UMAS E OUTRAS DO HELIO FERNANDES - 08-3-14


HELIO FERNANDES –

O ex-Presidente faz força, diariamente, para aparecer. Foi à ilha famosa, conversar sobre a escravidão e o absurdo do programa intitulado de “mais médicos”. Desde o início discordei dessa contratação pela falta de condições de trabalho no interior do País. Mas era “criação de campanha” de Dona Dilma e do poste de São Paulo, ficaram em silêncio.
Agora, o “escravagismo” na órbita da Justiça
Lula foi apenas se divertir e tentar sair bem nas fotos. Na verdade, ele não perde nada, nem tempo. A foto abraçando Fidel carinhosamente pelas costas, correu o mundo. Até com Eike, o ex entrando no avião do empresário-aventureiro (redundância?) não recebia a menor crítica.
Só que agora, apesar da pressa com que destinaram mais 400 reais aos médicos cubanos, quem vai decidir é o Ministério Público. (Por isso queriam vetar a PEC 37, a única reivindicação das ruas, aprovada pelo Congresso).
Já está caracterizada e constatada a condição de “trabalho escravo”. O Brasil, novamente notícia no mundo inteiro, e como tem acontecido, de forma rigorosamente negativa.
O roteiro do ex-presidente incluía visita a Venezuela
Na véspera da primeira eleição sem Chávez, (menos agora no aniversário de sua morte) implorou a Lula que fosse lá. O ex-Presidente depois que virou nome referência, foi, influiu. O país rachado meio-a-meio, o apoio imprescindível, e digamos indispensável, Lula ajudou muito. 1,6% de diferença teria que resultar na confusão, usemos a palavra certa, “maluquice”.
Maduro expulsa três diplomatas dos EUA, sofre represália do mesmo tamanho, e aí assombro do mundo: uma semana depois, nomeia um Embaixador nos EUA, o que não acontecia desde 2010.
Explicação? Nenhuma. Só que ao contrário do passado, “pediu a Lula para não ir à Venezuela agora”. Está tramando alguma coisa, ou quer manter o ex-Presidente brasileiro para outra oportunidade, ou eventualidade mais dramática?
O povo quer PAZ e não GUERRA
O que Maduro devia fazer, imediatamente: conversar com a oposição, sem arrogância ou humildade. Em nome do desenvolvimento do país, e da paz do povo. (Os 100 por cento, não importa que estejam de um lado ou do outro).
Para que todos possam VIVER e EXISTIR. Se não houver PAZ, agora, estão no caminho da “guerra civil”, e sem nenhuma razão. Com a PAZ, pode haver progresso. Com a guerra, só milhares de mortos empilhados pelas ruas.
A Venezuela é enorme. Por que não se juntarem, T-O-D-O-S? Para que fique ainda maior, mais respeitada, e com amizade em vez de hostilidade?
Lula não foi, Dilma mandou o assessor
Maduro está tão desencontrado que não respondeu nem ao telefonema de Dona Dilma. Estava realmente na manifestação, podia ter ligado depois. Não quer intervenção de ninguém.
Não se sabe como receberá Marco Aurélio Garcia, se é que este conseguiu viajar, não está bem de saúde. E de humor internacional, sua dita especialidade.
Paes: da oposição a Lula aos braços do mesmo Lula
Desalentado com os próprios fracassos, desesperançado com a proteção à empreiteira do Engenhão, desesperado com os erros e desatinos que não consegue corrigir, decide (sic) usar a palavra. Como não tem imaginação, credibilidade ou convicção, imita Dona Dilma, fica longe da verdade.
Textual: “Eu não devia ter resolvido (sic) realizar a Copa do Mundo e a Olimpíada, no mesmo mandato”. 1 – Não teve a menor importância na escolha. Não foi ele que “decidiu”. 2 – Copa e Olimpíada já foram realizadas pelo mesmo país, com sucesso, apesar das circunstâncias.
3 – O México, capital, Olimpíada em 1968. Construíram até um excelente estádio, que apelidei de “Popular”. Belo projeto, sem cobertura alguma, que colocava autoridades e povo debaixo do mesmo Sol e da mesma chuva, sem protestos.
4 – 1970, Copa do Mundo, no país. Usaram esse estádio, mais o Azteca, até hoje com 125 mil lugares e outros menores. O Brasil foi campeão. Numa final contra a Itália, nenhuma insegurança.
1972 e 1974 em Munique e na Alemanha Olimpíada e Copa do Mundo
A Olimpíada de Munique foi terrível, tenebrosa, tumultuada, e mais do que tudo: assustou o mundo com o massacre dos judeus. Perplexidade, assombro, a decisão com apoio de todos os países: “A Alemanha Ocidental não poderia sediar a Copa do Mundo de 1974”. O país inteiro reagiu, “o governo da Alemanha, (ainda sem a reunificação e Berlim não sendo a capital) garantiu de todas as formas e maneiras: haverá segurança total, ninguém será sequer ameaçado”.
Nunca vi segurança e tranquilidade igual
Eu não estava em Munique em 1972, mas estava na Alemanha em 1974. E vi vários jogos, incluindo a final no estádio de Munique. Dezenas de milhares de seguranças, colados uns nos outros, de costas para o campo, sem se quer saber quem estava ganhando. E centenas de cães treinadíssimos. Não houve o menor susto ou medo para alguém.
Agora, temos medo do prefeito
Mente muito, está sempre mudando de posição, revela os “planos grandiosos”, como o campo de golfe da Barra. Quilômetros e quilômetros de terra, tudo financiado pelo povo. Terminada a Olimpíada, o prefeito lamentável, porcalhão e chorão, aí sim, DECIDIU: “No local, raros jogam golfe no Brasil, serão construídos 25 edifícios com 22 andares cada um”.
As “empresas imobiliárias”, ganham sempre desse prefeito, a identificação de “generosas”. Seu mandato de prefeito termina em janeiro de 2017. Já trabalha para ser governador em 2018. Até as datas “conspiram” a favor dele. Com incapacitação e sem desincompatibilização.
Delfim Neto, serviu e se serviu da ditadura
Não é tratadista para ser citado. Ministro da Fazenda de 1967 a 1974, com Costa e Silva e Médici, foi demitido por Geisel. Este detestava Delfim, não prorrogou seus sete (7) anos no ministério. Audacioso, mas péssimo analista, queria ser “governador” de São Paulo.
Não percebeu que não era a hora, foi “trocado” por Abreu Sodré, muito mais confiável. Fizeram a contraproposta, que acabou aceitando por exigência de amigos mais lúcidos: embaixador na França. Foi, ficou quatro anos inesquecíveis vivendo em duas casas, uma na “margem esquerda”, outra na “direita”.
Ministro da Agricultura, e novamente da Fazenda
Muito amigo do injustiçado coronel Andreazza, pediu a ele para falar no seu nome, com Figueiredo, que estava formando o Ministério. Bom amigo, e amicíssimo de Figueiredo, Andreazza falou com ele. Resposta do “presidente” já indicado mas ainda não empossado: “Você devia ter falado antes, agora sobrou a Agricultura”.
Andreazza: “Isso ele não aceita”
Esse foi o comentário do coronel-Ministro Figueiredo, apesar de ser da cavalaria, muito “gozada e ridicularizada” pelos hábitos vulgares, respondeu na hora: “Aceita, ora se não aceita”.
Como o Ministro que estava no cargo, Mario Simonsen, já aceitara o convite para presidir o Citibanque, (que eu até já apelidara de CITISIMONSEN) Delfim foi Ministro da Agricultura, e logo, logo passou para a Fazenda.
Completou 12 anos, só não foi o mais longe, porque Souza Costa, na ditadura de Vargas, ficou 13 anos.
“A doméstica que virou manicure”
Quando foi feita a justíssima modificação, no trabalho das domésticas, Delfim escreveu artigo oportuníssimo como está no título. Muito bem escrito e fundamentado.
Agora, o IBGE confirma tudo o que Delfim definiu: “os serviços estão tirando muita gente do trabalho doméstico”. Delfim já havia dito antes. Uma pena que tivesse sido tão serviçal. Mas se não fosse, quem se lembraria dele?
“Continua atuando”, aconselhando Dona Dilma, nos momentos mais difíceis, ou seja, praticamente todo dia. Será por isso que a economia “não anda?”.
PS - José Guilherme Schossland, parabéns, acertou bem no alvo. Apesar de protegido e defendido por tantos.
PS2 – A roubalheira do ex-presidente da Ucrânia foi aumentada digitalmente. Mas quanto vale aquela fazenda, quase um país inteiro? E por que foi recebido por Putin, com tanto carinho e solidariedade?
PS3 – Há muitos anos vem arruinando a Ucrânia, dando cobertura à invasão de Putin. Invasão já concretizada, que Putin traduz assim, mentirosamente: “Não farei invasão nem na Ucrânia nem na Crimeia”.
PS4 – Quem acredita num mentiroso, que é sempre apanhado em contradição? Segunda feira, aqui mesmo, perfil de Putin e de Obama, indefensáveis.
PS5 – Ronaldo, você tem o direito e até a obrigação de divulgar seus pensamentos e convicções, quaisquer que sejam eles. Mas comparar os votos de Zavascki e Barroso, seis meses antes, e agora, muito arriscado.
PS6 – Dona Dilma não nomeou os dois, na época, porque não interessava. Eles estavam querendo. Se tivessem sido Ministros há seis meses, conheceriam muito bem a Ação 470.
PS7 - Agora, vieram com o “voto pronto”. Desde que chegaram, disseram e repetiram: ”Não posso votar, não participei de nada”. Subitamente, “participaram, votaram e decidiram”.
PS8 – Com a precisão infalível do Big Ben de Londres, ao meio dia, divulgando o preço do barril do petróleo. Zavascki e Barroso votaram de lá? Ou de Brasília mesmo?
Segunda feira: Obama fraquejou diante da Síria, Putin enfrentou o mundo com a invasão da Ucrânia e da Crimeia. Quem vai pará-lo ou ressuscitar Obama.

Da Tribuna da Imprensa de 08-3-14.

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