DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 28-4-14

NO O GLOBO DE 28-4-14
Despesas da Petrobras com Pasadena já chegam a US$ 1,93 bilhão
Além de US$ 1,2 bi para comprar a refinaria, estatal precisou investir para manter refino na unidade
VINICIUS SASSINE, CHICO DE GOIS E DANILO FARIELLO (TWITTER)
Publicado:28/04/14 - 7h00
Atualizado:28/04/14 - 7h55
Graça Foster. “Em janeiro e fevereiro, (Pasadena) deu resultado líquido positivo”, destacou a presidente da estatal Ailton de Freitas / Ailton de Freitas/15-4-2014

BRASÍLIA - O gasto da Petrobras com a refinaria de Pasadena, no Texas, chega a US$ 1,934 bilhão, se somados todos os valores mencionados por gestores da estatal em apresentações internas obtidas pelo GLOBO. O montante equivale ao custo da compra do empreendimento, de US$ 1,249 bilhão, mais as despesas para manter o refino de petróleo numa unidade sucateada.
Em setembro de 2008, numa exposição de dados confidenciais à diretoria executiva da empresa, técnicos informaram que os gastos com a refinaria, até novembro daquele ano, somavam US$ 650 milhões, incluído o montante desembolsado para a compra dos primeiros 50% do empreendimento, de US$ 343 milhões. A segunda metade, depois de uma longa disputa judicial, saiu por US$ 820,5 milhões.
Mais US$ 275 milhões deveriam ser gastos em "sustentabilidade", entre 2009 e 2013, "qualquer que seja o cenário de continuidade da refinaria", conforme uma apresentação elaborada pela Petrobras America, subsidiária da estatal. O total de gastos atingiria, portanto, pelo menos US$ 1,74 bilhão. No entanto, dados repassados ao GLOBO pela própria Petrobras revelam que a conta total com a compra de Pasadena - que a estatal já admite ter sido um mau negócio - chega a US$ 1,934 bilhão.
A conclusão da compra da refinaria no Texas ocorreu após o fim da sociedade com a companhia belga Astra Oil. O valor final, de US$ 1,25 bilhão, passou a ser investigado pela Polícia Federal, pelo Ministério Público, pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pela Controladoria Geral da União (CGU). O que os novos documentos revelam são a continuidade e a extensão desses gastos, em razão das péssimas condições da refinaria adquirida pela estatal.
Desembolsos em segurança e meio ambiente
Durante todo o processo de aquisição e após a compra definitiva, em 2012, a empresa precisou continuar a fazer vultosos desembolsos em equipamentos de segurança, proteção do meio ambiente, melhoria da confiabilidade, paradas programadas do refino e adequação às normas norte-americanas. Conforme as apresentações elaboradas pela cúpula da estatal, esses gastos chegariam a quase US$ 500 milhões até 2013.
Os registros contábeis da refinaria, conforme dados levantados pela estatal em abril de 2013, mostram um valor de mercado bem inferior ao desembolsado para a compra. Um relatório diz que o "valor contábil de livro" em novembro de 2012 - ano do fim do litígio - era de US$ 573 milhões, enquanto o "valor presente líquido" da refinaria era ainda mais baixo, de US$ 352 milhões.
O GLOBO consultou a vice-presidente técnica do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Verônica Souto Maior, sobre o significado desses registros contábeis. O "valor contábil de livro" é o valor de Pasadena registrado na estatal - quanto a aquisição custou à empresa, conforme os registros contábeis. Trata-se, portanto, de menos da metade dos gastos totais feitos para comprar a refinaria. Um mau negócio, como admitiu a presidente da Petrobras, Graça Foster.
Já o "valor presente líquido" leva em conta as projeções de fluxo de caixa para os próximos 25 anos, segundo Verônica. Para trazer esse valor para o presente, a contabilidade faz um teste, chamado de "impairment". As perdas da refinaria de Pasadena, por conta desse teste, somavam US$ 221 milhões, o que resulta num valor real do empreendimento de US$ 352 milhões, segundo os dados da estatal de abril de 2013.
- Verificou-se que o valor de livro da refinaria é bem superior ao valor de mercado. Daí, a necessidade do reconhecimento da perda no resultado, em face da necessidade de demonstrar o referido ativo pelo seu valor de mercado - afirmou a vice-presidente técnica do CFC, após analisar os dados a pedido do GLOBO.
Os números não batem com os apresentados por Graça Foster em depoimento no Senado no último dia 15. Segundo a presidente da Petrobras, o teste de "impairment" levou a uma perda de US$ 530 milhões no valor de Pasadena.
- A partir daí, temos um ativo de qualidade para o que se propõe hoje - disse ela, no Senado.
Boa parte da queda do valor presente de Pasadena se deve ao recuo do preço do petróleo e, por consequência, das margens de lucro das refinarias a partir de setembro de 2008, quando teve início a crise internacional. O preço do barril do petróleo despencou de um nível de mais de US$ 140 o barril para pouco mais de US$ 30, tendo voltado a valer mais de US$ 100 só três anos depois.
A apresentação da Petrobras America, de 2009, aponta que, "sob a ótica das margens projetadas pela Petrobras, só seria possível garantir a reversão do resultado operacional negativo a partir de 2013, após os investimentos requeridos (de US$ 275 milhões)".
Dados de auditoria contábil obtidos pelo GLOBO revelam que, de fato, a refinaria apresentou retorno líquido positivo nos anos de 2009 e 2010, mas houve prejuízo de quase US$ 100 milhões entre 2011 e 2012.
Segundo a apresentação de Graça Foster no Senado, a refinaria voltou a apresentar lucro nos meses de janeiro e fevereiro deste ano, num total de US$ 58 milhões, período no qual Pasadena voltou a refinar 100 mil barris por dia.


NA COLUNA VERTICAL DE 28-4-14
Copa sem legado
Eliomar de Limaeliomar@opovo.com.br
IANA SOARES
Pegando mal declarações constantes do secretário extraordinário da Copa, Ferruccio Feitosa. Sempre que indagado sobre o Mundial, ele afirma que o mais importante é que o palco está pronto. “A Arena Castelão está pronta e testada”, acentua. Ao evitar falar sobre obras não concluídas no plano da mobilidade urbana - VLT, Rotatória do Castelão, metrô e túneis, além do Hospital Metropolitano, Ferruccio acaba transformando em mero borrão o Caderno de Encargos assumido pelo governo estadual com a Fifa. Por falar nisso, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, andou reclamando que o Brasil, em termos de organização do Mundial, vem dando mais trabalho do que a África do Sul. (...)

NO BLOG DO EGÍDIO SERPA DE 28-4-14
Consbem Construções, Paulo Octávio Investimentos Imobiliários e MPE Montagens e Projetos Especiais são as empresas integrantes do consórcio Novo Fortaleza, que se mostrou incompetente para executar a ampliação do Aeroporto de Fortaleza.
Mas até a Infraero já desconfiava de que esse consórcio não teria condição de executar a obra.
Agora, é tarde. A Copa chegou e a solução é fazer, como a Infraero está fazendo, um puxadinho de lona de circo para receber os turistas durante o torneio da Fifa.
Há três problemas crônicos que fazem o Brasil dar um passo para a frente e dois para atrás:
1) a corrupção, entranhada aqui desde o Descobrimento;
2) a burocracia, que cria dificuldades para a venda de facilidades;
3) a incompetência, cuja maior prova é a falta do conjunto de reformas de que o País precisa para por-se igual aos mais desenvolvidos.
A 47 dias do início da Copa do Mundo, o Brasil, seus Governos, sua Polícia e sua política estão – e vão estar pelos próximos 70 dias – na primeira página da mídia mundial.
Mas em péssima e humilhante condição – mostrando a antiga guerra urbana do Rio de Janeiro, que hoje invadiu outras capitais, Fortaleza no meio.
A Fifa deu ao Brasil sete anos de prazo para a organização da Copa 2014.
Aqueles três problemas o impediram.

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES DE 27-4-14
“O que eu acho é que não houve mensalão”, disse o ex-presidente Lula na entrevista concedida à RTP, publicada neste domingo no site da emissora de televisão portuguesa. “Eu também não vou ficar discutindo a decisão da Suprema Corte”, tratou de desdizer-se na frase seguinte. E mudou de ideia na continuação: “Eu só acho que essa história vai ser recontada para saber o que aconteceu na verdade”.
A hipótese é tentadora para o país que presta. Se a história fosse recontada como se deve, não ficaria sem castigo o chefe supremo do esquema criminoso que produziu o maior escândalo político-policial desde o Descobrimento. Mais: se a verdade prevalecesse, seria restaurada a decisão original do Supremo Tribunal Federal, desfigurada pela nomeação de Teori Zavaschi e Roberto Barroso. Ao tornar majoritária a bancada dos ministros da defesa de culpados, a dupla ajudou a parir a obscenidade segundo a qual um bando de quadrilheiros é diferente de uma quadrilha.
O camelô de empreiteira não parece preocupado com o destino dos condenados, revelou o melhor dos piores momentos da conversa. Quando a entrevistadora lembrou que estão na cadeia alguns velhos parceiros do entrevistado, Lula admitiu a existência de “companheiros do PT presos”, estacionou numa vírgula e despejou a ressalva abjeta: “Não se trata de gente da minha confiança”.
Nem a turma da cela S13?, decerto perguntaria a jornalista se tivesse mais intimidade com os casos de polícia hospedados na Papuda. Portugueses e brasileiros então descobririam que Lula não sabe direito quem é José Genoino, acha que Delúbio é nome de rio e conhece José Dirceu só de vista.

Publicado na edição impressa de VEJA
J. R. GUZZO
Todo brasileiro de olhos abertos para o que está acontecendo no país em geral, e na sua própria vida em particular, sabe muito bem que a coisa está preta. Há mil e uma razões para isso, como se pode verificar todos os dias pelo noticiário; seria pretensioso, além de inútil, tentar fazer uma lista de todas. Basta dizer, para encurtar o assunto, que, segundo as últimas pesquisas de opinião, mais de 70% da população acha que assim não vai, e quer mudanças na ação do governo como um todo. Será que os brasileiros, finalmente, se convenceram de que estão sendo dirigidos por um dos governos mais incompetentes que já tiveram de aguentar – ou, possivelmente, o mais incompetente de todos?
Mais interessante ainda: a propaganda descomunal que o poder público soca todos os dias em cima da população e o uso sistemático da mentira talvez já não estejam dando os resultados que costumam dar. A presidente Dilma Rousseff, por exemplo, ameaça combater a corrupção na Petrobras, mas diz que os “inimigos da empresa” são os que sugeriram mudar seu nome para “Petrobrax”, cerca de quinze anos atrás, com a intenção secreta de liquidá-la – e, ao mesmo tempo, faz tudo para impedir que se investigue a roubalheira pública de hoje. Quanta gente acredita num desvario desses? Tudo bem. O Brasil está em petição de miséria, e o presente já é um caso perdido. A pergunta, agora, é a seguinte: as coisas vão mudar para melhor depois da eleição presidencial de outubro ou vão ficar piores ainda?

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO DE 28-4-14
Para o líder Beto Albuquerque (PSB), são tantas as contradições entre versões de Dilma, Graça Foster, Sergio Gabrielli e Nestor Cerveró sobre refinaria de Pasadena, que é melhor perguntar no Posto Ipiranga.
Sob orientação do dono do PR, o mensaleiro Valdemar da Costa Neto, preso na Papuda em regime semiaberto, a bancada do PR na Câmara deve anunciar nesta segunda rompimento com o governo. Segundo o líder Bernardo Santana (MG), a maioria dos deputados é contrária à reedição da aliança com o PT para reeleger a presidenta Dilma. “Esse governo não é o mesmo que fizemos parte com José Alencar de vice”.
Após levantamento nos Estados, Bernardo Santana garante que a maioria dos convencionais quer desembarcar do governo Dilma.
Na bancada, só Anthony Garotinho – candidato ao governo do Rio – e o governista Luciano Castro (RR) divergem do rompimento com Dilma.
Joseph Blatter, chefão da Fifa, pede “otimismo” de brasileiros na Copa. Otimista hoje, no Brasil, é o pessimista que acordou de mau humor.
Cresce nas redes sociais a revolta contra os 25% de imposto de renda cobrados de aposentados e pensionistas do INSS que vivem no exterior em busca de segurança ou da ajuda de parentes. More no Paraguai ou na Suíça, 60 ou 80 anos, ganhe R$ 700 ou o teto, alíquota é implacável e ilegal, contrariando a ordem constitucional de que “todos são iguais perante a lei”. Nem o mais desumano agiota cobraria tanto.
O assalto é duplo, sem o reajuste das aposentadorias acima de um salário, como garantem vários projetos esquecidos no Congresso.
Projeto de lei de alíquota zero tramita na Câmara há mais de um ano, quando começaram os protestos de brasileiros em Portugal e Espanha.
Aposentados do INSS vivendo no exterior querem se unir aos velhinhos no Brasil, para votar contra Dilma em outubro, se o imposto não cair.
Em vez de investir na melhoria da qualidade dos seus serviços, cada vez pior, os Correios resolveu investir alguns milhões na mudança de sua logomarca, que será lançada oficialmente em 6 de maio.
Menina dos olhos do ex-ministro Alexandre Padilha, o Cartão de Saúde sofreu um baque com a demissão de cinco dos sete integrantes do grupo que toca o projeto. O ministério jura que não haverá prejuízos ao programa e tira o corpo, atribuindo as demissões à terceirizada CTIS.
…está sem luz o poste do candidato Padilha.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO DE 28-4-14

NO BLOG DO NOBLAT DE 28-4-14

Um doleiro é um doleiro, um doleiro, um doleiro. Pode até se apresentar como se fosse também outra coisa – um “homem de negócios”, talvez. Ou um empresário de qualquer ramo – quem sabe? Mas não deixará de ser um doleiro.
Sua fama o precede. Sua movimentação o expõe. Seus hábitos o denunciam. É impossível, por isso mesmo, conviver com ele e ignorar que se trata de um doleiro. Certo? Depende.
Submeta ao deputado federal Luiz Argôlo (PSD-BA) as mensagens eletrônicas que ele trocou no último dia 28 de fevereiro com Alberto Youssef, preso há pouco mais de um mês pela Polícia Federal sob a suspeita de chefiar um esquema de lavagem de dinheiro que movimentou cerca de R$ 10 bilhões.
E pergunte se na ocasião ele sabia que Youssef era doleiro. Com toda certeza dirá que não.
“Bom dia!”, saudou Argôlo. “Bom dia!”, respondeu Youssef. “Você sabe que tenho um carinho por você e é muito especial”, continuou Argôlo. “Eu idem”, retrucou Youssef. “Queria ter falado isso ontem. Acabei não falando. Te amo”, derramou-se o deputado. “Eu amo você também. Muitooooooooooo”, retribuiu o doleiro. “Sinto isso. E aí? Já melhorou? Melhorou?”, insistiu Argôlo. “Por favor, me diga alguma coisa”.
Alberto Youssef, doleiro. Foto: Joedson Alves / Estadão Conteúdo
Não se sabe se Youssef atendeu ao apelo de Argôlo e disse mais alguma coisa. Acabou por ali a transcrição da conversa que consta de um relatório da Polícia Federal. Foi Felipe Patury, colunista da revista ÉPOCA, quem a publicou primeiro.
Procura-se quem tenha conhecido Youssef como doleiro antes de ele ser preso. A autoridade policial (61 3223-2302/2024-8450/8452) agradece desde já por qualquer informação.
Forçado pelo PT a renunciar à vice-presidência da Câmara e a se desfiliar do partido, o deputado André Vargas admitiu que é amigo de Youssef há mais de 20 anos.
Pediu a Yousseff que providenciasse um jatinho para que ele e a família voassem do Paraná à Paraíba? Pediu, sim.
Uma vez pediu que lhe reservasse a mais luxuosa suíte de um hotel em Londrina de propriedade de Youssef? Pediu.
Vargas cobrou de Youssef pagamento supostamente devido a um dos seus irmãos? Cobrou. E falou sobre negócios com Youssef? Bem, em termos.
Agiu para favorecer um laboratório de Youssef em suas relações com o Ministério da Saúde, conforme indicam diálogos interceptados pela Polícia Federal com autorização da Justiça? Ah, nunquinha. Apenas “orientou” Youssef a como proceder quanto a isso.
Vargas sabia que Youssef era doleiro? Imagina! Vargas já disse e repetiu que jamais soube que Yousseff fosse doleiro.
Tampouco sabia Carlos Borges, diretor do fundo de pensão dos economiários Federais, o terceiro maior fundo do país, com um orçamento de R$ 52 bilhões. Borges confirma que se reuniu com Youssef no ano passado a pedido de Vargas. Mas daí a saber que ele fosse doleiro vai uma longa distância, argumenta.
O deputado Cândido Vacarezza (PT-SP) se recusa a “negar peremptoriamente” que tenha recebido Yousseff em seu apartamento de Brasília. Se isso ocorreu, porém, foi porque Youssef “estava na companhia de Vargas”.
Yousseff doleiro? Não. Youssef empresário – o mesmo que fez parte de uma comitiva oficial do governo brasileiro que visitou Cuba em 2008 ou 2009. O deputado Vicente Cândido (PT-SP) o viu por lá. E depois voltou a vê-lo em São Paulo.
Na época, Yousseff não era um desconhecido. Seu nome fora citado no escândalo que sacudira o Banestado. E depois no escândalo do mensalão.
A CPI do Correio começou investigando o pagamento de uma reles propina e acabou por descobrir o mensalão. O PT teme que a história se repita com a CPI destinada a investigar malfeitos na Petrobras.

El País
Quando faltam apenas seis semanas para o começo da grande festa esportiva que representa o campeonato mundial de futebol no Brasil, o ministério de Assuntos Exteriores alemão divulgou um novo relatório sobre um tema muito sensível: a segurança que o país oferece aos milhares de turistas que chegarão à nação para aproveitar a grande festa e, ao mesmo tempo, torcer pelos seus times.
O relatório do ministério, em sua seção “serviços ao cidadão”, que é lida com atenção por todas as grandes agências de turismo do país e pelos turistas que compram pacotes de férias, oferece uma imagem desoladora do Brasil: uma nação onde as leis não são respeitadas e onde o turista corre o risco de ser vítima de ladrões, sequestradores ou simplesmente de se envolver em confrontos entre a polícia e grupos criminosos, como aconteceu recentemente no Rio de Janeiro.

NO BLOG DO CORONEL DE 28-4-14
Documentos confidenciais da Petrobrás obtidos pelo Estado indicam que a estatal pretendia incluir um sócio na compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), com o objetivo de "camuflar" a extensão da transação em solo estrangeiro e evitar uma contradição com o discurso nacionalista do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva em relação aos negócios da estatal. O texto não menciona se a entrada de um parceiro - a japonesa Mitsui & Co. - na operação seria economicamente vantajosa para a empresa brasileira.
O texto de 11 páginas foi assinado por Luis Carlos Moreira da Silva, gerente executivo internacional de Desenvolvimento de Negócios da Petrobrás. O documento data de 2005, um ano antes da efetivação da compra da primeira metade de Pasadena pela estatal brasileira, e é tratado como "confidencial". Procurada, a Petrobrás disse que não comentará o assunto.
"A participação da Mitsui nesta aquisição, ou outro sócio financeiro, visa reduzir a exposição política da Petrobrás com a aquisição de ativos de refino no exterior, enquanto existe um apelo interno para a construção de novas refinarias do Brasil", diz o documento.
De acordo com a exposição realizada pela Diretoria Internacional da estatal, independentemente de ser ou não mais vantajoso para a Petrobrás dividir a compra da refinaria com um sócio, essa condição era vista como fundamental sob o ponto de vista político.
Em 2002, o então candidato do PT começou sua campanha à Presidência criticando a gestão da Petrobrás, na época sob comando do PSDB, por fazer encomendas de petroleiros e plataformas a estaleiros estrangeiros. Lula citou uma concorrência para construção de um navio em Cingapura e prometeu que, em seu governo, daria preferência a investimentos e encomendas da Petrobrás em solo brasileiro.
Na campanha seguinte, quando a Petrobrás comprou a participação em Pasadena com base em um plano de investimentos elaborado desde a gestão tucana, o então presidente candidato à reeleição atacou a oposição dizendo que o PSDB privatizaria a Petrobrás.
Oferta 
Os executivos da Petrobrás ofereceram a parceria à Mitsui em julho de 2005, quando a ideia era adquirir 70% das ações de Pasadena. Os japoneses enviaram uma carta demonstrando interesse em participar do negócio. No documento, ao qual o Estado também teve acesso, a Mitsui disse que já haviam "firmado parcerias anteriores com a Petrobrás envolvendo valores que passaram dos US$ 5 bilhões".
A parceria não avançou porque a Astra Oil, dona de 100% da refinaria texana, concordou em vender apenas 50% de sua participação. Foi essa a cota comprada pela Petrobrás em 2006, operação que, seis anos depois, se completou com a compra da metade restante, ao custo total de US$ 1,18 bilhão. No último dia 15, em audiência no Senado, a atual presidente da estatal, Graça Foster, reconheceu que a compra "não foi um bom negócio".
A própria presidente Dilma Rousseff, em resposta à reportagem do Estado em março, afirmou que só aprovou a compra de 50% de Pasadena em 2006, quando era ministra da Casa Civil e comandava o Conselho de Administração da Petrobrás, por ter recebido um resumo técnico "falho" e "incompleto".
A aquisição da refinaria é investigada por Polícia Federal, Tribunal de Contas da União (TCU), Ministério Público e Congresso por suspeita de superfaturamento e evasão de divisas. O conselho da Petrobrás autorizou, com apoio de Dilma, a compra de 50% da refinaria e de estoques de petróleo por US$ 360 milhões. Posteriormente, por causa de cláusulas do contrato, ela foi obrigada a ficar com 100% da unidade, após longa disputa judicial.
Apesar de não ter vingado a sociedade com a Petrobrás em Pasadena, a Mitsui mantém outros negócios com estatais brasileiras no País. Os japoneses atuam nas obras da Hidrelétrica de Jirau, em Rondônia, cujo custo passou de R$ 9 bilhões para R$ 17,4 bilhões. Nesse consórcio, a Mitsui é sócia da GDF Suez e das estatais Chesf e Eletrosul, do Grupo Eletrobrás. (Estadão)

Magno Malta ameaça ser candidato a presidente se o PR não receber dinheiro, muito dinheiro.
Com 31 deputados, quatro senadores, um ministério poderoso, o dos Transportes, e o prestígio que adquiriu, em 2002, por ter ajudado a viabilizar a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva para o Palácio do Planalto, o PR ameaça agora deixar a aliança formada para dar apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff. Uma decisão a respeito deve ser anunciada hoje pelo líder do partido na Câmara, o mineiro Bernardo de Vasconcelos.
A iniciativa é comandada pelo senador Magno Malta (ES), que foi o primeiro parlamentar a falar, em 2010, a favor da candidatura de Dilma. De aliado, passou a adversário. Com forte atuação entre os evangélicos, Malta não só rompeu com a presidente como decidiu anunciar sua pré-candidatura ao Planalto.
Na campanha de quatro anos atrás, Dilma enfrentou forte resistência de eleitores ligados a grupos religiosos. Parlamentares evangélicos e ligados à Igreja Católica ajudaram a amenizar a rejeição à então candidata petista.
A dissidência aberta por Malta não demorou a irradiar-se pelos Estados. Nos últimos dez dias foram realizadas pelo partido pelo menos 15 reuniões em diferentes Estados - e o que mais se ouviu foi um apelo para o rompimento com o PT nacional. Ele vinha seguido de uma frase: "O governo não é governista".
Em outras palavras, o PR quis dizer que, em ano de eleição, mais importante do que controlar um ministério é conseguir a liberação das emendas parlamentares ao Orçamento. Muitas obras de interesse direto dos eleitores, nos redutos dos políticos, dependem desses recursos. Sem elas, pedir votos fica mais difícil.
A situação tornou-se tão crítica que, em uma reunião do partido há cerca de 15 dias, seu presidente, senador Alfredo Nascimento (AM), foi colocado contra a parede por vários dos presentes, por não defender de modo adequado a liberação das emendas. Chegou-se a discutir a saída do ministro Cesar Borges dos Transportes e um rompimento formal. Foi então que Nascimento decidiu pedir prazo e ajuda ao líder do partido na Câmara. Vasconcellos perguntou a opinião dos deputados - e ouviu um rosário de queixas.
O líder anunciou que divulgaria hoje a posição da bancada. Sua estratégia é tentar acalmar o partido. "Esperamos resolver estas questões internas da melhor forma possível", disse.(Estadão)


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 10/12/2023 - DOMINGO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 05/8/2023 - SÁBADO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 2ª EDIÇÃO DE 08/4/2024 - SEGUNDA-FEIRA