DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 17-4-14

DO BLOG DO EGÍDIO SERPA DE 17-4-14
Em alguns setores da indústria cearense, energia elétrica representa muito na planilha de custos.
No setor têxtil, no de moagem de trigo e no de fabricação de pão e biscoito, energia é o principal insumo.
Pois bem: a Aneel autorizou a Coelce – distribuidora de energia elétrica em toda a geografia do Ceará – a subir em 16,16% sua tarifa para a indústria.
O que agora vai acontecer?
Simples: a indústria repassará esse aumento para o preço final do que produz.
Haverá, então, aumento do preço do fio de algodão, do tecido, da farinha de trigo, do pão, do biscoito e da bolacha.
A inflação, que se aproxima do teto da meta, subirá mais.
O Ceará passa a ter caríssima energia.

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES DE 16-4-14
Publicado no Estadão de 16-4-14
É velho como a linguagem humana o ardil de pôr na boca do outro palavras que ele jamais disse, para abafar aquelas, de fato proferidas, que não se conseguem contestar. A falsificação dos argumentos alheios visa a virar o fio do debate a fim de que o falsário se desvencilhe de sua posição claramente insustentável, na esperança de empurrar o adversário para a defensiva. Em ambientes polidos, chama-se a isso desonestidade intelectual. No léxico da atualidade política brasileira, o nome da manobra é mais rombudo: ir para cima.
Foi o que o ex-presidente Lula ordenou ao PT e à sucessora Dilma Rousseff para exorcizar as turbulências que se acumulam ao seu redor, ameaçando estilhaçar a fantasia de que a reeleição eram favas contadas. Já não bastassem a inflação, o desempenho capenga da economia e o desejo de mudança em geral compartilhado, segundo as pesquisas, por 7 em cada 10 eleitores, as entranhas entrevistas da compra da Refinaria de Pasadena, envolvendo pessoalmente a chefe do governo em momentos distintos, terminaram por desencadear a chamada tempestade perfeita sobre o Planalto petista.

BRANCA NUNES
“Os trilhos da ferrovia Transnordestina abrem passagem para um novo ciclo de desenvolvimento econômico e social na região nordeste”, orgulha-se a voz em off logo na abertura do vídeo institucional sobre os 1.728 quilômetros de trilhos projetados para ligar o Porto de Pecém, no Ceará, o Porto de Suape, em Pernambuco, e o município de Eliseu Martins, no Piauí. “Do início da operação, em dezembro de 2009, a dezembro de 2011, mais de 15 mil pessoas foram contratadas”.
A narrativa ufanista segue evocando números de matar de inveja noruegueses, suecos e alemães. “Foram realizados mais de 34 milhões de metros cúbicos de terraplanagem, construídos mais de 24 mil metros cúbicos de bueiros, 30 obras de arte especiais, entre pontes e viadutos, já estão concluídas, 280 mil metros cúbicos de concreto estrutural executados, foram adquiridas 170 mil toneladas de trilhos, mais de 200 milhões de reais investidos na compra de seis locomotivas e 480 vagões”.
Gravado em 2012, o vídeo garante que a obra descerá do palanque no máximo em dezembro de 2014 – segundo o cronograma original, a ferrovia seria inaugurada ainda no governo Lula. Em março de 2013, a conclusão dos trabalhos foi empurrada para 2016 e os preços subiram: só a gastança com a construção começou em R$ 5,4 bilhões, saltou para R$ 6,72 bilhões e acabou de chegar a R$ 7,5 bilhões. A conta não inclui os gastos com vagões e locomotivas, orçados (por enquanto) em R$ 1,5 bilhão. Nem as despesas com oficinas e portos.
Neste fim de semana, The New York Times descobriu que o colosso ferroviário só esbanja saúde no Brasil Maravilha registrado em cartório, e que os trens nunca apitaram fora dos vídeos institucionais. “A mais de mil milhas ao norte das praias do Rio e dos arranha-céus de São Paulo está a multimilionária Ferrovia Transnordestina”, informa o jornalista Simon Romero na vídeoreportagem. “A longa e sinuosa estrada de ferro deveria transportar grãos de soja do empobrecido interior do Brasil para os locais de exportação. Há 18 anos em construção, é uma sequência de estradas de terra e pontes abandonadas – um dos muitos grandes projetos que foram abandonados com a desaceleração da economia brasileira”.
Depoimentos de moradores da região confirmam as desoladoras constatações feitas pelo jornal mais influente do mundo. “Juscélia e José Luiz são lavradores em Contente, uma remota cidade cortada pela rodovia”, exemplifica Romero. “Em nome do que chamaram de progresso, eles tiveram sacrificados seus campos, suas vilas e seu modo de viver”. Outros trechos expõem a incompetência do governo. ”Ninguém em Contente foi indenizado pelas terras destruídas”, denuncia Romero. “O campo era a principal fonte de frutas frescas e vegetais. Agora, está seco e se tornou inútil”.
Depois de enfatizar que ninguém sabe se e quando a obra será concluída, o correspondente do NYT desmonta as fantasias do vídeo institucional de 2012: “Cruzando as terras dos sertões ao litoral, a locomotiva do futuro vai transportar riquezas e criar novos sonhos para uma gente ansiosa em ser protagonista de uma nova história”. Pelo andar das obras, essa gente ansiosa em ser protagonista será novamente coadjuvante de mais um fiasco nascido da aliança entre a inépcia administrativa e a corrupção política.

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO DE 17-4-14
A Infraero realizou licitação de R$ 163 mil/mês para concessão de 989 “totens” – que são lixeiras de coleta seletiva e pontos de publicidade – em dez aeroportos do país, por dez anos. Empresas do setor de mídia vão questionar o contrato na Justiça, pois além da duração excessiva, a coleta de lixo seria um disfarce para justificar o valor muito menor que o praticado no mercado e até pela própria Infraero em outros contratos.
Versão “mineira” do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró na Câmara: “o negócio de Pasadena não foi bom nem ruim, muito pelo contrário.”
Resumo no Twitter do depoimento de Graça Foster no Senado sobre a refinaria nos EUA: “a cirurgia foi um sucesso, mas o paciente morreu.”
Deve ser novo método preventivo: a Secretaria de Saúde do DF faz pregão eletrônico na quarta (23) para binóculos de visão noturna.
A falta de gás para as usinas termelétricas é o novo problema no sombrio cenário de geração de energia no Brasil. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) reconhece que as usinas de Cuiabá e Uruguaiana não produziram sequer 1 megawatt em todo o mês de abril.
Apesar do depoimento “morno” de Nestor Cerveró, o líder do PSB, Beto Albuquerque (RS), acredita que o ex-diretor da Petrobras ainda é um homem-bomba: “Só não acenderam o pavio dele, como será na CPI”.
O primeiro escalão da tropa de choque do governo Dilma não colocou os pés ontem no depoimento na Câmara de Nestor Cerveró, ex-diretor Internacional da Petrobras, sobre a compra da refinaria de Pasadena.
Funcionários do IBGE deixam claro que não vão permitir a manipulação de suas estatísticas para atender a interesses políticos. Após firmar reputação de seriedade, o IBGE pode virar um Indec, seu congênere argentino que virou piada mundo afora. Daí a greve desta quarta.
Relator da cassação do deputado André Vargas (PT-PR), Júlio Delgado (PSB-MG) afirmou que, “se ele alega minha suspeição porque aceitei a admissibilidade do processo, é por saber que comigo não tem conversa”.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO DE 17-4-14

NO BLOG DO CORONEL DE 17-4-14
A cena mais emblemática da corrupção do PT será mostrada ao Brasil de todas as formas na propaganda eleitoral. O "homem forte" do PT desafiando a Justiça para apoiar bandidos também era um deles. Sangra PT!

Dois dias depois de afirmar que renunciaria ao mandato de deputado federal, André Vargas (PT-PR) decidiu contrariar a cúpula petista e deve permanecer na Câmara. Congressistas do partido foram avisados pelo parlamentar de sua decisão ontem.
Vargas desistiu de renunciar após constatar que sua renúncia não interromperia o processo de cassação, já aberto pelo Conselho de Ética de Casa após a revelação de suas ligações com o doleiro Alberto Yousseff, preso pela Polícia Federal na Operação Lava Jato.
Na segunda-feira, o deputado havia dito à Folha que não estava preocupado com seu mandato, mas com a situação de seus filhos. Ontem, os correligionários disseram que Vargas entendeu ser necessário permanecer com o mandato para se defender das acusações. À tarde, ele formalizou sua renúncia à vice-presidência da Casa, o que já estava causando incômodo ao PT, que negocia seu substituto.
O presidente nacional do PT, Rui Falcão, passou o dia tentando articular a saída de Vargas da Câmara e ficou irritado com a desistência, segundo a Folha apurou. A decisão faz com que ganhe força dentro do PT a proposta de abertura de um processo de expulsão do deputado na comissão de ética da sigla. O processo deve andar na próxima semana.
O líder do PT na Câmara, deputado Vicentinho (PT-SP), que vinha agindo como porta-voz de Vargas na Casa, subiu o tom ontem e disse esperar a renúncia para ele "não ter que ficar sangrando permanentemente". "Mesmo respeitando suas dificuldades e suas dores, eu sinto que vai chegando a hora da renúncia ao mandato. Isso vai eliminar uma série de desgastes",disse. Vicentinho disse também que desistiu de tentar convencê-lo a deixar a Câmara.
A principal preocupação do PT é o prejuízo eleitoral que poderia resultar de novas revelações sobre a relação do deputado com o doleiro Alberto Youssef.
LAVA JATO
O início da crise envolvendo Vargas veio com a revelação de que o petista usou um jato cedido pelo doleiro para passar férias com a família no Nordeste. O deputado também ajudou Youssef, segundo a PF, em negociações para a contratação do laboratório Labogen, pelo Ministério da Saúde, para a fabricação de medicamentos. Depois do início da crise, Vargas se licenciou do mandato por 60 dias.
Na Operação Lava Jato, a PF investiga um esquema bilionário de lavagem de dinheiro que envolveria doleiros, políticos, empreiteiras e fornecedoras da Petrobras. Vargas admite que é amigo de Youssef, mas nega que sua relação com Youssef envolva qualquer irregularidade.(Folha de São Paulo)

O pedido de quebra de sigilo de celulares do Palácio do Planalto feito à Justiça por uma promotora do Distrito Federal atinge também os aparelhos usados em dois outros Poderes da República: o Supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional. As antenas localizadas na região apontada como alvo pelo Ministério Público cobrem toda a área da praça dos Três Poderes, na região central de Brasília, que abriga as sedes do Executivo, do Legislativo e do Judiciário.
A promotora Márcia Milhomens Sirotheau Corrêa encaminhou a solicitação de rastreamento à Vara de Execuções Penais do Distrito Federal em 27 de fevereiro, no escopo da investigação sobre o suposto uso de um telefone celular na prisão pelo ex-ministro José Dirceu. Condenado pelo STF no processo do mensalão, Dirceu está preso desde novembro no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. Técnicos da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) confirmaram à Folha o alcance do pedido dela.
Em seu requerimento, a promotora apontou duas coordenadas geográficas sem indicar a que áreas correspondiam. Uma é a da Papuda e a outra cai diretamente no Planalto, onde a presidente Dilma Rousseff despacha. Ao tomar conhecimento da extensão do pedido, o governo reagiu imediatamente e entrou anteontem com a reclamação disciplinar contra a promotora na Corregedoria do Conselho Nacional do Ministério Público. O órgão tem o poder de avaliar a conduta de seus integrantes.
A AGU (Advocacia-Geral da União), órgão que representa juridicamente o governo federal, critica a solicitação "ampla, geral e irrestrita, sem qualquer explicação". Na reclamação disciplinar, à qual a Folha teve acesso, a AGU afirma que a quebra, se autorizada, configuraria uma "verdadeira devassa" de todos os Poderes da República. O órgão diz, no mesmo documento, que as estações de rádio base que captam sinais de celulares usados no Palácio do Planalto são as mesmas que cobrem o Congresso Nacional e o STF. Milhomens pediu para rastrear as ligações feitas entre os dias 1º e 16 de janeiro deste ano. Ela reafirmou ontem, por meio de sua assessoria, que só se manifestará sobre o caso nos autos do processo.
ALCANCE
Segundo a Folha apurou, a quebra do sigilo poderia listar ligações de deputados, senadores, ministros de Estado e até mesmo da cúpula do Ministério Público, instituição da própria promotora Márcia Milhomens, cuja sede fica a cerca de um quilômetro da praça dos Três Poderes. O rastreamento, mesmo com coordenadas específicas, poderia incluir ainda outros locais próximos, como a Catedral de Brasília e o Tribunal de Contas da União. Ou seja: pessoas comuns que fizeram ligações na região do Palácio do Planalto poderiam ser atingidas.
O requerimento da promotora pedia que operadoras de telefonia informassem as ligações efetuadas e recebidas, nas áreas indicadas, por meio das estações de rádio base --antenas usadas para chamadas que envolvem celulares. Especialistas em telecomunicações ouvidos pela Folha estimam que cada antena abrange sinal em um raio médio de quatro quilômetros. Por isso, o pedido, da forma como foi feito, atinge toda a praça dos Três Poderes.
Para o governo, segundo a reclamação da AGU, a promotora adotou um "procedimento inteiramente inédito e heterodoxo" em sua apuração. O documento, assinado pelo ministro da pasta, Luís Inácio Adams, afirma que se trata de uma "aparentemente insólita iniciativa de obter os dados sigilosos". O Supremo Tribunal Federal tem se manifestado contrariamente a quebras de sigilo baseadas em pedidos com formulações genéricas.(Folha de São Paulo)

NO BLOG DO NOBLAT DE 17-4-14
Germano Oliveira, O Globo
Concluída a primeira fase de investigações, com o indiciamento de 46 pessoas, a Operação Lava-Jato vai se voltar agora para apurar suspeitas de envolvimento de funcionários públicos nos crimes de desvio de recursos públicos, lavagem de dinheiro e evasão fiscal. Para isso, a Polícia Federal vai abrir novos inquéritos.
A PF suspeita também que doleiros abasteceram campanhas políticas com o dinheiro da corrupção. Na agenda mantida pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, agora indiciado por vários crimes, consta a informação de que ele doou R$ 28,5 milhões para o PP, partido que o manteve na direção da Petrobras por sete anos. 

Maria Elisa Alves, O Globo
Faltava pouco para o recreio do turno da manhã e alguns alunos do Centro Educacional Anísio Teixeira, o Ceat, que funciona em um castelinho de estilo florentino em Santa Teresa, tinham deixado as salas de aula e ido para o pátio.
Já acostumados à paisagem deslumbrante que cerca o colégio — de certos ângulos, descortina-se o Pão de Açúcar, de outros, o Corcovado —, um grupo de estudantes preferiu nesta quarta-feira passar o intervalo observando o treinamento de cerca de 30 policiais do Batalhão de Choque, que marchavam pela Rua Almirante Alexandrino, diante da escola, carregando uma maca e simulando socorro a um ferido. Alguns jovens, todos do Ensino Médio, vaiaram a tropa.
O que aconteceu em seguida ninguém sabe dizer se foi proposital ou acidental, mas o fato é que uma bomba de gás lacrimogêneo foi acionada bem diante do Ceat, que tem cerca de 640 estudantes. O gás invadiu não só o pátio, como também algumas salas de aula, obrigando alunos, com os olhos ardendo, a se protegerem com suas camisetas e saírem para o corredor. 

Estadão
Com um déficit na balança comercial de US$ 6 bilhões, até 11 de abril, e uma evolução das exportações de apenas 1%, neste ano, pelo critério de média por dia útil, é frágil o comércio exterior do Brasil. A fraqueza fica explícita nas previsões da Organização Mundial do Comércio (OMC), divulgadas segunda-feira, que apontam para uma recuperação das exportações e das importações no mundo.
Em 2013, o crescimento do comércio global foi de apenas 2,1% em relação a 2012, com as exportações alcançando US$ 18,8 trilhões, mas as previsões da OMC indicam um avanço de 4,7%, neste ano

NO BLOG DO JOSIAS DE 17-4-14
Para o deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO), o tempo não existe. Só existe o passar do tempo. Pilhado pela Polícia Federal num relacionamento monetário com o megacontraventor Carlinhos Cachoeira, Leréia espera há sete meses pelo dia em que será julgado por seus pares no plenário da Câmara. E espera. E espera. E espera….
Reunido em 11 de setembro de 2013, o Conselho de Ética da Câmara aprovou relatório que impõe a Leréia a pena de suspensão do exercício do mandato por 90 dias. Antes de ser aplicado, o castigo precisa ser referendado pelo plenário da Casa. Leréia espera.
Enquando mata o tempo, Leréia assiste à formação de um cemitério de mandatos. Já testemunhou, na Casa ao lado, a cassação do mandato senador-conterrâneo Demóstenes Torres (ex-DEM-GO), cuja reputação também foi engolfada pela proximidade com Cachoeira. E espera.
Já presenciou a absolvição, o rejulgamento e a condenação do deputado-presidiário Natan Donadon (ex-PMDB-RO). E espera. Já viu as renúncias dos mensaleiros José Genoino (PT-SP), Valdemar Costa Neto (PR-SP), Pedro Henry (PP-MT) e João Paulo Cunha (PT-SP). E espera.
Já se despediu do correligionário Eduardo Azeredo (PSDB-MG). Protagonista do mensalão tucano de Minas Gerais, Azeredo abdicou do mandato para trocar uma provável condenação no STF pela perspectiva de prescrição na primeira instância do Judiciário, em Belo Horizonte. E Leréia espera.
Já acompanhou a renúncia de Asdrúbal Bentes (PMDB-PA), condenado no STF por trocar ligaduras de trompas por votos numa eleição municipal de 2004. E continua esperando.
Agora, Leréia presencia o derretimento-relâmpado da reputação do ex-vice presidente da Câmara, André Vargas (PT-PR), flagrado em promíscuas conexões com o doleiro Alberto Youssef.
Incomodado com o ritmo de toque de caixa que o Conselho de Ética imprime à tramitação do pedido de cassação do companheiro André Vargas, o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) realça a anomalia: “Se a Câmara julgar o André antes de apreciar o caso do Leréia, será um escândalo.”
Vacarrezza integrava a CPI do Cachoeira, em 2012, quando Leréia tentou explicar à comissão suas inexplicáveis relações com o superbicheiro goiano. O tucano não negou o que os grampos da PF haviam transformado em inegável. Porém, a exemplo de todos os outros encrencados, Leréia tornou-se beneficiário da pizza assada no forno da CPI. E espera.
Ainda em 2012, Leréia foi levado à Corregedoria da Câmara. Relator do caso, Jerônimo Goergen (PP-RS) recomendou, ao final da sindicância, que o processo fosse remetido ao Conselho de Ética. Concluiu que eram densos os indícios de envolvimento do tucano com Cachoeira.
Noves fora a suspeita de manter uma sociedade com Cachoeira num avião e num terreno, os diálogos grampeados pela PF indicavam que Leréia recebera dinheiro do contraventor. Numa das escutas, o superbicheiro recita para Leréia a senha de um cartão de crédito.
Em relatório confidencial da PF, Leréia aparece num trecho intitulado “transações financeiras”. O texto reproduz conversas de Cachoeira com seus comparsas. Numa delas, o proto-contraventor pede a Geovani Pereira da Silva, então contador de sua quadrilha, para “passar dinheiro” ao deputado tucano.
Num grampo de 1.º de agosto de 2011, Cachoeira encomenda a Geovani o repasse de R$ 20 mil a Leréia. Deu instruções específicas. O dinheiro deveria ser entregue “embrulhado em jornal”. O PSDB ameaçou expulsá-lo. E nada. Leréia espera.
No Conselho de Ética, Leréia defendeu-se alegando que era “apenas amigo” de Cachoeira. Sustentou que nada tinha a ver com os crimes do personagem. Primeiro relator do processo, Ronaldo Benedet (PMDB-SC) propôs que o mandato de Leréia fosse passado na lâmina. Mas seu relatório foi rejeitado.
Nomeou-se um segundo relator: Sérgio Brito (PSD-BA). Que sugeriu a pena alternativa da suspensão do exercício do mandato por 90 dias, com a consequente suspensão do contracheque e de de todas as verbas que bancam o funcionamento do gabinete. Foi esse relatório que o Conselho de Ética aprovou em 11 de setembro de 2013. Mas Leréia, na bica de disputar nova eleição daqui a seis meses, ainda espera.
Para Leréia, o tempo não existe. Para André Vargas, o tempo não passa. Já passou. Mais morto do que vivo, o deputado petista já entregou o cargo de vice-presidente da Câmara e tirou uma licença de 60 dias.
Pressionado pelo PT, que receia que sua sangria respingue na legenda, Vargas anunciou que renunciaria ao mandato. Porém, decorridas 48 horas, renunciou à ideia da renúncia. A paciência da cúpula do petismo, ilimitada com os mensaleiros presos, esgotou-se para André Vargas.
Com a solidariedade já bem cansada, o PT inaugurou nesta quinta-feira o movimento ‘fora, Vargas’. Puxam o coro da renúncia o próprio presidente do PT federal, Rui Falcão, e o líder da legenda na Câmara, Vicentinho (SP).
Enquanto isso, o tucano Leréia, personagem em cujo passado só existe futuro, atravessa o presente usufruindo do doce hábito de ver o pretérito passando. O senador Aécio Neves, presidenciável do PSDB, talvez devesse dizer meia dúzia de palavras sobre Leréia.

NO BLOG DO ALUIZIO AMORIM DE 17-4-14
O engenheiro Gesio Rangel de Andrade foi "colocado na geladeira" na Petrobras por se opor ao superfaturamento da obra do gasoduto Urucu-Manaus, na Amazônia. A afirmação é de Rosane França, viúva de Gesio, que morreu há dois anos, vítima de ataque cardíaco.
Segundo ela, pessoas da estatal tentaram constranger seu marido a aprovar aditivos para a obra. Ele não concordou e foi exonerado do cargo, permanecendo por dois anos sem qualquer função.
Os gastos com o gasoduto Urucu-Manaus estouraram todas as previsões. A área técnica estimou a obra em R$ 1,2 bilhão, mas o contrato foi fechado por R$ 2,4 bilhão, após pressão das construtoras.
O gasoduto demorou três anos para ficar pronto e o custo chegou a R$ 4,48 bilhões. A estatal aprovou um aditivo de R$ 563 milhões para um dos trechos, praticamente o valor daquele contrato.
Com 663 quilômetros, o gasoduto transporta gás natural produzido pela Petrobras em Urucu até as termelétricas da Amazônia. O gás substitui parte do óleo diesel queimado pelas usinas, reduzindo o custo da energia.
Gesio era o gerente-geral da obra do gasoduto. Segundo Rosane, seu marido alertou Graça Foster, que ocupou o cargo de diretora de gás e energia, dos problemas.
A viúva não cita nomes, mas em e-mails enviados aos seus superiores, aos quais a reportagem teve acesso, Gesio reclama da diretoria de engenharia, comandada por Renato Duque, que negociava com as empreiteiras.
A Petrobras informou em nota que o gasoduto é um "empreendimento lucrativo" e que foi preciso "alterar a metodologia de construção devido às condições adversas na Amazônia". As construtoras não se manifestaram.
O TCU investigou o caso, mas não encontrou indícios de superfaturamento por conta da dificuldade de compará-lo com obras semelhantes. O órgão detectou falhas graves no projeto feito pela engenharia da Petrobras. O caso ainda está em análise. Folha de S. Paulo desta quinta-feira
SEMPRE TINHA ALGUÉM RECEBENDO “HERANÇA” NA PETROBRAS
Rosane França, 56 anos, diz que não sabe de casos de corrupção na Petrobras, mas que "sempre tinha alguém recebendo alguma herança". A família move uma ação trabalhista contra a estatal.
Leia trechos da entrevista:
Qual é a relação da sua família com a Petrobras?
Entrei para a companhia em 1980 e o Gesio já trabalhava lá desde 1976. Casamos em 1986 e tivemos três filhos. Gesio fez carreira na Petrobras e se tornou referência na área de gás natural. Até que foi convidado para ser o gerente do gasoduto Urucu-Manaus.
O que aconteceu?
Foram realizadas três licitações. Duas foram canceladas por preços excessivos cobrados pelas construtoras, e a terceira foi feita à revelia do Gesio. É claro que tinha a pressão das empreiteiras, mas quando profissionais da sua empresa dizem que você tem que aceitar, é pressão interna. Ele recebia recados de que o projeto não andava por causa dele e algumas decisões foram impostas.
Por que Gesio era contra aditivos para a obra?
O preço que a Petrobras aceitou já estava superfaturado. Era mais caro do que fazer gasoduto na Europa com alemão trabalhando. Como ele ia assinar algo que seria contestado pelo TCU?
Quem estava pressionando o Gesio dentro da Petrobras?
Não vou citar nomes.
Ele soube de corrupção?
É claro que eu ouvia desabafos. Nunca soubemos de um caso de corrupção, mas é lógico que você percebe que fulano viaja com os filhos para fora do país três vezes por ano. Sempre tinha alguém recebendo uma herança.
Gesio foi exonerado do comando da obra do gasoduto no fim de 2007. Por quê?
Ele foi exonerado no meio da noite, quando o diretor de gás e energia [Ildo Sauer] saiu e antes do sucessor [Graça Foster] entrar. Ele ficou como consultor informal da nova diretoria por alguns meses até que foi afastado de vez.
Gesio alertou seus superiores -- Ildo Sauer e Graça Foster -- do que estava ocorrendo?
Sim. O primeiro fazia parte da tropa de choque que queria brecar o superfaturamento da obra. Depois, ele informou o que estava ocorrendo para a nova diretoria.
O salário dele caiu? O que aconteceu com o padrão de vida da família?
Foi muito duro. No final, ele recebia 50% a menos. Foi nessa época que entramos com um processo na Justiça do Trabalho. Morávamos num apartamento alugado, mas tivemos que voltar para o imóvel que ele vivia quando era solteiro. Não sobrava dinheiro para trocar de carro. Ele chegava no estacionamento da Petrobras e o pessoal ficava sacaneando. "E aí, Gesio? Não vai trocar de carro? Tá na hora."
Por que ele não preferiu ignorar os problemas?
Ele era honesto. Era um homem humilde, que foi educado para ser honesto e sofreu muito por isso. Encontrou muitas pessoas que não eram assim. Ele queria fazer as obras pelo menor preço e foi colocado na geladeira.
Você pretende mover outro processo contra a Petrobras?
Ele pretendia processar a empresa por danos morais quando se aposentasse. Como o caso começou a vir à tona, estamos estudando essa possibilidade. Da Folha de S. Paulo desta quinta-feira

CUBA, UM PAÍS-FAVELA: FOTOS REVELAM OS EFEITOS DELETÉRIOS DA PSICOPATIA COMUNISTA.
As fotos acima mostram a realidade de Cuba, que sob o domínio de Fidel Castro, há 54 anos no poder, foi transformada numa grande favela. Fazem parte de uma coleção de 18 fotografias da Ilha comunista publicada no site venezuelano de notícias La Patilla.
Todas as fotos são de autoria de Yusnaby Perez, um jovem cubano de 25 anos de idade, que diariamente sai às ruas de Havana com seu celular para captar as imagens que mostram de forma nua e crua do que um regime comunista é capaz.
Com habilidade suficiente para dar um jeito de acessar a internet sem interferência da polícia política do regime, Yusnaby, que é bloguerio, twitteiro, fotógrafo amador e escritor, transmite para o mundo, quando a conexão é possível, a dramática realidade cubana. As fotografias falam por si só. Clique Aqui para ver todas as fotos e mais informações

NO BLOG UCHO.INFO DE 16-4-14
Após o tropeço de Gim Argello na candidatura ao TCU, governo Dilma agora aposta em Ideli Salvatti
Virou bagunça – Enquanto a população se distrai com as muitas notícias sobre os escândalos de corrupção na Petrobras e os desdobramentos da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, o governo petista de Dilma Rousseff avança em sua paralisia malandra. Depois que fracassou a tentativa palaciana de instalar o senador Gim Argello (PTB-DF) no Tribunal de Contas da União, a presidente Dilma adotou cautela em relação à próxima indicação, o que não significa que a ousadia foi deixada de lado.
A indicação de Argello fracassou depois que o presidente do TCU, Augusto Nardes, oficializou o que vinha dizendo nos bastidores. “Nesse contexto, ao presidente do TCU, responsável pela posse, compete, ouvido o Plenário, avaliar todos os requisitos exigíveis, entre eles idoneidade moral, reputação ilibada, notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de administração pública”, informou nota de Nardes publicada no site do tribunal.
Pelo histórico de Gim Argello, o melhor que o senador poderia fazer era desistir de chegar ao TCU, até porque novos imbróglios poderiam surgir se sua candidatura mantida. Na eventual aprovação do nome de Argello, que está senador na condição de suplente de Joaquim Roriz, assumiria a vaga no Senado o empresário Marcos de Almeida Castro, segundo suplente e irmão de Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, advogado de sete entre dez políticos acusados de corrupção.
Apenas a título de ilustração, Marcos de Almeida Castro é sócio da empresa Data Traffic, que fornece radares para estradas e vias urbanas. A Data Traffic teve os sigilos fiscal, bancário e telefônico quebrados, em 2012, por suspeita de envolvimento com o esquema criminoso de Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, para vencer uma licitação em Goiás.
Quando o ucho.info afirma que é preciso uma imediata reação da população para frear o atual estado de coisas, que tem levado o Brasil à crise e ao descrédito, muitos creem ser exagero, mas a sequência de fatos tem mostrado a necessidade de um posicionamento por parte da sociedade.
Para que os leitores compreendam a forma perigosa como o Brasil caminha na direção da ruína ética e moral, o que facilitará sobremaneira a instalação de um regime totalitarista, o Palácio do Planalto vem testando, mesmo que discretamente, o nome da ministra Ideli Salvatti, agora na Secretaria de Direitos Humanos, para assumir uma vaga no Tribunal de Contas da União. Assim como Gim Argello, a ministra Ideli, que até recentemente cuidava da articulação política do governo da companheira Dilma, tem um extenso e frágil telhado de vidro.
Como noticiou este site em edição anterior, o governo do PT insistirá na indicação de Ideli Salvatti para uma vaga no TCU, porque é preciso ter o galinheiro vigiado por raposas de confiança. Ou seja, os atuais governantes querem ter a garantia de que suas falcatruas contarão, no TCU, com a complacência de companheiros de baderna.

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