DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 15-9-2014

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
PUBLICADO NA EDIÇÃO IMPRESSA DE VEJA
J.R. GUZZO
Governos que mentem para o público o tempo todo acabam mais cedo ou mais tarde mentindo para si mesmos e, pior ainda, acreditando nas mentiras que dizem; o resultado é que sempre chegam a uma situação em que não sabem mais fazer a diferença entre o que é verdadeiro e o que é falso. Eis aí onde veio parar o governo da presidente Dilma Rousseff nestes momentos decisivos da campanha eleitoral. Muito pouco do que está dizendo faz nexo – resultado inevitável do hábito, desenvolvido já há doze anos, de navegar com o piloto automático cravado na contrafação dos fatos e na falsificação das realidades.
Entre atender à sua consciência e atender a seus interesses, o governo jogou todas as fichas na segunda alternativa, ao se convencer de que seria muito mais proveitoso tapear o maior número possível de brasileiros com a invenção de virtudes do que ganhar seu apoio com a demonstração de resultados. Não compensa: para que fazer toda essa força se dá para comprar admiração, cartaz e votos com dinheiro falso? Foi o que concluíram, lá atrás, os atuais donos do país. Agora, como viciados em substâncias tóxicas, vivem na dependência da embromação; está muito tarde para mudar, e a única opção é continuar mentindo até o dia das eleições. Sua esperança é que a maioria dos eleitores, como acontece com frequência, ache mais fácil acreditar do que compreender.
Para se ter uma ideia de onde foram amarrar nosso burro: o estado-maior da campanha de Dilma considerou que sua vitória mais importante no primeiro debate entre os candidatos foi ter escapado “de todas as perguntas difíceis”. É triste. Quando a verdade é substituída pelo silêncio, ensina o poeta Ievgeni Ievtushenko, o silêncio torna-se uma mentira – talvez seja, aliás, sua modalidade mais eficiente. A partir daí, vale tudo, e por conta disso os brasileiros têm ouvido as coisas mais extraordinárias por parte do governo.
Os candidatos da oposição, sobretudo Aécio Neves, foram publicamente acusados, por exemplo, de já terem decidido fazer uma recessão econômica se forem eleitos; no mesmo momento, comicamente, saíram os resultados da economia nos primeiros seis meses de 2014, mostrando que o Brasil andou para trás nos dois primeiros trimestres do ano. Ou seja: a recessão que os adversários iriam provocar no futuro já está sendo praticada pelo governo Dilma no presente. Na média dos seus quatro anos, por sinal, será o pior desempenho econômico do Brasil desde o presidente Floriano Peixoto.
Diante dos canais de concreto em ruínas na obra de transposição do Rio São Francisco, que, segundo as mais solenes promessas do ex-presidente Lula, estaria pronta em 2010, depois em 2012 e hoje é um mistério em termos de prazo, Dilma disse em sua propaganda eleitoral que a culpa do atraso é da “curva do aprendizado” – ou seja, pelo que dá para entender, ainda não aprendemos a fazer direito esse tipo de coisa. Ainda? O Canal de Suez está pronto desde 1869, o do Panamá desde 1914; será que já não deu tempo de aprender?
A Ferrovia Norte-Sul, que vem sendo construída pelos governos Lu­la-Dilma desde 2005, e que foi inaugurada mais uma vez em maio, continua fechada ao tráfego de trens, por falta de equipamentos – para piorar, ladrões vêm roubando os trilhos. São os únicos, além das empreiteiras, para quem a ferrovia tem tido alguma utilidade. O programa de formação de mão de obra técnica, descrito como “o maior do mundo”, formou até agora mais de 100 000 recepcionistas e manicures – o triplo do número de mecânicos. Em suma: já nem é mais um caso de mau governo. É anarquia.
Um dos diretores mais influentes da Petrobras durante o governo do PT, tão graduado que assumiu 24 vezes a presidência da empresa em substituição aos titulares, está na cadeia desde março, entalado em espetaculares denúncias de corrupção; foi figura-chave na tenebrosa compra da refinaria americana de Pasadena e está no centro da investigação sobre as negociatas na construção da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, um pesadelo cujo custo final pode passar dos 20 bilhões de dólares. Indagada a respeito, Dilma nada respondeu. Preferiu dizer que o grande problema da empresa foi a sugestão, feita no governo Fernando Henrique, de trocar o nome da Petrobras para “Petrobrax” – apenas uma ideia tola, de vida curtíssima e sem importância nenhuma. E a economia parada? “Eu criei 5,5 milhões de empregos”, diz a candidata. Como assim – “eu criei”?
Uma mentira começa com o ato de fazer o que é falso parecer verdadeiro. Acaba deste jeito: em alucinação.

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
Além de entregar, um a um, os políticos que receberam dinheiro sujo do esquema de corrupção, o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa ofereceu aos investigadores, em seus depoimentos, indícios e até provas dos pagamentos de propina. São anotações detalhadas de datas, locais, quantias e até números de contas bancárias no exterior, onde os destinatários preferiam receber a grana roubada da estatal.
Chamado de “Paulinho” por Lula, Paulo Roberto Costa conta que ele e seus comparsas se referiam ao ex-presidente como “Gerentão”.
Paulo Roberto Costa jura que não liderava o esquema, como se se reportasse a um chefe. Mas investigadores ainda não acreditam isso.
Os candidatos a presidente, governador e senador vão gastar mais de R$ 4,4 bilhões nos três meses de campanha eleitoral, de acordo com as próprias previsões informadas ao Tribunal Superior Eleitoral. Esse valor, que é oficial e por isso deve ser superado, é maior que o orçamento anual de 16 dos 39 ministérios criados pelo governo Dilma, incluindo Relações Exteriores e até a própria Presidência da República.
O delegado federal e deputado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) levará ao Ministério Público Federal indícios e testemunhos que justificariam uma investigação aprofundada da queda do avião de Eduardo Campos. Está convencido de que não foi um acidente: houve atentado.
A presidenciável Marina Silva enfrenta resistência de funcionários do Ministério do Meio Ambiente. Eles lembram que, em sua gestão como ministra, reuniões eram interrompidas por cultos evangélicos.
A MÁQUINA SE MEXE
O clima de campanha domina empresas públicas como Banco do Brasil e Petrobras. Funcionários são instados a compartilhar ataques a Aécio (PSDB) e Marina (PSB) no Facebook e grupos do WhatsApp.
SUMA DAQUI
Ex-presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli tem cumprido à risca as ordens de Lula, por quem foi orientado a sumir do mapa durante as eleições na Bahia. Pegam mal os escândalos que ele protagonizou.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
A presidente-candidata Dilma Rousseff não quer saber de “coitadinhos” disputando a Presidência da República. Deixou isso muito claro numa entrevista coletiva concedida ontem, no Palácio da Alvorada, enquanto mordomos invisíveis, pagos por nós, administravam-lhe a casa. A rigor, vamos ser claros, a presidente nunca acreditou nem em “coitados” nem na inocência. Ou não teria pertencido a três organizações terroristas que mataram… inocentes! A propósito, antes que chiem os idiotas: isso que escrevo é
a: ( ) verdade;
b: ( ) mentira.
Quem decidir marcar a alternativa “b” já pode se despedir do texto porque não é só um desinformado; é também um idiota — e não há razão para perder o seu tempo com este blog. Para registro: ela cerrou fileiras com o Polop, Colina e VAR-Palmares. Sigamos.
Na quinta-feira passada, informou a Folha, ao se referir aos ataques que vem recebendo do PT, Marina Silva, candidata do PSB à Presidência, chorou. Os petistas não abrem mão de desconstruir a imagem da ex-senadora e de triturar a adversária, mas temem que ela se transforme numa vítima e acabe granjeando simpatias. Na entrevista deste domingo, Dilma tratou, ainda que de modo oblíquo, tanto da campanha negativa que o PT vem promovendo contra a peessebista como das lágrimas da adversária. Afirmou:
“A vida como presidente da República é aguentar crítica sistematicamente e aguentar pressão. Duas coisas que acontecem com quem é presidente da República: pressão e crítica. Quem levar para campo pessoal não vai ser uma boa presidente porque não segura uma critica. Tem de segurar a crítica, sim. O twitter é o de menos. O problema são pressões de outra envergadura que aparecem e que, se você não tem coluna vertebral, você não segura. Não tem coitadinho na Presidência. Quem vai para a Presidência não é coitadinho porque, se se sente coitadinho, não pode chegar lá”.
Entenderam? Dilma está dizendo que a brutalidade é mesmo da natureza do jogo, avaliação que, em larga medida, remete a personagem de agora àquela militante do passado, quando grupos terroristas se organizaram contra a ditadura militar. Ou por outra: não havia, de fato, “coitadinhos” naquele embate. Eu sempre soube disso — e já o afirmava mesmo quando na esquerda. É por isso que a indústria de reparações — exceção feita aos casos em que pessoas já rendidas foram torturadas ou mortas pelo Estado — é uma vigarice intelectual, política e moral.
Dilma, obviamente, sabe que o PT faz campanha suja ao associar a independência do Banco Central à falta de comida na mesa dos brasileiros. Dilma sabe que se trata de uma mentira escandalosa a afirmação de que o programa de Marina tiraria R$ 1,3 trilhão da educação. Em primeiro lugar, porque não se pode tirar o que não existe; em segundo, porque Marina, se eleita, não conseguiria pôr fim à exploração do pré-sal ainda que quisesse.
E que se note: a presidente-candidata, que não apresentou ainda um programa final, deixou claro que considera desnecessário fazê-lo e, a levar a sério o que disse, aguardem mais quatro anos do mesmo caso ela vença a disputa. Leiam o que disse:
“O meu programa tem quatro anos que está nas ruas. Mais do que nas ruas, está sendo feito. Hoje estou aqui prestando contas de uma parte do meu programa. Eu não preciso dizer que vou fazer o Ciência sem Fronteiras 2.0, a segunda versão. Eu não preciso assumir a promessa, porque fiz o primeiro. A mim tem todo um vasto território para me criticar. Tudo o que eu fiz no governo está aí para ser criticado todo o santo dia, como, aliás, é. Todas as minhas propostas estão muito claras e muito manifestas”.
A presidente, sem dúvida, pôs os pingos nos is. Se ela ganhar mais quatro anos, teremos um futuro governo igualzinho a esse que aí está. Afinal, segundo diz, o seu programa já está nas ruas, já está sendo feito. O recado parece claro: nada vai mudar.
Dilma voltou a falar sobre a independência do Banco Central, fazendo a distinção entre “autonomia” — que haveria hoje (na verdade, não há) e “independência”, conforme defende Marina. Segundo a petista, a proposta de Marina criaria um Poder acima dos demais.
Vamos lá: discordar sobre a natureza do Banco Central é, de fato, próprio da política. E seria muito bom que o país fizesse um debate maduro a respeito. Mas, obviamente, não é isso o que faz o PT. Ao contrário: o partido aposta no terror e no obscurantismo. Pretende mobilizar o voto do medo e da ignorância. Quanto ao pré-sal, destaque-se igualmente: seria positivo se candidatos à Presidência levassem adiante um confronto de ideias sobre matrizes energéticas. Mas quê… De novo, os petistas investem apenas no benefício que lhes pode render a ignorância.
Dilma segue sendo, essencialmente, a mesma, agora numa nova moldura: “o mundo não é para coitados, não é para os fracos”. E, para demonstrar força, se preciso, servem a mentira e o terror. Hoje como antes. O PT também segue sendo o mesmo: quando estava na oposição, transformava o governo de turno na sede de todos os males e de todos os equívocos. No poder há 12 anos, agora o mal verdadeiro está com a oposição. Seu lema poderia ser “Destruir para conquistar; conquistar para destruir”.
Dilma pede licença para matar. Nem que seja uma reputação.

Atenção, leitor, para um rolo dos diabos — uma história bem típica do modo de agir dos companheiros. A edição de VEJA desta semana traz uma reportagem de Robson Bonin que narra uma história do balacobaco. A informação quente, pelando, é a seguinte: um desses sujeitos que costumam transitar no submundo da política e que já foi condenado no processo do mensalão — Enivaldo Quadrado — chantageou o PT para não fornecer detalhes sobre uma operação criminosa que surrupiou R$ 6 milhões dos cofres da Petrobras em 2004. Chantageou e levou a grana. Em dólares. E sabem para que teria servido aqueles R$ 6 milhões roubados da Petrobras em 2004? Para pagar outra chantagem: um empresário ligado ao PT ameaçava envolver os nomes de Lula, Gilberto Carvalho e José Dirceu na morte de Celsa Daniel, prefeito de Santo André, assassinado no dia 18 de janeiro de 2002.
Entenderam? Quadrado chantageou o PT há alguns dias para não revelar detalhes de uma operação ocorrida há dez anos, que envolveu um assalto aos cofres da Petrobras. Tudo para preservar três medalhões do PT. Agora vamos a detalhes das duas operações. Comecemos pela primeira chantagem.
1: Segundo a reportagem, em 2004, Ronan Maria Pinto, empresário de ônibus ligado ao PT e hoje dono de um jornal em Santo André, exigiu R$ 6 milhões para não implicar os nomes de Lula, Dirceu e Carvalho na morte de Celso Daniel.
2: O comando do PT recorreu aos serviços de, digamos, amigos poderosos para conseguir o dinheiro. Prestem atenção à tramoia, segundo apurou a reportagem:
a: o pecuarista José Carlos Bumlai, amigão de Lula, contraiu um empréstimo de R$ 6 milhões junto ao Banco Schain;
b: Bumlai usou a sua influência na Petrobras para que a construtora Schain, do mesmo grupo, aumentasse seus negócios com a estatal em exatos… R$ 6 milhões;
c: quem negociou pela estatal foi o diretor Guilherme Estrela, amigão de Lula;
d: o dinheiro emprestado a Bumlai foi parar nas mãos da empresa 2S Participações, que pertencia a… Marcos Valério.
e: Marcos Valério fez, então, um contrato de mútuo para emprestar o dinheiro a Ronan Maria Pinto, aquele mesmo que, segundo a reportagem, exigia R$ 6 milhões para não implicar os chefões petistas na morte de Daniel;
f: no contrato de mútuo, figura como agente financeira a empresa Remar Agenciamento e Assessoria Ltda., que foi contratada justamente por… Enivaldo Quadrado!
3: Em setembro de 2012, Marcos Valério já havia relatado esses fatos ao Ministério Público. Voltemos agora ao tal Quadrado.
Condenado pelo STF a três anos e meio por lavagem de dinheiro no processo do mensalão, Quadrado voltou a ser preso pela Operação Lava Jato. Tão logo saiu da cadeia, ameaçou fornecer detalhes sobre um documento que estava sob a guarda do doleiro Alberto Youssef. Sabem qual? Justamente o contrato firmado entre a empresa de Marcos Valério e a Expresso Nova Santo André Ltda, de Ronan.
Por que um contrato entre Valério e Ronan estava com Youssef? Eis um mistério.
Seja como for, a reportagem de VEJA apurou que Quadrado apresentou a conta de seu silêncio a João Vaccari Neto, tesoureiro do PT. E a cúpula do partido teria decidido dar os dólares que ele pediu. Só para lembrar: Vaccari é uma das pessoas acusadas pelo engenheiro Paulo Roberto Costa como beneficiária — em nome do partido, claro! — do esquema de corrupção que vigorava na Petrobras.
Como vocês veem, relato esse caso do âmbito da política, mas é evidente que se trata de uma conjunção de casos de polícia.
Só para lembrar
José Carlos Bumlai de tal sorte é amigo de Lula que, quando o chefão petista era presidente, havia na portaria do Palácio do Planalto este aviso:
Jose Carlos Bumlai - autorização

Como a leitura é difícil, transcrevo:
“O sr. José Carlos Bumlai deverá ter prioridade de atendimento na portaria Principal do Palácio do Planalto, devendo ser encaminhado ao local de destino, após prévio contato telefônico, em qualquer tempo e qualquer circunstância”.
É isso aí. Se quiser saber tudo o que este blog já escreveu sobre tão notável figura, clique aqui .


Em entrevista coletiva concedida neste domingo, a presidente-candidata Dilma Rousseff explicou por que não apresentou até agora o seu programa de governo. Segundo disse, seu programa já está em curso. Ah, bom! Quer dizer que, caso vença, teremos mais quatro anos iguais aos quatro passados. Pois é… A questão é saber se o país resiste.
Reportagem de Toni Sciarretta, na Folha de hoje informa que há recorde histórico de inadimplência das empresas. Nada menos de 3,5 milhões das 7 milhões de empresas operacionais estavam, em julho, com algum tipo de dívida em atraso, “resultado da queda de vendas e do aumento de custos com fornecedores, funcionários e bancos”. Os dados são do Serasa.
Para o Serasa, informa a reportagem, “é operacional a companhia que pesquisou a situação cadastral de um cliente ou teve o seu CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) consultado no último ano.” Na Receita Federal, existem cadastrados 14 milhões de CNPJs, mas este inclui as companhias não operacionais — as que entraram em falência, por exemplo. Ainda que se leve em consideração esse banco de dados, estaríamos falando de 25% de inadimplência, o que já seria um número alarmante.
Que fique claro: os dados do Serasa não incluem os débitos com a Receita, com o INSS ou com os fiscos estaduais ou municipais, exceção feita aos casos em que essas pendências já estão em fase de execução ou entraram para a dívida ativa da União. Fossem computadas essas dívidas, o número seria ainda maior. Como informa a reportagem da Folha, os critérios do Serasa levam em conta as empresas que “estão com débito em atraso no banco, deram cheque sem fundo, tiveram títulos protestados, enfrentam ações judiciais porque não pagaram fornecedores ou funcionários, tiveram (ou terão) a luz e o telefone cortados ou entraram em recuperação judicial”.
Esses dados ajudam a explicar o mau humor da esmagadora maioria do empresariado com o governo Dilma. São empresas de pequeno e médio portes 91% das inadimplentes. Um terço delas está em São Paulo — Estado em que Dilma enfrenta, note-se, uma enorme rejeição. O setor mais afetado é o comércio, que responde por 47% do total, seguido por serviços (42,6%) e indústria (9,1%). Não custa lembrar que os dois primeiros responderam em grande parte pelo modo petista de crescer, ancorando-se no consumo. Também foram eles os principais responsáveis pela manutenção dos empregos.
Em alguma hora, no entanto, os quatro anos de crescimento mixuruca da economia — e vem o quinto por aí — cobrariam o seu preço. Tudo o mais constante na baixa, parece razoável supor que o emprego será a próxima vítima.
Mas Dilma diz que o seu programa de governo é este mesmo.

Pois é… O perfil na Wikipédia do engenheiro Paulo Roberto Costa — que está preso e fez um acordo de delação premiada — também foi alterado. Na versão que chegou a ir ao ar e depois foi retirada, algum delinquente político, intelectual e moral tentou ligar o homem ao governo… FHC! É, leitores, é isto mesmo! Alguém tentou transformar o cara que servia aos interesses do PMDB, do PT e do PP numa cria tucana!!! E o computador em que a alteração foi feita está na… Petrobras! A gente pode ficar escandalizado, claro!, e deve. Mas surpresos, convenham, não estamos.
Aliás, se, um dia, a Polícia decidir rastrear as fontes de difamação de políticos da oposição e de outros “inimigos do regime”, dá para apostar que as fontes irradiadoras da baixaria estão em órgãos públicos, onde os companheiros se aboletam aos muitos milhares. Imaginem o medo que essa gente tem de perder a boquinha.
Leiam o que informa O Globo:
A Petrobras confirmou a informação que o perfil de Paulo Roberto Costa na enciclopédia virtual Wikipédia foi alterado em um dos computadores da sede da empresa. Como o GLOBO revelou em matéria deste sábado, as modificações afirmam que Costa, ex-diretor de Abastecimento da estatal e um dos denunciados na operação “Lava-Jato” da Polícia Federal, é uma “cria” do governo tucano de Fernando Henrique e que foi demitido porque estava “muito soltinho”. Segundo nota divulgada , a Área de Tecnologia da Informação está rastreando os acessos à internet para identificar o computador em que o artigo foi reescrito.
As alterações destacam que a demissão ocorreu após a posse da atual presidente da estatal Graça Foster, e com aprovação da presidente da República e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT). A publicação ocorreu às 16h16min e foi retirada do ar seis minutos depois.
O rastreamento que identificou a origem da alteração foi feito pelo serviço de monitoramento @BRwikiedit. A página, originalmente monitorava somente a rede do Congresso mas, há cerca de um mês, passou a também fiscalizar as modificações que usuários da Procuradoria Geral da República, Dataprev, Petrobras, Banco Central, Banco do Brasil, Caixa e mais 40 entidades produzem na enciclopédia on-line.
O texto liga o crescimento profissional do ex-diretor ao governo Fernando Henrique. Uma parte dedicada especialmente a isto, intitulada “Ex-diretor começou no governo de FH”, diz que não é verdade que Paulo Roberto Costa começou sua carreira em 2004, durante o governo Lula, e que suas primeiras indicações políticas ocorreram em 1995, durante o mandato de FH.
“Tem sido divulgado à opinião pública que Paulo Roberto Costa, agora no epicentro de um escândalo de corrupção, teria começado sua carreira na Petrobras em 2004 – portanto, no governo Lula –, quando foi nomeado diretor de Abastecimento. Isso não é verdade. Ele entrou na Petrobras muito antes, em 1979, quando participou da instalação das primeiras plataformas de petróleo na Bacia de Campos (RJ). Suas primeiras indicações políticas dentro da estatal ocorreram quando o PSDB ganhou a presidência da República.”, afirma o perfil modificado.
As informações sobre as posições que Costa assumiu na estatal desde que entrou em 1979 até seu desligamento correspondem ao que o próprio declarou em junho deste ano durante sessão na CPI da Petrobras no Senado, antes de ser preso.
“Em 1995, logo no primeiro ano da presidência de FHC, ele foi indicado como gerente geral do poderoso Departamento de Exploração e Produção do Sul, responsável pelas Bacias de Santos e Pelotas.Nos anos seguintes, sempre sob gestão dos tucanos, Paulo Roberto Costa foi beneficiado por várias indicações políticas internas da Petrobras. Em 1996 foi gerente geral de Logística. De 1997 a 1999 respondeu pela Gerência de Gás. De maio de 1997 a dezembro de 2000 foi diretor da Petrobras Gás – Gaspetro. De 2001 a 2003 foi gerente geral de Logística de Gás Natural da Petrobras. E de abril de 2003 a maio de 2004 (agora, sim, no início do governo Lula), foi diretor-superintendente do Gasoduto Brasil-Bolívia”.
Parte das modificações foi copiada de um outro texto publicado pelo blogueiro Miguel do Rosário no site “Tijolaço”. Miguel foi um dos nove entrevistadores escolhidos para conversar com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em abril deste ano. A escolha dos blogueiros foi feita pelo instituto do petista. No texto inserido no perfil do Wikipedia, a escolha de Paulo Roberto da Costa é justificada como “caminho natural”.
A alteração foi realizada dois dias após o Planalto exonerar o responsável pela alteração das páginas de jornalistas na Wikipédia. A investigação da comissão de sindicância da Casa Civil da Presidência da República identificou o servidor Luiz Alberto Marques Vieira Filho um mês após o início da apuração. Funcionário de carreira do Ministério da Fazenda, mas na época lotado na Secretaria de Relações Institucionais (SRI), o servidor fez mudanças nos perfis de Míriam Leitão e Carlos Alberto Sardenberg. O servidor vai responder a processo administrativo disciplinar (PAD).

NO BLOG DO CORONEL
Dilma usa a caneta presidencial para exigir doações de empresários.

Mais de 3,5 milhões de empresas estavam em julho com algum tipo de dívida em atraso no país, resultado da queda das vendas e do aumento de custos com fornecedores, funcionários e bancos. É o maior volume de inadimplentes já registrado no setor produtivo, segundo a Serasa, dona do maior banco de dados de crédito do país. É mais um recorde da política econômica desastrosa da Dilma e do PT, com inflação sem controle, juros altos e carga tributária escandalosa.
Mesmo assim, a campanha de Dilma Rousseff não toma vergonha na cara e está remetendo uma carta pressionando as empresas a fazerem doações financeiras para a sua campanha. Os petistas são a favor do financiamento público de campanhas, mas por debaixo do pano praticam verdadeira extorsão contra o meio empresarial. Ninguém sabe, por exemplo, se a máquina do governo, em caso de negativa, não será colocada a perseguir quem não contribuiu. Fiscalização. Execução de dívidas. Cancelamento de contratos. Tudo é possível de acontecer quando se trata de um governo corrupto como este que aí está.
Segundo o jornal Valor Econômico, O comitê financeiro da coligação "Com a Força do Povo", integrada por nove partidos, enviou uma carta digital aos maiores empresários do país, em nome da presidente Dilma Rousseff, pedindo contribuição para a campanha à reeleição.
Um dos destinatários da correspondência disse ao Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor, que se sentiu "pressionado", ao receber um pedido de contribuição em nome da presidente da República. O comitê financeiro da coligação disse que a carta está em nome de Dilma porque ela é a candidata.
A carta causou constrangimento a quem a recebeu, também, porque chegou aos empresários no momento em que a campanha de Dilma desfechava duro ataque à proposta de autonomia do Banco Central, defendida pela candidata Marina Silva, do PSB, no qual é apresentada uma imagem depreciativa dos banqueiros - empresários, em geral, sentiram-se atingidos.
"Em nome da presidenta Dilma Rousseff, venho propor uma importante reflexão", diz a carta do comitê financeiro, que é assinada pelo tesoureiro oficial do comitê da reeleição, o deputado estadual Edinho Silva (PT-SP). Em seguida, destaca que a eleição presidencial "é um processo decisivo" para o futuro do país e diz que "nossa presidenta" é candidata à reeleição "com a convicção de que o Brasil avançou muito nos últimos 12 anos", nos governos dela e de Lula.
Feitas as apresentações, a carta diz que os governos de Lula e Dilma fortaleceram "um modelo sustentável de desenvolvimento que associou o crescimento econômico à distribuição de renda e à ampliação do crédito e do consumo", o que permitiu a construção de um "cenário favorável para a grande maioria das empresas", com destaques que se tornaram "referências no enfrentamento da grave crise econômica internacional".
Ao pedir doação, o comitê financeiro diz que a participação "ética e transparente" da iniciativa privada no financiamento das campanhas é um ato de "cidadania empresarial". A carta termina dizendo que a contribuição do destinatário, de "acordo com as normas legais", será "muito bem-vinda" e que a campanha quer ampliar "o número de empresas engajadas nessa prática de responsabilidade social".
O comitê financeiro da campanha de Dilma confirmou ao Valor PRO ter enviado as cartas digitais aos empresários. Informou também que iniciativas semelhantes foram adotadas pelo PT em campanhas passadas e que a carta é apenas uma das formas utilizadas para pedir doações.

NO BLOG DO ALUIZIO AMORIM
O texto que segue é o site da empresa Empiricus, que ficou famosa com aquele vídeo intitulado O Fim do Brasil. E as dicas dadas por Empiricus continuam de pé. Entretanto, agora que se aproxima a eleição, o Empiricus volta à carga avisando que todos os candidatos estão no páreo, inclusive Aécio Neves. A idéia é descartar a Dilma já no primeiro turno, fato que turbinaria da economia brasileira e ajudaria muito a afastar o perigo de algo parecido como a Venezuela ocorrer no Brasil com mais um governo petistas. Leiam:
Em que se pesem pequenas oscilações típicas das pesquisas, os três principais candidatos possuem chances significativas de assumir a presidência em 2015.
Aécio, Dilma e Marina estão todos no páreo; perde quem ainda não percebeu isso.
O presente descarta em absoluto a antiga consideração, vigente até o fim de 2013, de que se tratava de um caso trivial de reeleição.
As últimas apurações sugerem, inclusive, maior probabilidade de vitória da oposição no 2º turno.
Portanto, devemos estar preparados tanto para o continuísmo quanto para uma transformação importante da macro brasileira – com efeitos diretos sobre sua renda, seus gastos e seus investimentos.
Se Aécio ou Marina vencerem o pleito, as semelhanças econômicas serão muito maiores do que as diferenças. Correção das contas públicas, controle da inflação e gestão transparente constituem três do pilares fundamentais desta eventual nova administração.
Além das medidas concretas, Aécio e Marina devem ser agraciados, logo de cara, com um voto de confiança do setor privado, doméstico e internacional. Por si só, essa confiança ajudará na redução dos prêmios de risco e atrairá dinheiro para o Brasil. Trata-se de um panorama particularmente favorável ao investimento em Bolsa.
Por outro lado, o caráter inercial da reeleição de Dilma implicaria quatro anos de mais do mesmo. O Governo atual não parece interessado em reconhecer erros, quanto menos em aprender com os erros. Logo, seria demasiado utópico supor de antemão um novo mandato de Dilma menos oneroso economicamente do que o mandato anterior.
Nesse sentido, a reeleição catalisaria as premissas da tese do Fim do Brasil, publicada pela consultoria Empiricus como um alerta para a necessidade de proteção financeira.
Felipe Miranda, autor da tese, argumenta sobre o possível falecimento da matriz econômica criada junto ao Plano Real e sustentada pela equipe de Lula. Tal falência culminaria em forte valorização do dólar contra o real, queda da Bolsa e disparada das taxas de juros.
Se o cenário animador da oposição estimula aplicações mais cíclicas, a hipótese de reeleição demanda cuidados com sua carteira de investimentos.
Não se deve, entretanto, assumir uma postura maniqueísta, pois o investidor pessoa física é capaz de lucrar em ambos os contextos. Basta se posicionar desde já nos ativos financeiros mais adequados a cada objetivo.
Marina, Aécio e Dilma estão todos no páreo, não há como adivinhar o resultado eleitoral. Felizmente, sua saúde financeira – na crise ou na recuperação – não depende de adivinhações.
A Empiricus preparou um relatório especial trazendo recomendações exclusivas de como posicionar seus investimentos diante do resultado eleitoral
Digite seu email para receber o relatório “Como as Eleições podem influenciar seus investimentos” já! Clique AQUI
MEU COMENTÁRIO: E para ter absoluta segurança no sentido de evitar a guinada bolivariana, aconselho Aécio Neves e todos os candidatos de sua aliança em todos os níveis. Então, já no primeiro turno a ordem é concentrar os votos no Aécio Neves. Notem que todos os grandes jornais e a Rede Globo são contra o Aécio Neves. Por que será?
OLHE PARA O SEU BOLSO. NINGUÉM PODE VIVER SEM DINHEIRO. ALIÁS, O DINHEIRO É UM BEM NECESSÁRIO, NUNCA UM MAL! 
SÓ UMA ECONOMIA BOMBANDO BENEFICIA A TODOS SEM DISTINÇÃO. PROCURE SABER SOBRE O PLANO ECONÔMICO DE AÉCIO NEVES. SE ELE NÃO É BOM PARA OS BANQUEIROS E GRANDES EMPRESÁRIOS QUE APOSTAM NO PT E NA MARINA, ENTÃO ÁECIO NEVES É BOM PARA A ESMAGADORA MAIORIA DOS BRASILEIROS. PENSEM NISSO! FIQUEM LIGADOS! 
DEPOIS NÃO RECLAMEM E NÃO DIGAM QUE "NÃO SABIAM"!

Paulo Roberto Costa, nos 'bons tempos', despachando com Lula e Dilma no Palácio do Planalto

O ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, acusado de participar de esquema de lavagem de dinheiro comandado pelo doleiro Alberto Youssef e preso desde junho, pode ser solto nos próximos dias. Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, a soltura de Costa decorreria do acordo de delação premiada firmado com o Ministério Público Federal do Paraná. Ele teria se comprometido a devolver cerca de 23 milhões de dólares desviados e mantidos em cinco contas na Suiça em troca de uma pena menor. Cabe ao ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki promulgar a decisão .
Segundo o jornal, Costa já deveria ter saído da carceragem da Polícia Federal em Curitiba (PR) na última sexta-feira, mas devido à grande massa de informações fornecida por ele nos depoimentos, a ordem foi adiada.
Costa ainda responderá às acusações de lavagem de dinheiro, corrupção ativa, evasão de divisas, peculato e destruição de provas. Sem o acordo, sua pena poderia ser de até 50 anos. Com a delação homologada, deverá ser no máximo de cinco anos de prisão. A pena começaria a ser cumprida no regime semiaberto. Fora da cadeia, Costa teria de usar uma tornozeleira eletrônica. 
Revelação - Conforme revelado pela edição de VEJA da semana passada, Costa afirmou à Justiça e ao Ministério Público que três governadores, seis senadores, um ministro de Estado e pelo menos 25 deputados federais embolsaram ou tiraram proveito de parte do dinheiro roubado dos cofres da estatal. De acordo com depoimento de Costa, o esquema funcionou nos dois mandatos do ex-presidente Lula, mas também adentrou a atual gestão da presidente Dilma Rousseff. 
Entre os nomes dos principais beneficiários do esquema, ele citou os ex-governadores Sergio Cabral (PMDB-RJ), Eduardo Campos (PSB-PE) – morto em acidente aéreo no mês passado – Roseana Sarney (PMDB-MA), o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, além do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Do site da revista Veja

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