DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 16-02-14

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
SYLVIO DO AMARAL ROCHA
Londres não mudou quase nada em 100 anos. Foi o que o cineasta Simon Smith descobriu ao refazer, em 2013, o trajeto percorrido por Claude Friese-Greene no fim da década de 1920. A capital britânica foi a última escala desse cinegrafista que circulou pela Inglaterra com uma câmera a cores (bastante moderna para a época) para registrar seus travelogues – uma espécie de cartão postal em movimento, que encantava as plateias por levar às telas paragens desconhecidas e exóticas.
Em fevereiro de 2013, ao deparar com o filme The Open Road, recém restaurado pelo British Film Institute (BFI) – que pode ser descrito como um tipo de cinemateca –, Smith começou a repetir as tomadas de Freise-Greene. Além da minuciosa pesquisa para encontrar o local exato da filmagem original, o cineasta, que em vez de película usou uma câmera digital, teve o cuidado de utilizar lentes equivalentes às de 1927 para garantir a similaridade das imagens.

O embaixador Eduardo Saboia (à esquerda), ao lado do senador boliviano Roger Pinto Molina
A menos de 10 dias do encerramento do prazo para o governo brasileiro decidir se concederá refúgio ao senador boliviano Roger Pinto Molina, oEstadão revelou detalhes de uma operação secreta articulada em março de 2013 pelo Itamaraty para enviar à Venezuela um perseguido político enclausurado na embaixada em La Paz. De acordo com a reportagem, a ideia de remeter o senador aos domínios de Hugo Chávez (ou à Nicarágua, previa um plano B) foi concebida em parceria com o governo da Bolívia. Se desse certo, a presidente Dilma Rousseff seria poupada de uma decisão que pudesse contrariar a vontade de Evo Morales.
Molina permaneceu 455 dias num quarto da representação brasileira em La Paz até fugir em um carro diplomático com a ajuda do embaixador Eduardo Saboia. Segundo o secretário nacional de Justiça, Paulo Abraão, o senador poderá ter renovada a permissão para ficar no país até que Dilma decida o que fazer com o hóspede indesejado. É provável que o caso só chegue ao desfecho depois das eleições de outubro.
Confira abaixo o comunicado divulgado pelo advogado Fernando Tibúrcio Peña, advogado de Molina, sobre outra prova contundente de que o Brasil lulopetista adotou a política externa da cafajestagem.
COMUNICADO PÚBLICO
A notícia veiculada no Estadão, e assinada pela experiente repórter Andreza Matais, de que teria sido engendrado pelo Itamaraty um plano secreto para levar o senador Roger Pinto Molina para a Venezuela ou para a Nicarágua deve ser vista com extrema preocupação. Caso essa insensatez se tivesse concretizado, o Brasil teria jogado ou alguém sob a proteção do direito internacional num verdadeiro covil de leões, dado o estreito alinhamento ideológico e político que têm aqueles países com o governo de Evo Morales.

NA COLUNA DIÁRIO DO PODER
Desconfiado de que o ex-presidente Lula trabalha para substituir Dilma Rousseff na disputa pela Presidência, o PT de Pernambuco decidiu evitar confrontos diretos com o governador Eduardo Campos (PSB), cotado nos bastidores para ser o vice do petista. Segundo dirigentes, “é melhor segurar a onda e observar bem os movimentos de Lula, para não acabar rifado”, como ocorreu nas eleições de Recife, em 2012.
Para políticos de Pernambuco, aos moldes do padrinho Lula, Campos não pensaria duas vezes para rifar Marina Silva e subir ao poder.
Ministros recém-saídos do governo garantem que Lula está com tudo preparado para disputar a Presidência. Resta saber se Dilma já sabe.
Lula mantém um governo paralelo, formado por pessoas de confiança e até ex-ministros como Antonio Palocci, para monitorar o governo Dilma.
Sempre que é indagado sobre o “governo-sombra” no Instituto Lula, ele desconversa: “São pessoas dedicadas a discutir o futuro do Brasil”.
“Futuro”, para Lula, é a eleição. Ele e sua turma avaliam a situação todo dia: se a reeleição de Dilma estiver ameaçada, será ele o candidato.
Habituado à rotina de receber políticos, empresários e banqueiros, que o procuram para se queixar de “maus tratos” de Dilma Rousseff, o ex-presidente Lula tem uma resposta na ponta da língua, que apresenta como “solução” para o jeito búlgaro de ser da presidenta, arrancando gargalhadas. “Dilma precisa arrumar um namorado…” E ainda dá um jeito de fazer o governo atender o que ela nega aos interlocutores.
Horário de verão poupou R$ 405 milhões, uma merreca, considerado o custo à qualidade de vida. A Mega da Virada rendeu o dobro ao erário.
Nunca antes na história deste País houve tantos petistas querendo trabalhar. O mensaleiro João Paulo Cunha, que já foi metalúrgico, agora topa até uma vaga de auxiliar jurídico, para só dormir na cadeia.
Infeliz era Al Capone: amargou cadeia por sonegar imposto de renda e ninguém da Máfia coçou o bolso para tentar tirar o meliante de lá.

NO BLOG DO CORONEL
Na foto, o lançamento do programa. Palmas para os gênios sem fronteiras do PT. Essa gente, em mais quatro anos, acaba com o Brasil.
Em 27 de julho de 2011, um dia depois que Dilma e Mercadante lançavam o Programa Ciência sem Fronteiras, este blog publicava um post intitulado Demagogia sem Fronteiras.Clique aqui para ler. Nele, entre outras coisas afirmávamos:
Mais um detalhe sobre o incompreensível programa de bolsas da dupla Dilma-Mercadante. As bolsas serão oferecidas por mérito, levando-se em consideração a nota do ENEM. Não, inglês não é parâmetro, pois até mesmo o Joel Santana fala, lembram? Quem é mesmo este Mister Toefl que quer se meter no meu the book is on the table? Como o programa terá nove meses de duração, não há tempo suficientes para quem não fala inglês aprender o idioma para uma mínima performance acadêmica.
Dito e feito! Hoje a Folha de São Paulo publica a seguinte matéria:
O governo federal cogita manter no exterior bolsistas do programa Ciência sem Fronteiras que ainda não cumpriram os requisitos de fluência em inglês para cursar uma universidade. O objetivo é evitar um potencial "desgaste político" que o retorno antecipado ao Brasil poderia causar. A preocupação foi levantada pelo secretário de Educação Superior do Ministério da Educação, Paulo Speller, e apoiada por um representante da Casa Civil na 10ª reunião do comitê executivo do programa, realizada em 27 de janeiro, em Brasília. A Folha teve acesso à ata da reunião.
O problema acontece com os bolsistas que haviam sido selecionados para estudar predominantemente em Portugal, país que no ano passado foi excluído do programa porque, segundo o MEC, um de seus objetivos é "permitir que o estudante possa dominar uma segunda língua". Eles puderam optar por participar do programa em outros países e, agora, enfrentam dificuldades com a fluência em inglês.
Atualmente, 2.449 de 9.114 alunos realocados não têm aceite garantido em uma universidade e precisam de curso de idiomas adicional. Essa parcela com dificuldades está nos EUA, no Canadá, na Austrália e na Irlanda. Somente nos EUA, principal país de destino, 43% desses bolsistas realocados precisam do curso linguístico adicional e não têm aceite garantido na universidade.
Já os bolsistas que foram para Itália, Alemanha, França e Reino Unido tiveram proficiência suficiente para iniciar os estudos acadêmicos. Hoje, os bolsistas do Ciência sem Fronteiras podem passar de quatro a seis meses no país de destino estudando a língua antes de serem aceitos no curso acadêmico. O problema é que, para muitos dos alunos, esse período não é suficiente para obter proficiência na língua. Com isso, correm o risco de não serem aprovados nas instituições de ensino.
OPÇÕES
As discussões sobre o que fazer com esses alunos ainda dividem a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), órgãos que lideram o programa. Na reunião, além da ideia de trazer os bolsistas logo de volta ao Brasil, cogitou-se até financiar seis meses adicionais de estudos do idioma para evitar que eles retornem sem o curso acadêmico.
No caso dos bolsistas com aceite acadêmico condicionado à extensão do curso de língua, eles poderiam ser prejudicados por cursar somente quatro meses de disciplinas acadêmicas no exterior. Já aqueles que não obtiverem o aceite acadêmico correm o risco de voltar ao Brasil sem o aproveitamento de créditos e ainda perder o início do semestre letivo.
A extensão do curso de idioma --o que permitiria que os alunos ficassem até um ano no exterior só estudando uma nova língua-- acarretaria o não atendimento do objeto principal do Ciência sem Fronteiras, que é "o estudo de disciplinas acadêmicas". Além disso, a extensão representaria um gasto a mais no programa, que já está com suas contas desequilibradas.
No documento, é levantada a necessidade de mais R$ 863,6 milhões de investimento apenas pelo governo. Como justificativa são apontados os cursos de idiomas adicionais, variação cambial, despesas com taxas bancárias e cartão-bolsista e reajustes contratuais. O custo inicial do programa era de R$ 3 bilhões.
Paulo Skaf, presidente da FIESP, que apoiou os cortes eleitoreiros de Dilma, até agora não falou nada. Claro, ele é candidato ao governo de São Paulo. Tendo em vista os apagões e o custo absurdo das termelétricas, quem está jogando contra?
O governo já decidiu que vai dividir com a população o custo extra das usinas termelétricas, que estão sendo acionadas além do previsto neste início de ano por causa da seca atípica que reduziu o nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas. O percentual que cada parte terá de assumir ainda está em estudo. A ideia inicial, segundo a Folha apurou com um assessor presidencial, era dividir "metade, metade".
Como os gastos extras estão ficando maiores, o Tesouro Nacional pode arcar com uma parcela um pouco mais elevada, reduzindo o peso que será transferido para a tarifa dos consumidores. A tendência é que essa parcela seja repassada para a conta somente em 2015, afirmou reservadamente um auxiliar da presidente Dilma, lembrando que o custo das térmicas usadas em 2013 ainda não foi transferido.
Quando o Tesouro assumiu a despesa de 2013, foi determinado que os gastos seriam repassados gradualmente para as tarifas, em até cinco anos. Até o momento, o governo definiu apenas que o consumidor deve arcar com um aumento de 4,6% em 2014. O objetivo é evitar aumentos elevados de energia neste ano para não gerar um desgaste político para Dilma, que transformou a redução nas tarifas em bandeira eleitoral.
Por outro lado, a equipe econômica tenta, ao mesmo tempo, encaixar a despesa extra nas contas oficiais de 2014 e definir um corte em outras despesas que garanta uma meta fiscal crível. As agências de risco já avisaram o governo federal que podem rebaixar a nota de classificação de investimento do Brasil caso o aperto nas despesas não seja confiável nem suficiente para reduzir a dívida pública.
CORTE
Em setembro de 2012, Dilma lançou, em tom de campanha, um programa de corte médio de 20% nas tarifas de energia elétrica. Desde então o governo tem buscado evitar repasses nas tarifas. No ano passado, a conta das térmicas fechou em quase R$ 10 bilhões, valor bancado pelo Tesouro. Neste ano, com a seca atípica no verão, o custo deve ficar ainda maior.
Cálculos do setor estimam que cada R$ 1 bilhão extra representa 1% de aumento na tarifa. Ou seja, em 2013 e 2014 juntos, o aumento que deveria bater no bolso do consumidor seria próximo a 20%. A energia das usinas térmicas, movidas a óleo ou gás, é mais cara que a de hidrelétricas, o que gera um custo extra para o sistema elétrico. (Folha de São Paulo)

NO BLOG DO NOBLAT
Veja
Um apagão deixou grande parte do estado de Alagoas às escuras na tarde deste sábado. De acordo com a Eletrobras, o fornecimento de energia elétrica foi prejudicado por causa de um problema na subestação da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), no município de Messias, na região metropolitana de Maceió.
A companhia informou que a subestação onde houve o problema é responsável pelo fornecimento de energia para quase todo o estado. Estão com o abastecimento comprometido as regiões do Baixo São Francisco, Litoral Sul, Região Metropolitana, Litoral Norte e Agreste.
Até o início desta noite, vários pontos ainda permaneciam sem luz. Estima-se que dois milhões de pessoas sejam afetadas. A assessoria da Eletrobras garantiu que técnicos da Chesf estão tentando identificar a causa do problema e definir um plano de ação para solucioná-lo.

Raquel Morais e Lucas Nanini, G1
Uma australiana foi presa em Brasília na noite desta sexta-feira (14) suspeita de agredir e ofender duas funcionárias e uma cliente negras de um salão de beleza da superquadra 115 Sul, além de desacatar o policial militar, também negro, que a conduziu à delegacia.
Na delegacia, ela também ofendeu o agente responsável por atender a ocorrência. Parte da situação foi gravada pela recepcionista do local. O caso é investigado pela 1ª DP.
Segundo testemunhas, a suposta agressora tem cerca de 30 anos e entrou no estabelecimento para fazer as unhas do pé. A primeira pessoa que ela ofendeu foi uma manicure, que preferiu não se identificar por se sentir envergonhada. A profissional foi contratada pelo salão há uma semana.

G1
Uma pesquisa exclusiva mostra que os brasileiros estão mudando o hábito de fazer compras para casa e retomando uma velha prática que tinha ficado para trás. Não é vergonha comprar e não conseguir carregar. O supermercado entrega em casa compras acima de R$ 200. E a van nunca fez tantas viagens. “Seis vezes por dia a perua fica lotada”, diz o entregador.
A dona de casa tem ido menos ao supermercado e, quando vai, enche o carrinho. “Tudo está muito caro, então você tem que buscar o mais barato. O dinheiro que comprava antes não se compra mais hoje”, comenta Neusa de Jesus Santos, dona de banca de jornal.

O Globo
Manifestantes opositores e partidários do governo se reuniram neste sábado em diferentes praças de Caracas e de outras cidades venezuelanas no 12º dia de protestos, que deixaram três mortos em distúrbios registrados na quarta-feira.
Cerca de 3 mil opositores, muitos vestidos de branco e com bandeiras da Venezuela, estudantes em sua maioria, protestaram em Las Mercedes, uma zona comercial de luxo do Leste de Caracas. A praça e as avenidas próximas ficaram lotadas.
- Antes não saíamos às ruas por causa da insegurança. Agora, saímos para protestar e nos matam. Os jovens não têm fé, nem esperança. Não podemos conseguir um trabalho e, se temos um, não dá para ter uma vida digna - disse Issac Castillo, de 27 anos, da Universidade Andrés Bello.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
Que coisa!
Um Zé Dirceu preso, pelo visto, rende mais vantagens do que o comércio de qualquer substância lícita ou ilícita. Em três dias, o site para arrecadar dinheiro para pagar a multa imposta pelo STF arrecadou R$ 301.481,28. Nesta segunda, não será surpresa se chegar perto de R$ 1 milhão. Não se esqueça de que Delúbio Soares recebeu, num único dia, R$ 600 mil.
Desse jeito, o PT ainda acaba transformando petista preso em mercadoria e fonte de renda para o partido, não é mesmo? O deboche inconstitucional continua. Caso Henrique Pizzolato seja extraditado, será preciso fazer igual esforço pelo companheiro, certo?
Já ouvi aqui e ali que o PT não pode ser censurado por isso porque não estaria fazendo nada ilegal (não???) e que a luta política, afinal de contas, é legítima.
“Uma ova!”, como gosto de dizer. Os petistas estão fazendo pouco caso da Justiça e deixando claro que não reconhecem seus valores e fundamentos. Ao promover essas campanhas — e ainda que a doação seja uma mandracaria —, é evidente que procura desmoralizar o Poder Judiciário e o julgamento.
O nome da droga que o PT está vendendo é agressão às instituições.
Por que o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), odiado e desprezado por Lula e pela turma do mensalão, decidiu agora aparecer como aquele que polariza com ministro Gilmar Mendes? O contexto explica. Fosse pelo Apedeuta, ele não seria o candidato do partido ao Senado em São Paulo. Ou escolheria um outro, mesmo que eleitoralmente menos viável, ou usaria a vaga para negociar com partidos que vão apoiar a candidatura de Alexandre Padilha ao governo do Estado no primeiro turno ou no segundo — se o petista passar.
É remota, próxima de zero, a chance de Suplicy não se candidatar a mais um mandato. Mas é grande a possibilidade de ser abandonado por uma parte da máquina petista. Se Henrique Meireles (PSD), por exemplo, disputar a vaga, não seria difícil Lula aparecer ao seu lado, assim, sem querer. Qual dos dois vocês acham que o chefão petista gostaria de ver eleito?
Então Suplicy teve agora esse surto de amor pelos mensaleiros.

NO BLOG DO ALUIZIO AMORIM
Acima Marcelo Freixo falando sobre os black bloc, antes e depois da morte do cinegrafista Santiago Andrade. Na sequência, Sininho, boa de organizar passeatas e arrecadar dinheiro, ela estuda cinema, está desempregada e rompida com os pais, militantes do PT; e a transformação de Caio Souza, tímido e contrito ao ser preso na semana passada e batendo boca com seguranças em manifestação no Rio: segundo ele, black blocs ganham dinheiro e “quentinhas” de patrocinadores. Quem são, ele não diz.
Como tenho repetido aqui no blog, a cada final de semana a revista Veja coloca as coisas no seu devido lugar, ou seja, corrige todos os demais veículos da grande mídia que passaram a semana tergiversando, mentindo, escamoteando as informações relevantes.
Pois bem, agora aqui está na íntegra a reportagem-bomba da revista Veja, assinada pela jornalista Cecília Ritto com reportagem de Alexandre Aragão, Alvaro Leme, Bela Megale, Cintia Thomaz e Helena Borges. Notem que a revista Veja colocou em campo uma equipe para apurar os fatos. Bem diferente do jornalismo chulé dos demais veículos de comunicação, que chegam ao cúmulo de qualificar Sininho, de "cineasta".
Como sou jornalista há mais de 40 anos e convivi durante quase 20 anos com essa gente que povoa as redações sei bem quem são, em sua maioria um bando de descolados, rematados idiotas que vivem em conluio como o que há de mais abjeto, pernicioso e degradante na sociedade.
Esta reportagem da revista Veja é a prova concreta do que estou afirmando e venho afirmando há anos aqui neste blog. Leiam:
Eles não vieram com flores nas mãos. Os primeiros black blocs a surgir nas ruas brasileiras já chegaram de máscara e marreta em punho. Quebraram lojas, incendiaram ônibus e invadiram prédios públicos em badernas no Rio, em São Paulo e em outras 22 capitais. Mesmo assim, receberam olhares benevolentes de políticos (“Vários movimentos têm vários métodos distintos. Eu não sou juiz para ficar avaliando os métodos em si”, disse o deputado Marcelo Freixo, do PSOL) e francamente deslumbrados de alguns artistas (“Emma é linda. O anarquismo é lindo”, escreveu Caetano Veloso a propósito de uma black bloc, pouco antes de posar fantasiado de mascarado). Um professor da Fundação Getulio Vargas, de São Paulo, chegou a escrever que os black blocs “usavam a estratégia da violência” porque eram “vítimas da violência cotidiana praticada pelo Estado”.
A polícia e as leis brasileiras fizeram a sua parte para piorar a situação. Nove meses após o início da baderna e dezenas de arruaças depois, há apenas um black bloc preso no Rio. Em São Paulo, nenhum. Na semana passada, a leniência e a impunidade cobraram seu preço: o cinegrafista Santiago Andrade, de 49 anos, morreu em consequência de um rojão que, disparado por um mascarado, o atingiu em cheio quando trabalhava. Com a tragédia, a máscara “libertária” dos black blocs caiu para revelar o rosto soturno de um grupo que, ao aliar inconsequência a violência e uso de armas letais, se equipara a terroristas.
Três personagens foram fundamentais para revelar a face mais sinistra dos black blocs: Fábio Raposo, o Fox, que carregou o rojão que atingiu o cinegrafista; Caio Silva de Souza, o Dik, que levou o artefato até perto da vítima; e Elisa Quadros, a Sininho, “militante ativista” (a definição é dela) que surgiu do nada para oferecer “assessoria jurídica” aos dois acusados e não parou mais de aparecer. Raposo e Souza, que se entregaram e estão presos, são peões do movimento, integrantes da tropa de choque do que­bra-quebra. Já Sininho, 28 anos, estudante de cinema (já há seis anos) e atualmente desempregada, é da elite que decide e dá ordens. Sininho faz a ponte entre os black blocs e a parcela da classe política que nutre simpatia pelo grupo. Dela, constam, por exemplo, os vereadores Renato Cinco e Jefferson Moura, ambos do PSOL. Eles aparecem numa planilha que circulou em grupos fechados na internet, revelada pelo site de VEJA, com os nomes de pessoas que, a pedido de Sininho, patrocinaram um “evento cultural” que ela ajudou a organizar em dezembro passado. “Eles deram dinheiro, sim, e não foi nenhum segredo. Doaram como civis, e não políticos”, postou ela em janeiro, reagindo às críticas de integrantes do grupo cuja alegada inspiração anarquista não permite engajamentos partidários.
Sininho diz que não gosta de políticos e políticos dizem que não apoiam a violência dos black blocs, mas as duas partes parecem se dar muito bem. A Câmara de Vereadores é um ambiente familiar para Sininho. Quando começou a minguar o movimento Ocupa Cabral, em que manifestantes permaneceram dois meses acampados diante da casa do governador do Rio, ela sugeriu a ocupação das escadarias da Câmara. Ficou lá por 52 dias. Gaúcha, filha de petistas com quem não se dá (“Continuam no PT, pois devem acreditar que tem esperança, mas eu não tenho nada a ver com a decisão deles”), até o meio do ano passado fazia trabalhos esporádicos em uma produtora de vídeos. Vivia com quatro colegas em um apartamento com poucos móveis e paredes cobertas de discos de vinil, recebia amigos para festinhas (animadas a MPB, cerveja e baseados) e passeava na cidade com uma bicicleta modelo retrô. Em junho, depois da primeira passeata, não saiu mais da rua e foi subindo na hierarquia dos “militantes ativistas”. Com tempo de sobra, esteve na linha de frente de quase todos os protestos. Ficou famosa — e mais ainda depois de ter sido detida por três dias (na investigação que se seguiu, livrou-se do grampo certo com um expediente simples: deu à polícia um número falso de telefone). Clique AQUI para continuar lendo esta reportagem

NO BLOG ALERTA TOTAL
"Porque Deus há de trazer a juízo toda a obra, e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau." Eclesiastes 12:14
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
O PT perde a eleição presidencial de 2014. Só ganha, se fraudá-la. Curiosamente, o fracasso não dependerá da vitória conquistada por uma oposição competente. A derrota resultará da autofagia petista. O triunfo às avessas consagrará os erros primários cometidos pelo próprio partido. Não tem como perdurar algo que ora se confunde com uma seita ideológica, ora com um balcão de negociatas para enriquecer a cúpula partidária.
Sem credibilidade internacional – já perdida há muito tempo com a má gestão da política econômica -, a derrocada final do petismo é inevitável. Sem a frágil base de alianças internas, em clara decomposição, a governabilidade fica inviável. Os ratos já abandonam o PTitanic que afunda depois de bater, sem parar, nos icebergs que a petralhada arruma contra si mesma. O Mensalão demorou, mas foi fatal. E vem coisa pior, no mar de denuncismos do ano eleitoreiro...
The game is over. A Oligarquia Financeira Transnacional já deu sinais de que não se interessa pela continuidade do PT no Poder. Embora a política econômica tenha beneficiado os bancos, proporcionando-lhes lucros sempre recordes, a petralhada arrumou uma briga fidagal com os dirigentes do Itaú e do Bradesco. Por isso, as duas maiores instituições financeiras privadas do País vão apostar na derrota do PT. O investimento será em uma “oposição” que torne ambiente político e econômico suportável, “menos corrupto”.
Eis o grande X da questão: O PT perde. Mas quem ganha? O partido deixa heranças pra lá de malditas com sua gestão literalmente incomPTente. Os legados petralhas são corrupção, improdutividade e violência. O modelo pretensamente revolucionário, por meio do aparelhamento da máquina estatal para permitir longevidade no poder, gerou um sistema de vagabundagem premiada, com direito à corrupção e impunidade.
Tal governança do crime organizado consolidou o Capimunismo – que tem as cúpulas política, sindical e empresarial controlando um cínico Estado de direito autoritário, financiado pelo dinheiro público, e não pelo risco de investimento privado. Assim funciona a República Sindicalista do Brasil – que o positivismo fardado teve a ilusão de ter impedido a partir do movimento civil-militar de 1964. Neste caos, uma mera quartelada não resolve o problema.
Voltemos ao dilema: O PT perde, mas como fica o cenário pós-derrota? Exatamente aí mora o perigo institucional brasileiro. Simplesmente é fácil prever que os petistas não vão largar facilmente a máquina que aparelharam – ocupando cargos de confiança bem remunerados ou pela via dos concursos públicos arranjados. Quem vencer a eleição será obrigado a conviver com uma oposição interna, consistente, contra a própria governança. O futuro governo (se não for petista, via fraude) vai sofrer sabotagem interna.
Externamente, a máquina de guerra petista tem ainda mais força. Na campanha eleitoral, já dispõe de pelo menos R$ 2 bilhões para gastar à vontade. Fora o poderio da grana, o partido domina parte dos chamados “movimentos sociais” (que vão reagir contra as mudanças). Um deles, o MST, já deu uma demonstração logística do que é capaz na hora do confronto real. Vide a recente batalha com a Polícia, em Brasília, após uma mobilização de 30 mil militantes, e a arranjada reunião de “conciliação” com o governo que lhe financia ocultamente.
O esquema revolucionário – em parte operado por setores radicalóides da petralhada – já deu outras recentes demonstrações de que está pronto para o confronto, se houver derrota nas inseguras urnas eletrônicas (sem direito à auditoria do voto e do sistema virtual de transmissão e totalização). Toda vez que o sistema de poder petralha se vê ameaçadado, já repararam que sempre estoura alguma “rebelião urbana” ou dentro das penitenciárias? Tudo supostamente liderado por facções criminosas, acompanhada de aumento de assaltos, roubos, assassinatos e incêndios a ônibus? A tática de terror está manjada...
Parecido com o que acontece na Venezuela, a máquina revolucionária conta com sua tropa paramilitar – que promove ações ofensivas ou defensivas, dependendo da necessidade. Tudo inspirado no velho treinamento cubano e inspirado no Manual do Guerrilheiro Urbano do Carlos Mariguella. Esta tropa conta com soldados variados. Desde jovens idealistas, iludidos pela fanaticamente pela ideologia, até mão de obra de máfias criminosas urbanas, passando por terroristas profissionais recrutados em Cuba, geralmente egressos de países do Leste europeu ou do Oriente médio.
Junto com o terrorismo pré-revolucionário, temos outra ação bem organizada pela rica máquina petralha. Trata-se da construção gradual de uma “ditadura comunicacional”. Felizmente, o processo anda atrasado no Brasil em relação à Venezuela, Argentina, Equador e Bolívia. Nestes países, a turma do Foro de São Paulo ganha a batalha contra os tradicionais meios de comunicação. Confira como ocorreu a censura midiática, semana passada, na Venezuela de Nicolas Maduro, no desastre bolivariano pós-Hugo Chávez.
No Brasil, existem dois focos para viabilizar o autoritarismo midiático. Primeiro, o evidente aparelhamento ideológico no comando editorial dos próprios veículos. Na quase totalidade das redações dos principais jornais, rádios, televisões e revistas, esquerdistas ou simpatizantes ideológicos são maioria. Logo, ditam o que se veicula – independentemente da vontade do “patrão”. Censura-se ou “filtra-se” o que pode desagradar ou prejudicar ao esquemão político.
Segundo, e ao mesmo tempo, ocorre a pressão econômica do patrocinador governo e dos patrocinadores privados que são aliados governistas. Eles influenciam indiretamente ou ditam diretamente o que se veicula ou não na mídia. As censuras ideológica e econômica não são facilmente percebidas pelo grande público. Temos uma ilusão de liberdade de informação.
O pacto da ideologia e da grana só é rompido com os veículos de comunicação quando acontecem “acidentes”. Como a recente tragédia com o cinegrafista Santiago – um brilhante e dedicado profissional que foi covardemente atingido por um morteiro criminosamente jogado em uma batalha campal promovida por paramilitares revolucionários (não importa que nome de fantasia usem) no cada vez mais violento Rio de Janeiro.
A partir de 2015, caminhamos para um processo de radicalização política e tensão social. Corremos o risco de nos transformar em uma espécie de Venezuela ou Argentina atuais. Pré-condições para o caos já existem de sobra. Derrotada, a petralhada não vai largar o osso do poder, sem rosnar, morder e aterrorizar. Doutrinariamente, sempre que corre risco, a governança do crime contrataca com sua força auxiliar de bandidos. O objetivo é gerar terror para amedrontar a sociedade, enquanto a mídia amestrada ajuda a mostrar que “não dá para reagir” ou que “reagir é perigoso”.
Se o ato de terror sai de controle, encena-se um teatrinho jurídico e midiático. Logo são mobilizados os supostos defensores dos direitos humanos. Advogados são rapidamente escalados para cuidar dos “companheiros de luta injustamente presos ou vítimas da repressão dos excessos de uma polícia despreparada para lidar com protestos, violentos ou não”. O jogo de cena é complementado pelo discurso do governo aparece depressa com promessas de combate à violência (postura cínica, já que a violência é gerada pela máquina revolucionária que aparelha o próprio governo).
Para ilustrar o que aqui se diz, vale a pena assistir ao vídeo postado pelo Bruno Toscano, no YouTube. Embalado pela música “O Calibre”, dos Paralamas do Sucesso, retrata bem o drama do brasileiro: o limite da segurança individual é rompido pelo Governo do Crime Organizado. A sensação é de insegurança, cada vez mais tensão e medo constante. Até quando suportaremos isto?
A Pátria Amada já está ultrajada. Quem pode lutar sem temor para mudar o quadro? Não adianta ficar esperando por uma intervenção mágica das Forças Armadas. Não existem pré-condições objetivas para uma repetição de 1964. Os militares só vão entrar no teatro de operações depois que o pirão desandar. O que acontece depois, no Day After, é imprevisível - principalmente em um Brasil apaixonado por soluções autoritárias.
O momento de ruptura institucional se aproxima. É inevitável! Quem não reagir acabará obrigado a rastejar... Sobreviverá quem melhor se adaptar ao caos gerado. O mais recomendável é se preparar para este pragmático “neodarwinianismo”. O que for bom ou mal vai acertar as contas com a História.
(...)








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