DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 17-8-2014

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
As investigações e depoimentos como o da ex-contadora Meire Poza, no âmbito da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, realizada há cinco meses, levam as consciências pesadas do Congresso Nacional à expectativa de uma “parte II” da mesma operação. As provas colhidas nesse período também indicam ser iminente a prisão de políticos e empresários enrolados no esquema do doleiro Alberto Youssef.
Meire Poza já revelou à Justiça o que apenas insinuou no Conselho de Ética da Câmara: a lista de políticos corrompidos por Alberto Youssef.
Meticuloso, discreto, corajoso e competente, o juiz Sergio Moro, que ordenou a “Lava Jato”, é tudo o que se imaginava de Joaquim Barbosa.
Juristas experientes avaliam que o juiz Sergio Moro, apenas porque cumpre seu dever, simples assim, ainda fará História no Brasil.
Os ministérios do Planejamento e Relações Exteriores culpam um ao outro pelo calote de R$ 380 milhões aplicado na Organização das Nações Unidas. O Brasil passou vexame quando o secretário-geral da ONU citou o País entre seus principais devedores. No jogo de empurra, o Itamaraty diz que os pagamentos cabem ao Planejamento, e este garante que efetua todas as transferências solicitadas pelo Itamaraty.
Aliados dos líderes evangélicos Silas Malafaia e Valdemiro Santiago se queixam de que eles estão sob devassa da Receita Federal, até nas contas pessoais. E se defendem criticando Dilma e o PT. Lula tentou interceder, de olho na influência eleitoral deles, mas Dilma não recuou.
Dilma confessou a interlocutores seu “horror” às pregações de Silas Malafaia e Valdemiro Santiago, para ela, “politicamente incorretas”. Mas a devassa seria a pedido de rivais dos bispos ligados ao PT.
HOMEM-BOMBA
O ex-ministro Roberto Amaral, vice-presidente do PSB, está entre os cotados para vice de Marina, na campanha presidencial. Mas a turma dela se arrepia ao lembrar que ele andou defendendo bomba atômica.
Funcionários do Congresso não escondem a surpresa ao ver a maioria dos políticos sisudos e carrancudos durante o mandato, agora abrindo largos sorrisos, abraçando e até beijando os eleitores na campanha.

NO BLOG DO NOBLAT

Diego Salgado e Ronald Lincoln Jr., Estadão
A crise financeira dos clubes brasileiros proporcionou situações inusitadas nos últimos dias. O Botafogo conseguiu dinheiro para pagar parte dos salários atrasados, mas inicialmente iria deixar seis jogadores do elenco a ver navios; o Guarani pagou atletas com cheques sem fundo; o Crac ameaçou abandonar o Brasileiro da Série C por não receber a verba prometida pela prefeitura da cidade goiana de Catalão; e o Grêmio Barueri simplesmente não entrou em campo para partida da Série D em protesto contra o atraso dos salários.
Com atraso de três meses no pagamento de salários e de seis na quitação dos direitos de imagem dos jogadores, o Botafogo conseguiu, com a ajuda do Sindeclubes (sindicato dos empregados em clubes) do Rio de Janeiro, a liberação de R$ 2,5 milhões para aliviar a dívida com atletas e funcionários.
 
Sem receber, jogadores do Barueri se recusaram a jogar - Foto: Estadão

Renée Pereira, Estadão
A “superconta” criada pelo governo federal para ajudar na redução das tarifas de energia elétrica está inadimplente. Só no ano passado, a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), cujo orçamento de R$ 19 bilhões passou a ser complementado com recursos do Tesouro Nacional, deixou de pagar despesas de R$ 1,7 bilhão por insuficiência de saldo.
Os dados constam de nota técnica da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), de 7/4/2014. Segundo o documento, até abril, os valores de 2013 continuavam em aberto e os deste ano estavam atrasados.

NO BLOG DO ALUIZIO AMORIM
PETROBRAS, A BOMBA ARMADA PELO PT QUE JÁ NÃO PODE MAIS SER DESATIVADA. VEM MUITO MAIS COISAS POR AÍ!

É uma estratégia petista rotineira. Quando o jogo já não favorece o partido, mudam-se as regras — ou joga-se o tabuleiro fora. Nos idos de 2010, a candidata Dilma Rousseff bradava uma preocupação injustificada com uma possível venda da Petrobras caso seus opositores vencessem o pleito presidencial: "É um crime privatizar a Petrobras ou o pré-sal", disse ela, atacando o PSDB. "Eles só pensam em vender o patrimônio público", continuou Dilma, relacionando o futuro da empresa às privatizações dos setores elétrico e de telecomunicações que ocorreram durante o governo de Fernando Henrique Cardoso.
O episódio apenas explicitou uma dinâmica de propaganda repetida à exaustão pelo partido: ao explorar o nacionalismo, o PT espalhou o receio de que o PSDB venderia a estatal e, assim, abriria mão de um "patrimônio" dos brasileiros, criando um ambiente de medo em potenciais eleitores do candidato tucano da vez - no caso, José Serra. Pouco importava, neste caso, a falta de embasamento para a acusação. O partido não apresentava números ou argumentos fortes para mostrar os ganhos, de fato, que o país auferia ao sustentar tal empresa com recursos provenientes dos cofres públicos. Soube-se, mais tarde, que o apego profundo que o partido mantém pela estatal está à margem de qualquer discurso ufanista. A Petrobras transformou-se, em pouco mais de uma década, numa das estatais mais aparelhadas do país, onde o loteamento de cargos foi regra, não exceção. Muitos a chamam, em tom de blague, de Ministério. 
O apego quase emocional à empresa vem se dissipando ao passo que o discurso do partido, convenientemente, mudou. Com a estatal envolvida em graves denúncias de irregularidades e desmandos administrativos, o governo tenta se desvincular. Quanto menos a Petrobras for assunto da campanha, melhor. Para isso, vale até voltar atrás em sua retórica nacionalista. "Se tem uma coisa que a gente tem que preservar, porque tem sentido de estado e país, é não misturar eleição com a maior empresa de petróleo do país. Isso não é correto, não mostra nenhuma maturidade", disse a presidente, no domingo, no Palácio da Alvorada.
O PETRÓLEO NÃO É NOSSO, MAS DO PT!
O uso da Petrobras como arma na disputa presidencial vem de longe. Desde a primeira vitória de FHC, Lula sempre lançou mão do nacionalismo exacerbado — arma clichê de governos extremistas — para tentar assustar o eleitor. Tanto que em 2006, o tucano Geraldo Alckmin até vestiu o macacão da estatal para tentar desfazer a imagem, espalhada pelos petistas, de que o PSDB privatizaria a empresa. A retórica antiprivatizações foi usada sem filtros por Lula em todos os pleitos que disputou — e Dilma tornou-se adepta inveterada do discurso. Ainda em 2010, em debates entre os candidatos, a atual presidente voltou a usar o tema para atingir Serra. "Dá uma dúvida se eles são só a favor da privatização do pré-sal ou se são a favor da privatização do pré-sal e da Petrobras", afirmou, na TV Bandeirantes. Isso porque um assessor de Serra, David Zylberstajn, defendeu que o pré-sal fosse aberto à exploração de empresas estrangeiras, o que é uma prática comum no setor em todo o mundo. O candidato tucano nunca declarou apoio à ideia, muito menos à venda da estatal. Mas o PT viu nisso uma forma de jogar os tucanos contra a parede — e contra os eleitores.
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UMA CONTA QUE NÃO FECHA
Não fossem os escândalos suficientes, há ainda os números — esses, sim, contundentes o bastante para fazer o governo rapidamente deixar de lado o orgulho inflamado que a estatal costumava despertar. Nas mãos do PT, a Petrobras passou por seu melhor momento com a descoberta do pré-sal, em 2007, mas também chegou ao fundo do poço ao final do governo Dilma. Entre 2010 e 2013, o lucro da empresa recuou 28% e seu endividamento avançou de 117,91 bilhões de reais para 267,82 bilhões de reais. Ao levar em consideração os números do último balanço, referente ao segundo trimestre de 2014, a dívida salta para 307 bilhões de reais, o que a torna a empresa de petróleo mais endividada do mundo. A capitalização de 120 bilhões de reais feita em setembro de 2010, com o objetivo de levantar recursos para financiar o plano de investimentos da empresa, teve efeito praticamente nulo. O dinheiro foi usado para financiar o caixa da empresa, que é submetido a constantes baques por ter de bancar os subsídios ao preço da gasolina. Por isso, a estatal se viu obrigada a levar adiante um audacioso plano de vendas de ativos para levantar capital e conseguir investir. Foi por meio desse plano, inclusive, que veio à tona o malfadado negócio feito em Pasadena e revelado por VEJA em 2012. Leia MAIS

NO BLOG ALERTA TOTAL
A Tragédia do Voto Obrigatório
Coisas do Brasil na Era Petralha...

Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
O eleitor, consciente ou idiota, é quem decidirá a eleição presidencial de outubro-novembro? A resposta é um não rotundo. A parada será resolvida por um modernoso sistema informatizado de votação, sem possibilidade de auditoria do voto, sequer por recontagem de uma mínima amostragem. O resultado das urnas eletrônicas, por isso, é totalmente imprevisível. Você pode até saber em quem votou, porque foi obrigado. Mas só o controlador do sistema tem a certeza efetiva de quem ganhará. Eis a maior tragédia do nosso imprevisível voto obrigatório.
Analisando friamente a conjuntura, estamos próximos de uma gelada institucional. Com a máquina capimunista bem aparelhada pelo partido-seita que nos desgoverna há 12 anos, Dilma Rousseff tem chances concretas de se reeleger. Uma vantagem dela: a oposição nunca pareceu ser tão fragilizada, e com tímido poder ofensivo, diante do esmagador poder de um presidencialismo imperial. A fragilidade dela: a Oligarquia Financeira Transnacional não está satisfeita com os rumos econômicos do Brasil e já demonstrou, por várias ações, que deseja a substituição dos petistas e petralhas no controle federal. Este é o jogo real – que fica imprevisível com a inconfiabilidade do processo eletrônico de votação obrigatória.
Pergunta que todos fazem: O que efetivamente muda no Brasil se os vencedores forem Dilma Rousseff, Aécio Neves ou Marina Silva (que até quarta-feira será confirmada como candidata no lugar do Eduardo Campos morto no desastre de avião)? Se Dilma continuar, assistiremos a um veloz e radical processo revolucionário petista, com jeitinho bolivariano castrista do Foro de São Paulo. Neste cenário, o Brasil capimunista tende a se transformar em um paraíso cubano, com algum poder produtivo, que será loteado entre os sócios do poder.
Como a política econômica tende a não ser alterada, o autoritarismo estatal terá de promover o milagre de domar uma inflação, já marcada por uma carestia defensiva, fazendo o mesmo de sempre: cada vez mais caixa, com impostos altos, para custear uma máquina pública cada vez mais cara, perdulária e aparelhada pela ineficiência. Para piorar, o governo terá de arcar também com os juros altos (que aumentam todas as dívidas e encarecem qualquer crédito), gerando lucros apenas para as atividades especulativas financeiras – que pode se tornar produtivas ou não. Já é claro para 2015 um cenário de crise de liquidez com rompimento da cadeia de pagamentos. O resultado desta bagunça econômica é imprevisível. O risco concreto é que Dilma, pelo poder da máquina, já está com um pé no segundo turno...
Se Aécio Neves vencer, a herança maldita deixada pelo regime petista-petralha pode tornar o Brasil ingovernável. Há dúvidas concretas sobre a possibilidade de se driblar o brutal aparelhamento da máquina estatal feito em 12 anos. A governabilidade estará seriamente comprometida pelo sistema petista de “organização social” montado na base daquela obra de Vladimir Lênin (“O que Fazer?”). Quem puder, faça uma leitura deste livro, junto com o famoso “Decálogo de Lênin” para ver como a esquerda brasileira nos reserva um futuro do presente no século passado ou retrasado...
Na economia, a equipe de Aécio (Armínio Fraga e Mendonça de Barros) acena com um choque inicial de realinhamento dos preços, para sustentar, depois um crescimento previsto de 4% ao ano. O problema é a manutenção da mesma política de juros altos que só os geniais brasileiros praticam no mundo... Ou seja, mudanças concretas não parecem fazer parte do nosso cardápio... O tucano acena com investimentos em infraestrutura. Mas isto só será realmente viável se for mudada a política de juros. Vai mudar? Eis a incerteza mor...
E se a Marina Silva vencer? A reposta imediata é a própria negação da pergunta. Marina é um fator novíssimo na campanha. Sua vitória não estava no script – nem a conquista parcial e pessoal dela, como vice do Eduardo, se ele não tivesse morrido e, por acaso, chegasse à Presidência da República. Marina tem o jurássico DNA petista. É uma legítima vanguarda do atraso, com discurso socialista-moralista-ecológico. Marina não transmite segurança aos deuses do mercado... O papel dela, no presente teatrinho eleitoral do João Minhoca, é justificar uma roubada de votos da Dilma, para a conta de chegada final...
O Brasil tem um problema assustador. Os segmentos supostamente esclarecidos da sociedade, que têm capacidade de decisão econômica, parecem perdidos. Não conseguem operar com paradigmas realmente produtivos, geradores de renda pela via do trabalho (única forma verdadeira de produzir alguma coisa). Por isso estamos tão lentos no combate aos males dos impostos absurdos e dos juros estratosféricos. A tal elite (em alguns casos) ou oligarquia (em outras situações) perde o timming para sair da hoje inconfortável “zona de conforto”, reagir e promover a mudança do errado modelo brasileiro.
Não importa quem vença em outubro-novembro. O Brasil só vai melhorar se houver uma pressão real dos segmentos supostamente esclarecidos sobre os “poderosos de plantão” para cumprirmos uma previsível agendinha sempre falada, sempre prometida, porém sempre adiada: reforma política, reforma tributária e reforma da infraestrutura (ensino, saúde, logística, energia, etc). Já passou da hora de acordamos para a realidade. O resto do mundo avança, melhora, menos os países subdesenvolvidos, gerenciados pelas vanguardas ideológicas do atraso.
Pragmaticamente falando, a pior opção é a perigosa continuidade do PT no poder, pois pode conduzir o Brasil a uma violenta ruptura institucional, condenando também o Brasil ao atraso Capimunista. Tirar o PT é prioridade, mas romper com o capimunismo em vigor é mais fundamental. Ou os supostos segmentos esclarecidos da sociedade entram em campo – e mostram que são mesmo “esclarecidos” – ou vamos, todos, rumo à bagunça conjuntural, institucional e civilizatória.
(...)


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