DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 03-5-14

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES DE 02-5-14
Publicado na edição impressa de VEJA
J. R. GUZZO
Voltou a ser moda no mundo político brasileiro falar mal de São Paulo; aparentemente, essa velhacaria parida pelo ressentimento e pela demagogia foi incluída de novo na caixa de ferramentas dos heróis da nossa vida pública. Para muitas estrelas do PT é uma tentativa de enfiar-se no coro contra as elites inventado pelo ex-presidente Lula — num desses repentes de inspiração que só ele tem para criar inimigos imaginários, em cima dos quais pode jogar a culpa de tudo sem citar o nome de ninguém. São Paulo, segundo essa visão, seria o covil mais perigoso das “elites brasileiras” de hoje.
Tra­ta-se, também, de um alvo multiuso. Serve tanto para o infeliz deputado André Vargas como para o senador José Sarney. Serve para governadores calamitosos, que tentam explicar seus fracassos inventando que São Paulo fica com “todos os recursos do país”. Serve para a defesa de qualquer corrupto – estão sendo “linchados”, costumam dizer, porque combatem “os interesses da elite paulista”. Serve para rebater denúncias contra aberrações como a compra da refinaria de Pasadena ou a construção da refinaria Abreu e Lima, próxima ao Recife; tais denúncias, dizem os suspeitos, são armadas por elitistas de São Paulo, que querem “privatizar a Petrobras” e não se conformam com o avanço industrial de Pernambuco.

NO BLOG RELATÓRIO RESERVADO DE 02-5-14
Quem disse que somente as pessoas físicas são torturadas e o anfiteatro da ignomínia está restrito aos porões da ditadura. A Petrobras está sendo seviciada em pleno exercício da democracia. Nos últimos 10 dias, o noticiário que achincalha a estatal dividiu-se da seguinte maneira: 32% de inserções ou citações sobre os diretores da estatal envolvidos diretamente com o "mau" negócio de Pasadena ou com seu doleiro predileto; e 68% enxovalhando a Petrobras. O movimento dessa gangorra na mídia, onde as eventuais malfeitorias na compra da refinaria se tornariam aos poucos um ataque generalizado à empresa, foi previsto pelo RR edição 4.847. O objetivo óbvio é a associação das gestões da Petrobras nos governos Lula e Dilma com a dilapidação da companhia e queima da riqueza nacional. Entre o objetivo eleitoral e a destruição da imagem corporativa existe um hímen delicado, cujo rompimento pode contaminar a própria imagem do país no exterior.

Com a iminência de uma CPI da Petrobras, a estatal está à beira do precipício. Todos os documentos apreciados em reuniões do Conselho estarão à disposição, legalmente ou por vazamento, dos parlamentares com interesses adicionais ao da legítima apuração dos fatos. Aliás, de posse dos documentos, os fatos passarão a existir, pois basta que os papéis sejam esmiuçados para ganharem vida própria. Não existe empresa desse porte no país, e estamos falando na Vale, Odebrecht, Usiminas, Votorantim e todos as demais, que não tenham realizado "maus" negócios, que no momento da sua decisão eram considerados "bons" negócios.

A interpretação viciada é o combustível que destrói reputações. A bola da vez, segundo informações que chegaram ao RR, é o Comperj. Em breve surgirão dúvidas sobre a formação de preço do projeto e os gastos na sua implementação. É dramático, mas a Petrobras está aprisionada em um Gulag psicossocial. Todos os brasileiros irão pagar por isso.

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO DE 03-5-14
A presidenta Dilma meteu o ministro Gilberto Carvalho em seu frigobar: já não o recebe há exatos 17 dias. O “gelo” coincide com o crescimento do movimento “Volta, Lula”, e essa atitude não é represália ao secretário-geral do Planalto, mas a seu padrinho. É que Lula tem mandado Carvalho negar sua eventual candidatura este ano, e Dilma sempre achou que o próprio ex-presidente é quem deveria desmenti-la.
Indicado por Lula, Gilberto Carvalho tem o papel de repassar a Dilma os recados, os pedidos e as recomendações do ex-presidente.
Na crise do “Volta, Lula”, Gilberto Carvalho virou “algodão entre cristais”, tentando preservar as relações entre Dilma e o ex-presidente.
Não tem sido fácil a vida do ministro Gilberto Carvalho: hostilizado por Dilma, ele encarou a gigantesca vaia no 1º de maio para defendê-la.
Outros muito próximos de amigos de Lula, como o rico fazendeiro José Carlos Bumlai, seriam alvo de hostilidades do governo Dilma.
A gaúcha Maria de Fátima Stocker da Silva, 41, presa há dias na Espanha e ex-“gerente financeira” da máfia italiana Ndrangheta em Basel, na Suíça, poderá aceitar delação premiada para explicar o contrabando de duas toneladas mensais de cocaína em portos do Brasil. Em 2003, ela abriu uma empresa de fachada para lavar a grana em imóveis, e pagava “cash” aos chefões do tráfico no Peru e Bolívia.
Ao contrário de Delúbio Soares, que ri à toa, José Genoino, que foi magro, entrou na Papuda sem disfarçar proeminente barriguinha.
No Fórum de Comandatuba, o empresariado parecia tão furioso com Dilma quanto a multidão de trabalhadores que a vaiou, no 1º de Maio.
Com a prisão de Genoino, a ex-ministra Maria do Rosário (Direitos Humanos) descobriu no Twitter que “parte” da população carcerária é “discricionada” em seus direitos, como o ex-ministro José Dirceu.
A Fifa do secretário-geral Jerôme Valcke já faz por merecer um pé na bunda: é grande a aflição de estrangeiros, às vésperas de viajar ao Brasil, com a falta de informações oficiais no site da entidade.
O processo de extradição do mensaleiro Henrique Pizzolato já tem data para ser julgado: 5 de junho. Também é cidadão italiano, ele se mandou para escapar da pena de 12 anos e 7 meses pelo mensalão.
Pelé, que ultimamente não dá uma dentro, minimizou o ato racista sofrido pelo jogador Daniel Alves. O “rei” considerou “banal” o fato de jogarem banana contra o atleta: “No meu tempo, jogavam jaca”.
…foi emblemático o “desembarque” na Papuda do ex-presidente do Partido dos Trabalhadores, José Genoino, no Dia do Trabalho.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO DE 02-5-14
Por Daniel Haidar, na VEJA.com. Volto no próximo post.
O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa voltou por volta de 14h desta sexta-feira para a superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Ele foi transferido do Presídio Estadual de Piraquara II, na região metropolitana de Curitiba, onde estava desde segunda-feira (28), porque a secretária de Justiça do Estado do Paraná, Maria Tereza Uille Gomes, alegou que Costa poderia ser alvo de um atentado praticado por outros detentos
A secretária relatou ao juiz federal Sérgio Moro que o ex-diretor da estatal não estava “seguro” no convívio com outros presidiários de Piraquara. Por isso, o juiz determinou o retorno para a carceragem da PF em Curitiba. Ele ainda poderá ser transferido para a Penitenciária Federal de Catanduvas, de segurança máxima. De acordo com o governo paranaense, a penitenciária possui atualmente 940 presos. Maria Tereza sugeriu na quarta-feira (30) que Costa fosse transferido para o Presídio Federal de Catanduvas, o que está sob análise da Justiça. O advogado Fernando Fernandes, que defende Costa, solicitou à Justiça que Costa fosse transferido com urgência, ainda na quinta-feira. Mas o pedido foi recusado. Fernandes argumentou que Costa corria risco “iminente” de sofrer um atentado e destacou que houve “onze rebeliões nos últimos três meses no local”.
“Após vistoria na PEP II na data de hoje, os subscritores notaram que o risco relatado pela Ilma. Secretária de Estado está ainda majorado, e o clima de instabilidade dentro da Penitenciária tem crescido em razão da presença de Paulo Roberto Costa, o que constitui fato novo, urgente e de ordem pública a permitir a análise por este MM. Juízo do Plantão”, argumentaram os advogados em petição protocolada na Justiça.
Em bilhete anexado pelos advogados no processo, Costa reclama da cela “muito suja” e da ausência de vaso sanitário. Ele relata que passou “frio à noite pois foi entregue apenas uma manta”. Também se queixou da comida: “não tenho condição de comer pois é de muita baixa qualidade”. Antes de ser transferido para Piraquara, o ex-diretor ficou detido na carceragem da PF em Curitiba. Mas alegou que foi ameaçado por um agente e a Justiça decidiu pela transferência dele para um presídio estadual.
Costa foi preso no dia 20 de março porque familiares destruíram provas que seriam apreendidas na operação Lava-Jato da Polícia Federal. Ele é acusado de lavagem de dinheiro, participação em organização criminosa e obstrução de investigação. De acordo com denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal, o ex-diretor da Petrobras comandou, com o doleiro Alberto Youssef, um esquema de desvio de verbas da construção da refinaria Abreu e Lima. A polícia suspeita que a dupla se apropriou de pelo menos 7,9 milhões de reais desviados de contratos da estatal. Duas filhas de Costa (Shanni e Arianna Bachmann) e os genros (Márcio Lewkowicz e Humberto Mesquita) também respondem na Justiça pelo crime de obstrução de investigação, porque ocultaram os documentos que a polícia buscava.

Pois é… Está acontecendo mesmo. Basta o mercado desconfiar que virá uma nova pesquisa com a expectativa de queda de Dilma Rousseff, e a reação é positiva. Os viciados em autoengano podem imaginar que isso é coisa de especuladores. Não! É coisa de gente que aposta, isto sim, num governo que tenha um mínimo de previsibilidade e de competência.
Curiosamente, essa melhora no mercado ocorre no dia em que o PT dá início a seu Encontro Nacional, que vai, digamos, pré-oficilizar a candidatura de Dilma Rousseff à reeleição. Os dois acabaram de chegar ao evento, ao som de “um, dois, três, Dilma outra vez!”.
Correntes no PT defendem que Lula assuma um cargo formal na coordenação da campanha, que é um modo de demonstrar a unidade e, ao mesmo tempo, de colocá-lo para valer na disputa. É evidente que ele seria a grande estrela da campanha. Se isso acontecer, a presidente vira personagem secundária na sua própria chapa.

NO BLOG DO CORONEL DE 03-5-14
Pesquisa ISTOÉ/Sensus mostra pela primeira vez, desde que começaram a ser divulgadas as enquetes eleitorais de 2014, que a sucessão da presidenta Dilma Rousseff deverá ser decidida apenas no segundo turno. No levantamento realizado com dois mil eleitores entre os dias 22 e 25 de abril, Dilma (PT) soma 35% das intenções de voto. É seguida pelo senador mineiro Aécio Neves (PSDB), com 23,7%, e pelo ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), com 11%.
Juntos, Aécio e Campos têm 34,7% dos votos, praticamente a mesma votação de Dilma (diferença de 0,3%). Como a pesquisa tem uma margem de erro de 2,2%, se a eleição fosse hoje o futuro presidente seria escolhido no segundo turno numa disputa entre Dilma e o tucano Aécio Neves.
A mesma situação ocorre quando, diante do eleitor, é colocada uma lista mais ampla, incluindo os nomes de pré-candidatos nanicos como Levy Fidelix (PRTB) e Randolfe Rodrigues (Psol), por exemplo. Nesse caso, a presidenta fica com 34% das intenções de votos e os demais candidatos, 32,4%. Diferença de 1,6%. Um cenário que também permite concluir pela realização de segundo turno entre Dilma e Aécio.
“A leitura completa da pesquisa indica que a presidenta terá muita dificuldade para reverter o quadro atual”, afirma Ricardo Guedes Ferreira Pinto, diretor do Sensus.
O resultado da primeira pesquisa da série que será feita por ISTOÉ em parceria com o Sensus explica a tensão que passou a dominar o Palácio do Planalto e a cúpula do PT nas últimas semanas. Desde que assumiu o governo, em janeiro de 2011, todas as enquetes apontavam para uma confortável reeleição da presidenta ainda no primeiro turno. Agora, mais do que a concreta hipótese dos dois escrutínios, há uma ameaça à própria reeleição. A distância que separa Dilma de seus opositores nunca foi tão pequena. 
No levantamento ISTOÉ/Sensus realizado em 136 municípios de 24 Estados, menos de 7% dos votos distanciam Dilma de Aécio em um eventual segundo turno. Se a eleição fosse hoje, a presidenta teria 38,6% e o senador mineiro 31,9%, uma diferença de 6,7%. Se a disputa fosse com o ex-governador Eduardo Campos a situação de Dilma seria mais confortável: teria 39,1% contra 24,8%.
“O que se percebe é que no último mês passou a ocorrer uma migração de votos da presidenta para candidatos da oposição. Antes, as pequenas quedas de Dilma aumentavam o índice de indecisos”, diz Guedes. Mais do que o crescimento das candidaturas de PSDB e PSB, dois outros fatores revelados na pesquisa ISTOÉ/Sensus têm tirado o sono dos aliados da presidenta. 
O primeiro é a alta taxa de rejeição. Hoje 42% dos eleitores afirmam que não votariam em Dilma de jeito nenhum. Eduardo Campos é rejeitado por 35,1% e Aécio Neves por 31,1%. “Como a presidenta é a mais conhecida dos eleitores, não é surpresa que tenha também um índice maior de rejeição, mas 42% é muita coisa”, analisa Guedes. “Não me recordo de nenhum caso de alguém que tenha conseguido se eleger chegando ao segundo turno com mais de 40% de rejeição. E o quadro atual não é favorável para a presidenta reverter esses números”, conclui.

O outro elemento que assombra as lideranças do PT e a cúpula do governo refere-se à fidelidade partidária. Historicamente, o PT costuma assegurar, nas eleições majoritárias, uma média mínima entre 16% e 18% dos votos para seus candidatos, o que tem invariavelmente levado o partido ao segundo turno nas principais disputas. São os chamados votos petistas. 
Este ano, o levantamento ISTOÉ/Sensus aponta para sinais de fadiga no partido. De acordo com a pesquisa, apenas 9,6% do eleitorado declarou identificação com a legenda da estrela vermelha. Ainda é a legenda com maior empatia (o PSDB tem 5,1% e o PMDB, 2,3%), mas está longe das marcas que exibia em disputas anteriores. “Certamente a prisão dos envolvidos com o mensalão e principalmente as denúncias que pesam sobre a Petrobras são fatores determinantes para isso”, explica Guedes.
Analistas políticos são unânimes ao afirmar que o bom desempenho eleitoral do PT em 2006 (quando o ex-presidente Lula foi reeleito) e em 2010 (quando Dilma venceu) pode ser atribuído, em boa parte, a uma arma poderosa: a melhora do poder aquisitivo do brasileiro desde que Lula e seus aliados chegaram ao Palácio do Planalto em 2003. Programas como o Bolsa Família, aliado a um momento de praticamente pleno emprego e ventos econômicos favoráveis, foram suficientes para se sobrepor à denúncia do mensalão, por exemplo. 
Agora, a pesquisa ISTOÉ/Sensus constata que a inflação vem implodindo esse capital político e gerando desconfiança entre os eleitores. Dos entrevistados, 65,9% disseram que hoje têm menos poder de compra do que há um ano e apenas 15% afirmam que podem consumir mais. Guedes explica que os anos seguidos de índices inflacionários superiores ao crescimento do PIB levam a uma corrosão no poder de compra. “Na prática, a diminuição do poder aquisitivo fez com que pessoas que deixaram a linha da pobreza acabassem voltando para ela, embora os números absolutos não revelem isso”, diz Guedes. 
Certa de que se não conseguir mudar esses números corre sério risco de não se reeleger, a presidenta Dilma aproveitou o pronunciamento feito em razão do Dia do Trabalho para anunciar um pacote de bondades que visa principalmente repor o poder aquisitivo perdido pelos brasileiros nos últimos anos.
A pesquisa ISTOÉ/Sensus também mostra uma inédita reprovação do governo e da forma como a presidenta Dilma conduz a administração federal. Dos eleitores, 66,1% avaliam o governo como regular ou negativo e 49,1% desaprovam o desempenho pessoal da presidenta. Metade dos eleitores (50,2%) acredita que o Brasil não está no rumo certo. Números como esses fazem com que o fisiologismo que norteia a política brasiliense se aflore de forma perversa e partidos aliados passem a flertar com a traição sem o menor constrangimento. 
Na segunda-feira 28, por exemplo, 20 dos 32 deputados do PR assinaram um documento pedindo a volta do ex-presidente Lula como candidato. Acreditam que Dilma não dará conta de virar o jogo e fazem esse movimento sem segredo. O líder do partido na Câmara, Bernardo Santana, pendurou em seu gabinete a foto oficial de Lula quando assumiu o governo em 2003. Os números negativos e a falta de perspectiva de dias melhores fazem com que também no PT o movimento Volta, Lula ganhe apoio. Na semana passada, a presidenta se pronunciou publicamente tentando conter a debandada: “Ninguém vai me separar de Lula, nem ele vai se separar de mim”, disse. “Sei da lealdade dele a mim e ele da minha lealdade a ele.
Na oposição, a expectativa é de que as próximas pesquisas confirmem a tendência de queda da presidenta. “O eleitor está cansado disso tudo que está aí e é natural que esses votos comecem a migrar para os candidatos que representam a mudança”, disse o senador Aécio Neves (PSDB-MG). O ex-governador Eduardo Campos (PSB) faz a mesma aposta. Segundo ele, “a migração de votos será ainda maior quando os candidatos da oposição se tornarem mais conhecidos”. De acordo com o diretor do Sensus, Ricardo Guedes, a pesquisa agora apresentada por ISTOÉ mostra que o eleitor ainda não assimilou a presença da ex-senadora Marina Silva (Rede) na chapa liderada por Campos. “Até agora, Marina transferiu para a aliança mais rejeição (ela tem 35,6%) do que votos”, afirma Guedes.

Visivelmente nervoso e agressivo, Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou discurso nesta sexta-feira (2), durante encontro nacional do PT, para sepultar o movimento "volta, Lula" e garantir que a candidata do partido à Presidência da República é Dilma Rousseff. "É preciso parar de imaginar que existe outro candidato. Quando a gente brinca com isso os adversários aproveitam, não podemos gastar energia com isso", afirmou o ex-presidente.
A declaração do petista ocorre em meio a uma séria de péssimas notícias para o PT: o crescimento da Oposição, o cansaço do eleitorado em relação ao partido, tendo em vista o mensalão, além da CPI da Petrobras que promete envolver altas figuras do partido num mar de lama. Observado por uma Dilma aliviada, o ex-presidente procurou abafar a movimentação da plateia de militantes. "Se um dia eu tiver que ser candidato a alguma coisa, a primeira pessoa a saber será a companheira Dilma".
O petista disse também que essa não será uma eleição fácil e que estará à disposição da presidente para fazer campanha. "Só você preparar a agenda que Lulinha estará junto com você". Lula brincou ao afirmar que, diferentemente de Dilma, não está subordinado aos acordos eleitorais que Rui Falcão fez com aliados. Portanto, poderá comparecer a palanques a que Dilma não irá.
Durante o discurso, Lula defendeu os condenados no mensalão José Genoino e José Dirceu, presos na Papuda, em Brasília. Para o ex-presidente, há uma "perseguição" contra o PT, criticando que não há o mesmo tratamento na imprensa para o mensalão mineiro. Lula criticou duramente a imprensa ao afirmar que é o maior "partido de oposição" e defendeu que haja uma recuperação da imagem do PT. (Com informações da Folha Poder)

O termo de compromisso da Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) de citrato de sildenafila com o Labogen — empresa usada pelo doleiro Alberto Youssef para remessas ilegais de dinheiro para o exterior — que reunia o Laboratório Farmacêutico da Marinha (LFM) e a indústria farmacêutica EMS, foi assinado em dezembro passado sem levar em conta alertas de setores técnicos do Ministério da Saúde. O documento foi assinado em 11 de dezembro pelo secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do ministério, Carlos Gadelha, e pelo capitão Almir Diniz de Paula, do LFM. O então ministro da Saúde Alexandre Padilha assinou o documento como testemunha.
No ato da assinatura, estava presente também Leonardo Meirelles, apontado como testa de ferro de Youssef e sócio da Labogen. Ele chegou a ser preso na Operação Lava-Jato e é um dos réus no processo, acusado de crime financeiro e lavagem de dinheiro.
O GLOBO teve acesso aos documentos do projeto de PDP, desfeito após a Operação Lava-Jato, da Polícia Federal (PF), revelar que o Labogen era uma empresa de fachada. O projeto era por cinco anos, com valor de R$ 134,4 milhões. Na análise, na qual consta um “de acordo” de Gadelha, os técnicos afirmam que o Labogen não possuía os documentos necessários, como o Certificado de Boas Práticas de Fabricação, embora fosse o responsável pelo desenvolvimento e fabricação do insumo. Dizem ainda que a EMS já fabricava as versões 25mg, 50mg e 100mg e tinha tecnologia para transferir ao LFM, e que a demanda apresentada estava superestimada. Isso porque o projeto previa 4,55 milhões de comprimidos de 20 mg por ano, enquanto as compras, de julho de 2012 a junho de 2013, tinham chegado a apenas a 2,161 milhões.
Dois dias antes da assinatura do compromisso, José Miguel do Nascimento Junior, diretor de Assistência Farmacêutica do ministério, enviou e-mail ao diretor responsável pelos projetos de parceria, Eduardo Jorge Oliveira, alertando que a necessidade maior era para o medicamento na versão 50 mg, e não na de 25 mg ou 20 mg, como previsto no projeto: “Favor atentar para o destaque em vermelho: Neste sentido, não deve haver PDP para a apresentação de 25 mg e sim, somente da sildenafila 50 mg”. Ele repassou junto um e-mail da área técnica, que havia sido consultada.
Os PDPs foram criados para incentivar a produção de remédios no Brasil. O projeto do Labogen e seus parceiros era apenas para produzir comprimidos de citrato de sildenafila de 20 mg, indicado para hipertensão arterial pulmonar. No texto repassado por Nascimento Junior, consta que a doença é de baixa prevalência e incidência. Diz ainda que em São Paulo o medicamento é comprado pelo governo estadual por apenas R$ 0,81, e no Rio de Janeiro, por R$ 0,95. Enquanto isso, o valor de aquisição previsto no projeto chegava a R$ 6,53 por comprimido no primeiro ano do acordo, e R$ 5,32 no último. Hoje o SUS paga R$ 5,88 por comprimido, mas 14 estados já compram mais barato. Os maiores preços são de Goiás (R$ 12,70) e Mato Grosso do Sul (R$ 11,66). (Globo Online)




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