DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 15-8-2014

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
Fiscal implacável das doações de campanha até para correligionários, o deputado Henrique Fontana (RS), ex-líder do PT na Câmara, está enrolado na revelação de documentos apreendidos por investigadores que o relaciona entre sete deputados que pediram doações a empresas suspeitas de ligação ao cartel dos trens. O documento foi entregue pelo Conselho de Defesa Econômica (Cade) a autoridades federais.
Fontana chegou a dizer que não pediu nem recebeu doações dessas empresas, mas admite empenho pela “expansão do modo ferroviário”.
Além de Fontana, fazem parte da lista de deputados apontados como pedintes Carlos Zaratini e Jilmar Tatto, ambos do PT de São Paulo.
Também estão na lista Jaime Martins (MG) e Milton Monti (SP), do PR, Leonardo Quintão (PMDB-MG) e Vanderlei Macris (PSDB-SP).
A mulher do governador capixaba Renato Casagrande (PSB) gastou só R$ 282 em viagem a São Paulo, em 2013. Mas a do antecessor Paulo Hartung pegou pesado com o erário, entre 2007 e 2010: R$ 83,7 mil.
Em meio à consternação pelo falecimento de Eduardo Campos, uma notícia positiva: o possível adiamento da propaganda eleitoral gratuita.

NO BLOG DO NOBLAT
Gustavo Goulart, O Globo
Após tomar conhecimento de que o desembargador Siro Darlan classificou o Ministério Público (MP) estadual como uma ‘‘inutilidade’’ durante uma entrevista à BBC Brasil, o Tribunal de Justiça (TJ) do Rio instaurou um processo administrativo contra o magistrado para apurar se houve quebra de decoro.
Darlan fez a crítica ao responder a uma pergunta sobre uma lei federal, sancionada no ano passado, que permite que delegados e o MP tenham acesso a dados sigilosos de entidades financeiras e empresas aéreas e a ligações telefônicas sem necessidade de autorização judicial.

Lisandra Paraguassu, Estadão
O governo brasileiro vai oferecer cidadania a pessoas que, hoje, não tenham direito a nenhuma nacionalidade, os chamados apátridas. Depois de 60 anos da aprovação da Convenção sobre o Estatuto dos Apátridas, aprovado pelas Nações Unidas, o Brasil finalmente decidiu incorporar na sua legislação a garantia de proteção a essas pessoas.
Apenas 65 países assinaram a convenção sobre apatridia e um menor número adotou legalmente os princípios de proteção. Nas Américas, 20 assinaram, mas apenas o México inclui os apátridas na sua legislação sobre imigração. No momento, apenas o Brasil e o Uruguai preparam leis a respeito.

Mariângela Gallucci, Estadão
Ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) confirmaram a validade de uma decisão que condenou o Banco do Brasil a pagar a todos os poupadores as diferenças decorrentes dos chamados expurgos inflacionários sobre cadernetas de poupança ocorridos no Plano Verão, que entrou em vigor em 1989.
Os integrantes da 2.ª Seção do STJ afirmaram que a decisão é aplicável a todos os titulares de cadernetas de poupança do Banco do Brasil ou seus sucessores, independentemente de associação ao Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), que atuou no processo. O Banco do Brasil já anunciou que vai recorrer da decisão.


NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
Marina Silva é uma esfinge. Sem segredos. O que ela pensa? Dizer que ninguém sabe é bobagem. Dá, sim, para saber. Não vou cair aqui na conversa mole de perguntar se Marina vai ou não realinhar as tarifas se, candidata do PSB, for eleita. É claro que vai. Qualquer que seja o eleito, o reajuste vai se impor. Contra quem? Contra ninguém. O realinhamento será uma imposição da realidade. Afinal, o Brasil não é a Venezuela. Se for presidente, Marina também vai ter de cortar gastos públicos — é o que Dilma ou Aécio terão de fazer. “Mas tirar dinheiro de onde?” De algum lugar. Ou o país vai para o vinagre. Nenhuma dessas vulgaridades me interessa. Essa gritaria só serve para gerar calor. E nenhuma luz.
A Marina que importa é outra. Sim, concordo: é quase impossível entender o que ela fala, com suas metáforas, alegorias e derivações impróprias — refiro-me à gramática mesmo! — porque, sei lá, os 340 mil verbetes contidos no “Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa” não lhe bastam… Faz sentido: pensamentos intraduzíveis pedem palavras… indizíveis. Pode não dar para entender o que ela diz, o que sempre desperta a suspeita do sublime, mas dá, sim, para saber o que ela pensa. E ela não pensa coisas boas.
Começo pela questão mais recente. Marina Silva se desgarrou do PT, como é sabido, mas não se livrou dos piores vícios da nave-mãe. Querem um exemplo? Ela foi uma das mais entusiasmadas defensoras do Decreto 8.243, o tal que atrela a administração federal a conselhos populares e institui, na prática, uma Justiça paralela. Seu “movimento”, que não é “partido”, combina com aquele estado de permanente mobilização, em que a militância atropela as instâncias da democracia representativa.
Recuemos um pouco. Como esquecer a atuação de Marina Silva durante a votação do Código Florestal? Se a sua proposta tivesse vingado, o país teria sido obrigado, atenção!, a reduzir a área destinada à agricultura e à agropecuária. O que escrevo aqui não é especulação. É apenas um fato. É demonstrável. Em 2013, a balança industrial produziu um déficit de US$ 105 bilhões, e o setor agropecuário, um superávit de US$ 82,91 bilhões. Isso para um país que teve um superávit de apenas US$ 2,5 bilhões. E olhem que foi uma trapaça contábil. De verdade, o saldo foi negativo. Ou por outra: o agronegócio salva o Brasil da bancarrota, mas Marina Silva queria diminuir a área plantada.
É o tipo de militância que seduz os descolados e os ignorantes, mas de ampla repercussão no exterior, especialmente nos países ricos que acham que devemos deixar a agricultura com eles, enquanto a gente disputa o cipó com os macacos e foge das onças-pintadas. Todos queremos preservar a natureza, é claro! Marina queria, de modo irresponsável, dar um tombo na agricultura e na pecuária. Ela quer economia sustentável? Quem não quer? A questão é saber o que entende por isso.
Pegue-se agora a questão energética. O Brasil só não passa por um apagão de fazer 2001 parecer brincadeira de criança porque cresceu 2,7% em 2011; 0,9% em 2012; 2,1% em 2013 e deve ficar em torno de 0,8% neste ano. Em 2015, projeções responsáveis apontam que não passa de 1,2%. Estivesse crescendo, como precisa, a pelo menos 4%, já estaríamos no escuro.
Mesmo assim, ainda que tente aqui e ali dizer o contrário, Marina se opôs, sim, à construção da usina de Belo Monte. Tanto é que apoiou um vídeo imbecil chamado “Gota d’Água”, que dizia uma impressionante coleção de bobagens a respeito da usina. Mais: esse empreendimento será subutilizado, sim, porque Belo Monte não terá reservatório. Será do modelo fio d’água. Pesquisem a respeito. Só se fez essa escolha errada por causa da militância ambientalista que Marina representa, já que se inunda uma área muito menor, mas se produz, em contrapartida, bem menos energia.
Em 2010, a Marina candidata foi ao programa “Roda viva” e tratou do assunto. Como fala pelos cotovelos, impede que o pensamento de seus interlocutores respire. Vejam. Volto em seguida.

http://youtu.be/nVdZaWH9PSA

Em primeiro lugar, houve, sim, os devidos cuidados ambientais. Em segundo lugar, a tese da inviabilidade econômica é de uma impressionante falácia. De fato, Belo Monte tem mais dinheiro público do que deveria, mas isso se deve ao viés esquerdizante do governo petista — que Marina não combate. O capital privado só refugou porque o preço que o governo queria pagar pela energia era incompatível com a realidade. Ou por outra: quando os petistas decidiram tabelar o lucro — prática hoje em dia vigente apenas em Cuba e na Coreia do Norte —, Marina se calou. O negócio dela era com os bagres. Sim, preservemos os bagres. Mas e a energia elétrica? Mais: se o governo tivesse dado de ombros para o ambientalismo doidivanas e construído a usina com reservatório, mais energia seria produzida. Ou por outra: Belo Monte só não vai render o que poderia por causa do espírito marineiro.
Trato aí de duas questões que hoje são essenciais ao país: balança comercial e produção energética. Nos dois casos, a possível candidata do PSB à Presidência estava do lado absolutamente errado do debate. Errado por quê? Porque as suas escolhas contribuiriam para afundar o país — e, como é sabido, em casos assim, os pobres pagam o preço primeiro.
Questão política
Não e só isso. Marina fala em nome de uma tal “nova política” que ninguém, até agora ao menos, entendeu direito o que é. É impossível governar o país sem o Congresso, a menos que se queira gerar uma crise institucional dos diabos. Em sua pregação, ela dá a entender que políticos são sempre os outros, nunca ela própria. Por quê? Porque acredita na tal da “mobilização em rede”, que vem a ser a prima rica — e com nível universitário — de movimentos como o MST ou MTST. Nem por isso menos autoritários.
Na verdade, nesse particular, ela vai até um pouco além. Por mais que queira negar, parte do mau espírito das ruas — e não do bom — de junho do ano passado a esta data contou com o seu apoio silencioso. Ela pode se tornar a única beneficiária do ódio à política que tomou as ruas. E é evidente que esse tal espírito não me agrada. A propósito: alguém leu ou ouviu alguma censura de Marina aos black blocs?
O fato de a possível candidata do PSB ter hoje “conselheiros” com uma visão, digamos, mais à direita em economia do que o petismo não me seduz absolutamente. Na verdade, do meu ponto de vista, só torna a equação ainda mais confusa porque não vejo como ela poderia incentivar com a mão esquerda o espírito militante e procurar conter com a direita o rombo nos cofres públicos. Ou por outra: o discurso ideológico de Marina atenta contra o Caixa, mas ela se cerca de gurus econômicos que fazem profissão de fé na responsabilidade fiscal.
Na minha coluna de hoje na Folha, critico as patrulhas petistas — ou a seu serviço — que tentam impedir que se formule um pensamento alternativo no Brasil. Busca-se deslegitimar desde a origem qualquer crítica organizada ao governo e ao partido oficial. Aécio Neves, do PSDB, é vítima desse procedimento. Eduardo Campos também era. Será que estou a fazer o mesmo com Marina? Uma ova! Estou é criticando aqui o que conheço de sua militância e dizendo por que ela não me serve. Em muitos aspectos, Marina pode representar um perigo ainda maior do que o petismo.
Se ela se eleger presidente e puser em prática o que pensa sobre militância organizada, a relação com os Poderes instituídos, o agronegócio e o setor energético, quebra o País e o conduz a uma crise política sem precedentes. Claro! Uma Marina que conseguisse governar teria de jogar fora a Marina “sonhática”, que está muito mais para “pesadêlica”.

No Brasil, é permitido chutar a santa.
No Brasil, é permitido dizer que Jesus Cristo era um banana.
No Brasil, é permitido sacanear com igual ignorância ou sabedoria o sagrado e o profano.
E não esperem ler aqui a defesa de alguma forma de censura. Cada um diga o que quiser. E arque com as consequências aceitáveis na democracia. É a natureza do jogo.
Mas um território se pretende verdadeiramente divino e imune à crítica: o do petismo, incluindo os espaços que ele diviniza. Os quatro analistas do Santander, como sabemos, foram para a fogueira em razão de um texto sacrílego.
Nesta semana, mais uma não-notícia ganhou ares de escândalo, inflamando o espírito jihadista. A consultoria Rosenberg Associados, numa síntese notável, considerou que Dilma ainda é a favorita, mas emendou: “O cenário mais provável é a continuidade da mediocridade, do descompromisso com a lógica, do mau humor prepotente do poste que se transformou em porrete contra o senso comum”.
É só a opinião de uma consultoria. Fez-se uma gritaria danada na imprensa. Alberto Cantalice, vice-presidente do PT e autor da lista negra de jornalistas (estou lá, o que me honra), afirmou que o partido iria ignorar a avaliação. Mas o seu exército pediu que se queimassem as bruxas.
(…)
O tucano Aécio Neves está padecendo nas mãos do espírito miliciano deste tempo. Um candidato de oposição, Santo Deus!, é constrangido a evitar críticas ao governo, ou pesará sobre ele a suspeita de que, se eleito, vai punir os pobres. Não era diferente com Eduardo Campos, tornado agora um respeitável sonhador morto. Quem o viu no “Jornal Nacional” pode ter ficado com a impressão de que era candidato à Presidência não porque tivesse algo a dizer, mas porque não tinha como escapar dos entrevistadores. Outro elogia o homem “que buscava o sonho”. Huuummm… Só não conseguia aceitar o político que buscava outra… realidade! Admiro o decoro com cadáveres, desde que se respeitem os vivos.
(…)
Íntegra da coluna aqui

Setores consideráveis da imprensa brasileira parecem um tanto surpresos com a reação da imprensa internacional — e até da Casa Branca, como dizem alguns com espanto! — à morte de Eduardo Campos. Todos os grandes veículos de comunicação do mundo deram espaço e destaque consideráveis à trajetória do ex-governador de Pernambuco que ousou divergir do grupo com o qual se aliara havia muitos anos. Ainda que terceiro colocado na disputa e com chances remotas de se eleger, o candidato do PSB foi saudado, no mais das vezes, como um político operoso e popular e como um democrata. A respeitada The Economist lhe dedicou um de seus obituários, em espaço nobre.
Há, sim, certa surpresa no ar. Não se esperava tanto. E isso dá conta de como o debate político se tornou pobre e bruto no Brasil. Por que a imprensa do mundo democrático dá a Campos uma relevância que ele parecia não ter por aqui? Porque, nesses países, preza-se a divergência como o sal da terra, como o sal da democracia, como o sal de um regime de liberdades públicas.
Entre nós, infelizmente, o debate está acanalhado. Acostumamo-nos a ver a máquina pública a serviço de um governo, de um partido, de milícias de pensamento. Acostumamo-nos a ver palacianos cinzentos operando nas sombras para mudar perfis na Wikipédia. Parece-nos normal que o chefão do maior partido do país faça uma lista negra de jornalistas. Estamos começando a achar razoável que o supremo mandatário do país utilize uma solenidade oficial para fazer campanha eleitoral. Não nos escandalizamos quando um ministro de estado, no uso pleno da máquina pública, ataca adversários não da presidente Dilma, mas da candidata Dilma.
Há um processo de demonização da divergência no Brasil. Ou não vimos uma presidente da República e um ex-presidente a pedir a cabeça de analistas de um banco, o Santander, porque, afinal, não gostaram das afirmações que fizeram? E, acreditem!, muitos jornalistas acharam, sim, razoável a punição. Há dias, fez-se um grande escarcéu porque uma consultoria emitiu críticas duras ao governo. Nas redes sociais, a divergência com a voz oficial é tratada como crime, numa odienta ação de milicianos industriados, que agem a soldo. Até uma subimprensa venal, alimentada com dinheiro público para elogiar o poder e atacar seus críticos, é vista como coisa normal.
Mas não é assim que a coisa funciona mundo afora, não! Ao contrário. As democracias sabem muito bem que é a divergência que torna um regime democrático, já que, como costumo dizer, todas as tiranias dispõem de governo.
De certo modo, a justa repercussão que a morte de Campos tem no exterior deveria nos envergonhar, a considerar o tratamento que mereceu por aqui enquanto estava vivo. Ainda hoje, um notório colunista governista exalta o homem que “buscava o sonho”. Eu aplaudo, e tinha divergências com ele, o homem que queria outra realidade.
Chegou a hora de a imprensa, boa parte dela ao menos, também repensar o seu papel e se perguntar até onde, com alguma frequência, não serve de esbirro a um projeto de poder que pretende eliminar o contraditório.

NO BLOG DO CORONEL
PT que desqualificava Campos quer herdar o seu legado. Sob comando de Lula, que o chamou de "novo Collor".
Ontem este blog publicou vários posts que comprovam que a candidatura de Eduardo Campos era contra o PT e contra Dilma. Suas últimas palavras foram que Dilma é a única presidente que vai entregar o país pior do que recebeu. Mostramos também que o PT, assim que Campos terminou a sua participação no Jornal Nacional, iniciou um ataque pela internet para desqualificar o candidato. Além de outros ataques para enfraquecer a candidatura, tratando-o como traidor. Hoje os jornais informam que Lula, que chamou o pernambucano de "novo Collor" quer o apoio do PSB. A matéria abaixo é da Folha de São Paulo.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira (14) que a morte do candidato à Presidência e ex-governador Eduardo Campos (PSB) muda o quadro eleitoral. Disposto a estabelecer canal com o PSB, ele conversou com o presidente do partido, Roberto Amaral, principal resistência à escolha de Marina Silva para a corrida presidencial. 
Em entrevista na sede do Instituto Lula, ele disse que também telefonará para Marina, a quem declarou "apreço pessoal muito grande". "Obviamente que muda a conjuntura política. Não sei o tamanho do impacto. Vamos esperar", admitiu Lula, acrescentando que será necessário "enterrar Campos e seus companheiros" antes de falar de política. 
Lula fez questão de ressaltar os laços históricos de Marina com o PT. "Respeito Marina como companheira há trinta e poucos anos, fundadora do PT, ministra de meu governo e como candidata [...]. Vou falar com Marina porque gosto pessoalmente muito dela." Apesar das investidas de petistas para atrair o PSB --que incluiu telefonemas aos líderes do partido--, o comando do PT se rendeu à evidência de que Marina deverá substituir Campos na cabeça de chapa para o Planalto. 
Segundo petistas, a candidatura de Marina levará a disputa para o segundo turno, frustrando o desejo de reeleição de Dilma Rousseff já em 5 de outubro. Mas, em contrapartida, será mais nociva ao PSDB. Marina, avaliam petistas, é uma ameaça maior a Aécio Neves, até porque nunca declararia seu voto ao tucano num eventual segundo turno entre ele e Dilma.

NO BLOG DO JOSIAS
A comitiva enviada de Pernambuco para acompanhar a identificação das vítimas do acidente aéreo que resultou na morte de Eduardo Campos e outras seis pessoas ficou impressionada com o que viu no Instituto Médico Legal de São Paulo. Não há propriamente cadáveres, mas fragmentos de corpos. Daí a demora na liberação dos restos mortais.
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Eduardo Campos morre após queda de jato em Santos (SP)46 fotos

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14.ago.2014 - Funcionários retiram material de campanha de comitê das candidaturas de Eduardo Campos (PSB) à Presidência e Paulo Câmara (PSB) ao governo do Estado de Pernambuco, no Recife, nesta quinta-feira (14) Fernando Frazão/Agência Brasil
A pedido da viúva de Campos, Renata, viajaram para a capital paulista seis pessoas – políticos, servidores do governo pernambucano e um dentista. Foram ao IML pela primeira vez na quarta-feira (13). O médico legista que os recepcionou desaconselhou que vissem o que restara das vítimas. Para dar uma pálida ideia do que sucedera, exibiu fotos que trazia no celular.
As imagens injetaram drama na tragédia. Exibiam pedaços de corpos, acondicionados em sacos plásticos. Alguns são indistinguíveis. São partes pequenas, contou ao repórter um dos presentes. Fomos informados de que há pés e mãos, mas não há rostos nem troncos. Os exames de DNA servirão para separar os fragmentos. Não há como reconstituir integralmente os corpos.
A coleta do material no local do acidente, que prosseguiu nesta quinta-feira (14), não é algo trivial. Parte dos restos das vítimas foi lançada a longas distâncias. Recolheram-se fragmentos até no alto de um edifício. Uma profissional que acompanhou o trabalho disse que a hipótese mais provável é de que a fuselagem do jato tenha se rompido antes do impacto no solo.
Estão em São Paulo: Paulo Câmara (PSB), Raul Henry (PMDB) e Fernando Bezerra (PSB), candidatos a governador, a vice-governador e a senador, respectivamente; Francisco Sarmento Filho, da Polícia Científica de Pernambuco; Mário Cavalcanti, chefe da Casa Militar; e Fernando Cavalcanti, dentista de Campos.
Na quarta-feira, o governador tucano de São Paulo, Geraldo Alckmin, esteve com o grupo no IML. Disse ter tomado todas as providências para apressar a liberação dos restos mortais, abreviando o sofrimento das famílias. Nesta quinta (14), autorizou a viagem de um perito à cidade mineira de Governador Valadares, para recolher material genético da mãe de um dos pilotos mortos, o único que faltava.
Estima-se que a liberação ocorrerá no sábado. Mas o IML informou à comitiva de Pernambuco que se trata apenas de uma previsão, a ser confirmada — ou não— nesta sexta-feira (14). Renata, a viúva de Campos, mandou dizer que não deseja a liberação dos restos mortais do seu marido senão junto com os fragmentos das outras seis vítimas. Será atendida.

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