DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 04-9-2014

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
A expressão fechada dos principais líderes do Congresso, ontem, não tinha relação com a campanha eleitoral, tampouco com a pauta de votações do “esforço concentrado”. Eles estão na expectativa dos depoimentos, já iniciados, do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa ao Ministério Público Federal (MPF), em Curitiba, delatando muitos figurões da política, na tentativa de obter redução de pena.
Circulou ontem que Paulo Roberto faz depoimentos minuciosos, por enquanto concentrados em dois importantes senadores, não revelados.
Somente depois de Paulo Roberto Costa contar o que sabe é que o MPF avaliará a proposta de “delação premiada” feita pelo ex-diretor.
Delação premiada pressupõe sigilo absoluto, até mesmo sobre o fechamento ou não do acordo com o MPF, autorizado pela Justiça.
Delação premiada pressupõe sigilo absoluto, até mesmo sobre o fechamento ou não do acordo com o MPF, autorizado pela Justiça.
A eventual vitória de Marina Silva em outubro representaria a chegada ao poder do lendário Partido Revolucionário Comunista (PRC), onde a hoje candidata do PSB militou ao lado do ambientalista Chico Mendes. O PRC viu eleitas prefeitas em Fortaleza, Maria Luiza Fontenelle e Luizianne Lins, filiadas oficialmente ao PT, e o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati (PDT), além do governador gaúcho Tarso Genro (PT).
Outro ilustre membro do PRC é o ex-deputado José Genoino, que até presidiu o PT e hoje cumpre pena por integrar a quadrilha do mensalão.
Em 1986, a KGB encontrou uma maneira de fazer o Hezbollah parar de sequestrar diplomatas russos: prendia e castrava familiares dos terroristas, e enviava os órgãos genitais aos familiares. Santo remédio.
Em oposição à reforma nos seguros de saúde de Barack Obama nos EUA, a Wal-Mart lançou as “Care Clinics”, postos de saúde dentro das lojas, cobrando US$ 4 de funcionários e US$ 40 para clientes.
Somente o Brasil adotou (apressadamente) o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, em vigor há vinte meses. Portugal o rejeita e os demais países lusófonos relutam. O fracasso parece inevitável.
Marina diz que fará parte do que fez FHC e parte de Lula. Se imitar o segundo governo de FHC e o primeiro de Lula, será um desastre.

NO BLOG DO NOBLAT
Robson Bonin, Veja
Após a revelação de que o ministro Walton Alencar atuava a favor do Palácio do Planalto nos bastidores do Tribunal de Contas da União (TCU), o corregedor da corte, ministro Aroldo Cedraz, determinou a abertura de processo para investigar a vida dupla do magistrado. Documentos mostram que, enquanto presidente do tribunal, Walton manteve uma intensa troca de favores com a então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e seu braço-direito, Erenice Guerra.
Walton antecipava decisões, dava conselhos informais aos advogados do PT e ainda dificultava o trabalho da oposição que, sem saber da sua dupla atividade, procurava o TCU auxiliar em investigações contra o governo federal. Em contrapartida, Walton contou com a ajuda de Dilma e Erenice para emplacar a própria mulher, Isabel Gallotti, no cargo de ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
O ministro Walton Alencar - Foto: Veja

Isabel Braga, O Globo
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu, ontem, multar a presidente da Petrobras, Graça Foster, em R$ 212 mil por propaganda veiculada pela estatal dentro do período vedado pela lei eleitoral e com caráter eleitoral. O tribunal julgou favoravelmente duas representações contra duas publicidades veiculadas em horário nobre de televisão pela empresa durante o mês de julho.
Cada uma das multas é equivalente ao teto máximo que pode ser aplicado de R$ 106 mil. Para a maioria dos ministros do TSE, o valor elevado da multa tem por finalidade inibir esse tipo de prática que beneficia o candidato que tem a máquina pública a seu favor. Graça Foster pode recorrer da decisão ao próprio TSE, com embargos declaratórios.
 
A presidente da Petrobras, Graça Foster - Foto: Domingos Peixoto / O Globo

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
Eu sei que o assunto já não é novo, mas preciso deixar aqui o registro.
Por Gustavo Uribe, na Folha:
Na semana em que teve sua candidatura impugnadapelo TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo), o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) realizou uma carreata nesta quarta-feira (3) com direito a fogos de artifício, chuva de papel picado e carro de som na zona leste da capital paulista.
O ex-prefeito de São Paulo, que foi chamado de “Mr. Kickback” –ou “Sr. Propina”, na tradução livre– em uma campanha mundial contra corrupção, lançada nesta terça-feira (2) pela organização não governamental suíça Transparência Internacional, afirmou que fica até “envaidecido de estar importunando uma entidade europeia.”
“De uma certa maneira, eu fico até envaidecido de estar importunando uma ONG na Europa. Eu pensava que só importunava picaretas brasileiros, mas agora eu vejo que importuno picareta da Suíça”, disse.
De acordo com ele, membros da organização suíça estariam sendo processados por “coisas indecorosas”. “Eu recebi uma informação de que dois diretores deles estão sendo processados por coisas indecorosas. Eu não me incomodo com isso”, afirmou Maluf, que disse também ficar “envaidecido” de ver seu “trabalho dar coceira em pessoas que vivem na Europa”.
A campanha intitulada “Desmascare a Corrupção”, que tem como objetivo pressionar o governo suíço a mudar a legislação sobre sigilo bancário no país, Maluf é acusado de ter desviado US$344 milhões (ou o equivalente a R$ 770 milhões) durante seu mandato como prefeito de São Paulo (1993-1997). O ex-prefeito sempre negou as acusações de corrupção.
Aniversário
No dia em que o parlamentar completa 83 anos, um carro de som com o logotipo “Loucuras de Amor” o esperava no ponto de encontro para o início da carreata. Na sua chegada, foi tocada a música “Parabéns da Xuxa”.
(…)
Comunista
O ex-prefeito de São Paulo também elogiou a presidente Dilma Rousseff e disse que admira o PT porque tornou-se um partido de “centro para centro-direita”.
“Eu me sinto comunista perto do PT de hoje”, afirmou.
(…)
Voltei
Dizer o quê? Cada um sabe do que se orgulha, não é mesmo? O de Maluf é absolutamente justificado!

NO BLOG DO CORONEL
Manchetes de jornais informam que os ataques de Dilma contra Marina estancaram a subida da ex-comunista, ex-petista e atual socialista. É uma grande bobagem. Ninguém rompe a barreira do eleitorado da Bolsa Família, que impacta 40 milhões de eleitores e que majoritariamente vota na Lula de saias. Na mulher do Lula. O fato indesmentível é que Dilma está parada no mesmo patamar de 35% dos votos, há meses. Dali não sobe dali, de lá não desce. Com ou sem Marina, que acaba de bater no seu teto para primeiro turno. O que está determinando a derrota inexorável ao final do segundo turno é que o seu potencial de votos não passa de 40%. Por isso, sua derrota ocorrerá tanto contra Marina quanto contra Aécio. Ocorreria até mesmo contra um cone de trânsito. Um poste.

NO BLOG DO ALUIZIO AMORIM
Envolvido no processo que investiga a polêmica compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, o ex­diretor de Gás e Energia da Petrobrás Ildo Sauer quebrou o silêncio e admitiu ao Broadcast do jornal O Estado de S. Paulo [faço a transcrição na íntegra] que "o governo de coalizão" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva permitia que partidos indicassem dirigentes para obter "ajuda". Segundo ele, "o folclore" na Petrobrás era que Lula estava impressionado com a contribuição do ex­diretor de abastecimento Paulo Roberto Costa, atualmente preso pela Polícia Federal na Operação Lava Jato por suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro.
O ex­diretor classifica ainda como "piada" o argumento da presidente Dilma Rousseff, que, na época presidia o conselho de administração da estatal, de que aprovou a aquisição de Pasadena com base em um resumo executivo falho, conforme a própria presidente afirmou ao Estado, em março, por meio de nota. Na entrevista, Sauer afirma que a presidente Dilma se notabiliza por procurar um culpado sempre que aparece um problema e conta que a relação entre a direção da Petrobrás e o governo era tensa.
Ildo Sauer
A presidente Dilma Rousseff diz que se baseou em um resumo executivo "falho" para aprovar a compra da refinaria.
Eu conheço a senhora Rousseff há pelo menos 14 anos. Ela se notabiliza por procurar um culpado sempre que aparece um problema. Essa é a competência dela. Ela deve ter visto que havia algum problema e chutou na canela do Nestor (Nestor Cerveró, ex­diretor da Área Internacional). Como presidente do conselho, ela dizer que o resumo executivo era falho é uma piada. O estatuto diz que é privativa do conselho a decisão sobre aquisição e participações em empresas.
Como era a relação da presidente com o ex­-diretor Nestor Cerveró?
O diretor é subalterno ao conselheiro. A presidente dizer que era tutelada pelo diretor, que lhe faltou informações completas, é uma inversão completa da lógica. Mas não me surpreende. Por que a conduta histórica dela é essa, muito errática. Quem impediu que a Petrobrás aceitasse o resultado da primeira arbitragem contra a Astra, quando os belgas fizeram a put option, foi o conselho. Isso está nos autos.
Mas todo o conselho ou só a presidente?
O presidente do conselho representa o governo dentro da empresa. Os demais conselheiros são eleitos pelos votos do majoritário, o governo, e pelos minoritários. Há um ritual de aceitação da superioridade do governo. Quando há divergência de interesses entre a empresa e a política do governo gera conflito.
Havia conflitos?
São notórias as divergências. Primeiro, as minhas com ela quanto à conduta do setor elétrico, que virou esse desastre. Também dela com o Gabrielli (José Sergio Gabrielli, ex­presidente da estatal). O ambiente ficava pesado. Não vou falar dos outros. Havia uma nítida situação de quem representava quem lá dentro. Eu e Estrella tínhamos convicção de que éramos apenas representantes dos interesses da Petrobrás, seus acionistas e da população brasileira. Nenhum interesse estava atrás de nós.
E dos demais diretores?
À medida que foram sendo nomeados despachantes de interesses... É uma pequena ironia. Quando fui demitido, diz o folclore que o Lula (ex-­presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva) se queixou a um deputado que eu não ajudava e que ele estava muito impressionado com a ajuda de Paulo Roberto, que ajudava muito. Eu não ouvi dele, ouvi de intermediários.
Como assim despachante de interesses?
O governo de coalizão do presidente Lula passou a permitir que grupos de parlamentares e partidos se reunissem para indicar dirigentes. Não sei por que eles estavam lá, se é para fazer gestão eficaz não precisa ter apoio de partido. Não me envolvia com isso por que não achava que era pertinente. Acabei demitido por que diziam que eu não ajudava. O que seria 'ajudar', até hoje eu não sei.
Quando esse processo começou?
O ambiente na Petrobrás começou a ficar envenenado, em primeiro lugar, nessa relação conflituosa com o TCU, na definição clara dos papeis de cada um para evitar a zona de sombra que envolve recursos. Depois, quando o petróleo explodiu de preço, a Petrobrás passou a investir US$ 30 bilhões, 40 bilhões, 50 bilhões por ano. Então ela virou foco de interesse da chamada base de apoio político. Leia-­se partidos e políticos. Que passaram cada vez mais a querer indicar dirigentes. O governo de coalizão do Lula aprofundou aquilo que já vinha do governo Fernando Henrique.
Você percebia essa influencia no dia a dia da empresa?
Não só sentia como me manifestei publicamente. Em dezembro de 2006 dei uma entrevista e depois recebi uma ligação do então ministro de Minas e Energia (Silas Rondeau) dizendo que o presidente da República tinha ficado injuriado e que teria consequências. Era o período de auge de divergências. Eu disse (na entrevista) que quem criticava minha gestão é quem não entendia o papel do dirigente de uma empresa pública. Aqueles que me criticam, exigindo a venda gás pela metade do custo para fazer uma usina no Ceará, como era a pressão do governo na época, na verdade queriam converter o dirigente num despachante de interesses.
O que disseram após a entrevista?
Avisaram que isso não era tolerável. Fiz isso publicamente, pois internamente não tinha mais sentido manifestar a minha convicção. Ouvi da própria Rousseff: 'O Ildo não é do governo, ele é um petroleiro'. Que lambança é essa? Não tem divergência nenhuma entre defender a Petrobrás, para que funcione como empresa, e ajudar o governo, desde que o governo queira fazer o que precisa ser feito.
O senhor tinha conhecimento de irregularidades?
Quando isso acontece, acontece com muita sutileza. O despachante é bom quando faz tudo e nada transparece. Parecia que aquilo de fato era o que precisava ser feito. Examinei Pasadena com todo rigor em termos técnicos e empresariais. Agora se havia alguma coisa escondida... Cabia ao conselho fiscalizar os diretores. Não os diretores olhar com desconfiança os colegas. É evidente que tendo em vista a história anterior dos gestores, tinha que olhar com todo o rigor.
As indicações políticas influenciaram o negócio de Pasadena?
Quem pode responder são os próprios gerentes que fizeram as negociações ou uma investigação policial em torno das negociações, e eu sugiro lá fora. Se houve algo de errado, então o Ministério Público e a Polícia Federal tinham que investigar quem fez, e não generalizar.
Há politização das investigações de Pasadena?
O que não entendo é por que abrir uma questão sete anos depois do ocorrido? Esse procedimento abre um precedente extremamente grave na gestão de empresas públicas. Nenhum dirigente sério e competente vai querer assumir em um ambiente desse tipo e vão para lá os despachantes de aluguel, os que alugam crachá para fazer qualquer coisa, como aquele que está na cadeia hoje.
É um desafio diferenciar a sua conduta à do ex­diretor Paulo Roberto Costa?
Não há nenhuma dificuldade. Quem junta os diferentes em um lugar só é esse relatório do TCU, que não examinou individualmente a responsabilidade de cada um. Eu e o Estrella (Guilherme Estrella, ex-­diretor de Exploração e Produção) estamos muito mais distantes do assunto do que o Conselho de Administração (eximido de responsabilidade pelo Tribunal).

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