UMAS E OUTRAS DO HELIO FERNANDES - 29-3-14

HELIO FERNANDES –
“Não vai ficar pedra sobre pedra”. Não, naturalmente, ela fica. Nos seus 33 anos na empresa, nessa época já importante. Não tanto quanto Dona Dilma, que dos porões da Petrobras, chegou a presidente. E o mais grave: favorita para a reeleição.
Como Lula e FHC, Dona Dilma apela para o “eu não sabia de nada”, nega tudo. “Mas vou investigar”. Faz graça com a desgraça, como se tivesse cacife para investigar quem com um decreto assinado de madrugada, pode demiti-la.
O planalto enclausurado
Ninguém esperava que a CPI atingisse o número imprescindível para se transformar em realidade. Aloizio Mercadante, acreditando na própria credibilidade, falava abertamente: “Não haverá numero no Senado (precisavam de 27 estão com 29) nem na Câmara”.
Indispensáveis 171, informavam estarem com 176. Mercadante desapareceu. Ficou assustado com o fato de Ideli Salvatti ter perdido o cargo. E se acontecer com ele?
Agora, o que é pior em matéria de CPI
Arrogantes e péssimos analistas, não acreditavam de jeito algum em CPI. Chegavam a “brincar” com o fato, e não apenas o Chefe da Casa Civil. Agora, o Planalto fica esvoaçando entre três hipóteses ou possibilidade. 1 – Retirada de assinaturas, nada surpreendente. Muitos assinam para “negociar”. No Planalto se acredita nisso, trabalham para a retirada. Sem CPI, a meta.
Mista ou do Senado?
2 – Se tiver que ser formada, Dona Dilma já disse: preferimos a mista. Muito maior, teremos mais representantes, poderemos prorrogar os trabalhos até depois da reeleição. 3 – Não têm certeza, perdão, já festejam a permanência no poder por mais quatro anos.
E a Petrobras propriamente dita?
Deveria acontecer alguma coisa, muitos personagens, do primeiro time, (haverá alguém que seja, na situação ou na oposição?) deveriam ser punidos, responsabilizados, afastados. Mas quem tem autoridade para isso?
O que ninguém discute
Os prejuízos colossais ficam com a empresa. Era a de número 12 entre todas do mundo, e não apenas petrolíferas. Agora passou a ser a 120 mais valiosa. Como poderá refazer a caminhada, esbanjando e desperdiçando dinheiro “comprando” refinarias no exterior?
E uma importantíssima, no Recife, Abreu e Lima, que já deveria ter sido inaugurada há 3 anos ao custo de 1 BILHÃO e 800 MILHÕES? Pois agora, o custo já passou para 18 BILHÕES (parece até o preço dos estádios de futebol da Copa), e ninguém sabe quando entrará em funcionamento.
O silêncio do governador presidenciável
Eduardo Campos está no oitavo ano comandando o seu Estado. No centro de tudo, podendo acompanhar a construção, o atraso e o superfaturamento da refinaria, não deu uma palavra. Nenhum protesto; como protestar se apoiou e apoia frenética e fisiologicamente os governos Lula e Dilma? Ficar na oposição, para quê? Perder a “boquinha” do poder?
Afinal, em matéria de dólar, qual a meta do BC?
Ninguém sabe, nem o próprio presidente do BC. Quando a moeda passa de 2,40, insatisfação. Vindo abaixo de 2,30, (ontem desceu a 2,27) quase irritação. Quem pode arrancar uma palavra de Tombini, a não ser de incerteza?
Ou então de certeza em relação a juros e inflação. Esta não para de subir, contra as expectativas. E Tombini já fala em novos aumentos da Taxa Selic. Eu, que há meses “parei” nos 11 por cento, agora confesso estar ultrapassado. E que virão novos aumentos.
Campos acusa Dilma de “compadrio” para cargos
É isso mesmo, só que nesse pluripartidarismo de 32 partidos fazem o mesmo, abusam dessa palavra usada pelo governador de Pernambuco. Para responder, que palavra Dona Dilma deveria usar, para lembrar a movimentação nacional dele para colocar a mãe no Tribunal de Contas?
Finalmente pesquisa negativa para Dilma
No setor de aprovação do governo, a presidente caiu sete pontos. Em todos os itens, ela mergulhou na realidade. Era impossível praticar a mais completa “desadministração” e se manter em alta. E nesse levantamento, não está incluído, o “eu não sabia de nada”, do escândalo da refinaria de Pasadena.
PS – Tenho que ir resumindo os fatos que desaguaram no 31 de março/1º de abril, revelando fatos que raros ou raríssimos conhecem. Já contei o pandemônio que foi o ano de 1963, com generais e líderes civis, conspirando abertamente.
PS1 – Os seis governadores mais importantes, todos candidatos a presidente em 1965, não sabiam o que fazer. Além deles, JK candidato desde 1961. E Brizola, definido como candidato, com a frase, “cunhado não é parente, Brizola pra presidente”.
PS2 – Jango era candidato dele mesmo, nenhuma ligação com os comunistas. Queria dominar sem ninguém do seu lado. Os próprios generais consideravam que Costa e Silva era o chefe geral da conspiração.
PS3 – Em julho, Jango teve a insensibilidade de mandar me prender e ordenar ao Ministro da Guerra “me processasse para o Supremo me condenar”.
PS4 – Foi uma confusão total, quase todos os governadores eram meus amigos, com exceção de dois. E como eu fiz coluna e artigo no Diário de Notícias, o mais lido pelos militares, eles também se dividiram.
PS5 – Uns achavam que Jango enlouquecera, outros que perdera o controle, e um terceiro grupo considerando que ele se julgava vencedor, e portanto podia fazer o que bem entendesse.
PS6 – Adiantando um pouco, os fatos eram todos encadeados, a cronologia não tem maior importância. Na noite de 28 de março de 1964, enquanto Jango fazia mais um discurso incendiário no Automóvel Clube, generais se reuniam no comando do Exército, no edifício da Central do Brasil.
PS7 – Impressionantes os fatos. Jango se considerava vencedor, os generais cuidavam da organização do futuro governo. Eram 5, apenas um de Divisão, Afonso Albuquerque Lima.
PS8 – Anticomunista ferrenho, mas nacionalista intransigente, não sabia a razão de ter sido convidado para essa reunião. Saiu decepcionadíssimo com o que foi resolvido.
PS9 – Ali mesmo, embora com a ausência de Costa e Silva, que estava no Paraná tentando conquistar adesões. E de Cordeiro de Farias que fora para Pernambuco (estado que governara eleito pelo voto direto) e que acreditava que o sucessor de Jango seria ele.
PS10 – Orlando Geisel, que só pensava nele e era candidatíssimo, falou: “depois falamos com eles”. O que vou contar agora, duvido que alguém saiba, eu mesmo estou revelando pela primeira vez. Definiam nessa noite do dia 28, “como e quem assumiria o Poder, não tinham data marcada”. 
PS11 – Rápidos e concisos, davam a impressão de estarem com tudo combinado. Geisel, usando um lápis vermelho, grande, foi escrevendo num bloco pequeno, como esses usados pelos bicheiros. Textualmente apenas isto.
PS12 – A) – O futuro presidente terá que ser general DO Exército. B) - De Quatro Estrelas. C) – Da ativa. D) – Não poderá em hipótese alguma ficar mais do que tempo determinado. E) - Reeleição, em hipótese alguma. 
PS13 – Ninguém falou em Castelo Branco nesse projeto de tomada de Poder e a forma de ocupa-lo e exercer a presidência. Costa e Silva e Cordeiro de Farias não gostaram e deixaram bem claro com o general Orlando Geisel.
PS14 – Amanhã conto a “entrada triunfal” de Castelo na sucessão. Quando Costa e Silva e Cordeiro chegaram ao Rio. Castelo já era “presidente”, mas insistia com Juscelino para ser REFERENDADO pelo Congresso.

Da Tribuna da Imprensa On Line.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 10/12/2023 - DOMINGO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 05/8/2023 - SÁBADO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 2ª EDIÇÃO DE 08/4/2024 - SEGUNDA-FEIRA