DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 29-8-2014

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
Os “lulistas” do Partido os Trabalhadores já não falam em substituir a candidata Dilma Rousseff pelo ex-presidente Lula, e por ordem dele. É que pesquisa interna, à qual tiveram acesso apenas quatro petistas ilustres, indica que a ascensão de Marina Silva (PSB) é de tal maneira avassaladora que nem mesmo Lula conseguiria evitar sua vitória. Análises internas citam até a hipótese de Marina vencer no 1º turno.
A advertência dos analistas do PT é: Marina pode passar à frente e, com o “voto útil” de eleitores de Aécio, vencer no 1º turno.
O site de Dilma usa dados do Ibope para dizer que ela segue “firme e forte”, mas não menciona a queda de 4 pontos ou o índice de rejeição da petista (36%), tampouco ao favoritismo de Marina no 2º turno.
A ordem de Lula é proclamar confiança em Dilma, dizer que Marina é só “uma onda” e preparar a artilharia. Estão vasculhando a vida dela.
A candidatura de Marina Silva desnorteou os marqueteiros do PT e do PSDB. Rigorosamente, eles não sabem o que fazer.
Com Aécio Neves em baixa, velha raposa do PMDB ligou para o amigo Romero Jucá (PMDB-RR). “Você não precisava ter declarado voto para Aécio, bastava não apoiar Dilma”. E aconselhou: “É hora de marinar…”.
Esta semana foi registrado o 15º suicídio de um policial federal nos últimos dois anos, segundo fontes da própria corporação. José Roberto Correia de Araújo, de Londrina (PR), foi o terceiro caso somente nos últimos cinco meses. Segundo sindicalistas, “o comportamento da direção da PF tem provocado e agravado diversos problemas entre os policiais”, incluindo problemas psicológicos e psiquiátricos.

NO BLOG DO NOBLAT
Carla Jiménez, El País
O Brasil dormiu Dilma Rousseff e acordou Marina Silva nos últimos dias com a reviravolta nas pesquisas eleitorais. A pesquisa do instituto Ibope de quarta-feira, que revelou um salto no número de seus potenciais eleitores, virou o humor do país. Marina, do Partido Socialista Brasileiro (PSB), tem 29% das preferências, a petista Dilma tem 34%, enquanto Aécio Neves, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), 19%.
Se nas redes sociais se estabeleceram os debates contra e a favor do avanço da ambientalista, na Bolsa de Valores de São Paulo ela já é tida como a próxima titular no Palácio do Planalto. A bolsa fechou na quarta-feira em 60.950 pontos, seu melhor resultado desde janeiro de 2013. Os analistas atribuem o desempenho à divulgação da pesquisa eleitoral, que colocou Marina num movimento ascendente, com capacidade de bater Rousseff no segundo turno.
 
A candidata à Presidência Marina Silva - Foto: Paulo Whitaker / Reuters

Beatriz Bulla e Mariângela Galucci, Estadão
Em sessão administrativa sem transmissão pela TV Justiça, ministros do Supremo Tribunal Federal aprovaram ontem o envio ao Congresso de projeto de lei propondo o reajuste dos próprios salários para R$ 35.919 a partir de janeiro de 2015. Hoje ganhando R$ 29.462,25 mensais, eles já têm garantida por meio de lei remuneração de R$ 30.935 para o próximo ano. A diferença entre o salário atual e o futuro poderá ser de 22%.
Como no Brasil o teto salarial do funcionalismo público é a remuneração dos ministros do STF, se a proposta for aprovada, haverá um efeito cascata, garantindo aumentos nos rendimentos de integrantes de toda a magistratura e dos outros Poderes. Ministros do Superior Tribunal de Justiça, por exemplo, recebem salário correspondente a 95% da remuneração do STF.
 
A proposta que será enviada ao Congresso não foi divulgada pelo STF e, na sessão, os ministros não deram detalhes sobre o projeto - Foto: André Dusek/Estadão

NO BLOG RADAR ON LINE
Marina na bancada

A pergunta que todos no meio político fazem – e cuja resposta vale 1 bilhão de dólares para as campanhas de Aécio Neves e Dilma Rousseff – é: como desconstruir Marina Silva? Muita gente avaliou que os temas abordados na entrevista de anteontem ao Jornal Nacional poderiam ser um bom caminho.
A julgar por uma extensa pesquisa qualitativa realizada ontem por uma agência de propaganda em São Paulo, só com eleitores declarados de Marina, a resposta é não.
Depois de assistir ao JN, os entrevistados consideraram que:
*a embaraçosa questão sobre a propriedade do avião de campanha de Eduardo Campos não cola em Marina. Simplesmente, por que as classes C, D e E não conseguem entender direito do que está se falando.
*A propalada inexperiência de Marina também não esquenta a cabeça dos seus eleitores. Lula, neste caso, vira a referência de alguém “sem experiência que foi bem sucedido”.
*A baixa votação que Marina obteve no Acre em 2010, tema levantado por Patrícia Poeta, não fez nem cócegas entre os seus apoiadores.
*Já a discussão sobre a “nova política”, pregada por Marina, contra a “velha política”, causou algum desconforto em seu eleitorado. Os entrevistados enxergaram ali uma certa contradição entre o discurso e a prática de Marina.
Em resumo, por enquanto está difícil esvaziar o balão de Marina.

O número 1 da MMX e dois de seus conselheiros pediram hoje o boné. Deixou a encrencada mineradora de Eike Batista (leia mais aqui e aqui ), o presidente, Carlos Gonzalez (e foi substituído por Ricardo Guimarães).
Mais: Luiz do Amaral de França Pereira e Eliezer Batista, o Papi, conforme Eike o chama, renunciaram ao seus cargos no conselho de administração.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
Leiam trecho de minha coluna na Folha:
Tenho me dedicado, nem poderia ser diferente, a tentar entender o pensamento de Marina Silva –há gente assegurando que ela vai presidir o Brasil. Mas é tarefa difícil. E rio daqueles que, julgando compreendê-lo, criam suas próprias metáforas para desentranhar as da candidata do PSB à Presidência, de sorte que, depois de alguns minutos de conversa, estamos todos no reino da alegoria, lá onde uma coisa puxa a outra rumo a lugar nenhum. Malsucedido no meu esforço, recorro, então, a Eduardo Giannetti, que parece ser o Platão redivivo que, desta feita, encontrou um bom Dionísio.
Marina reuniria as características da “Rainha Filósofa”. Se ela fizer como Giannetti recomenda, conseguirá expulsar da política os cartagineses do PMDB e teremos, então, um governo dos “bons e dos virtuosos”. A Siracusa do Planalto Central nunca mais será a mesma. Ou, quem sabe?, o pensador de agora se veja no papel de um Pigmaleão a esculpir a mulher ideal.
A esta Folha, Giannetti disse que sua “Tirana (no bom sentido, claro!) de Brasília” pretende governar com o apoio de FHC e de Lula, embora a própria Marina, em suas intervenções públicas, a despeito de reconhecer as contribuições de PSDB e de PT à democracia, anuncie que é chegada a hora de pôr fim à era do confronto entre os dois partidos. Ou por outra: para as elites políticas, o Platão da Marina diz que vai governar com Lula e FHC; para o eleitorado com ódio da política, ela assegura, de modo oblíquo, que não será nem com Lula nem com FHC.
(…)
Íntegra aqui
Por Reinaldo Azevedo

A história do jato Cessna que servia à campanha de Eduardo Campos e Marina Silva vai se tornando a soma e a síntese de tudo o que de ruim, viciado e vicioso pode produzir a velha política. Chega a ser uma piada meio macabra quando nos damos conta de que Marina, que sucede Campos na campanha, se diz a porta-voz da “nova política”, de que ele também seria expressão.
Nesta quinta, reportagem da Folha Online revela mais uma: a Bandeirantes Companhia de Pneus — que, segundo o PSB, era uma das donas do jatinho que teria sido cedido à campanha — gozava de incentivos fiscais do governo de Pernambuco para importar pneus para carros, caminhões e máquinas agrícolas. Tal incentivo, é verdade, teve início em governos anteriores, mas foi renovado por Campos.
A Bandeirantes pertence a Apolo Santana Vieira, apontado como um amigo do então governador. Apolo é réu numa ação penal, acusado de fraude em importações.
A nova informação acrescenta outra suspeita a uma penca de ilegalidades. O avião pertencia à empresa AF Andrade, que está em recuperação judicial. Esta diz ter vendido o aparelho para Apolo e para dois outros empresários de Pernambuco: João Lyra de Mello Filho e Eduardo Bezerra Leite. Extratos obtidos pelo Jornal Nacional evidenciam que a AF Andrade recebeu como pagamento parcial pelo jato diversos depósitos feitos por empresas fantasmas, que estão em nome de laranjas. Apolo, que não quis se manifestar sobre o caso, nega que tenha comprado o avião.
O PSB tenta fazer o jogo do diversionismo. Aponta como donos dos aviões pessoas que negam essa informação. Afirma que a prestação de contas seria feita no fim da campanha, mas silencia sobre a rede de empresas fantasmas e de laranjas envolvida no pagamento da aeronave. Marina prometia dar explicações no Jornal Nacional e, no máximo, conseguiu dizer que não sabia de nada — sem se esquecer, claro!, de pedir respeito à memória de Campos.
Há uma pergunta óbvia a ser feita, entre tantas: esse esquema criminoso que mantinha o avião no ar e que serviu ao então candidato do PSB à Presidência e à própria Marina só dizia respeito ao aparelho? Com que legitimidade ela fala em nome de uma “nova política”, contra os vícios da “velha”, sem admitir, de forma clara, que crimes, então, foram cometidos? Se eleita presidente, terá com os seus a leniência que tem demonstrado nesse caso? Também ela vai recorrer ao famoso “eu não sabia” quando algo de grave atingir eventuais auxiliares?
Na vida privada, nos limites da lei, cada uma faça as escolhas que quiser. Indivíduos não estão obrigados a demonstrar coerência entre o que pregam e o que fazem. Com a pessoa pública, a história é bem outra: seguir estritamente o credo que abraça é uma imposição moral. Reitero: por muito menos, mandatos foram cassados. A Justiça Eleitoral, quando a questão chegar lá, e vai chegar, terá coragem de fazer valer a lei?
Vamos ser claros: esse avião já deixou de ser um problema só de política. Antes de tudo, é um caso de polícia que desmoraliza a política dos que se querem monopolistas da virtude.

NO BLOG DO CORONEL
Dilma esconde "democratização da mídia" no plano de governo.

A presidente Dilma Rousseff vetou a "democratização da mídia" como tema de seu programa de governo. Embora o PT insista em discutir o assunto, que poderá entrar no site "O Brasil da Mudança", lançado ontem pelo Instituto Lula, Dilma avalia que o debate pode ser mal interpretado na campanha.
Vinte e cinco grupos setoriais discutem agora novos temas, que devem ser ampliados na plataforma de Dilma em cadernos separados. Política industrial e comércio exterior, desburocratização, reforma urbana e desenvolvimento agrário fazem parte dessa lista, mas o controle da mídia não está lá. 
Atritos 
Ex-ministro do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, Franklin Martins foi o autor do projeto de regulação dos meios de comunicação, que acabou engavetado na gestão de Dilma. O projeto sofreu duras críticas. Muitos viram nele uma forma de o governo tentar cercear o trabalho da imprensa, aumentando seu poder para influir no conteúdo dos veículos.
Integrante da coordenação da campanha petista, Franklin já entrou várias vezes em atrito com a presidente e com o marqueteiro João Santana por defender uma campanha mais "politizada", com mais enfrentamentos aos adversários. Franklin é responsável pela área de imprensa do comitê e pelo site "Muda Mais", que dá suporte à campanha da reeleição. O site foi alvo de críticas, no mês passado, após publicação de texto com ataques ao presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin, às vésperas da final da Copa do Mundo. 
Conselheiro do Instituto Lula, Franklin também vai controlar agora o site "O Brasil da Mudança", em que serão apresentados dados sobre os "avanços sociais e econômicos" dos últimos 12 anos do PT no Planalto. Santana assina a propaganda política de Dilma e tem divergências com o estilo de Franklin. Em conversas reservadas, dirigentes do PT dizem que "dois mundos" dividem o comando da campanha da presidente e só Lula pode apartar a disputa. (Estadão)

NO BLOG DO JOSIAS
A onda Marina Silva produziu um fenômeno inusitado na coligação de Dilma Rousseff: o trabalho do marqueteiro João Santana, antes uma unanimidade inapelável, passou a sofrer críticas. Dirigentes de partidos aliados avaliam que a propaganda eleitoral da candidata cheira a naftalina. A pretexto de trombetear as “realizações” de um governo prestes a virar passado, deixa de vender novidades para o futuro.
As críticas soaram no Palácio da Alvorada no final da tarde de quarta-feira, durante uma reunião de Dilma com assessores e presidentes das legendas que integram sua coligação. A candidata esboçou uma defesa de João Santana. Numa tentativa de aplacar as queixas, informou que o plano de trabalho da equipe de marketing já prevê a exposição de projetos novos, a serem executados no sonhado segundo mandato.
Sem mencionar datas, Dilma disse que as novidades programadas pelo mago da publicidade eleitoral irão ar ar no momento oportuno. Alguns dos presentes acham que, se demorar muito, a mágica pode não surtir os efeitos desejados. A conversa do Alvorada rodopiou em torno de Marina. Fenômeno ou bolha de sabão?, eis a pergunta que Dilma e seus interlocutores tentaram, sem sucesso, responder.
Nas palavras de um dos participantes do encontro, ouviram-se no Alvorada “avaliações difusas”. Houve um mísero consenso: haverá segundo turno. E Dilma estará nele. No mais, o grupo dividiu-se em dois. Uma ala acha que a presença de Marina no segundo round é incontornável. A outra considera que ainda é cedo para excluir o tucano Aécio Neves do jogo.
Entre os que acham que Aécio ainda não é carta fora do baralho destacam-se o vice-presidente Michel Temer; o presidente do PT, Rui Falcão; e o mandachuva do PCdoB, Renato Rabelo. O mais enfático foi Rabelo. Ele disse enxergar vulnerabilidades em Marina. Mencionou, por exemplo: a fragilidade partidária e as “contradições” do discurso.
Dilma e seus aliados fizeram a si mesmos uma segunda indagação: atacar ou não atacar Marina?. No geral, prevaleceu o entendimento segundo o qual é preciso fustigar a novidade, grudando nela os carimbos da insegurança e da aventura. Mas ponderou-se que, num primeiro momento, convém deixar para Aécio Neves o grosso do trabalho de desconstrução de Marina.
Espremendo-se os relatos sobre o encontro do Alvorada, tem-se a impressão de que Dilma e os operadores de sua campanha observam Marina com olhos convencionais. Mencionou-se, por exemplo, a necessidade de reforçar a presença da campanha nas ruas. Como? Eletrificando as engrenagens partidárias e azeitando a distribuição de propaganda impressa.
Esquece-se de um detalhe: cavalgando uma estrutura mixuruca, Marina cresce à margem dos partidos, numa conexão direta com a aversão das ruas às corporações partidárias. Nesta sexta, o Datafolha informará se a onda refluiu ou se virou tsunami.

NO BLOG DO ALUIZIO AMORIM
DELAÇÃO PREMIADA: HOMEM-BOMBA DA PETROBRAS CONCEDE LONGO DEPOIMENTO À PF E MINISTÉRIO PÚBLICO EM CURITIBA.

O homem-bomba da Petrobras, Paulo Roberto Costa, muito chegado ao Lula, Dilma e Graça Foster, teria esboçado um ar de alívio nesta quinta-feira depois que começou a desembuchar. Agora é esperar para ver o tamanho da encrenca. Há que diga que pode vir "coisa grande" por aí.

O homem-bomba da Petrobras, Paulo Roberto Costa, que fez um acordo de delação premiada na tentativa de minimizar a severidade da pena que pode recair sobre ele, iniciou seu depoimento nesta quinta-feira. 
Segundo informou a coluna de Felipe Patury, no site de O Globo, Costa iniciou o depoimento no final da tarde desta quinta-feira, às 18 horas, sendo ouvido por três procuradores federais e três delegados da Polícia Federal. O que se sabe é que até às 22 horas o ex-Diretor da Petrobras ainda continuava com as autoridades.
A Oitiva ocorre em Curitiba, onde o homem-bomba está preso. Costa foi alvo da operação Lava Jato, a mesma que prendeu o doleiro Alberto Youssef.
Na semana passada, o advogado que defendia o homem-bomba, Nélio Machado, deixou o caso quando seu cliente decidiu fazer um acordo de delação premiada com o Ministério Público e a Polícia Federal.
A última notícia que se teve de Paulo Roberto Costa é que teria desabafado quando topou a delação premiada: "se eu contar tudo não haverá eleição".

NO BLOG UCHO.INFO
Mobilização promovida por Dilma no TCU em favor da presidente da Petrobras é vexatória e criminosa
Virou baderna – Líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Antonio Imbassahy (BA) classificou como vergonhosa a mobilização organizada pela presidente Dilma Rousseff para proteger a chefe da Petrobras, Maria das Graças Foster, das sanções do Tribunal de Contas da União (TCU). Depois de muito pressionar os ministros do Tribunal, o governo petista conseguiu evitar, na quarta-feira (27), que os bens de Foster fossem bloqueados por ela ter participado da malfadada compra da refinaria de Pasadena (EUA), um dos piores negócios já realizados pela maior estatal do País.
“Dilma defende Graça Foster constrangendo o TCU, com uma disposição que não mostra em relação ao ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli”, criticou o tucano em seu perfil no Facebook. “É o já conhecido ‘combate seletivo’ à corrupção: enquanto protege a atual presidente com unhas e dentes, ataca ex-diretores da estatal”, destacou Imbassahy.
O líder tucano também chamou a atenção para a conduta dos membros do órgão fiscalizador. “Depois de bloquear os bens dos ex-diretores, alguns conselheiros do TCU mudaram critérios de avaliação e julgamento e se submeteram à pressão do Planalto”, disse. “Mais uma ação nociva do PT contra o funcionamento das instituições brasileiras”, completou o parlamentar.
Para o deputado federal João Campos (PSDB-GO), a deliberação do TCU é lamentável. “As instituições não podem se curvar a interesses partidários e ao jogo político. O TCU é, antes de tudo, o protetor do erário em nome da sociedade”, afirmou nesta quinta-feira (28). “Espera-se dos ministros do TCU cada vez mais isenção, imparcialidade e independência na proteção dos recursos públicos e na fiscalização das contas do governo. Essa decisão não tem harmonia com o sentimento da sociedade brasileira”, analisou.
Campos censurou a pressão exercida pelos petistas junto aos ministros do órgão. “A presidente da República e o PT não podem se dar o prazer de usar o seu prestígio e sua força para interferir na independência ou no julgamento de outras instituições. Isso depõe contra a democracia”.
Fora do cargo
A decisão dos ministros do TCU não é definitiva, pois a sessão de quarta-feira foi encerrada após o pedido de vista do ministro Aroldo Cedraz. Contudo, o placar – 5 votos contrários ao bloqueio de bens e dois a favor – não deve ser revertido, disse ontem o “animado” advogado-geral da União (AGU), ministro Luís Inácio Adams. Por determinação de Dilma Rousseff, ele se prestou ao papel de visitar cada um dos ministros e fazer sustentação oral em defesa de Foster.
No começo de agosto, o deputado Carlos Sampaio (SP), que é titular do PSDB na CPI Mista da Petrobras, condenou a conduta de Adams nesse episódio e defendeu a saída dele da AGU. “Mantê-lo no cargo seria o mesmo que continuar patrocinando interesses privados, e não públicos”, enfatizou Sampaio. “É mais do que evidente que sua postura constitui ato atentatório à dignidade e ao decoro do cargo que ocupa, razão pela qual, nos termos da Lei dos Crimes de Responsabilidade, o mesmo deve ser afastado de suas funções”, acrescentou.
Genuflexório palaciano
Que Luís Inácio Adams, advogado-geral da União, é mais um dos muitos capachos que frequentam o Palácio do Planalto todos sabem, mas é inaceitável que um servidor desse naipe se preste a serviço tão degradante e fora das suas atribuições. O responsável pela AGU prestando-se a papel tão pequeno mostra o quanto o Brasil regrediu em termos de credibilidade, depois que Luiz Inácio da Silva, o lobista de empreiteira, chegou ao poder central.
De forma criminosa, sem que a população tivesse reagido em algum momento, a máquina estatal passou a servir um partido que nos últimos anos mostrou sua inconteste vocação para o banditismo político. A Petrobras tem advogados, os quais poderiam ter feito o mesmo trabalho vergonhoso de Adams. Ademais, se a intenção de Maria das Graças Foster é preservar o patrimônio doado de forma bisonha aos próprios filhos, que a presidente da petroleira contrate um advogado particular para cuidar do tema. No momento que o governo destaca o advogado-geral da União para missão tão pífia, não é errado pensar que há algo muito grave que Foster sabe e ainda não contou.
Em qualquer país minimamente sério e com uma população capaz de reagir, o Tribunal de Contas da União já estaria cercado, pois é imprescindível que os bens da presidente da Petrobras sejam bloqueados para garantir a reparação do prejuízo bilionário causado pela compra da obsoleta e superfaturada refinaria de Pasadena.


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