não fosse fácil. Até porque há dois Marx, né? O de “O 18 de Brumário” e “A Ideologia Alemã”, por exemplo, é brilhante, goste-se ou não do que lá vai. O de “O Capital”, ao qual Dilma se dedicava, é intragável e, já conversei com especialistas, às vezes, não faz sentido nem em Alemão. Imagino o bruto traduzido para o Português e depois filtrado pelo “dilmês castiço”. É bem possível que a luta armada só tenha sido tentada no Brasil por erro de tradução e de leitura.
O povo que aparece nos manuais de esquerda é o inventado pela taxidermia socialista. Não tem vísceras nem alma, só palha. Faltar-lhe-ia um conteúdo, a ser preenchido pelas utopias redentoras. É destituído de verdade e de história. Sua consciência possível, segundo essa visão, é a de classe, que lhe seria fornecida pelas vanguardas revolucionárias. A alternativa é a falsa consciência.
O que vai acima é uma caricatura realista de um partido socialista à moda antiga, como o PSTU, o PCO ou mesmo o PSOL, esses pterodáctilos que voejam na bondade do Fundo Partidário do “Estado burguês” que querem destruir. Lixo. O PT é outra coisa, bem mais pragmática, mas conserva a visão autoritária do que seja o povo.
Lula só representou um sopro de renovação nas esquerdas porque trazia um pouco de verdade à luta política. À época, eu tinha 16 anos e era da Convergência Socialista (origem do PSTU). Malhávamos sem dó aquele sindicalista porque o considerávamos reformista, despolitizado, cooptável, não revolucionário.
(…)
Íntegra aqui

NO BLOG DO NOBLAT
O Globo
O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa disse a investigadores da Operação Lava-Jato que houve pagamento de propina na compra da refinaria de Pasadena, no Texas. A informação foi divulgada ontem pelo “Jornal Nacional”. Costa teria admitido que ele mesmo recebeu R$ 1,5 milhão de propina pela compra da refinaria.
O processo de aquisição da refinaria é investigado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pelo Ministério Público Federal. Os interrogatórios de Paulo Roberto Costa começaram em 29 de agosto na Superintendência da Polícia Federal no Paraná. Segundo a reportagem, as revelações foram feitas a um delegado, a um procurador e a um escrivão.

Marina Rossi, El País
De metrô, carro, ônibus, bicicleta ou a pé, o paulistano gasta diariamente uma média de 2h46 para se deslocar pela cidade, segundo uma pesquisa feita pelo instituto Ibope a pedido da Rede Nossa São Paulo e divulgada nesta quinta-feira. Porém, quem anda de ônibus leva vantagem.
Enquanto quem anda exclusivamente de carro gasta diariamente 2h53 no trânsito, quem anda apenas de ônibus leva 2h46 para se deslocar. “É a primeira vez que detectamos essa pequena diferença”, diz Maurício Broinizi Pereira, coordenador-executivo da Rede Nossa São Paulo.

Estadão
A utilização da capacidade instalada (UCI) da indústria subiu dois pontos porcentuais em agosto na comparação com julho, registrando 72%, ante 70%. Apesar disso, a indústria reduziu a produção. Em agosto, o índice de produção recuou para 48,2 pontos, de 48,8 pontos registrados em julho. Os dados constam da pesquisa Sondagem Industrial, da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
"Esperávamos alguma melhora na comparação com julho e junho, que foram meses afetados pelas paralisações parciais e totais por conta da Copa do Mundo e também por conta da proximidade do período do final de ano, mas o cenário em agosto permaneceu tão negativo quanto nos meses anteriores", diz o economista da CNI, Marcelo Azevedo.


NO BLOG DO CORONEL
A redução da pobreza foi, ao longo dos últimos vinte anos, não só uma conquista da sociedade brasileira, mas também resultado da estabilidade econômica e de investimentos em educação e saúde feitos desde a década de 1990. Mas os limites desses esforços começam a aparecer. Dados da Pesquisa Nacional por Amostragem Domiciliar (Pnad) de 2013, divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que, pelo terceiro ano consecutivo, o indicador que mede a desigualdade de renda, chamado Índice de Gini, não mostra melhora significativa. 
O índice, que é usado mundialmente, leva em conta o número de pessoas em um domicílio e a renda de cada um, e mostra uma variação de zero a um, sendo que quanto mais próximo de um, maior é a desigualdade. O IBGE calculou em 2013 que o Brasil marcou 0,498 no indicador que leva em conta a renda de todo os membros de cada família. Em 2012, o resultado havia ficado em 0,496, enquanto em 2011, era de 0,499. A leve oscilação não permite ao órgão concluir que houve uma piora significativa na distribuição de renda no Brasil. Contudo, ela é clara em mostrar que os efeitos da desaceleração econômica já fazem com que a barreira entre ricos e pobres pare de ceder.
Tal piora é explicada não só pelo baixo crescimento da economia, mas também pela menor oferta de vagas de trabalho, ambas mostradas pelo IBGE por meio do levantamento das Contas Nacionais, que calcula o Produto Interno Bruto (PIB), e da própria Pnad, que mede a taxa de desocupação no país. Segundo dados divulgados nesta quinta, a taxa de desemprego passou de 6,1% em 2012 para 6,5% em 2013. Percebe-se, portanto, uma situação em que a economia cresce pouco (o avanço em 2013 foi de 2,3%) e o mercado de trabalho sente o impacto. 
Diante disso, até mesmo as políticas de transferência de renda consolidadas no governo Lula mostram perda de vigor. Como seu impacto no PIB é limitado (de apenas 0,5%), tais mecanismos não são suficientes para estimular o crescimento em momentos de crise. Para 2014, a previsão é de que o PIB fique muito próximo de zero e que o mercado de trabalho avance, no mínimo, 30% menos que em 2013. Com isso, economistas esperam impacto mais significativo na medição da distribuição de renda para o ano que vem.
A Pnad aponta estagnação na desigualdade com base em duas métricas usadas para avaliar os rendimentos das famílias: renda média mensal com trabalho e renda média mensal de todas as fontes. A segunda leva em conta, além dos salários dos membros das famílias, também os ganhos com investimentos e aluguéis, por exemplo. O IBGE mostra que houve melhora significativa na desigualdade entre 2001 e 2011, mas que, desde então, nada mudou. O Instituto não fornece, nas tabelas da Pnad, série histórica anterior a 2001.
Ajuda a compor o cenário de estagnação na redução da desigualdade um estudo obtido pelo site de VEJA na terça-feira, encomendado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Com base em dados consolidados das declarações de Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF), o levantamento mostra que a concentração de renda aumentou no Brasil entre 2006 e 2012 e que os 5% mais ricos abocanharam 44% da renda total de 2012, ante 40% em 2006. 
Ainda que o estudo do Ipea não leve em conta os brasileiros de menor renda, especialistas ouvidos para a reportagem apontam que as classes mais abastadas permanecem, de certa forma, blindadas – sem grandes oscilações de renda – enquanto a verdadeira transferência ocorre da classe média para os mais pobres.
Homens e mulheres - A distribuição de renda do trabalho observada entre homens e mulheres também ajuda a perceber focos de desigualdade. O Índice de Gini indicou que essa distribuição foi mais desigual entre os homens (0,503) do que entre as mulheres (0,477). O maior nível de concentração da renda entre homens ocupados foi observado no Piauí (0,572), e o menor nível, no Amapá (0,432). Entre as mulheres ocupadas, o maior nível de desigualdade no rendimento foi encontrado no Maranhão (0,564), e o menor nível, em Santa Catarina (0,381). (VEJA)

NO BLOG DO ALUIZIO AMORIM
O Senador José Sarney pode ser quase tudo o que dele dizem, entretanto, não se pode desprezar o fato de que se constitui num dos políticos mais bem informados do Brasil. Afinal, são mais de meio século na atividade política ininterrupta, invariavelmente como figurante de destaque nos grandes, agitados e controversos episódios da vida política nacional.
Digo isso porque quero me referir a artigo da lavra do senador maranhense que está no seu blog e que também foi publicado em tradução para o espanhol no diário global El País. Trata-se de uma análise abrangente sobre tudo o que está rolando nesta eleição presidencial. O título não poderia ser mais sugestivo: "O Brasil em um labirinto". 
Em determinada altura de sua análise que vale a pena ser lida, Sarney reforça uma constatação que já é muito evidente, quando afirma que Lula "parece também ter sido atingido pelo maremoto e ter perdido a aura da invencibilidade...". Quanto à Dilma afirma que os eleitores do PMDB só votam na chapa petista por causa de Michel Temer que, segundo Sarney, se transformou em peça chave para uma eventual vitória da composição governista. 
Sobre Marina Silva, a velha raposa maranhense não perdoa e mete o dedo na ferida: "Marina Silva é uma figura carismática, mística, dogmática, preconceituosa e intransigente. Fundadora do PT, foi ministra de Lula e o rompimento com suas origens tem aspecto difuso, sem linhas precisas na separação." Leiam:
O BRASIL EM UM LABIRINTO
Por José Sarney
Em política há uma lei inexorável: o impossível sempre acontece. No Brasil, várias vezes a tragédia teve consequências drásticas, provocando grandes mudanças.
Basta lembrar as mais notórias: o suicídio de Getúlio Vargas, que, já praticamente deposto, com a bala no peito atinge os adversários; o derrame cerebral e a morte de Costa e Silva, que levam a um golpe dentro do golpe, desaguando numa Junta Militar e numa nova Constituição outorgada; a morte do Presidente Rodrigues Alves, eleito pela segunda vez, atingido pela gripe espanhola; Tancredo Neves, eleito para fazer a redemocratização, adoece no dia da posse e em seguida morre.
Agora estamos vivendo um momento destes. Sessenta dias antes da eleição, num desastre aéreo, desaparece o candidato a presidente Eduardo Campos. A comoção toma conta do país, mas não é ela a consequência maior. É a ressurreição de Marina Silva, que na eleição anterior obteve 20 milhões de votos. Impedida de concorrer por seu partido, não tendo conseguido registrá-lo na Justiça Eleitoral, fizera uma aliança com Campos — figurando em sua chapa como candidata a vice-presidente —, que, morto, lhe devolveu a oportunidade de participar, como protagonista, da corrida presidencial.
“Cambiaran las suertes”, como dizia um personagem de Rómulo Gallegos em Cantaclaro. O Brasil entrou num grande redemoinho político.
Marina Silva é uma figura carismática, mística, dogmática, preconceituosa e intransigente. Fundadora do PT, foi ministra de Lula e o rompimento com suas origens tem aspecto difuso, sem linhas precisas na separação.
Mas em torno dela se criou uma frente robusta de combate ao PT e ao governo Dilma, abrindo uma possibilidade antes considerada impossível: derrotá-los. As pesquisas estimulam essa hipótese. Seus apoiadores são os mais ecléticos: os indignados que há pouco mais de um ano provocaram um barulho imenso no país; seus até recentemente frustrados seguidores; as fortes correntes e igrejas evangélicas que a têm como representante; as classes conservadoras, descontentes com as políticas econômica, externa, energética, agrícola, portuária e fundiária; na área política, alas descontentes do PT e o incalculável número de grupos dos partidos aliados queixosos do tratamento recebido da Presidente Dilma e da direção do PT. A sensação dos aliados é que eles fizeram de tudo para massacrá-los nos estados, criando confrontações e arestas, e que agora há oportunidade para reagir. O PMDB, maior partido dessa aliança, que indicou o candidato a vice-presidente, está muito dividido e só não vota contra Dilma por causa do vínculo de sua participação na chapa; de uma figura de simples adereço, Michel Temer passou a ser decisivo para a vitória.
Por outro lado, um ciclo de pessimismo fez o país perder o sonho de potência emergente, com números que o mostram beirando a recessão, inflação e juros altos, e indicações negativas de agências de risco, além do desprestígio da diplomacia, ferida com o tratamento de “anão” por Israel, marcada pelo alinhamento com o chavismo bolivariano e por relações não muito amistosas com os Estados Unidos. A euforia foi embora.
Nunca esteve nos planos do PT perder as eleições. Ao contrário, cumpria com êxito seu objetivo de tornar-se um partido hegemônico, dominando a prefeitura de São Paulo, o que já ocorre, e almejando conquistar os governos dos maiores estados, São Paulo e Minas, e implantando políticas de controle social, conselhos populares e intervenção na mídia, como na Venezuela, no Equador e na Argentina.
O que acontece agora é um tsunami político. No momento, a energia inicial da onda já chegou ao fim. Os seus resultados já foram alcançados: levar a eleição para o 2º turno e, assim, provocar uma disputa acirrada, em que tudo pode acontecer. Maior partido de oposição, o PSDB, embora tenha excelente e talentoso candidato, ficou imprensado pela guerra entre as duas candidatas originárias da esquerda.
Para fugir da ameaça de derrota, pensaram alguns líderes do PT até mesmo em fazer Lula candidato. Mas o ex-presidente parece também ter sido atingido pelo maremoto e ter perdido a aura da invencibilidade, embora mantenha seu carisma e ainda seja a maior liderança política do país.
A Presidente Dilma, com seu forte caráter de chefia, já conquistou seu espaço como administradora e não é mulher de jogar a toalha ou aceitar humilhação.
Marina Silva é uma incógnita. A figura de hoje nada tem a ver com sua radical história de guerreira dos seringais. Senadora por dezesseis anos — em parte dos quais ocupou o Ministério do Meio Ambiente de Lula —, deixou uma marca de radicalismo, como fundamentalista, de capacidade limitada, preferindo sempre a confrontação ao diálogo, e buscando não o entendimento, mas a conversão. Sua formação é das Comunidades Eclesiais de Base, mas agora é evangélica ortodoxa, considerando que o mundo se reparte entre os destinados à salvação e os condenados à perdição.
As eleições serão a 5 de outubro. A campanha atingiu um alto grau de violência, com ataques rasteiros. O quadro é de pesquisas nervosas, esquizofrênicas, que indicam que tudo pode acontecer. As sondagens — e são muitas — sempre mostram uma vantagem de Dilma no 1º turno e a vitória de Marina no 2º turno, que exige maioria absoluta.
A palavra certa para a atual situação brasileira é perplexidade.
O Brasil perdeu o otimismo, há um alto aquecimento do censo crítico, desapareceu a sacralidade das políticas sociais. O Presidente Lula dá sinais de não desejar engajar-se num pacto de morte e se afasta de um duelo fatal. O quadro é de um labirinto. Mistério e imprevisão. Do blog de José Sarney

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) parecer em que atesta que o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, condenado no julgamento do mensalão, pode cumprir o restante da pena em regime domiciliar. A recomendação do Ministério Público será analisada pelo relator do mensalão, ministro Luís Roberto Barroso, que deve confirmar o benefício.
Condenado a 6 anos e 8 meses de prisão, em regime semiaberto, por corrupção ativa, o ex-tesoureiro cumpriu um sexto da pena após 1 ano, 1 mês e 10 dias recluso. Por meio de estudos à distância e trabalhos no pátio do presídio e na Central Única dos Trabalhadores (CUT), o mensaleiro conseguiu abater 117 dias de pena, o que permitiu que ele pedisse a progressão de regime a partir do dia 28 de agosto. De acordo com a Lei de Execução Penal, a progressão de regime é possível se o preso tiver bom comportamento e depois do cumprimento de um sexto da pena no regime anterior. A legislação prevê ainda que o detento pode abater um dia de pena a cada 12 horas de frequência escolar e um dia a cada três dias trabalhados.
Ao confirmar o direito de Delúbio à progressão de pena, Rodrigo Janot disse não haver “qualquer falta grave” que envolva o mensaleiro. “Não consta em seus apontamentos qualquer falta grave, ostentando bom comportamento carcerário certificado pelo Centro de Progressão Penitenciária do Distrito Federal”, disse.
No início do ano, após revelações, feitas por VEJA, de privilégios a mensaleiros presos, o juiz Bruno Silva Ribeiro, da Vara de Execuções Penais (VEP) do Distrito Federal, advertiu Delúbio e orientou o mensaleiro a não descumprir as regras do sistema prisional, e a “preservar o sistema carcerário livre de pressões”, sob pena de ele regredir para o regime fechado. O petista vinha recebendo regalias no Centro de Progressão Penitenciária (CPP) de Brasília, onde cumpria pena. Os privilégios incluíam uma feijoada e o direito de um veículo da Central Única dos Trabalhadores (CUT), empregadora de Delúbio, estacionar no pátio do presídio. Por conta dos privilégios no CPP, órgão sob administração do governo de Agnelo Queiroz (PT), Delúbio perdeu temporariamente, no final de fevereiro, o direito de trabalhar na CUT com assessor sindical. Do site de Veja

NO BLOG ALERTA TOTAL
Propina que Paulo Roberto Costa admitiu ter recebido por Pasadena derruba tese de “nada sabia” no governo
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Nenhuma decisão que envolva grande volume financeiro é tomada na Petrobras sem que o Presidente da República tome conhecimento. Por isso, o Presidentro eterno Luiz Inácio Lula da Silva e a Presidenta Dilma Rousseff sabiam de tudo, muito mais, e devem ser responsabilizados por atos equivocados tomados pela direção executiva e pelos conselhos de administração ou fiscal. Investidores usarão tal argumento básico para processá-los em Nova York, em cuja bolsa de valores a Petrobras negocia suas ações e onde os políticos brasileiros corruptos não tem influência para garantir sua impunidade ampla, geral e irrestrita, diante de um judiciário lento, covarde ou omisso.
A situação de Dilma é ainda pior por três motivos: ela presidiu o conselhão da estatal na gestão Lula e, quando assumiu, indicou sua amiga pessoal, Maria das Graças Foster, para manter o controle sobre as decisões na empresa – antes comandada por José Sérgio Gabrielli, homem de confiança de Lula, da mesma forma como era o agora vilão-mor Paulo Roberto Costa. Não é surpresa alguma, como revelou ontem o Jornal Nacional da Rede Globo, que “Paulinho” (como Lula o tratava) tenha confessado, na delação premiada, ter recebido R$ 1,5 milhão em propina pela compra da refinaria Pasadena, no Texas, EUA. É surpreendente e uma mega imbecilidade supor que só ele tenha levado vantagem na operação.
Assim que for politicamente conveniente, o Supremo Tribunal Federal será obrigado a avaliar as bombásticas delações de “Paulinho”, já que ele denunciou um grupo de políticos (com o absurdo direito a foro privilegiado) que recebiam propinas dos superfaturamentos em contratos da Petrobras com empreiteiras. O ministro Teori Zavascki é quem terá o espinhoso papel de determinar quem deve ser processado no STF.
A aposta em Brasília é que a lista será influenciada pelo resultado eleitoral. Se os governistas vencerem a reeleição, a pizza de sempre vai para o forno. Se Marina ganhar, o pedaço de pizza sairá mais caro nas negociações de bastidores. Só se o Aécio vencer – e a chance disso parece cada vez mais remota, pela evidente sabotagem sofrida pela campanha do tucano -, o caso Petrobras pode ir adiante. Em um eventual novo governo petista – com Dilma ou na versão repaginada com Marina -, a impunidade é bem previsível.
Até Lava Jato pode acabar impune, no final das contas. Não basta a disposição do juiz Sérgio Fernando Moro em julgar e condenar os corruptos comprovados. Os infindáveis recursos processuais da legislação brasileira em vigor sinalizam que nada se resolve em menos de 10 ou 15 anos. Portanto, o crime terá compensado, quando alguma sentença conseguir transitar em julgado. Os advogados dos réus vão exercitar seu direito a recorrer até a última instância. Tendo políticos poderosos envolvidos no caso, que vai avançar ou parar no STF, a chance de impunidade final é gigantesca. Vide o Mensalão – que só tem Marcos Valério efetivamente programado para ficar muito tempo na cadeia, como bode expiatório-mor. Os demais já estão ou logo ficarão soltos – gozando da cara da maioria dos brasileiros otários.
Tudo negado

Grande dúvida
Será que, até o primeiro turno, estoura alguma bomba sobre o mensaleiro Henrique Pizzolato – que continua preso na Itália?
O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil teria muito a acrescentar não só sobre o mensalão, mas também sobre os esquemas que a Lava Jato investiga.
Até porque o poderoso Paulo Roberto Costa – que não era diretor financeiro da Petrobras - controlava 1.832 contas correntes da empresa no mesmo Banco do Brasil...
(...)

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