DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 26-5-14

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO DE 26-5-14
O comandante do Exército, general Enzo Peri, está sujeito a ação penal pelos crimes de responsabilidade e prevaricação por não cassar a Medalha do Pacificador concedida ao mensaleiro e ex-deputado José Genoino (PT-SP), segundo especialistas consultados pela coluna. Pelo Decreto 4.207 de 2002, o general é obrigado a cassar a medalha ex officio quando o agraciado, como Genoino, é condenado por corrupção.
Exército, Ministério da Defesa e Ministério Público Federal fazem jogo de empurra. Todos parecem temer uma posição sobre o caso Genoino.
Quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Lava Jato, havia contra o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa apenas mandado de “condução coercitiva” para depor. Mas, ao concluir seu depoimento, ele teria ligado a familiares (filhas, genros) para fazerem uma “limpeza” em seu escritório. Como o telefone era monitorado, a PF fez o flagrante da destruição de provas e obstrução da Justiça, e sua prisão foi decretada.
Além do que o processo da Lava Jato dita, Paulo Roberto Costa e familiares respondem agora por obstrução da Justiça. Isso dá cadeia.
Único dos presos sob a grave acusação de tentativa de destruição de provas, Paulo Roberto Costa foi o único a ser solto pelo Supremo.
A permanência de Paulo Roberto Costa na prisão, e sob pressão para abrir o jogo, tirou o sono de figurões da política e do meio empresarial.
Apesar de ter contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas da União e responder a ação civil pública na Justiça do Ceará, o presidente da Fecomércio-CE, Luiz Gastão Bittencourt, foi nomeado interventor do Sesc-RJ pelo eterno presidente da CNC, Antonio Oliveira Santos.
À beira do Conselho de Ética pela enrolada amizade com o doleiro Alberto Youssef, o deputado André Vargas (ex-PT-PR) não poupa verba: contratou mais um secretário comissionado para seu gabinete.
Servidores do IBGE em dez estados decretam greve a partir de hoje. A crise no instituto ocorre desde abril, quando a presidência do órgão tentou suspender nova metodologia de pesquisa. Grevistas apontam, em ano eleitoral, que a taxa de desemprego é maior que o divulgado.
Portaria de Joaquim Barbosa (STF), presidente do Conselho Nacional de Justiça, pôs um ponto final no currículo dos políticos presos do mensalão: estão inelegíveis Genoino, Valdemar e Roberto Jefferson.
Novo pânico no submundo da corrupção: áudios de conversas do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, com empresários e políticos, em animadas negociatas, podem ter vazado da operação Lava Jato.
Internautas já começaram a cobrar “alongamento” do ex-presidente Lula. Ele prometeu, em 2010, que voltaria “a nado” da África do Sul se o Brasil não estivesse pronto para a Copa do Mundo de 2014.
Foi de Copa a conversa do líder Vicentinho (PT-SP) com os colegas de CPI da Petrobras: “No ataque, Sibá Machado. Goleiro, Marco Maia, retaguarda, Arlindo Chinaglia; na defesa, Iriny Lopes”. Pano rápido.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO DE 26-5-14

NO BLOG DO NOBLAT DE 26-5-14
Maria Lima, O Globo
Não satisfeito com a desfiliação do deputado André Vargas (PR-Sem partido), a direção do PT agora quer vê-lo fora do Congresso, onde responde a processo no Conselho de Ética da Câmara, por suas ligações com o doleiro Alberto Yousseff.

Depois de obrigá-lo a sair do partido, na última sexta-feira o advogado do PT, Márcio Silva, impetrou ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedindo a cassação do seu mandato por infidelidade partidária. O relator do processo de Vargas no Conselho, deputado Júlio Delgado (PSB-MG), diz que é uma estratégia para impedir o ex-petista de falar o que sabe, já que , com a cassação, a investigação é suspensa na Câmara. 

Carolina Holland, G1
O ex-secretário da Casa Civil, da Fazenda e da Copa de Mato Grosso, Éder Moraes (PMDB), foi o principal operador do esquema de empréstimos fraudulentos com instituições financeiras investigado pela Polícia Federal durante a operação “Ararath”.
As operações financeiras teriam ocorrido com o aval, conhecimento e no interesse do então governador do estado e atual senador Blairo Maggi (PR), e com a autorização do governador do estado Silval Barbosa, que na época era vice de Maggi. As informações constam do inquérito que tramita na 5ª Vara Federal em Mato Grosso.

G1
Reportagem do Fantástico deste domingo (25) mostra a dificuldade enfrentada pelos brasileiros na rede pública de saúde, onde pacientes, mesmo com decisões judiciais em mãos, não conseguem realizar cirurgias e exames.
A falta de estrutura e desorganização em hospitais foram apontados em relatório pelo Tribunal de Contas da União (TCU). De acordo com o levantamento, em 81% dos hospitais visitados pelo TCU, os administradores reconheceram que há menos profissionais do que seria necessário para atender todos os pacientes que procuram atendimento.

Lu Aiko Otta, Estadão
A demora do governo em concluir no prazo obras de infraestrutura incluídas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) causou um prejuízo de R$ 28 bilhões à sociedade, apenas num grupo de seis projetos analisados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O valor é próximo ao que se estima gastar na realização da Copa.
O estudo procura medir os benefícios que deixaram de ser gerados para o País apenas pela demora. Leva em conta, por exemplo, o que poderia ter sido a produção agropecuária no Nordeste, caso a transposição do São Francisco tivesse ficado pronta no prazo fixado pelo governo. Ou as receitas de exportação de minérios e grãos que deixaram de ocorrer pelo atraso na construção da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol).

NO BLOG DO CORONEL DE 26-5-14
Fretamento de navios era uma festa com dinheiro público na Petrobras.
Sob o comando de Paulo Roberto Costa, diretor da Petrobras até 2012 investigado por suspeita de corrupção, o setor de abastecimento da estatal negociou e fechou contratos milionários de frete de maneira informal. Alguns deles foram baseados só em autorizações verbais. A Folha teve acesso a um relatório de 2009 sobre o assunto feito pelo grupo de auditoria interna da Petrobras.
O documento mostra que operações feitas no ano anterior sem obedecer a requisitos mínimos de controle estabelecidos pela empresa totalizam US$ 278 milhões. As irregularidades envolveram contratações de navios. Segundo os auditores da Petrobras, os contratos analisados descumpriram "procedimentos previstos no manual de afretamento".
Entre as falhas há falta de autorização por escrito para iniciar processos de afretamento; autorização prévia para tomada de preços com aval de gerente sem competência para tal; e contratações informais que levaram até 390 dias para serem registradas no sistema. Também há falta ou atraso no registro de informações de todo o histórico de negociação no sistema de conferência de compras da empresa. Neste caso, diz a auditoria, a irregularidade impede o rastreamento das condições de negociação, o que dificulta a própria apuração.
O relatório não revela as perdas sofridas pela Petrobras como consequência dessas irregularidades. Mas diz que seriam tomadas providências para "aprimorar os controles de autorização, visto que foram realizadas aprovações verbais e posteriormente formalizadas". O grupo propôs "rever o manual de afretamento".
AVALIAÇÃO
"Descontroles dessa magnitude podem ser resultado de falta de comando, falhas de comunicação, pressa. É uma situação inadmissível em uma empresa desse porte, e abre caminho para má fé", diz Fernando Filardi, pesquisador da área de administração do Ibmec-RJ. Destino de 18% dos investimentos da Petrobras, a área de abastecimento é a segunda mais importante da empresa, atrás de Exploração e Produção, alvo de 70% dos investimentos.
Além da comercialização de petróleo e derivados --atividade que demanda contratações de navios para movimentação de carga em todo o mundo--, estão sob sua responsabilidade a gestão das 13 refinarias no Brasil e a construção de outras quatro.
Negócios relacionados a frete foram um dos alvos da Operação Lava Jato, investigação da Polícia Federal que apura suposto esquema de evasão de divisas e lavagem de dinheiro com recursos da petroleira e outras fontes. Entre os investigados da PF estão Costa, que ficou preso por dois meses por suspeita de destruir provas, e o doleiro Alberto Yousseff. Costa foi libertado na segunda passada (19) por decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki.
A Folha apurou que, até o STF suspender as investigações, a PF investigava se Costa reteve indevidamente uma comissão de 1,5% que deveria voltar à Petrobras. O valor é devolvido pelos afretadores no pagamento do frete. Uma reportagem da revista "Época" no fim de semana afirmou que papeis apreendidos no apartamento de Costa indicam que a dinamarquesa Maersk teria pago a ele R$ 6,2 milhões em "comissões". (Folha de São Paulo)

NO BLOG DO JOSIAS DE 25-5-14
Alianças partidárias estão na raiz da corrupção

Como ocorre às vésperas de toda eleição, o espírito de bazar baixou na política brasileira. Os partidos negociam seu tempo de propaganda no rádio e na tevê à luz do dia, na frente das crianças. Barganha-se de tudo, com exceção da mãe, que não tem valor de mercado. Há cenas constrangedoras, como a que aparece na foto acima. Um encontro de Dilma Rousseff com Fernando Collor. Um rindo para o outro, em comunhão fraternal de interesses.
Captada há quatro dias, essa imagem simboliza o paradoxo que aprisiona os candidatos no Brasil: antes de se vender no horário eleitoral como protótipos do avanço, eles entregam a alma ao atraso em troca de alguns minutos adicionais de propaganda eleitoral. Com isso, o país vive sob uma eterna crise de compostura. As ruas são incapazes de enxergar ética nos políticos. E os políticos são incapazes de demonstrá-la.
No mercado da baixa política, o preço dos partidos aumenta na proporção direta do tamanho de suas bancadas na Câmara. Quanto mais deputados federais uma legenda possui, maior o seu tempo de propaganda. Leva a mercadoria o candidato que oferecer mais vantagens: verbas, estrutura de campanha e, sobretudo, posições na engrenagem do Estado que sirvam de trampolim para o fechamento de negócios.
No plano federal, a despeito de não ser mais o portento eleitoral que já foi, Dilma ainda é vista pelos partidos como a principal perspectiva de poder. Por isso, ela se revelou mais sedutora do que seus antagonistas. No ritmo que as coisas caminham, Dilma conseguirá filiar Aécio Neves e Eduardo Campos ao MST, o Movimento dos Sem Televisão.
Eleita em 2010 numa campanha em que teve 10min38s de propaganda diária, Dilma vai à cruzada da reeleição com um latifúndio eletrônico jamais visto na história das eleições do Brasil pós-redemocratização. Por ora, ela dispõe de algo como 14 minutos de propaganda diária. Chegará a 15min27 se Lula for bem sucedido no esforço que empreende para enfiar um ainda reticente PR dentro da megacoligação oficial. Aécio tem, por enquanto, um minifúndio de 5 minutos. Campos, pouco mais de 2 minutos.
Dilma tem a aparência de uma mulher decente. Não apenas no sentido de honesta, mas em todos os sentidos que a palavra engloba. Pelo que se sabe dela, e até pelo seu jeitão, híspido como um cacto, a presidente tem uma boa cara. Mas não há semblante austero que resista à confraternização com personagens como Collor –escorraçado da Presidência em 1992, nas pegadas de uma CPI que teve o ex-PT no papel de torquemada.
Dilma sorriu para Collor na quarta-feira (21), num almoço em que o partido do senador, o PTB, entregou-lhe seus 49 segundos de propaganda. No dia seguinte, o juiz federal Sérgio Moro, do Paraná, informaria ao STF que a Polícia Federal encontrou numa batida no escritório do doleito Alberto Yosseff oito comprovantes de depósito em favor do comensal de Dilma. No total, Collor recebeu do doleiro pilhado na Operação Lava Jato a cifra de R$ 50 mil.
Ex-alvo do petismo, Collor é, hoje, autor de patrióticas nomeações na diretoria da BR Distribuidora, braço da Petrobras. A mesma estatal em que atuou, sob o patrocínio do PT e dos aliados PP e PMDB, o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa, investigado na Lava Jato por suspeitas de ter servido de escada para negócios que resultaram em comissões milionárias a políticos.
Na versão mais adocicada, Dilma faria nesse enredo apenas o papel de presidente realista lidando com uma classe política nitidamente viciada e adotando meios torpes para atingir fins nobres. O diabo é que esse tipo de processo, além de já ter estourado o saco da plateia, aniquila qualquer esperança que ainda possa existir de restauração das práticas políticas. Afinal, se uma presidente de cara boa e um político safado ensinam a mesma coisa, de onde virá a salvação?
Dilma não está só nesse esforço para desmoralizar a política. Aécio Neves inclui em sua coligação o Solidariedade do deputado Paulo Pereira da Silva. Conhecido como Paulinho da Força Sindical, o personagem não tem propriamente uma boa biografia. Formou a sua legenda a partir de uma costela do PDT, engordada por adesistas de vários matizes. Entre eles o deputado baiano Luiz Argôlo, outro parceiro de tenebrosas relações monetárias com o doleiro Youseff.
Eduardo Campos faz pose de representante da “nova política”. Mas governou Pernambuco a bordo de uma aliança em que coube de tudo –do PP de Severino Cavalcanti ao PR de Inocêncio Oliveira. Deve-se a higienização do seu discurso a exigências de Marina Silva. Antes da adesão da criadora da Rede, Campos negociava alianças com o mensaleiro preso Roberto Jefferson (PTB) e com o ex-ministro Carlos Lupi (PDT), afastado da pasta do Trabalho sob suspeita de corrupção.
A desfaçatez se estende às campanhas estaduais. Em São Paulo, maior e mais importante Estado da federação, o governador tucano Geraldo Alckmin ensopa a camisa para conquistar o tempo de propaganda do PR de Valdemar Costa Neto, outro mensaleiro preso. O rival petista Alexandre Padilha está na bica de se associar ao PP de Paulo Maluf, alvejado no STF por um pedido de repatriação de R$ 53 milhões em verbas malversadas na prefeitura paulistana.
Enquanto forem tratadas como normais, as alianças partidárias esdrúxulas continuarão fazendo do Brasil essa democracia em que a corrupção deixou de ser rotina para virar uma emergência. Perdeu-se no caminho algo essencial: o recato. Daí a sucessão de escândalos, um engolfando o outro. Para que a coisa se resolva, algo de muito anormal precisa suceder no Brasil. Reforma política é pouco. É preciso reformar a alma. Inclusive a do eleitor.

NO BLOG DO ALUIZIO AMORIM DE 26-5-14
GUINADA À DIREITA NA EUROPA TENDE A SE ESPRAIAR PELO MUNDO. É A REAÇÃO NATURAL À FARRA SOCIALISTA DO SÉC. XXI.
Protesto recente na França contra políticas idiotas da esquerda 
O resultado das eleições para o Parlamento Europeu, em parte reflete o que ocorreu recentemente na França, quando o Partido da Frente Nacional, de direita, deu de goleada nas eleições municipais francesas. E bem se vê que o caldo engrossou mostrando que a Europa curte a ressaca da farra politicamente correta que, combinada como o falido walfare state, a variante light do esquerdismo delirante, deu no que deu, ou seja, falência em cascata naqueles países onde se continua pensando que o Estado dará conta de tudo.
Acresce a tudo isso, o fato de que a Europa há alguns anos resolveu abrir a porteira para as correntes migratórias, mormente depois de consumada a União Européia. A população da UE inchou por conta desse volume inaudito de imigrantes, principalmente muçulmanos. Só na Franca, há mais de 100 mesquitas e bairros inteiros, verdadeiros guetos islâmicos, que resistem à cultura local e tentam impor os seus credos e costumes, quando não são frentes avançadas do terrorismo.
Aumento da população cria novas demandas. Se esse aumento for repentino fugindo ao padrão normal e aceitável, tem-se aí a receita da desgraça. 
Há bastante tempo que os europeus sentiram o cheiro de carne queimada e resolveram abandonar a cantilena socialista. O resultado dessa eleição já era previsível. Todavia, a grande mídia internacional e as agências de notícias que alimentam o grosso do noticiário internacional e que rezam pela cartilha socialista, digamos assim, sonegaram informações sobre o que se avizinhava. Quando os fatos se contrapõem à cruzada de idiotice professada por esse jornalismo partisan, as pautas murcham. Se for o contrário, ou seja, se os resultados de qualquer refrega eleitoral pender para o socialismo, surge um turbilhão de notícias.
A guinada à direita da Europa foi a resposta dos eleitores para parar o trem do socialismo que os leva para o precipício econômico, social, moral e ético.
E esse não é um fenômeno circunscrito à Europa. Já alcança as Américas, sobretudo a do Norte. Entretanto, até mesmo aqui na América Latina os ventos da direita já começaram a soprar com mais vigor. Agora mesmo neste domingo, os colombianos disseram não a Manuel Santos, que deseja a reeleição abanando com uma bandeira de paz que contempla trazer para o convívio político do país os tarados ideológicos das FARC. A vantagem, nesta primeira rodada foi do oposicionista, mais à direita Oscar Iván Zuluaga, do Centro Democrático, partido fundado pelo atual senador e ex-presidente Uribe, que não comunga com planos de paz para assassinos nem se sente confortável com os psicopatas bolivarianos assassinando civis desarmados na vizinha Venezuela e impondo a escassez de alimentos à população. O pleito será portando decidido no segundo turno.
E já que me referi à América Latina, tenho que incluir o Brasil nessa onda anti-esquerdista. O oposicionista Aécio Neves cada vez que oferece uma solução de centro ou até mesmo à direita, vê crescer o seu prestígio perante os eleitores. E vejam que o Aécio Neves não é de direita, é social-democrata, mas acertadamente viu que o receituário para safar o Brasil e os brasileiros da bancarrota não está nos catecismos socialistas. 
Em sínteses: quando os países já estão no fundo do poço, como é o caso dos países da União Européia e como também o caso do Brasil, a virada à direita é inevitável. Trata-se de uma questão de sobrevivência. As massas podem ser desinformadas e oportunistas só não são suicídas.
Transcrevo como segue na íntegra uma matéria do site de O Globo, que faz uma boa síntese do que foi a eleição na Europa. Leiam:
As eleições para o Parlamento Europeu não foram marcadas apenas pelo euroceticismo, evidenciado pela alta votação de partidos contrários à integração europeia, mas também pelo alto número de abstenções, que por pouco não superou o recorde das eleições de 2009. Apenas 43% dos quase 400 milhões de eleitores foram às urnas para eleger os 751 deputados que irão fazer parte do Parlamento Europeu no período entre 2014 e 2019.
O Partido do Povo Europeu (PPE), coalizão de centro-direita, liderou as votações e terá o maior número de cadeiras no Parlamento. Isso no entanto, não significa que seu candidato, o ex-primeiro-ministro de Luxemburgo, Jean-Claude Juncker, seja o favorito para assumir a presidência da Comissão Europeia. O PPE deve conquistar 212 cadeiras, equivalentes a 28,23% dos votos europeus. O Socialistas e Democratas (S&D), que devem conquistar 186 cadeiras (24,77% dos votos) devem encontrar mais facilidades para criar alianças após a formação do Parlamento, aumentando as chances de que o alemão Martin Schulz, atual presidente do Parlamento Europeu, assuma o cargo.
França: “Terremoto” abala governo socialista
Na França, o governo do socialista François Hollande recebeu um duro golpe nas eleições europeias, ficando com o terceiro lugar na votação. A vitória ficou com a Frente Nacional, partido de extrema-direita, fortemente contrário à integração europeia. A líder do partido, Marine Le Pen, afirmou que os resultados na eleição europeia deveriam levar o governo a dissolver o Parlamento francês.
— O que mais o presidente poderá fazer após tamanha rejeição? — perguntou Le Pen.
O ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius, rechaçou qualquer possibilidade de que o Parlamento nacional seja dissolvido — o que certamente custaria aos Socialistas sua maioria, dada a baixa popularidade de Hollande — mas reconheceu o impacto da vitória da Frente Nacional, que classificou como “um terremoto”. O partido, que mantinha apenas três cadeiras na assembleia europeia, deve eleger entre 23 e 25 parlamentares. A União por um Movimento Popular, principal partido de oposição da França, ficou em segundo lugar com pouco mais de 20% dos votos.
Alemanha: Eurocéticos diminuem vantagem de Democratas Cristãos
Na Alemanha, o EPP conseguiu uma importante conquista com a vitória dos Democratas Cristãos, mas seus números ficaram abaixo do esperado, graças ao crescimento do partido eurocético Alternativa para a Alemanha (AfD), que conquistou o quarto lugar com mais de 7% dos votos. Os Social Democratas com 27% e o Partido Verde com 10% ficaram o segundo e o terceiro lugar, respectivamente. Assim como a França, a Alemanha teve um número de eleitores abaixo dos 50%.
Na Itália, 60% dos eleitores compareceram às urnas e deram a liderança ao Partido Democrático, do primeiro-ministro Matteo Renzi, que ficou à frente do eurocético Movimento Cinco Estrelas, liderado pelo ex-comediante Beppe Grillo, e do Forza Italia, partido liderado pelo ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi. Na Espanha, uma diferença inferior a 5% deu a vitória ao Partido Popular, do primeiro-ministro Mariano Rajoy, sobre o socialista PSOE. No Reino Unido, a surpreendente ascensão do Partido de Independência do Reino Unido (Ukip) deve provocar reações no referendo sobre a independência escocesa, realizado em setembro. Forte opositor da integração europeia, e associado à Europa da Liberdade e da Democracia (ELD), grupo parlamentar que reúne partidos da extrema-direita europeia, o Ukip nunca conseguiu atingiu altos índices de popularidade entre o eleitorado escocês.
Além da Alemanha e da Espanha, o PPE obteve vitórias em Luxemburgo, Irlanda, Finlândia, Hungria, Croácia, Eslovênia, Letônia e Chipre.
Apesar da grande vitória dos partidos de centro-direita, ligados ao PPE, os S&D também conquistaram importantes vitória em países como Suécia, Áustria, Bulgária, Romênia, Portugal, Malta, Lituânia e na Eslováquia, que registrou o número mais alto de abstenções, com apenas 13% dos eleitores comparecendo às urnas.
Na Grécia, o eurocético Syriza, ligado à coalizão da esquerda europeia, foi o partido mais votado, elegendo seis nomes para o próximo Parlamento Europeu. Na Estônia e na Holanda, partidos ligados à Aliança de Liberais e Democratas para a Europa, saíram vencedores. Na Polônia, a vitória ficou com o Partido da Lei e da Justiça, ligado aos Conservadores e Reformistas Europeus, grupo parlamentar eurocético, enquanto na Bélgica, que teve 90% de participação dos eleitores, o partido separatista Nova Aliança Flamenga, ligada ao Grupo dos Verdes no Parlamento Europeu, foi o vencedor.
Além da surpreendente vitória do Ukip no Reino Unido, a ELD também conseguiu uma vitória na Dinamarca, onde o Partido do Povo Dinamarquês, forte opositor das políticas de imigração, teve a maioria dos votos. Na República Tcheca, o ANO, partido liderado pelo ministro das Finanças, Andrej Babis, e sem filiação nos grupos do Parlamento Europeu foi o vencedor das eleições. Do site do jornal O Globo

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