DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 05-3-14

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
Publicado no Estadão de 04-2-14
Sempre que podem, os ditos “sem-terra” reclamam publicamente da presidente Dilma Rousseff porque ela, corretamente, desapropriou menos terras para a reforma agrária do que Fernando Henrique Cardoso. Mas eles se queixam de barriga cheia: o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), faça o que fizer, destrua o que destruir, será sempre beneficiado pelo governo petista com generosas verbas públicas – que garantem sua sobrevida como “movimento social”, mesmo que não haja mais a menor justificativa para sua existência, a não ser como caso de polícia.
Segundo revelou o Estado, uma entidade ligada ao MST recebeu dinheiro da Petrobrás, da Caixa Econômica Federal, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para realizar um congresso de sem-terra – e foi nesse evento, em Brasília, no último dia 12/2, que o MST reafirmou sua verdadeira natureza: criminosa e hostil às instituições democráticas.
Milhares de militantes atacaram policiais que tentavam impedi-los de invadir o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal. O saldo de feridos deu a exata medida do ânimo violento dos manifestantes: 30 policiais (8 em estado grave) e apenas 2 sem-terra.

NA COLUNA DIÁRIO DO PODER
O Senado é mesmo uma mãe muito generosa. Em três semanas de “trabalho”, neste ano de 2014, senadores já torraram a quantia de R$ 37,7 mil com diárias de viagens ao exterior. O senador Inácio Arruda (PCdoB), que sempre empunhou em sua trajetória a bandeira da moralidade no trato da coisa pública, é exatamente quem lidera os gastos: levou R$ 10,3 mil em diárias num passeio a Havana, Cuba.
Em 14 viagens ao longo de 2013, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) torrou R$ 52.689,89 com suas “missões” mundo afora.
Já o senador Jorge Viana (PT-AC) embolsou R$ 33.589,96 em apenas seis viagens em 2013, média de quase R$ 6 mil em cada uma.
As cúpulas do Senado e da Câmara perderam completamente o pudor, com a decisão de trabalhar uma semana ao mês, a título de “esforço concentrado”, durante meses. Alegam ora a “Copa do Mundo”, ora a “campanha eleitoral”. Só não citam “a mais genuína malandragem”.
O governo Dilma leva a sério o mantra de que “o ano só começa depois do Carnaval”: a primeira semana de março chega ao fim e nenhuma informação sobre 2014 foi inserida no Portal da Transparência.

NO BLOG DO CORONEL
Pesquisa divulgada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) no último dia 18 demonstrou que 75,8% dos entrevistados afirmaram ser desnecessários os investimentos realizados para a Copa do Mundo. Nem os gastos com obras de mobilidade urbana, consideradas o maior legado que será deixado aos brasileiros após o Mundial, ficou livre de críticas na pesquisa. Dos participantes, 66,6% não acreditam que as obras ficarão prontas a tempo.
De fato, além de estarem atrasados, os investimentos previstos para a área diminuíram com o passar do tempo. A Matriz de Responsabilidades que chegou a estimar em R$ 12 bilhões as obras de mobilidade urbana em 2012, está agora com apenas R$ 8 bilhões previstos para aplicações no setor. Embora algumas obras tenham sido incluídas na Matriz, cerca de 18 ações foram retiradas entre julho de 2012 e setembro de 2013.
Burocracia, chuvas, disputas judiciais sobre desapropriações, impasse para obtenção de licenças, entre outros, estão entre as justificativas apontadas pelos gestores para o atraso ou cancelamento das obras.No fim do ano passado o Ministério do Esporte afirmou, em nota, que “as obras excluídas da matriz de responsabilidades representam a minoria dos projetos executados e a retirada dessas obras não compromete a realização da Copa do Mundo”. Ainda segundo o órgão, alguns projetos deixaram a matriz mas foram integrados ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e serão concluídos.
A construção do Veículo Leve sobre Trilhos em Brasília, do monotrilho de São Paulo, do corredor exclusivo para ônibus em Salvador e do corredor metropolitano em Curitiba estão entre as obras excluídas da Matriz. Em Manaus, foram retiradas a construção do corredor exclusivo para ônibus e do monotrilho, tornando a cidade a única das sedes que não receberá obras em mobilidade urbana.
Porto Alegre foi a sede que teve mais obras retiradas da Matriz. Dez ações de mobilidade que previam investimentos de R$ 865,5 milhões foram retiradas Matriz, que recebeu duas novas ações relativas a obras no entorno do estádio, orçadas em R$ 15,9 milhões. (Contas Abertas)
Resposta do Congresso aos protestos de junho é trabalhar menos.

Com apenas seis projetos aprovados de forma conclusiva em quatro semanas de votações, a Câmara dos Deputados e o Senado tiveram, até agora, o pior nível de produção em dez anos. O resultado atual, influenciado em boa parte por embates entre o Palácio do Planalto e sua base de apoio, tende a sofrer um abalo maior com a Copa do Mundo, em junho e julho, e as eleições, em outubro, que prometem esvaziar o Congresso na maior parte do ano.
Os seis projetos aprovados até agora não envolvem temas polêmicos --dois deles são para criação de cargos nos tribunais regionais do Trabalho em Sergipe e Santa Catarina, por exemplo--, enquanto assuntos de maior repercussão e que há tempos tiveram promessa de votação continuam travados. Entre eles o Marco Civil da Internet e o projeto de renegociação da dívida de Estados e municípios. Em ambos, o Planalto defende posição diversa da de boa parte de sua base de apoio e opera nos bastidores para que as votações não ocorram.
Mas não é só a queda de braço entre governo e aliados que explica o "freio de mão puxado" neste início do ano. Os 594 senadores e deputados tradicionalmente só realizam votações importantes nas terças e quartas, embora os protestos de rua de junho tenham motivado ensaios de votações de segunda a sexta-feira.
CARNAVAL
Após a poeira baixar, porém, o ritmo voltou ao normal. Prova disso é que o feriadão de Carnaval no Congresso terá 13 dias: o retorno só ocorrerá no dia 11. "O Congresso não tem produtividade e a culpa é do governo? Não é possível atribuir todos os pecados do mundo ao governo. O Congresso debate, avalia, e tem que responder por sua produção", afirma a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), ministra da Casa Civil de Dilma Rousseff até o início de fevereiro.
São os próprios integrantes da coalizão dilmista, porém, que acusam o governo de operar para evitar votações de projetos que, ao resultar em mais gastos, sirvam de munição para um eventual rebaixamento da classificação do país pelas agências de risco de crédito. O que mais tem travado o plenário da Câmara dos Deputados, por exemplo, são seis projetos do Executivo com urgência constitucional que impedem a votação de outros temas por não terem sido analisados no período previsto.
Devido a isso, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), liderou uma rebelião na base governista com a criação de um "blocão" de oito partidos para tentar pressionar o Planalto a atender suas demandas, além de tentar destravar as votações. "Esse bloco é para tentar desobstruir a pauta trancada com seis urgências constitucionais nem tão importantes assim. É nosso dever legislar e não empurrar com a barriga proposta que o país quer que a gente decida", afirmou o presidente da Casa.
RECORDE
A produção do Congresso neste início de ano destoa fortemente dos anos anteriores, que registraram votações nas casas das dezenas -- em 2013 foram 25 no mesmo período. Um ano antes, 36. A Folha levou em conta emendas à Constituição, projetos de lei, projetos de lei complementar e medidas provisórias aprovadas pelos plenários ou em caráter terminativo (sem necessidade de votação no plenário) pelas comissões.
Os anos anteriores a 2005 provavelmente tiveram uma "largada" melhor do que a atual, mas a Folha não conseguiu as informações com os órgãos técnicos das duas Casas sob o argumento de que os dados, em alguns casos não digitalizados, não estavam organizados de forma a permitir pesquisa confiável. (Folha de São Paulo)

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO

NO BLOG DO JOSIAS
Dilma Rousseff encara a Copa do Mundo com rara autosuficiência. Não tem o hábito de conceder entrevistas regularmente. Mas, antes que alguém tenha tempo de lhe perguntar qualquer coisa, ela dá todas as respostas. E logo demonstra aos críticos que eles estão redondamente enganados. Nesta Terça-Feira Gorda, ainda de folga na base militar de Aratu, na Bahia, Dilma foi ao Twitter para falar de Copa.
Abriu a contagem regressiva: “Hoje é uma data muito especial para todos os brasileiros. Faltam 100 dias para a Copa e o país está na reta final dos preparativos para a grande festa.” Repisou o bordão grandiloquente: “Hoje as cidades-sede da Copa das Copas se iluminam de verde e amarelo para lembrar que o momento esperado pelo mundo todo está chegando.”
Dilma crê que todos os patrícios estão de prontidão, com sorrisos nos lábios: “Os brasileiros estão prontos para mostrar que sabem receber bem os turistas e contribuir para que esta seja a Copa das Copas.”
Há dois dias, o rival tucano Aécio Neves disse que “23% das obras não devem ficar prontas por incompetência do governo”. Dilma enxotou o pessimismo: “Com mais infraestrutura, o turismo sairá ganhando não só na Copa das Copas, mas também em épocas como o Carnaval.”
Dilma —ou alguém escrevendo em seu nome—acha que os visitantes ficarão muitosatisfeitos: “Turistas serão beneficiados com ampliação de aeroportos, mais conforto e agilidade.” De resto, Dilma —ou o porta-texto dela—imagina que você não vê a hora de “entrar em campo” e “virar técnico de futebol”.

NO BLOG DO ALUIZIO AMORIM
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A emissora de televisão America TeVé, de Miami, Estados Unidos, que transmite em espanhol [há transmissão ao vivo aqui no blog na coluna ao lado junto ao cabeçalho do blog] apresentou uma extensa reportagem sobre as articulações de Lula, que estaria nesses últimos dias, em Cuba, onde manteve reuniões fechadas com o ditador cubano Raúl Castro.
Segundo esta matéria da América TeVé, conforme se pode acompanhar pelo vídeo acima, Lula promove grandes negociatas nas quais estão envolvidos os maiores empresários brasileiros. Com a morte de Hugo Chávez, ocorrida há um ano e com o chavismo assediado pelas revoltas populares na Venezuela, evidenciando um irremediável desgaste do tiranete Nicolás Maduro, ao que parece Lula tenta ocupar o espaço deixado pelo defundo caudilho.
A reportagem inclusive alude ao fato de que Lula e seu filho Lulinha, já estaríam milionários. Trata-se de uma reportagem ampla com a participação de analistas. Portanto, a reportagem é imperdível. Coisa que jamais é passada pelas redes de televisão brasileiras e comprova o que tenho afirmado de forma recorrente aqui no blog.
Os fatos explicam de forma muito clara que o petismo continua no poder porque tem o apoio do núcleo duro da economia brasileira, ou seja, os mega empresários, inclusive do agronegócio. A reportagem cita o senador Blairo Maggi, ex-governador do Mato Grosso, que é considerado um dos políticos mais poderosos do Brasil.
A reportagem mostra cenas de Lula com Maggi acariciando os pés de soja numa das mega plantações da empresa desse político do Mato Grosso. Vale a pena ver.


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