DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 09-9-2014

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
Os saqueadores da Petrobras assassinaram CPIs em vão: a roubalheira foi exumada pela Polícia Federal e por um juiz sem medo
Dilma Rousseff autografa o macacão do ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli. Ao fundo, é observada por Graça Foster, também investigada pela compra de Pasadena e Paulo Roberto Costa, delator do esquema de corrupção na estatalDilma Rousseff, Gabrielli (esq), Graça Foster (atrás) e Paulo Roberto Costa (dir)

ATUALIZADO ÀS 2h09 DE 09-9-14
“A Petrobras já está privatizada”, informa o título do post publicado em 10 de junho de 2010. Aparecem no texto, inspirado no surto de chiliques provocado pela criação de uma CPI incumbida de investigar a estatal, personagens que acabam de sair da caixa preta em poder do ex-diretor Paulo Roberto Costa. Confira:
O presidente Lula ficou muito irritado com a instauração da CPI da Petrobras. Depois de ter feito o possível para interromper a gestação, agora faz o possível para matá-la no berço. Baseado no critério do prontuário, entregou a Renan Calheiros o comando do grupo de extermínio montado para o justiçamento. O senador do PMDB alagoano, diplomado com louvor na escolinha que ensina a delinquir impunemente, é especialista no assassinato de qualquer coisa que ponha em risco o direito conferido aos congressistas leais ao Planalto de roubar sem sobressaltos.
O presidente da Petrobrás, Sérgio Gabrielli, ficou muito irritado com a instauração da CPI da Petrobras. Caprichando no palavrório que identifica os nacionalistas de galinheiro, qualificou de “inimigos da pátria” os partidários da devassa na empresa ─ o que promove automaticamente a defensores da nação em perigo os que tentam manter fechada a caixa preta. Gente como Renan Calheiros. Ou Ideli Salvatti. Ou Fernando Collor. Ou Romero Jucá, em aquecimento para encarnar o papel de relator que impede a coleta de relatos relevantes.
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, ficou muito irritado com a instauração da CPI da Petrobras. Governista seja qual for o governo, o agregado da Famiglia Sarney conhecido na Polícia Federal pela alcunha de Magro Velho alegou que iluminar os porões de uma empresa que é a cara do Brasil Maravilha espanta clientes, fornecedores e possíveis parceiros. Se conhecessem a folha corrida de Lobão, todos os clientes, fornecedores e possíveis parceiros já teriam saído em desabalada carreira das cercanias da Petrobrás e do gabinete do ministério.
Os modernos pelegos ficaram muito irritados com a instauração da CPI da Petrobras. Jovens velhacos da UNE berraram que o petróleo é nosso para plateias insuficientes para eleger um vereador de grotão. Velhos velhacos da CUT garantiram que CPI gera desemprego para gente mais interessada no kit dupla sertaneja+pão com mortadela+tubaína. Vigaristas do PT, do PP e do PMDB lembraram aos sussurros que o petróleo é nosso, mas a eles compete a escolha dos diretores incumbidos de cuidar dos interesses dos padrinho, do partido e do país, nessa ordem.
Tudo somado, e embora a CPI nem tenha ainda saído do papel, ficou mais difícil acusar os partidos de oposição, a elite golpista, os paulistas quatrocentões, os capitalistas selvagens e os loiros de olhos azuis de tramarem nas sombras a privatização da Petrobrás. A empresa já foi privatizada ─ sem licitação. O novo dono é o PT, que arrendou parte do latifúndio à base alugada.
Em 29 de outubro de 2009, os representantes da oposição abandonaram a CPI. “Todos os requerimentos importantes são arquivados sem discussão pela maioria governista”, disse o senador Álvaro Dias, que propusera a instauração da comissão. Em 17 de dezembro, ao fim de 14 sessões reduzidas a shows de cinismo, foi aprovado o papelório de 359 páginas “destinado a contribuir com a Petrobras e com o Brasil” . O relator Jucá concluiu que todos os culpados eram inocentes, não enxergou nenhuma irregularidade na compra de plataformas e viu apenas maledicências nas denúncias de superfaturamento na construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.
Jucá, Lobão, Renan, chefões do PP, cardeais do PMDB, Altos Companheiros do PT ─ um a um, os saqueadores da Petrobras, abraçados aos comparsas que ampliaram a quadrilha nos últimos anos, vão sendo expelidos do baú de bandalheiras aberto por Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento e Refino. Foi para seguir embolsando sem sobressaltos propinas bilionárias que os assassinos de CPIs escavaram em 2009 a cova rasa prestes a acolher outras duas comissões que agonizam no Congresso. O enterro de CPIs não impediu a exumação das verdades que têm assombrado desde sábado (06) o Brasil que presta.
Para resgatar os fatos, foi suficiente que uma oportuníssima conjunção dos astros juntasse agentes da Polícia Federal, procuradores de Justiça e um magistrado desprovidos do sentimento do medo. O acordo de delação premiada foi consequência do trabalho exemplar dos que investigaram, da altivez dos que acusaram e, sobretudo, da coragem do juiz federal Sergio Moro, que tornou a prender o ex-diretor da Petrobras inexplicavelmente libertado pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal.
O acordo que induziu Paulo Roberto Costa a abrir o bico, aliás, precisa ser homologado por Zavascki. Precavido, Moro deixou claro ao depoente que, para livrar-se de envelhecer na prisão, teria de fornecer nomes e provas que permitissem a completa desmontagem do esquema criminoso e, portanto, justificassem a delação premiada. É o que o ex-diretor da Petrobras tem feito nos interrogatórios diários que duram em média quatro horas. A menos que tenha perdido o juízo, restará a Zavascki chancelar o acordo sem falatórios em juridiquês.
O país decente acaba de descobrir que a praga da corrupção impune pode ser erradicada sem que parlamentares e ministros togados ajudem. Basta que não atrapalhem. Basta que não tentem eternizar o faroeste à brasileira — único do gênero em que o vilão sempre escapa do xerife e nunca perde o controle da terra sem lei.

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, disse a amigos que sua tendência é referendar o entendimento do Ministério Público Federal, em relação à proposta de delação premiada do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. O que os procuradores do processo pedirem, ele concederá. Ao contrário do que foi noticiado, o caso da delação premiada ainda não chegou às mãos do ministro.
Com policiais, procuradores e servidoras digitando tudo freneticamente, será inevitável o vazamento de mais nomes delatados pelo ex-diretor.
Os líderes governistas, quase todos enrolados, marcaram reunião de urgência nesta quarta, para discutir rumos da CPMI da Petrobras.
O propinoduto na Petrobras ocorreu entre 2004 e 2012, ou seja, nos governos de Lula e Dilma, segundo revelou o ex-diretor Paulo Roberto Costa. Isso significa que enquanto Lula jurava que “não sabia” e os petistas insistiam que o mensalão era invenção da “imprensa golpista”, outro mensalão era alimentado por 3% do valor dos contratos da Petrobras, e o dinheiro roubado repassado aos políticos aliados do PT.
Os depoimentos do delator Paulo Roberto Costa ao Ministério Público Federal inspiram título de livro: “As 40 horas que abalaram o Brasil”.
Dilma aproveitou o escândalo na Petrobras para expulsar de sua campanha o presidente do PT, Rui Falcão, que ela detesta.
Como sempre, Lula mergulha em ruidoso silêncio. Não abre a boca nem para defender a “cumpanherada”. Foi assim no caso do tráfico de influência da amiga íntima Rosemary Noronha, a insinuante Rose. Ele se recusa a falar sobre os escândalos que seu governo agasalhou.
O ministro Gilberto Carvalho estava tão preocupado com os efeitos do escândalo na campanha de Dilma que, em vez de criticar quem roubou a Petrobras, preferiu atacar os vazamentos das informações.
Dilma presidiu o conselho da Petrobras por oito anos, nomeou seus diretores e o ministro Edison Lobão (Minas e Energia), sua campanha é paga com dinheiro arrecadado pelo tesoureiro do PT, João Vaccari, e o os aliados recebiam propina. Mas ela diz que “não atinge o governo”.
Entre os delatados pelo ex-diretor da Petrobras, há poucas surpresas. Uma delas foi o senador Ciro Nogueira (PI), presidente nacional do PP. Jovem, rico e com ficha limpa, ele não precisava se meter nisso.
No Conselho de Ética, não há a menor esperança de decidir o destino do deputado Luiz Argôlo – que, aliás, disputa reeleição – antes da eleição. A dificuldade maior é reunir quórum mínimo para a votação.
Quando Obama espionou a Petrobras, para escândalo de Dilma, ele não estava de olho nas nossas riquezas, mas nas safadezas.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
O conteúdo da fala da presidente Dilma Rousseff na entrevista — chamada “sabatina” sei lá por quê — concedida ao Estadão nesta segunda (08) não faz sentido. Entre muitas outras razões porque afronta a lógica. Eu sei que a presidente não chega a ser, assim, um Cícero da retórica, mas o fato é que as palavras fazem sentido mesmo para ela. Leiam o que disse sobre a roubalheira na Petrobras: “Se houve alguma coisa, e tudo indica que houve, eu posso te garantir que todas, vamos dizer assim, as sangrias que eventualmente pudessem existir estão estancadas”.
Como é que a presidente pode dar por resolvido um problema cuja existência ela assegurou ignorar e, ainda hoje, diz não ter a certeza se existiu? Vou empregar a mesmíssima estrutura a que ela recorreu para demonstrar o absurdo da fala: “Leitores, se houve alguns marcianos tentando ocupar a Terra, e tudo indica que houve, eu posso lhes assegurar que todas, vamos dizer assim, as ameaças que eventualmente pudessem existir estão eliminadas”. Pergunto: vocês confiariam em mim?
E, assim, vocês podem ir mudando o conteúdo da fala a seu bel-prazer. Sempre fará sentido e nunca fará sentido. Sabe o que isso quer dizer? Nada! Mas podemos avançar um pouco mais. Até agora, quem começou a investigar só um pouquinho da caixa-preta da Petrobras foi a Polícia Federal. Dilma disse ter estancado a sangria. Cadê os demitidos? Onde estão os punidos? Uma sangria, para ser estancada, tem de ter existido. Cadê o resultado da apuração? A Petrobras é uma empresa mista, com ações na Bolsa. O que ela está escondendo dos acionistas? Não por acaso, ontem, as ações ON da estatal caíram 4,79%, e as PN, 4,91%. Chega a ser espantoso que uma presidente da República faça raciocínio tão especioso.
Segundo Paulo Roberto Costa, a compra da refinaria de Pasadena rendeu ganhos à máfia e fez parte do esquema que acabou privilegiando os partidos políticos. Muito bem! Dilma afirmou que o conselho tomou decisões sobre a refinaria ancorado em informações falhas, deficientes, imprecisas. Certo. Revelado o desastre, já na Presidência da República, ela fez o quê? Nomeou Nestor Cerveró, considerado o principal responsável pela aquisição da empresa americana, para a direção financeira da BR Distribuidora.
Não, senhores! Ninguém está querendo “culpar’ Dilma Rousseff só porque ela é presidente da República. Ou porque, antes, ocupava a presidência do Conselho da empresa. Ou porque, desde 2003, era tida como a grande chefe do setor energético. Não se trata de um processo de responsabilização objetiva. Estamos a falar de outra coisa: chama-se responsabilidade política, presidente! A sua inação ao longo desse tempo dá testemunho, quando menos, da inapetência para o cargo que ocupa.
De resto, não dá para ignorar a pesada máquina oficial mobilizada para impedir qualquer forma de investigação — máquina esta que não poupou o Congresso ou o TCU. Diante das evidências escancaradas de malfeitos na empresa, a presidente preferiu ficar lançando suspeitas sobre fatos passados — e voltou a fazê-lo na entrevista ao Estadão. Falou de novo sobre o afundamento da plataforma P-36, da Petrobras: “Você acha que é tranquilo uma plataforma que custa US$ 1,5 bi afundar? E ninguém investigar? A plataforma de US$ 1,5 bi, quero lembrar, é duas vezes Pasadena.”
Bem, se a conta fosse essa, lembro que só o custo adicional da refinaria de Abreu e Lima — foi orçada em US$ 2,5 bilhões e já está em US$ 18 bilhões — corresponde a dez plataformas. Mas a questão, obviamente, não é essa. Dilma vive sugerindo que um grande crime aconteceu em março de 2001. É mesmo? Então o PT está no poder há 12 anos; Dilma foi ministra das Minas e Energia, gerontona da infraestrutura e presidente do conselho da Petrobras e não fez nada? Das duas uma: a) ou crime houve, e ela prevaricou; b) ou crime não houve, e ela fala só com o ânimo de atacar gratuitamente o governo FHC. Adivinhem qual é a resposta.
A presidente, não a candidata, está agora obrigada a vir a público para esclarecer onde estavam “as sangrias” (sic) da Petrobras, quais foram as medidas que ela tomou e que tipo de punição aplicou aos responsáveis. Ou ela nos explica, ou seremos obrigados a concluir que falou o que lhe deu na telha, sem nenhum compromisso com os fatos. E isso é muito ruim para quem comanda o país.

A Polícia Federal decidiu abrir um inquérito para apurar as circunstâncias do vazamento do conteúdo do depoimento que Paulo Roberto Costa concedeu à própria PF e ao Ministério Público, dentro de um acordo de delação premiada que pode vir a beneficiá-lo se as informações que forneceu forem úteis à investigação.
Reportagem de capa da revista VEJA desta semana informa que o engenheiro da Petrobras, que está preso, já gravou 42 horas de depoimento e, até agora, implicou no esquema criminoso que vigorava na empresa dois ex-governadores — Eduardo Campos (PSB-PE) e Sérgio Cabral (PMDB-RJ) —, a governadora Roseana Sarney (PMDB-MA); um ministro de Estado, Edson Lobão, das Minas e Energia; seis senadores, 25 deputados e o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto.
Nada contra! Que se apure! Uma das tarefas da imprensa é fazer o que fez a VEJA: publicar o que apurou e o que sabe. Se a PF acha que pode chegar à origem do vazamento, que vá adiante. Mas é claro que, em nome da precisão, obrigo-me a fazer aqui uma observação: quanta agilidade para tentar apurar esse vazamento, né?
Durante meses, fragmentos de informações que estavam no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) foram cotidianamente publicados na imprensa sobre o tal cartel de trens em São Paulo. O órgão, como todo mundo sabe, é comandado por um militante petista e está sob o guarda-chuva do Ministério da Justiça. O governo de São Paulo não tinha acesso à apuração decorrente do acordo de leniência, mas nomes iam sendo vazados para a imprensa a conta-gotas.
Como o principal atingido era o PSDB, ninguém no governo federal se mobilizou para apurar a origem dos vazamentos. Ao contrário! Se a minha memória não falha — e não falha —, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, veio a público para sugerir que as críticas ao vazamento eram só uma espécie de cortina de fumaça para cobrir as denúncias. Na sabatina promovida pelo Estadão, nesta segunda, a presidente Dilma disse ser “inadmissível” a imprensa ter informações sobre o depoimento de Paulo Roberto se o próprio governo federal não tem ideia do que está sendo acusado.
Pois é… É uma pena que a presidente diga coisas assim apenas quando o seu governo está na berlinda, mas se cale quando um órgão federal se transforma numa fonte de produção de notícias e factoides contra um partido de oposição. E isso aconteceu. De resto, como é sabido, a operação Lava Jato não nasceu de uma manobra de um órgão ligado a um partido de oposição só para prejudicar o PT.
O Palácio do Planalto, o PT, o PSB e a CPI Mista da Petrobras cobram que o Ministério Público forneça as informações de que dispõe até aqui. Receio que não seja possível porque a investigação ainda está em curso. De resto, as duas CPIs da Petrobras que estão instaladas nada investigam não porque não possam, mas porque não querem.

NO BLOG DO CORONEL
Mensalão II da Petrobras: Dilma diz que tem um "telhado cobertinho", mas constrói "telhado de acobertamento" das denúncias.
Ontem, diante de 40 milhões de telespectadores do Jornal Nacional, a candidata Dilma Rousseff falou como Presidente da República sobre o Mensalão II, que pode ter desviado para os cofres do PT e dos seus aliados mais de R$ 3 bilhões nos últimos anos. Falou não. Gaguejou. Pelo menos não faltou com a verdade? Faltou. E muito. Vejam a declaração.
“O meu telhado tem a firme determinação na investigação. Então, ele é um telhado cobertinho pela Polícia Federal investigando, Ministério Público com autonomia, lei anti-corrupção, e quero dizer também da lei de acesso à informação, que eu acho importantíssimo". 
Dilma quis repetir o velho mantra de que o seu governo investiga mais. Não, presidenta. O seu governo comete mais crimes, especialmente dentro da Petrobras comandada pela senhora desde 2003 e que coleciona centenas de denúncias não investigadas neste período, conforme publicamos ontem, aqui neste Blog.
O telhado cobertinho citado por Dilma Rousseff é de vidro. Ela jamais determinou que este escândalo da Petrobras fosse investigado. Aliás, o seu governo está fazendo de tudo para bloquear o trabalho da CPMI do Congresso, já que a CPI da Petrobras do Senado foi totalmente aparelhada pelos parlamentares que, hoje, são acusados pela delação premiada do ex-diretor Paulo Roberto Costa.
A Polícia Federal não foi acionada por Dilma. Agiu dentro das suas atribuições. Aliás, ontem, Dilma determinou que o Ministro da Justiça investigue como o depoimento vazou para a Imprensa, em nítida tentativa de enquadrar o trabalho da polícia. Em vez de explicar a denúncia gravíssima, Dilma quer intimidar a polícia.
Ao que parece, Dilma Rousseff, com a sua dificuldade no uso da língua, usou o termo errado. O telhado cobertinho é, na verdade, um telhado de acobertamento, onde o governo petista aparelha o STF, suborna ministros do TCU com nomeações de parentes e pressiona a Polícia Federal a punir quem está investigando o mais grave escândalo de corrupção da história da República: o Mensalão II da Petrobras.

O acordão da corrupção.
Elas têm diferenças políticas? Elas têm diferenças ideológicas? Não, não têm. Mas o mais grave é que elas também não têm diferenças no que se refere a abafar a corrupção do Mensalão da Petrobras. Hoje (08), Marina Silva, para blindar o seu ex-companheiro morto Eduardo Campos, envolvido até o pescoço na lama de Abreu e Lima, saiu em defesa de Dilma Rousseff. "A presidente [Dilma] tem responsabilidades políticas. Eu não seria leviana em dizer que ela tem responsabilidade direta pessoalmente", afirmou. Está, na verdade, fazendo um acordão com a sua "adversária". Tipo assim: você manda a PF proteger Campos e eu, se eleita, livro a sua cara. É o Acordão da Corrupção no Mensalão da Petrobras.

DO BLOG DO JOSIAS
“Eu não sabia” passará à história como a frase-lema do Brasil pós-ditadura. Será lembrada quando, no futuro, quiserem recordar a época em que o país era regido pelo cinismo. Lula usou-a no escândalo do mensalão do PT. Citando-o, o tucano Azeredo repetiu-a no processo do mensalão do PSDB. Alckmin empregou-a no caso do cartel dos trens e do metrô. Volta agora, com variações, na desconversa de Dilma sobre o petrolão: “Eu não tinha a menor ideia de que isso ocorria dentro da Petrobras.''
Usada assim, desavergonhadamente, a expressão vai virando uma espécie de código. Quando ela aparece, já se sabe que o país está diante de mais um desses escândalos que, de tão escancarados, intimam os responsáveis a reagir, ainda que seja com uma cara de nojo. É nessa hora que governantes capazes de tudo pedem ao país que os considere incapazes de todo. E alguns brasileiros, como que dotados de indulgência congênita, lhes concedem um deixa-pra-lá preventivo, que transforma cúmplices notórios em cegos atoleimados.
Claro que, entre o arrombamento do cofre e a manchete de primeira página, há um longo caminho de decisões tomadas ou negligenciadas — desde a ordem presidencial para entregar a diretoria da Petrobras a um apadrinhado de PT, PMDB e PP, até o engavetamento dos relatórios do TCU que apontavam superfaturamentos na obra da refinaria de Pernambuco.

Saiba quem são políticos delatados por ex-diretor da Petrobras13 fotos

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PAULO ROBERTO COSTA, O DELATOR - Investigado pela Operação Lava Jato da Polícia Federal, que apura esquema bilionário de lavagem de dinheiro, Paulo Roberto Costa é ex-diretor de Abastecimento e Refino da Petrobras, cargo que ocupou entre 2004 e 2012. Foi preso em março deste ano por tentar ocultar provas que o incriminavam. Solto em maio, foi preso novamente em junho, e fez acordo de delação premiada com a PF em agosto, o que possibilitaria uma redução de sua pena em caso de condenação. Em depoimentos gravados feitos à polícia, ele cita, segundo a revista "Veja", ao menos 25 deputados federias, 6 senadores, 3 governadores, um ministro de Estado e pelo menos três partidos políticos (PT, PMDB e PP), que teriam recebido propina de 3% do valor dos contratos da estatal Leia mais Renato Costa/Frame/Folhapress
Submetido a escândalos em série, o brasileiro precisa confiar na cara dos seus governantes. Mesmo que elas sirvam apenas para dar à mesma porcaria de sempre uma fachada mais atraente. A percepção de que o “eu não sabia” é apenas uma máscara empurraria o país para o ceticismo terminal.
Parte dos brasileiros parece sentir a necessidade de acreditar na ilusão de que a política ainda se divide em duas bandas: a ruim (as oligarquias carcomidas) e a boa (o pessoal da ‘nova política’, os bicudos, a turma da estrela…). A revelação de que, no poder, dilmas e renans são indistinguíveis seria demais para muitos corações.
Por mais cabeludo que seja o escândalo, o sistema acaba se autorregulando. Quando o Congresso escorraça do Planalto um Collor, tem-se a sensação de que o país pode livrar-se de seus gatunos. Quando o STF manda à Papuda a cúpula do PT, enxerga-se a luz no fim do túnel. Mas a reiteração dos assaltos, um engolfando o outro, num moto-contínuo infernal, revela que o brasileiro parece não ter mesmo muitas escolhas: ou é bobo ou é cínico.

NO BLOG DO ALUIZIO AMORIM
OS PETISTAS E A MARINA SILVA MENTEM TANTO QUE O DIA EM QUE DISSEREM UMA VERDADE NINGUÉM ACREDITARÁ
Leiam a matéria que segue abaixo do site da revista Veja, quando Dilma tenta dar um olé no Petrolão. No final a ‘Presidenta’ diz que “acha Marina Silva bem intencionada”. Ora, só um idiota não vê que vencendo Marina Silva ou Dilma, tanto faz. O Foro de São Paulo continuará dando as regras do jogo, até porque o PSB a barriga de alguel de Marina Silva, é um dos integrantes do Foro de São Paulo, a organização transnacional esquerdista fundada por Lula e Fidel Castro e que levou o nome de Foro de São Paulo por causa de seu primeiro congresso na capital paulista em 1990.
Em suma: a turma do PT e da Marina Silva mentem tanto que o dia que falarem eventualmente a verdade, ninguém mais acreditará.
Quem acredita nessa corja de embusteiros são os eleitores idiotas metidos a espertos mas que embarcam na canoa furada de um bando de rematados mentirosos. Neste caso cabe uma indagação: a ricaça Neca Setúbal, herdeira do Banco Itaú, marineira de primeira hora, convidaria a Marina Silva para administrar o seu banco? 
A montagem fotográfica acima diz tudo! Reparem o agora santinho de Pernambuco, Eduardo Campos, num alegre conchavo com Lula. Não é à toa o sorriso largo de ambos. Campos está incluído na lista dos gatunos da Petrobras! 
Os fatos estão aí escancarados. Só os estúpidos e mal intencionados votam na Dilma e na Marina Silva. Leiam o que diz Dilma:
Sem deixar muito claro que tipo de providência concreta tomou até agora desde que VEJA revelou nomes de parlamentares, governadores e um ministro citados como beneficiários do balcão de negócios montado na Petrobras, a presidente-candidata Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira que solicitou à Polícia Federal e ao Ministério Público a íntegra do depoimento à Polícia Federal do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Preso em Curitiba, o delator do esquema de desvios na estatal aceitou acordo de delação premiada. “Se houve alguma coisa, e tudo indica que houve, eu posso garantir que todas as sangrias estão estancadas”, disse a petista em sabatina do jornal O Estado de S. Paulo, no Palácio da Alvorada, em Brasília.
Dilma disse que “não tinha a menor ideia” das irregularidades que aconteciam dentro da empresa, reveladas na edição desta semana de VEJA – mas não negou as denúncias. Ela afirmou que “nunca houve desconfiança” sobre a gestão de Paulo Roberto, principalmente pelo fato de ele ser um servidor de carreira, e que o caso “não é típico” dos quadros da Petrobras. Ela pediu informações à PF e ao Ministério Público e disse que já obteve posicionamento do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, citado por Costa como um dos beneficiados no esquema de corrupção. “Ele deu as explicações para mim e por escrito e nega veementemente tais fatos. Mas eu tomei uma medida: determinei ao ministro José Eduardo Cardozo [Justiça] que fizesse um ofício à PF, porque se houver algum funcionário do governo, nós gostaríamos de ter acesso a essa informação para poder tomar todas as providências e tomar essas medidas baseadas em informações oficiais”, afirmou a presidente. “Os processos estão criptografados e dentro do cofre. Vazamento pode significar não validade das provas. Eu fiz o ofício ao procurador geral da República para ter essas informações."
APROXIMAÇÃO COM MARINA
Dilma também tentou amenizar as comparações que sua campanha fez entre a adversária Marina Silva (PSB) e os ex-presidentes Jânio Quadros e Fernando Collor de Melo – este último, aliado do governo petista. Mas manteve a mesma linha do discurso de terrorismo eleitoral contra a rival. "Eu acho a Marina bem intencionada. Não estou fazendo uma comparação pessoal. A comparação com Jânio e Collor é que ambos governaram sem apoio. Quem acha que vai negociar com notáveis, que é possível governar sem partido, geralmente ocorre alguma coisa muito perigosa”, afirmou. "Que o governo Collor não teve base de sustentação é um dado da história. Eu respeito o Collor, mas discordo das políticas. Por isso comecei falando que acho a Marina bem intencionada." Do site de Veja

NO BLOG ALERTA TOTAL
Dilma se complica mais com a Petrobras, demite Mantega antes da hora e alopra o mercado com mentiras

A incompetente Presidenta Dilma Rousseff deu ontem um mais um espetáculo de mitomania (doença de quem acredita nas próprias mentiras que conta sem parar). Dilma só faltou jurar que, nos tempos em que foi ministra das Minas e Energia, ministra da Casa Civil e presidente do Conselho de Administração da Petrobras, “não teve qualquer desconfiança em relação a malfeitos” na empresa.
Dilma aprimorou a velha estratégia de seu onipresente antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, criando uma nova forma para dizer que “não sabia de nada”... No entanto, Dilma conseguiu ser mais contraditória que sempre. Ao pregar que “não existe mais” um esquema criminoso na empresa, claramente no intuito de lá manter na presidência a insustentável amiga Maria das Graças Foster, Dilma confessou, neurolinguisticamente, que tal “esquema” existiu... Dilma é um gênio...
A Presidenta-candidata exagerou na dose da mistificação ao pregar que, se houve uma sangria na Petrobras, já está estancada. E aproveitou para detonar Marina Silva e Aécio Neves, seus principais adversários: “Os dois candidatos não podem esquecer seus telhados. Eu não vou ficar aqui falando do telhado de ninguém, mas eles devem olhar os seus telhados. O meu telhado tem a firme determinação da investigação, então ele é cobertinho pela Polícia Federal investigando, Ministério Público com autonomia, lei anticorrupção que aprovamos”.
As lorotas de Dilma foram ontem contrariadas pelo presidente do Global Financial Integrity – entidade de pesquisa sediada nos EUA que defende a transparência financeira. Raymond Baker ressalta que o combate aos fluxos financeiros ilícitos deve ser uma prioridade da próxima administração federal, já que a atual pouco ou nada faz: “Por muitos anos, temos observado a reticência do Brasil de se dirigir a problemas de fuga de capital e fluxos ilícitos”.
Dilma também tentou revogar a lei da gravidade dos fatos ao ponderar que as gravíssimas denúncias de Paulo Roberto Costa, em delação premiada, não afetam seu governo...
Tecnicamente demitido
No entanto, a grande bobagem cometida ontem por Dilma foi a “demissão técnica” do Ministro da Fazenda.
Dilma aloprou o mercado ao avisar que Guido Mantega não continua no cargo, em um eventual segundo mandato, por decisão pessoal dele.
A sinceridade-burra de Dilma fez despencar ainda mais as ações das “estatais” e deixou subentendido que a gestão econômico do Mantega não é a maravilha que ela vende na campanha reeleitoral.
Roubobras
Mais de US$ 30 bilhões em dinheiro sujo ligado à evasão de impostos, ao crime e à corrupção sai do Brasil todos os anos.
O montante é o dobro de uma década atrás, de acordo com um estudo do Global Financial Integrity (GFI).
O dinheiro “fugido” do Brasil é movimentado internacionalmente através da chamada “precificação comercial irregular”, ao cobrarem a menos ou a mais por bens e produtos.
Descaminho
A sonegação de impostos é modo principal como esse dinheiro deixa o país.
Tal crime responde por 92,7% dos US$ 401,6 bilhões que saíram do Brasil entre 1960 e 2012, de acordo com a pesquisa.
O montante fica acima da média mundial, onde a evasão de impostos representa cerca de 80% dos fluxos financeiros ilícitos.
Paulinho X Dudu 
No Blog de Magno Martins, que foi amigo do falecido Eduardo Campos, surge uma interessante versão sobre sua relação conflituosa com o agora homem-bomba Paulo Roberto Costa.
Magno perguntou a Eduardo qual a razão de Paulo Roberto ter incluído o nome dele como testemunha na CPMI da Petrobras, e o então governador pernambucano respondeu:
“Esse Paulo Roberto Costa se revelou um grande bandido, membro de uma gangue chefiada pelo PT e só faz o jogo do poder. Ele pensa que vai me intimidar, mas não tenho um segundo de temor e vou jogar tudo o que posso para desvendar todos os membros dessa quadrilha”.
Antes, Eduardo Campos tinha desabafado com o amigo:
“Não tenho nenhum tipo de preocupação, muito pelo contrário, porque tudo e todos devem ser investigados, sem qualquer privilégio, sendo que Suape recebeu um adiantamento e os recursos foram aplicados de maneira exemplar, inclusive cumprindo os prazos e os custos dentro do previsto, ao contrário do não cumprimento da Petrobras que está com tudo estourado de custos e prazos”.
(...)

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