DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 20-01-14

NA FOLHA DE SÃO PAULO

Na Copa, aeroporto do Ceará poderá ter terminal de lona
RICARDO GALLO
DE SÃO PAULO
Por causa dos atrasos nas obras de ampliação do aeroporto de Fortaleza, o governo federal trabalha com a possibilidade de fazer um terminal provisório de passageiros para a Copa do Mundo no local.
Com apenas 25,9% das obras concluídas até dezembro, o caso cearense é o mais grave para o governo.
A Copa começa no dia 12 de junho. Salvador e Cuiabá também têm atrasos que estão preocupando Brasília.
Editoria de Arte/Folhapress
Segundo o ministro Moreira Franco, da Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República, o consórcio responsável pelas obras no aeroporto de Fortaleza "visivelmente não tem condições" de entregá-las no prazo.
"Constatei um atraso excessivo. A opção agora é construir alternativas." O status das obras, diz, é "crítico".
O plano B em estudo é erguer um terminal provisório, chamado pela Infraero de MOP (Módulo Operacional), estrutura pré-fabricada, com forro de lona e climatizado, para dar conta da demanda. eles ja foram construídos em Guarulhos (terminal 4) e Florianópolis, entre outros.
As outras opções, consideradas menos prováveis pelo governo, são dar continuidade às obras com outra empresa ou pressionar o consórcio atual a cumprir os prazos.
"Se fico satisfeito? Claro que não", disse Moreira Franco, sobre o constrangimento causado pelos atrasos às vésperas da Copa do Mundo.
O martelo será batido hoje, em visita de Moreira Franco ao Ceará. Representantes da Anac e da Infraero também estarão no local.
O aeroporto de Fortaleza tem capacidade para 6,2 milhões de passageiros por ano. A demanda prevista para este ano é de 6,8 milhões de passageiros/ano, segundo a Infraero, que gere o terminal.
As obras para a Copa pretendiam elevar a capacidade do terminal para 8,6 milhões por ano, o que atenderia à demanda. Segundo o Portal da Transparência do governo, a obra custará R$ 383,8 milhões -dos quais apenas 10% haviam sido executados.
ATRASOS
Mas o projeto atrasou ao menos oito meses: o plano inicial da Infraero era começar as obras em outubro de 2011; o início só ocorreu em junho do ano seguinte.
O último prazo de entrega, segundo a estatal, era março deste ano.
Os problemas com a execução fizeram a Infraero aplicar duas multas ao consórcio CPM Novo Fortaleza, formado pelas empresas Consbem, Paulo Octávio e MPE, no valor total de R$ 1,140 milhão.
A estatal disse estar adotando "as medidas legais cabíveis em contrato" e que está monitorando o consórcio para cumprir o cronograma.
A Folha conseguiu contato com a MPE, uma das integrantes do consórcio de Fortaleza. Segundo a empresa, a responsável pelas obras é a Consbem. A reportagem não encontrou o diretor da Consbem responsável pelas obras.
Ao ser questionado sobre as construções em curso no aeroporto de Cuiabá, onde também cogitou-se os terminais de lona, o ministro Moreira Franco descartou, em princípio, a construção de terminais provisórios na capital de Mato Grosso.
"A hipótese [do terminal provisório] é Fortaleza." Em Cuiabá, 40% das obras estavam prontas em 30 de novembro, segundo a Infraero.

NA COLUNA DIÁRIO DO PODER

Para mostrar prestígio em Brasília, anualmente senadores e deputados trombeteiam a destinação de emendas ao Orçamento da União para sua base eleitoral, dinheiro “carimbado” para obras de pequeno vulto, como escola, ponte, uma pequena estrada, desde que não ultrapasse o limite de R$ 15 milhões. Mas é tudo jogo de cena: a maioria das emendas jamais é executada, como cheque pré-datado sem cobertura.

Nesse faz-de-conta, políticos fingem nos palanques que têm a ver com recursos previstos no orçamento e liberados sem a intervenção deles.

Os branquelos da Noruega, da Dinamarca e da Inglaterra devem estar pensando em se pintar de preto para vir à Copa, com o atual esforço de ministros oportunistas para abrir uma perigosa guerra racial.


NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES

Publicado na edição impressa de VEJA
J. R. GUZZO
Velhos marinheiros dos sete mares contam até hoje, geralmente em voz baixa, a história do Flying Dutchman. Não é uma história confortável. O Flying Dutchman, ou Holandês Voador, levantou âncora das docas de Amsterdã em 1751, rumo a Java, e depois de uma tormenta no Cabo da Boa Esperança nunca mais foi visto; naufrágio com perda total da carga e da tripulação, publicou-se nos boletins marítimos da época. O grande problema é que, alguns anos depois, o navio holandês foi visto outra vez, velejando a todo o pano, o leme firme, como se estivesse rumando para um lugar preciso, e com a mais perfeita ordem no tombadilho; não era, de jeito nenhum, um barco que tinha afundado e depois, por algum fenômeno natural, voltado à tona. Outro problema, já bem maior, é que não havia nenhum ser vivo (ou morto) ali dentro. Os tripulantes do barco que tinha feito a descoberta subiram a bordo e minutos depois, aterrorizados, chisparam de volta a seu navio e sumiram no horizonte. Desde então a lenda insiste que o Flying Dutchman continua aparecendo nos oceanos, sempre em noites de tempestade; é a famosa “nau sem rumo”. Foi cometida a bordo, explicam os velhos marujos, alguma abominação prodigiosa, tão horrível que nem o demônio tem coragem de tocar no assunto. Tudo o que se sabe é que o navio foi amaldiçoado ─ e a alma de seus tripulantes condenada a navegar eternamente pelo mar sem fim.
E se em lugar de Flying Dutchman falassem de “um país chamado Brasil”? Em 1º de janeiro de 2003, sob o comando do almirante de esquadra Lula da Silva, ele levantou ferros do Lago Paranoá falando em vencer mares nunca dantes navegados e em edificar um novo reino social. Hoje, onze anos após a partida e já sob o comando da imediata Dilma Rousseff, a nau continua a procurar o reino que tinha prometido. Ao contrário do barco holandês, o navio brasiliense está abarrotado de gente; só de ministros são quase quarenta, e contando os subs, mais os subs dos subs, a coisa vai para a faixa dos milhares de tripulantes. Mas está na cara que os fantasmas do Flying Dutchman levam o seu barco muito melhor que os humanos de Dilma; pelo menos sabem o que estão fazendo.
Já o nosso navio ─ bem, é certo que algo deu fabulosamente errado com ele. Não navega para lugar nenhum. A tripulação não sabe distinguir proa de popa, e acha que o contrário de bombordo é mau bordo. A nau não perdeu o rumo ─ na verdade, nunca chegou a saber que rumo era esse. Como poderia saber alguma coisa, se a esta altura da viagem o presidente do Senado, Renan Calheiros, ainda requisita um avião militar para levá-lo de Brasília ao Recife, onde foi implantar 10 000 fios de cabelo numa clínica para carecas? O problema, é óbvio, não está com Renan; ele é assim mesmo. O problema é de quem manda nos aviões ─ a cadeia de comando da Aeronáutica, que só em 2013 já deixou o senador lhe passar a perna duas vezes.
Nesta última, foi ao extremo de soltar uma nota oficial dizendo que não iria avaliar “o mérito” da viagem, e que sua função se limita a fornecer “a aeronave” solicitada. Como assim? Se os senhores brigadeiros não avaliam o mérito ─ e a legalidade ─ de seus próprios atos, que raio estão fazendo nos seus postos? Estamos falando da Força Aérea Brasileira, santo Deus. A lei diz que os aviões da FAB só podem ser utilizados por autoridades em atos de serviço, questões de segurança e emergência médica. Em qual caso se encaixariam, aí, os 10 000 fios de cabelo do senador?
A lei diz também que desrespeitar essa norma é “infração administrativa grave”, passível de punições “civis e penais”. O comandante da FAB que serviu de piloto particular para Renan poderia perfeitamente ter pedido ao senador, com toda a educação, que lhe fizesse uma curta descrição por escrito, assinada embaixo, contando que serviço iria fazer no Recife ─ “mera formalidade, doutor, só isso””. Por que não agiu assim? Porque tem certeza, como toda a tripulação, de que está numa nau sem rumo onde cumprir a regra só dá confusão.
O navio Brasil está precisando de muita coisa. Uma delas é um oficial macho, que tenha entre os seus valores a decência comum, e que um belo dia diga algo assim: “Sinto muito, Excelência, mas a lei me impede de atender à sua solicitação”. Iríamos ver, aí, quem entre os seus superiores hierárquicos teria a coragem de prendê-lo por “insubordinação”, enquanto Sua Excelência ficaria livre, contando vantagem do tipo “comigo ninguém brinca”. Nesse dia abrirá falência o Táxi Aéreo FAB ─ e nosso navio, talvez, comece a encontrar seu rumo.

NO BLOG DO CORONEL

O governo federal acumulou e mantém em caixa R$ 1,065 bilhão que, por lei, deveria ser empregado para construir e modernizar o sistema penitenciário nacional. Este é o saldo atual do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen), constituído pelo repasse de parte dos recursos arrecadados pelas loterias da Caixa Econômica Federal. De acordo com dados do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), este fundo incorpora R$ 300 milhões por ano, em média. Mas a maior parte de todo esse dinheiro não é investida nas prisões, como é previsto na Lei Complementar n.º 70: esta determina que ele deveria "financiar e apoiar as atividades e programas de aprimoramento" do sistema penitenciário. No ano passado, o Funpen foi autorizado a investir R$ 384,2 milhões na construção e na reforma de presídios em obras administradas pelos governos estaduais. Mas apenas R$ 40,7 milhões, 10,6% desse total, foram efetivamente aplicados. Leia mais no Estadão.

Os Estados Unidos fecharam 2013 com uma taxa de 7% de desemprego, o equivalente a 10,9 milhões de desempregados, um indicativo forte de que o pior da crise já passou. Enquanto isso, o Brasil do PT e da Dilma abre 2013 com uma taxa de desemprego de 7,4%, comprovando o que todos já sabiam, mas que as mentiras oficiais escondiam. Temos, no Brasil, 61 milhões de pessoas em idade de trabalhar que não conseguem emprego. Abaixo, artigo de Gustavo Patu, publicado na Folha de São Paulo.
Adeus ao pleno emprego
No começo de seu segundo mandato, Lula foi abençoado por uma mudança na metodologia utilizada pelo IBGE para medir o crescimento da economia do país, com revisão dos resultados apurados nos anos anteriores.
De um dia para o outro, o Brasil estava melhor do que se imaginava. Anos tidos como fracos se tornaram razoáveis, e os medíocres passaram a bons; o presente, que de fato mostrava progressos, já estava ótimo. Era apenas, obviamente, uma nova métrica --ninguém havia ficado mais rico ou mais pobre. Mas imagem não é pouca coisa: os indicadores mais favoráveis facilitaram a obtenção do ambicionado grau de investimento, atestado de solidez concedido por agências especializadas. A retomada econômica ficou mais evidente e virou trunfo político.
Passados os anos de bonança, com Dilma Rousseff a caminho de sua campanha reeleitoral, o IBGE inaugurou uma nova e mais completa medição dos índices de desemprego. Desde a manhã da última sexta-feira, o mercado de trabalho não é mais tão favorável como parecia.
Apurado em todo o país, o percentual de desocupados não está mais abaixo dos 6%, patamar que encorajou especialistas e propagandistas a falar em pleno emprego --e tratado por Dilma, nos momentos de maior entusiasmo, como a menor taxa do mundo (uma das menores, ao menos) ou de nossa história.
O índice divulgado foi de 7,4%, numa diferença grande o bastante para levar o desemprego nacional a superar, por exemplo, o dos Estados Unidos, que mal e mal se recuperam de uma crise de raras proporções.
A fotografia mais ampla mostra ainda o que o Brasil tem de precário e desigual: 61 milhões em idade de trabalhar estão fora do mercado; no Nordeste, um em cada dez busca uma vaga sem conseguir. De novo, apenas uma nova métrica. Mas imagem não é pouca coisa, ainda mais perto da eleição.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO


NO BLOG DO JOSIAS

Na política, a hipocrisia é o outro nome da virtude. Nos partidos e nos governos, nenhuma outra característica é tão comum. Mas alguns tropeçam. Quando o PSDB se declarou chocado com o lero-lero de que Lula não sabia do mensalão, jamais imaginou que mais tarde iria sustentar a tese segundo a qual nenhum dos seus três governadores de São Paulo sabia do propinódromo Siemens-Alstom. Pode-se acreditar em muita coisa, mas é bem mais fácil duvidar dos dois lados.
Na penúltima novidade sobre as traficâncias paulistas, os repórteres Mario Cesar Carvalho e Flávio Ferreira dão notícia de um documento apreendido na sede da Alstom, na França. A peça carrega novos indícios de pagamento de propinas num negócio de US$ 45,7 milhões. Coisa fechada em 1998, sob Mario Covas. Aqui, os detalhes. Aqui, o outro lado. Abaixo, uma ilustração útil.
Considerando-se que nas últimas eleições os escândalos não impediram o petismo de prevalecer no plano federal e nem desbancaram o tucanato na cena estadual, pode-se intuir o seguinte: a hipocrisia funciona porque o eleitor brasileiro cumpre o seu papel… de otário. Poucos são otários por ingenuidade. A maioria sabe que recebe uma política para otários. Mas só de raro em raro sucede um surto de revolta como o ronco de junho de 2013. É como se no Brasil a hipocrisia tivesse virado uma forma de patriotismo.
Ministra do TCU, a ex-deputada Ana Arraes, mãe de Eduardo Campos, beneficiou um correligionário do filho num julgamento em que atuou como relatora. O caso envolve convênios firmados com o governo federal pelo Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip). Trata-se de uma entidade da família do secretário de Saúde do governo de Pernambuco, Antonio Figueira, filiado ao PSB.
O repórter Aguirre Talento informa que a área técnica do TCU detectou irregularidades na prestação de contas do Imip e recomendou a aplicação de multa de R$ 43 mil por descumprimento de uma determinação do tribunal. Em voto apresentado à 2ª Câmara do TCU, Ana Arraes decidiu anular a multa. Foi seguida pelos outros três ministros que integram o colegiado.
Antônio Figueira, o secretário de Saúde do governo Eduardo Campos, presidiu o Imip até 31 de dezembro. Deixou a entidade, fundada por seu pai, para assumir o posto no governo de Pernambuco. Ouvida, Ana Arraes disse que foi imparcial. Hummmm! A plateia preferia que a mãe do governador tivesse trocado a imparcialidade pela abstenção.

E o dito Programa Mais Médicos de repente sumiu do noticiário da grande imprensa. Na mesma medida em que diminui a cobertura jornalística aumentam os casos de péssima prática médica por parte dos cubanos importados pelo governo do PT/Foro de São Paulo.
Entretanto, a abençoada tecnologia mais uma vez obriga os jornalistas normalmente obsequiosos em relação ao governo do PT de sair do casulo vermelho em que estão metidos desde que o Apedeuta recebeu a faixa presidencial das mãos de FHC.
Foi preciso que alguns médicos decidissem por a mão na massa, ou melhor, nos computadores, criando dois blogs que estão causando o maior furor na web, pois metem o dedo na ferida. Como profissionais da medicina, evidentemente, dominam o metier. Denotam realmente um conhecimento que arrisco, embora leigo, que está além da média. Por isso revelam e comprovam o descalabro desse programa (Mais Médicos) que, segundo consta será o maior cabo eleitoral na tentativa de reeleger a Dilma. Agora com essas denúncias, o programa Mais Médicos cai de graça no colo dos marqueteiros da oposição. Para o governo do PT, é uma desgraça; para a oposição ouro puro!
As denúncias contidas em dois blogs criados por esses médicos está tendo um impacto tão grande que o site UOL realizou uma entrevista com um dos criadores do blog Cubanadas.
Transcrevo o texto introdutório e parte da entrevista fornecendo ao final o link para leitura completa. Recomendo também que conheçam os dois blogs: OMais Médicos? e Cubanadas na Saúde do Brasil. Verão que o conteúdo desses blog põe no bolso todos os jornalões e as grandes redes de televisão já que fornecem pautas quentíssimas, fartamente documentadas! Os chefes de reportagem dos jornais e TVs devem dar uma olhadinha nisso.
Leiam a entrevista que foi publicada no site UOL empresa que pertence ao grupo Folha de S. Paulo:

Facsímile de postagem no blog Mais Médicos? Iguais a esta há dezenas de postagens semelhantes levando a crer que os cubanos podem ser no máximo auxiliares de saúde, mas não médicos. Há erros médicos grosseiros denunciados nesses blogs.
Duas páginas na web entraram para a barra de favoritos daqueles que são contrários ao Mais Médicos, anunciado em julho do ano passado pelo governo de Dilma Rousseff. Ambas mostram falhas de médicos estrangeiros participantes do programa, como receitas prescritas com dosagens consideradas incorretas ou erros de português. A primeira é umTumblr que leva o mesmo nome do Mais Médicos e a segunda, que já existia antes do programa, é o blog Perito.med, que criou um espaço voltado apenas para o que chamam de erros e bizarrices do programa: Cubanadas.
Os criadores do Tumblr permanecem anônimos. Mas vários posts da página são reproduzidos do Cubanadas, fundado por dois médicos - o anestesista Héltron Xavier, formado pela UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte), e o infectologista Francisco Cardoso, formado pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) - que trabalham como peritos do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) em Natal e São Paulo, respectivamente.
Cardoso, de 33 anos, é quem administra e alimenta com mais frequência as notas publicadas, segundo ele, só após confirmação. Na entrevista a seguir, ele explica o que o motiva a continuar sua batalha contra o programa:
O blog foi criado para falar sobre o programa Mais Médicos?
Francisco Cardoso – O blog Perito.med existe desde 2010 e foi criado por nós, peritos do INSS, com a intenção de defender e valorizar a categoria e denunciar erros e má gestão. Seria a voz da categoria, mas se tornou um blog técnico sobre medicina, pois a maioria dos concorrentes aborda o tema superficialmente. Depois, acabou virando um espaço de defesa da medicina especialmente em relação ao Estado. Nenhum governo tratou o tema como se deve, mas o atual se aprimorou na arte de destruir a classe médica.
Por que "Cubanadas"?
Cardoso – Antes mesmo do anúncio do Mais Médicos, sabíamos da intenção do governo de trazer médicos de fora. Na primeira semana de atendimento dos estrangeiros já chegaram relatos de erros. Eram prescrições bizarras. Começamos a publicar em uma página do site à parte e a audiência explodiu. Pedíamos o material e o primeiro a chegar foi o caso de um médico argentino que atendia no Rio Grande do Sul e que receitou uma dose errada de antibiótico. Ele veio de Buenos Aires, onde era um radiologista, para ganhar mais aqui, claro.
Todos os médicos não podem atuar como clínicos?
Cardoso – Sim, mas existe um bom senso entre a classe. Se um profissional passa 20 anos vendo raios-X, é claro que será difícil atuar como clínico, por exemplo. Demos a nota sobre o caso e nossa audiência, que era de 6.000 a 8.000 visitas, pulou para 200 mil por dia. Muitos veículos fizeram reportagem usando essa nota. Daí, médicos começaram a nos enviar material, mas também encontramos notas em redes sociais, por exemplo.
Vocês checam as informações?
Cardoso – Checamos tudo! Se não encontramos nada que comprove, não publicamos. Mas voltando a sua pergunta, a nova página foi chamada de Cubanadas porque a maioria dos médicos do programa veio de Cuba. Juntamos cubanos com pataquadas.
Mas mostram os erros dos brasileiros também?
Cardoso – Sim, o site foi criado para isso. Inclusive fomos duramente criticados por colegas que diziam que não deveríamos tornar isso público. Mas a boa medicina não pode encobrir a má prática. Temos mais casos de brasileiros no site, porque a página existe há três anos. O Mais Médicos tem apenas alguns meses, mas em porcentagem, o programa tem mais casos de erros.
O que vocês criticam no programa?
Cardoso – Criticamos o método. Na verdade, o governo nem checa se esses estrangeiros são médicos. Eles também não têm tempo de preparo e isso resulta em erros. São erros tão grosseiros que colocam em dúvida se são médicos de fato. Quando é demais, acaba vertendo para o escracho. Eu mesmo tentei me inscrever diversas vezes no programa, mas nunca conseguia finalizar por problemas no site. Só acontecia isso com brasileiros.
Os estrangeiros deveriam fazer o Revalida (Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos)?
Cardoso – Sim, deveriam. Dizem que o exame é difícil. Mas é uma prova fácil. Difícil é passar na residência da USP (Universidade de São Paulo) ou na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Eles precisam ter proficiência em Português também. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, sempre compara o sistema de saúde do Brasil com o da Inglaterra, mas lá o médico que vem de fora tem de falar inglês.
Não acha que a população era simpática aos médicos locais até o incidente em Fortaleza, quando vaiaram os profissionais cubanos?
Cardoso – Aquilo foi uma armadilha! Criaram uma situação para gerar comoção. Nunca foi intenção dos brasileiros ofender os cubanos. Eles são vítimas, suas famílias estão presas em Cuba. Eles não podem dar um passo em falso aqui. Nosso desejo é que eles fiquem com todo o dinheiro que recebem.
Você diz que foi uma armadilha...
Cardoso – O sindicato médico da região organizou uma manifestação durante uma aula dos estrangeiros. Ele incitou médicos brasileiros jovens, recém-formados e inexperientes contra os cubanos. Isso foi agravado pela presença de membros do governo e virou uma briga de torcidas. Jogaram um médico cubano negro na frente de duas médicas brasileiras brancas e estava pronta a foto. Isso passou para a sociedade uma imagem de intolerância que o governo queria. A presidente pediu desculpas para este médico depois, mas não pede desculpas para os brasileiros. Inclusive os que estão sendo demitidos para que os estrangeiros entrem em seus lugares. Se eu encontrasse um médico cubano levaria para minha casa e o deixaria se libertar. Não, eu o levaria para a embaixada dos Estados Unidos, como fizeram os médicos de um programa parecido na Venezuela.Clique AQUI para ler TUDO

Porto de Santos: ferrugem corrói granéis em terminal abandonado da Vopak (Foto do site da revista Veja)
O pacote de privatização dos portos brasileiros ainda não saiu do papel. O primeiro edital deveria ter sido publicado em 2013, mas foi adiado devido a falhas apontadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Ele foi formulado com base na nova Lei dos Portos, sancionada pela presidente Dilma Rousseff em junho do ano passado. Ainda que o pacote portuário seja considerado uma bagunça completa por grande parte dos especialistas do setor de infraestrutura, a presidente acertou ao sancionar a nova lei, que traz mais eficiência e dinamismo a esse ator vital do crescimento do país. Contudo, um terminal abandonado há um ano e meio e escondido na ilha de Barnabé, em Santos, é exemplo de como a burocracia e a incompetência que imperam no setor podem contaminar as novas privatizações. 
Trata-se do antigo terminal da Vopak, uma multinacional holandesa de transporte de cargas químicas e petróleo. A empresa construiu o terminal em 1986 após vencer uma licitação cujo contrato previa a operação do terminal por uma década. Hoje, o local está às moscas. Mato cresce em todo o entorno e a ferrugem corrói os tanques onde cargas outrora eram armazenadas. O site de VEJA esteve no local para entender por que, num país onde filas quilométricas de caminhões se formam nos arredores do porto esperando pelo embarque, um terminal com infraestrutura, acessos rodoviários e ferroviários, manutenção e dragagem periódicas está ocioso e abandonado. Leia Mais


NO BLOG ALERTA TOTAL

Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Em tempos de polêmicas inúteis sobre “rolezinhos” (na verdade, mais uma ação de ensaio de guerrilha psicológica urbana no Brasil), uma das mais notórias cabeças pensantes do meio militar brasileiro acaba de ser vítima de uma censura editorial. Um dos grandes jornalões do País – em sérias dificuldades financeiras – acaba de promover uma censura prévia a um artigo escrito pelo General de divisão na reserva Luiz Eduardo da Rocha Paiva, comprovando a ineficácia da estratégia nacional de defesa adotada pelo Brasil.
No texto “Dissuasão Extrarregional: assim,é só discurso”, o General Rocha Paiva denuncia, sem citar o nome da comandanta em chefe das Forças Armadas e Presidenta da República, Dilma Rousseff: “A liderança política está transformando a liderança militar em uma burocracia muda e submissa, sob um Ministério da Defesa partidário, servil a programas de governo mesmo se danosos à segurança nacional como é a política indigenista”.
No artigo “rejeitado para publicação” pelo jornalão que sempre costuma acolher seus textos, o General Rocha Paiva toca na questão central que justifica a ineficácia e inutilidade da END (Estratégia Nacional de Defesa) em vigor: “Para não ser mero discurso, a dissuasão extrarregional precisa de um Projeto Conjunto de Defesa, reunindo as três Forças (algo nunca pensado), capaz de neutralizar ou desgastar uma esquadra ou exército inimigo longe do litoral ou da fronteira oeste, nesta prioridade”.
Porta-voz informal do meio militar – que é obrigado a manter silêncio obsequioso sobre questões que lhe afetam -, Rocha Paiva demonstra qual seria a estratégia militar correta para o Brasil: “Tal Sistema de Defesa seria composto por subsistemas de Monitoramento e Controle Territorial, Marítimo e Aeroespacial, integrados e com satélite brasileiro; Forças Conjuntas de Emprego Geral e de Emprego Regional, com elevado aprestamento e mobilidade, e outras completadas por mobilização; Segurança Cibernética; Defesa Antiaérea; e Mísseis de Longo Alcance balísticos e antinavio, lançados de plataformas móveis terrestres, navais e aéreas tripuladas e não tripuladas”.
Discretamente, Rocha Paiva lança críticas aos ingênuos que, no meio militar brasileiro, apoiam a END: “Preocupa ouvir, de quem deveria saber precisamente o significado de dissuasão, declarações entusiasmadas sobre o aumento de recursos para projetos não estratégicos ou que, em o sendo, preveem uma quantidade irrisória de produtos ao longo de muitos anos. O Exército, ressalvado o valor do soldado, está superdimensionado em número de brigadas, todas desequipadas e sem aprestamento para defender as áreas estratégicas. Quantidade não é qualidade!”.
O Alerta Total, que por princípio editorial censura ninguém, publica nesta edição o artigo “rejeitado” do Rocha Paiva.
Verdade Sufocada
Luiz Eduardo da Rocha Paiva vai deixar a petralhada ainda mais irada.
O General assina o prefácio da nona edição do livro “A Verdade Sufocada – História que a esquerda não quer que o Brasil conheça” – escrito pelo Coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra:
“Tive a honra de ser convidado para escrever o prefácio do livro. A nova edição vem com atualizações importantes para o momento atual”.
A obra pode ser adquirida no site da Livraria Cultura, por R$ 78 reais.
Dá ou desce

Releia nosso artigo de domingo: $urrealismodetona a Petralhada

Marisa Letícia no Panamá
Um empresário brasileiro, que cuida de negócios ligados ao agronegócio, no Panamá, foi testemunha.
Terça-feira da semana passada quase esbarrou com a mulher do Presidentro Luiz Inácio Lula da Silva em um importante prédio de escritórios na cidade do Panamá.
Marisa Letícia, que estava acompanhada de uma mulher mais jovem e de três seguranças, teria ido visitar um famoso escritório de advocacia panamenho que cuida de grandes interesses no ramo de hotelaria.
Quem deu a carona
Marisa viajou ao Panamá no jatinho que atende aos familiares de acionistas controladores da empreiteira Andrade Gutierrez – conforme relato do executivo brasileiro que só anda no jato particular da transnacional para qual trabalha.
Alias, a Andrade Gutierrez, é uma das maiores interessadas na construção de vários aeroportos privados para jatinhos no Brasil, principalmente em São Paulo e Brasília.
Por isso que, mesmo contra a vontade da presidenta Dilma Rousseff, mas com o respaldo total da empreiteira, o veterano peemedebista Moreira Franco (que o falecido Leonel Brizola chamada de Gato Angorá) ocupa o cargo de ministro da Secretaria de Aviação Civil...
Rolezinho é o cacete!
Quem não atura mais a mídia amestrada, que fica abestada com assuntos que só a ignorância e a filhadaputice ideológica dos editores transforma em “relevantes”, deveria botar os pingos nos is.
Na verdade, o que se está chamando de fenômeno dos “rolezinhos” é apenas o sinônimo de “guerrilha psicológica urbana”.
O direito de ir e vir das pessoas, em qualquer quantidade é inquestionável, mas a mobilização ideológica de jovens para protestar em áreas privadas de comércio é apenas mais uma tática de provocação ideológica feita por aqueles que precisam desviar a atenção dos brasileiros de assuntos importantes para temas irrelevantes, aproveitando para gerar medo e tensão social com intenções pré-revolucionárias.
Por isso, rolezinho é o cacete: arruaça organizada é ação de guerrilha psicológica urbana, e PT saudações.
Assumindo

Grito de Guerrilheiro


Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.



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