DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 16-8-2014

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES

De Lula para Dilma, em 13 de junho de 2014: ‘Eles não sabem que nós seremos capazes de fazê, democraticamente, pra fazê com que você seja a nossa presidenta por mais quatro anos neste país’<iframe width="560" height="315" src="//www.youtube.com/embed/VrvLzlQtnik" frameborder="0" allowfullscreen></iframe>

O animador de auditórios amestrados vai despejando frases sem pé nem cabeça enquanto zanza atrás da mesa no palco. Estaciona perto da nuca de Dilma Rousseff, põe a mão esquerda no ombro da afilhada e empunha com a direita o microfone . Então, mirando a cabeça da candidata, Lula rosna o que é simultaneamente uma palavra de ordem e a palavra do mestre a seus discípulos: “Eles não sabem que nós seremos capazes de fazê, democraticamente, pra fazê com que você seja nossa presidenta por mais quatro anos neste país”.
Se a Polícia cumprisse o seu dever e a Justiça valesse para todos, o que fizeram de lá para cá o chefe supremo e seus devotos teria ampliado notavelmente a bancada da seita na Papuda. Nos últimos dois meses, anotações nos prontuários companheiros confirmam que, para o bando disfarçado de partido, só é proibido perder a eleição. O resto pode. A turma acredita que pode, por exemplo, estuprar a CPI da Petrobras, violar a internet para difamar jornalistas independentes, forçar também o TCU a inocentar culpados ou chantagear bancos que alertam os clientes para os fracassos da política econômica sem rumo nem juízo. Fora o resto.
Em nações civilizadas, pecados bem mais leves dão cadeia. No Brasil, os fora da lei fantasiados de pais da pátria seguem em liberdade, prontos para atravessar pelo menos mais dois meses fazendo coisas de que até Deus duvida.

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
Nenhum dos candidatos ao governo do Rio de Janeiro confessa ao menos ser “remediado”. Todos tentam demonstrar que não ficaram ricos na vida pública, e a lorota se confirma com a soma dos bens que os sete candidatos declaram, mal atingindo R$ 2 milhões – valor inferior à avaliação do endereço residencial de qualquer um deles. Só não são modestos nos gastos de campanha: R$ 186 milhões no total.
Marcelo Crivella (PRB) declarou bens no valor de R$ 734 mil, Ney Nunes, do PCB, R$ 514 mil. E Garotinho (PR) declarou R$ 303 mil.
Os candidatos que se dizem pobretões são Pezão (PMDB) com R$ 252 mil, Lindbergh Farias (PT) R$189 mil e Tarcísio Motta (PSOL), R$ 3 mil.
A candidata Dayse Oliveira (PSTU) pode até se habilitar ao Bolsa Família. Há três eleições não declara possuir bens.
O “tracking” diário por telefone, com 500 eleitores, levou pânico ontem a uma das principais campanhas presidenciais. Esse levantamento mostrou queda de Dilma, Marina em segundo e Aécio em terceiro.
Com medo do efeito Marina Silva nas urnas ainda no primeiro turno, o PT já se mobiliza para estimular o racha dentro do PSB, após a morte de Eduardo Campos. O clima entre petistas é de insegurança total.
O PMDB pressiona o governo para demitir Luiz Carlos Everton Farias da diretoria de ativos de terceiros do Banco do Nordeste, acusado de favorecer a campanha do senador Wellington Dias (PT) ao governo do Piauí. O Ministério Público Federal também está de olho nele.
Conselheiros do CNJ já dizem ter saudades do estilo do ministro aposentado Joaquim Barbosa, após decisão de Ricardo Lewandowski (STF) tornando mais rígidas as regras para autorização de viagens.
Dias depois de Dilma sancionar lei tornando secretas investigações de acidente aéreos, a FAB (que pediu a lei) a ignorou, divulgando tudo sobre o acidente de Eduardo Campos. Revogue-se a lei.

NO BLOG DO CORONEL
Marina substitui Campos. PSB fica com vaga de vice. Lula e o PT saem derrotados.
Durante todo o dia de ontem, Lula e o PT tentaram dar o beijo da morte na candidatura do PSB. Não conseguiram. Marina levará a eleição para o segundo turno.

O PSB superou as divergências internas e selou acordo para lançar Marina Silva à Presidência da República no lugar de Eduardo Campos. Ela concordou com a inversão da chapa e deverá ser anunciada oficialmente na próxima quarta-feira (20). O novo presidente do PSB, Roberto Amaral, era visto como último entrave ao acerto. Sob forte pressão de correligionários, ele se convenceu a apoiar Marina, que disputou o Planalto em 2010 pelo PV. 
O PSB agora discutirá a indicação do novo vice na chapa presidencial. O deputado gaúcho Beto Albuquerque, hoje candidato ao Senado, é o mais cotado para a vaga. "A candidatura de Marina contempla nosso projeto. Será uma solução de continuidade. O PSB indicará o novo vice", disse Amaral à Folha.
Depois de uma reunião com Marina, o coordenador da Rede Sustentabilidade, Bazileu Margarido, confirmou à reportagem que ela aceita disputar a Presidência. "Com o OK do PSB, ela está à disposição para ser a candidata", disse.
Por respeito à memória de Campos, o anúncio oficial da nova chapa só deverá ser feito três dias depois do enterro, programado para o domingo (17), em reunião da executiva nacional do PSB. A negociação se acelerou após Marina receber apoio público da família do ex-governador de Pernambuco. Segundo aliados, ela se sentiu revigorada ao conversar com a viúva Renata Campos, que a incentivou a concorrer. 
Ex-ministro da Ciência e Tecnologia no governo Lula e considerado próximo ao PT, Roberto Amaral visitou Marina na tarde desta sexta (15). Com seu aval, começou a consultar os governadores do PSB sobre a inversão da chapa. Ele quer dar caráter coletivo à decisão e agora buscará entendimento sobre o vice até a reunião da executiva. "Vou fazer um trabalho de afunilamento. O ideal é chegar com dois nomes. Ou um", disse. 
Além de Albuquerque, que se aproximou de Marina desde que ela aderiu à candidatura de Campos, são vistos como alternativas o deputado Júlio Delgado (PSB-MG), o ex-deputado Maurício Rands (PSB-PE) e Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), ex-ministro da Integração Nacional no governo Dilma Rousseff. 
Marina sinalizou ao PSB que respeitará as duas principais exigências do partido: respeitar os acordos regionais fechados à sua revelia, em Estados como Rio e São Paulo, e incorporar o discurso desenvolvimentista. A ex-senadora disse a pessoas próximas que pretende conduzir a campanha da mesma forma que Campos a conduziria, atuando como líder de uma coligação, e não apenas da Rede, o futuro partido que ela quer criar. 
Embora tenha se recusado a falar publicamente sobre política, em respeito ao luto pelo ex-governador, repetiu a aliados que era preciso manter o projeto da chapa. Ela disse que o PSB foi generoso ao abrigar a Rede em 2013, quando a Justiça Eleitoral negou registro ao partido, e agora é a hora de retribuir.(Folha de São Paulo)
PT bate cabeça e não sabe o que fazer.
Bons tempos aqueles em que o marqueteiro batia palminhas e garantia que Dilma venceria no primeiro turno. Hoje arrisca não estar nem no segundo.

De um lado, é "volta, Lula". De outro lado, é que Marina vai passar Aécio e ir para o segundo turno. Mas também tem os que acham que a ex-senadora e ex-ministra petista não sustentará os votos que teve em 2010. A estratégia pública é que o PT vai bater em Marina Silva, assim como estava agredindo Eduardo Campos, tentando impedir o segundo turno. Se houver segundo turno, o PT deseja que seja contra Aécio Neves, que considera mais fácil de bater em função da velha estratégia do "nós x eles". No fundo, o PT não sabe o que pensar. O pavor pode aumentar no partido mensaleiro se a pesquisa Datafolha, que será divulgada amanhã ou segunda, mostrar Marina crescendo, Aécio também crescendo e Dilma caindo. Mostrando uma Marina com 15%, um Aécio com 25% e uma Dilma com 33%. É impossível? Não. É o mais provável.






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