UMAS E OUTRAS DO HELIO FERNANDES - 12-5-14

HELIO FERNANDES - 
Conversando com o jornalista Bernardo Mello Franco (Folha), a ex-senadora e ex-ministra ultrapassada e ignorada, “descobre a pólvora”. Altiva, impávida e altaneira, garante: “O Brasil atravessa momento com baixo crescimento, aumento da inflação e dos juros”. Puxa que poder de análise e de conclusão.
Durante o governo FHC, constatei e divulguei: “Seu governo é um RETROCESSO de 80 anos em 8”. Agora Dona Marina utiliza a identificação para Dona Dilma. E coloca o ex-presidente no auge. Como estava mesmo na contramão e a arma carregada, atirou no amigo quase inimigo, Aécio Neves. 
Aécio responde logo às intimidações de Dona Marina 
Como a entrevista teve enorme repercussão, (realmente com consequência), se prolongou pelo fim de semana e continuará, continuemos também. O repórter é escravo dos fatos. E como jornalismo é informação, opinião, combate, combateremos, mesmo “que seja à sombra”. 
Os objetivos de Dona Marina 
1 – Como Aécio e Campos não podem ficar o tempo todo transitando pela mesma estrada eleitoral, Marina “dinamitou” a ponte antes que o companheiro e camarada Campos o fizesse. Dona Marina ainda não é “vice assumida”, tem esperança no futuro.
2 – Quando falou já sabia do resultado da pesquisa do Datafolha, que coloca Aécio muito na frente de Campos. Com segundo turno entre Dilma e o candidato do PSDB. Aí não disfarçou as intenções, “Aécio tem jeito de morto no segundo turno”. Escolheu a frase para fazer efeito. 
O neto de Tancredo 
3 – Não esperava que Aécio respondesse tão rápido e mais agressivo do que ela. Levou um susto na hora, mas se acomodou, disse para o próprio Campos: “Ele não passará daí é o estilo dele”. 
O neto de Arraes 
4 – Só que Campos não aceitou a entrevista nem as explicações de Dona Marina. Não discutiu nem refutou, mas ficou visivelmente contrariado. 5 – E nos bastidores, com amigos, não fugiu do comentário duplo: “Por que a entrevista agora, e sem que eu soubesse coisa alguma?”. Elementar, o que ela queria era aparecer, precisava disso. 
E a chapa Campos-Marina 
6 – A “intimidade” eleitoral e naturalmente política entre Marina e Campos, como tenho analisado fartamente, vai depender das pesquisas. Não a de agora, muito longe. Mas como faltam quatro meses, outras virão. Dentro de dois meses já serão praticamente definitivas. 
Campos impaciente 
Precisa ser contido, é a coisa mais natural. Nunca se viu em toda a história do Brasil, um candidato sem votos ser o primeiro na chapa, suplantando o mais bem colocado nas pesquisas. Campos precisa sair do “clima” de 10 por cento. Esse era um dos alvos de Dona Marina.
(Quando digo que o primeiro nunca foi preterido pelo segundo, tenho que explicar: as possibilidades foram raras. Nos 41 anos da “República Velha”, só existia o Partido Republicano, que indicava o vencedor, candidato único).
(Depois, duas ditaduras, 15 anos a primeira, 21 a segunda. E nos intervalos, golpes silenciosos e sem tortura, com o vice assumindo no lugar do presidente. Somadas as transições, um impeachment, e a indireta, sobrou quase nada. E para o povo, NADA VEZES NADA). 
Dona Dilma, a afilhada que pode ser rejeitada 
Essa pesquisa que deixou Dona Dilma “pendurada mas não insatisfeita”, misturada com a entrevista, “primária mas protelatória”, dominou o fim de semana. 
CPI: a “estratégia” e a mistificação Renan-Planalto. A partir de hoje, decidirão 
Inacreditável. Vão investigar em profundidade a corrupção do metrô de São Paulo, enquanto a CPI da Petrobras, já desacreditada antes de existir, nem se sabe se existirá mesmo. Minha posição é a mesma desde o início: CPI para investigar a corrupção do metrô e da Petrobras.
Por que instalar primeiro a CPI do metrô? Porque sendo mista, não podem fazer outra, para a Petrobras, também mista. Assim a da Petrobras será apenas com 13 senadores, 10 da “base”, 3 da “oposição”. E esta da Petrobras sofrerá todas as protelações. Isso o máximo que permitem em matéria de CPI. 
Qual delas é para valer? 
Já chamei os analistas e assessores do Planalto de amadores. Agora, entre eles, obrigatoriamente incluído o presidente do senado. Renan irreparável e irrefutável quando se trata de defender seus interesses políticos e pessoais. Nestes, inatingível. Nos outros, intocável. 
Bens pessoais de Eike 
Juiz do Rio “determinou” o bloqueio de 122 milhões dos bens pessoais, do ex-empresário e ex-bilionário. Agora é apenas um personagem fora do palco, ficou como coadjuvante.
Acontece que ele passou para os dois filhos todas as propriedades imobiliárias. Mas ainda tem BILHÕES, portanto 122 milhões, para ele ainda é uma brincadeira.
Não é para as milhares de pessoas que compararam suas ações. Está sendo investigado e acusado, precisamente pela CVM, que trata do assunto e de “informações privilegiadas”. 
Bloqueio só interno 
O importante é que Eike tenha conta em 14 bancos, 7 só no Brasil, devem ser mais. Fora os bancos no exterior, o bloqueio só atinge bancos brasileiros.
E as centenas de milhares que perderam fortunas, serão ressarcidas, que palavra, com o bloqueio? Nem pensar. 
Por que 14 bancos? 
No Brasil existem 4 ou 5 bancos, digamos do primeiro time. São os que ganham fortunas explorando o cidadão, cobrando taxas “escondidas” de todas as maneiras. E os outros 9 ou 10, por que os “depósitos” do ex-bilionário? Deviam investigar. Estranhíssimo. 
PS – De agora até 12 de junho, é preciso acreditar muito na “pátria de chuteiras” (Nelson Rodrigues) para torcer por uma vitória que Felipão faz tudo para comprometer. 
PS2 – Trabalhei tanto tempo, lado a lado com Nelson para me iludir com frases repetidas diariamente. Pátria só pode ser citada e defendida, sem chuteiras, uma coisa nada a ver com a outra. 
PS3 – O pior de tudo, é ter que suportar diariamente esse egocentrismo e auto-idolatria do Felipão. De hoje até o dia 26, quando os jogadores se apresentarão, serão os piores momentos. O técnico, sozinho, dominará todos os meios (ou órgãos) de divulgação. 
PS4 – Não haverá outro assunto. Num costumeiro festival de lugar comum, repetiu bobagens em cima de bobagens, justificando nomes, “são mais parecidos com a família”. 
PS5 – É uma seleção mais velha do que todas. Se não fosse Oscar, Paulinho, Bernard (todos reservas) e lógico, Neymar, a “média” de idade estaria acima de 30 anos. É muito para uma competição relâmpago. 
PS6 – Para ser campeã, a seleção precisa de 7 vitórias. Para vice, também 7 jogos mas apenas 6 vitórias. Como aconteceu em 1998, perdemos a final para a França, que só ganhou esse título por jogar em casa. Nós em 1950, nem isso. 
PS7 – Técnico não ganha jogo, nem mesmo apelando para a “família”. Em 2002 não dava para perder, com Ronaldo, Rivaldo, Ronaldinho Gaúcho, os três, depois reconhecidos como os melhores do mundo. E não eram apenas esses três insubstituíveis, o conjunto, extraordinário. 
PS8 – Agora, o conjunto é medíocre, perder será normalíssimo, ganhar não entra nem em cogitação. A proporção dessa convocação do Felipão, entre vitória e derrota, é a mesma que tem ou teria um neurocirurgião, operando com anestesia ou sem ela. 
PS9 – Único lugar comum permitido a Felipão, a este repórter, a comentaristas de jornal, rádio e televisão: “Tudo vai depender de Neymar”. Isso é inegável, indiscutível, irrefutável. 
PS10 – É o único fora de série, capaz de desequilibrar a favor do Brasil, ou equilibrar favorecendo todos os outros. Que também não são grande coisa. 
PS11 – Marco Polo Del Nero, eleito presidente da CBF agora para tomar posse em abril de 2015, com medo que surja um nome novo. E José Maria Marin, que não conseguiu a tão pretendida reeleição apesar de nunca ter sido eleito. Ganhou a “migalha” de só passar o cargo dentro de 1 ano.

Da Tribuna da Imprensa On Line de 12-5-14.

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