DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 14-12-2013

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO


José Anselmo dos Santos, “Cabo Anselmo”, 70, mais famoso alcaguete da ditadura, mantém, se convocado, a disposição de falar à Comissão da Verdade, revelada no “Roda Viva” da TV Cultura, em 2011, quando insinuou que havia “sindicalista” dedo-duro que “continua por aí”. Assim como o ex-delegado Romeu Tuma Jr, cujo livro revela Lula como agente duplo na repressão, Anselmo também tem documentos e fotos.

Piada no Twitter com o fuzilamento do tio “mulherengo, corrupto e ideologicamente doente” do ditador norte-coreano: Lembra quem?”.

Lula deve estar pensando em contratar o aloprado intérprete sul-africano, caso os jornalistas perguntem onde anda “Rose” Noronha.

Só um par de asnos não manteria distância dos mensaleiros do PT na cadeia. Por isso, em tempo de eleição, Lula e Dilma ignoram o tema.

Depois do falso intérprete no memorial de Mandela, ontem foi a vez de o presidente François Hollande corrigir seu tradutor, que chamou o programa Ciência sem Fronteiras de “François sem Fronteiras”. “Eu tenho fronteiras sim, meu apreço pelo Brasil é que não tem”, brincou.

O ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha segue a trilha do choro livre, mas acabará como José Genoino: renunciando para não ser cassado. Quem devia conta da NET, não abre mão de aposentadoria.

Renan Calheiros recebeu senadores quarta (11), na residência oficial, para uma confraternização, mas não havia nem sanduíches para os motoristas de suas excelências. Esfomeados, foram socorridos pela festa que bombava no vizinho Henrique Alves, presidente da Câmara.

Após três anos no cargo, Dilma foi ontem pela primeira vez à Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), ainda assim porque o francês François Hollande estava lá. Acabou ganhando uma medalha.

Após declarar que a economia cresce “com duas pernas mancas”, o ministro Guido Mantega (Fazenda) teve pronunciamento vetado ontem no encontro da Fiesp com franceses. Como prêmio de consolação, descolou uma cadeira no palco para, pelo menos, aparecer na foto.

Em pé de guerra com o PT, o senador Eunício Oliveira ameaçou em reunião da Executiva Nacional do PMDB, na quarta (11): “Eu quero é ver se o Cid consegue pôr votos do Ceará na convenção do partido”.

Até a assessoria de imprensa abandonou o impopular governador Sérgio Cabral (PMDB): após culpar gestões anteriores por nova tragédia, mandou avisar no Twitter que “terá muito trabalho pela frente”.

…quando o Brasil decidir comprar da França, os caças Rafale já estarão obsoletos.


NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES

ATUALIZADO ÀS 20H03 DE 13-12-13

O áudio de 3:58 prova que o Brasil já soube contemplar-se com ironia e rir de si próprio, duas virtudes que o livraram de descambar para o terreno do ridículo e virar motivo de galhofa. Gravado nos anos 70, Chico Anysio conta o que aconteceria se algum governo megalomaníaco resolvesse introduzir o país na era espacial com o lançamento de um foguete. As gargalhadas coletivas da plateia endossam a narrativa do grande humorista.
Neste 9 de dezembro, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e Academia Chinesa de Tecnologia Espacial se juntaram de novo para o lançamento do satélite CBERS-3 (sigla em inglês para Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres). O foguete de Chico Anysio não consegue subir na hora prevista. O colosso produzido em parceria decolou com três anos de atraso. Meia hora depois, o foguete lançador chinês Longa Marcha 4B se desintegrou antes de entrar em órbita. E arrastou na queda o satélite ambiental brasileiro CBERS-3.
O País do Carnaval torrou no empreendimento mais de R$ 300 milhões. A conta não inclui a gastança da comitiva que baixou na China liderada por dois ministros: Paulo Bernardo (Comunicações) e Marco Antonio Raupp (Ciência e Tecnologia), que voltaram para o Brasil em silêncio. Falou por eles um comunicado do INPE.​ Ainda não foi identificada a causa do malogro, mas os parceiros continuam sonhando com a conquista do espaço.
“Para assegurar o cumprimento dos objetivos do programa CBERS, Brasil e China concordaram em iniciar imediatamente discussões técnicas visando a antecipação da montagem e lançamento do CBERS-4″, avisa um trecho da nota. Três satélites sino-brasileiros estão em órbita. O último transformou em profecia a piada de Chico Anysio.
Ao ler o post, o jornalista Celso Arnaldo Araújo socorreu o colunista com algumas correções, já incorporadas ao texto, e o comentário que se segue: “Acho que o foguete brasileiro imaginado pelo Chico era mesmo um legítimo Ching-Ling”, escreveu Celso Arnaldo. “Mas este não era nosso. O nosso, em meu sonho, teria Lula lançado em missão one-way a Marte onde, ao chegar, ele diria: ‘ Nunca antes neste planeta…’”

MAURO PEREIRA
Sem sequer uma realização de vulto capaz de cativar o eleitor, parece que o governo petista estabeleceu o Programa Minha Casa, Minha Vida como um de seus principais trunfos na escalada rumo à reeleição de Dilma Rousseff. A confiança dos sectários de Lula na repercussão do programa é tamanha que o governo se desfez definitivamente das amarras da moralidade e, desprezando o fato de 2013 ser um ano pré-eleitoral, despejou uma quantidade desproporcional de recursos na sua divulgação.

NO BLOG DO CORONEL

PT e seus helicópteros pra lá de suspeitos.

O terceiro e o quarto da direita para a esquerda são o governador do Acre Tião Viana (PT) e seu irmão Jorge Viana (PT), senador por aquele estado. Eles não são engenheiros, mas entendem de uma negociata com helicópteros como ninguém. Na gestão de Jorge Viana como presidente do Conselho de Administração da Helibras, um laudo da Polícia Federal comprovou que o governo do Acre direcionou edital e inflou o preço para comprar um helicóptero desta empresa. 

O Ministério Público Federal pediu a anulação do negócio e a devolução de seu valor atualizado, R$ 9,2 milhões, aos cofres públicos.A PF também constatou que o Acre pagou mais do que outros Estados pela mesma aeronave, descontados os valores de itens adicionais e treinamento de pilotos. De acordo com o laudo, o sobrepreço chegou a 38% na comparação com uma compra do governo do Espírito Santo. Isso significa que a gestão Binho Marques, o petista aliado dos Viana, pagou US$ 938 mil (R$ 1,56 milhão) a mais por seu helicóptero. 
Segundo a Folha de São Paulo, o ex-governador e atual senador Jorge Viana, multiplicou seu patrimônio ao trabalhar para uma fábrica de helicópteros que fechou contrato bilionário com o governo Lula. Em 1998, o patrimônio que declarou à Justiça Eleitoral era um apartamento financiado, dois carros e três linhas telefônicas. Até 2002, seus bens pouco evoluíram. Na semana passada, Viana revelou ao TRE do Acre ter um patrimônio de R$ 2,32 milhões --um salto de 1.466% em relação a 1998. 
A explicação para o sucesso de Viana é sua passagem pela Helibras, a maior fábrica de helicópteros do país. Após deixar o governo acriano, Viana, cotado para ocupar ministérios, tomou posse na presidência do conselho de administração da empresa, em Itajubá (MG), onde trabalhou entre setembro de 2007 e março último, quando deixou a empresa para disputar o Senado. A empresa é controlada pelo grupo franco-alemão EADS, que faturou 48,3 bilhões em 2008.

Na gestão Viana, a Helibras, no âmbito do acordo militar assinado entre Brasil e França no final de 2008, acertou vender à União 50 helicópteros de transporte, por R$ 5,1 bilhões. A agenda de Lula e o histórico do projeto feito pela STN (Secretaria do Tesouro Nacional), entregue ao Senado, mostram que Viana apresentou pessoalmente a Lula, em 13 de fevereiro de 2008, a proposta da Helibras para instalação de linha de produção de helicópteros que desse conta da encomenda. O Ministério da Defesa confirmou que Viana participou de reuniões com autoridades do governo a propósito do acordo militar.
Com o presidente da empresa. 
Em 2009, a Helibras também fechou contrato com o Exército, de R$ 375 milhões, para modernizar, até 2021, 34 helicópteros. Viana caiu nas graças do governo francês. Em novembro, foi condecorado pelo presidente Nicolas Sarkozy, em Paris. Fotos mostram que Lula participou do ato. A "Legião de Honra" é conferida a quem contribuiu com a França nas áreas econômica, social e cultural. Ele está na primeira categoria. A Embaixada da França no Brasil confirmou que a condecoração se deveu ao trabalho de Viana na Helibras, descrita como "grande parceira econômica da França". Viana disse que a honraria "foi uma maneira de eles homenagearem um trabalho feito que construiu o que eu chamo de "a nova Helibras'". 
Ontem, Lula falou em helicópteros com drogas em discurso inflamado no I Congresso Oficial do PT Mensaleiro. Hoje, o presidente da França, François Hollande, estava no Brasil para vender os Rafale, em substituição aos velhos Mirage. Se a história se repetir...
POSTADO PELO EDITOR EM 13-12-13, ÀS 18:40:00


NO BLOG DO NOBLAT


Globo Repórter, G1
Neste país tão grande, não são poucos os brasileiros que vivem longe. Longe da atenção e dos cuidados de quem organiza e distribui os recursos da saúde. É assim nas pequenas cidades da Ilha do Marajó.
As carências são tantas que coisas básicas ganham status de luxo. Uma mulher que está na maca acaba de dar a luz com a mesma roupa que vestia ao chegar. A vida em condições assim parece ter a força dos milagres.
E é bom que não precise de berço aquecido, incubadora, equipamentos que fazem a diferença entre a vida e a morte em um lugar isolado como Cachoeira do Arari. Semanas atrás trigêmeos nasceram e morreram lá.
“Fizeram o parto e os bebês duraram algumas horas porque não tínhamos onde colocar os bebês. Foi chamado o resgate antes pra ver se levava a mãe, mas não conseguimos. Um caso que o município nunca vai esquecer”, conta diretora do hospital Ângela Barbosa.
As cubanas Margarida Sanches e Maria Caridad, contratadas pelo programa Mais Médicos, estavam em fase de reconhecimento e adaptação quando a equipe do programa esteve no Marajó.
As cubanas Margarida Sanches e Maria Caridad, contratadas pelo programa Mais Médicos, estavam em fase de reconhecimento e adaptação quando a equipe do programa esteve no Marajó.
Cachoeira do Arari só tinha um médico pra atender mais de 20 mil moradores. E eles não estão só na cidade, se espalham por comunidades ainda mais distantes e com menos recursos.
“Não tem posto de saúde. Uma escola, nada mais, sem água. Eles têm que carregar a água como daqui ao hospital para a escola”, diz uma das cubanas.
A casa onde iriam morar estava sendo reformada e um posto de saúde construído.
“O Programa Nacional de Atenção Básica requer médicos, enfermeira, agente comunitário de saúde, odontologia, equipamento”, conta a cubana.
“A pessoa pode achar que tendo um médico lá na Ilha do Marajó está resolvido o seu problema de saúde. Não está e isso é um engano, isso é uma pseudo-assistência porque ele vai precisar de outras coisas e não vai ter. Essa é a diferença e se for um médico mal formado, pior ainda”, presidente do Conselho Federal de Medicina, Roberto Luiz D’Avila.




João Domingos e Daiene Cardoso, O Estado de S. Paulo
O presidente nacional do PT, deputado estadual Rui Falcão (SP), disse que o pedido de anulação do julgamento do Supremo Tribunal Federal não representa a posição oficial do partido.
Escalado para coordenar a campanha da presidente Dilma Rousseff à reeleição, Falcão afirmou não considerar como presos políticos o ex-ministro José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino e o ex-tesoureiro Delúbio Soares.
O pedido de anulação do julgamento apareceu na quinta-feira à noite, durante a abertura do 5.º Congresso do PT, quando Dilma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foram cobrados por militantes que chamavam Dirceu, Genoino e Delúbio de "guerreiros do povo brasileiro" e clamavam por solidariedade de outros petistas.
"São campanhas que se fazem, mas essa não é a posição do PT", afirmou Falcão.
Na quinta-feira, o presidente do PT foi o único a defender publicamente os condenados, ao dizer que nenhum deles comprou votos no Congresso nem usou dinheiro público ou enriqueceu. "Se eu não falasse, vocês iriam dizer que eu fugi do assunto. Mas eu falei com moderação", afirmou o presidente do PT aos repórteres.


Biaggio Talento, A Tarde

O ditador cubano Raúl Castro almoçou nesta sexta-feira no Palácio de Ondina com o governador da Bahia, Jaques Wagner. Eles passaram a tarde conversando, mas o governo não deu qualquer informação sobre o encontro. Apenas fotos foram divulgadas.
Castro chegou ao Palácio de Ondina por volta das 13h30 e saiu às 17h30. O governo não informou o horário que o avião do presidente cubano iria decolar de Salvador, mas o certo é que ele não se encontraria novamente com Wagner.
O ditador cubano estava acompanhado de dois assessores. Antes do almoço, ele comeu acarajé e na saída pediu um “beijinho” da baiana que o serviu, conhecida como Marise.

Almoço no Palácio de Ondina - Foto: Divulgação/Governo da Bahia



Demétrio Weber, Isabel Braga e Cristiane Jungblut, O Globo
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, determinou nesta sexta-feira a prisão do deputado federal Pedro Henry (PP-MT), condenado no processo do mensalão a sete anos e dois meses de reclusão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em regime semiaberto, no qual é possível trabalhar durante o dia e voltar para a prisão à noite.
Ele se apresentou na Superintendência da Polícia Federal às 12h30m e foi transferido para o Complexo Penitenciário da Papuda.
Conforme esperado, Pedro Henry também enviou à Câmara carta de renúncia ao mandato. Até agora, só quatro réus condenados não tiveram pelo menos parte de suas penas executadas. Do total de 25 condenados, 15 estão na cadeia. Henry fica inelegível até 2029 considerando a pena de 7 anos de 2 meses e mais 8 anos previstos na lei da Ficha Limpa, que são contados a partir do final do cumprimento da pena.
“Não seria este o desfecho da vida pública que eu havia planejado, mas não vou expor a instituição mais do que já se encontra exposta por esse episódio”, diz Henry na carta.

Foto: André Coelho/O Globo


O Globo
O nome já diz a que veio a campeã da lista: a vodka dos bilionários. Feita com uma "receita secreta" que envolve, como as outras desta lista, águas puríssimas, grãos de qualidade superior e técnicas de destilações e filtragens múltiplas, vem em embalagem de 5 litros. "É bom ser o rei", diz o anúncio da bebida criada pelo inventor do "champanhe dos bilionários", o designer de luxo Leon Verres, que traz 3.000 diamantes incrustados na garrafa.

Foto: Divulgação


O Globo

O governo sul-africano admitiu saber que o suposto intérprete da linguagem dos sinais na cerimônia oficial em homenagem a Nelson Mandela já foi acusado de homicídio e afirmou que está investigando Thamsanqa Jantjie. O reconhecimento veio à tona nesta sexta-feira, em mais um capítulo envolvendo o intérprete, depois que o canal de televisão local eNCA revelou que Jantjie já tinha sido acusado deste e de outros crimes: estupro, roubo e sequestro.
- Voltaremos com um relatório completo - prometeu Phumla Williams, do escritório de comunicações do governo.
As autoridades investigam por que Jantjie foi selecionado para a cerimônia, na qual esteve muito próximo do presidente americano, Barack Obama, e de outros chefes de Estado, além de parentes de Mandela.
A nova revelação veio um dia depois de o próprio Jantjie afirmar que sofreu um episódio esquizofrênico durante o evento - o que, segundo ele, o teria levado a cometer o erro - e gerou ainda mais desconforto entre as autoridades americanas. A subsecretária de Estado para Assuntos Africanos, Linda Thomas-Greenfield, disse que todos estavam “muito irritados” com a escolha de Jantjie. Segundo ela, a maior preocupação foi com a segurança do evento, afinal, Jantjie esteve a menos de um metro de distância de Obama durante a homenagem.
Foto: Tsvangirayi Mukwazhi/AP


NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO





NO BLOG DO JOSIAS


O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), chamou de “absurdo” o rumo que tomou no STF o julgamento da ação da OAB contra o atual modelo de financiamento das eleições. Já votaram quatro ministros, todos a favor da proibição de contribuições eleitorais de empresas. “Não há hipótese de o Parlamento receber passivamente uma decisão radicalizada e invasiva como essa que está por vir”, disse o deputado em entrevista ao blog.
Para Henrique, o STF “joga para a plateia” ao esboçar o veto ao dinheiro privado nas campanhas. “Não se pode dizer que uma empresa que faz doação a um partido estaria comprando o partido ou comprando o político eleito pelo partido. Isso é uma avaliação muito distorcida, que nós não aceitamos em hipótese nenhuma”, declarou a certa altura. “Será que desejam oficializar o caixa dois?”, indagou.
Henrique Alves lamentou que o próprio presidente do STF, Joaquim Barbosa, tenha criticado o Congresso. “É preciso lembrar que foi esse mesmo Congresso que aprovou a indicação do nome de Joaquim Barbosa para ocupar uma cadeira de ministro do Supremo.”
Ele não aceita a tese segundo a qual a inação do Congresso torna legítima a reação STF. “Se formos ponderar os milhares de processos que se acumulam há décadas no Supremo e nas instâncias inferiores do Judiciário, podemos também dizer que há ineficiência nessa demora. Nem por isso vamos tirar dos tribunais a prerrogativa de julgar esses processos. Críticas, quando construtivas, são aceitáveis de parte a parte. O que não dá para aceitar é a invasão de prerrogativas.” Vai abaixo a entrevista:
— O STF começou a julgar a ação da OAB contra as contribuições eleitorais de empresas privadas. O que achou da aparente tendência do Supremo de decretar a inconstitucionalidade do atual modelo de financiamento das campanhas? Achei um absurdo. Se essa tendência se confirmar, será uma decisão invasiva. Esse tema é de competência exclusiva do Legislativo. Não faz o menor sentido o Supremo adotar uma posição invasiva num tema que é da atribuição do Congresso.
— Discorda da tese segundo a qual a omissão do Congresso legitima a atuação do STF? Estamos com um projeto de reforma política em andamento. Fizemos um grupo de trabalho, toda imprensa registrou. Foi elaborada uma PEC, proposta de emenda à Constituição. A comissão especial que analisará a proposta já está criada e será instalada na próxima terça-feira. Vamos votar no plenário em abril. Não se faz uma reforma desse tipo em cima da perna. Estamos modificando a estrutura de uma legislação eleitoral de 30 anos. O STF não ignora isso. Reconheço que poderíamos ter feito antes. Mas isso não é razão para que o Judiciário atropele o Legislativo.
— O que pode ocorrer se for confirmada a tendência do Supremo de decretar a inconstitucionalidade das contribuições de empresas privadas? Isso provocará graves reações do Poder Legislativo.
— Que tipo de reações? Serão reações que podem afetar a relação entre os poderes. Não é adequada a maneira como o assunto está sendo tratado. Houve declarações do próprio presidente do STF, censurando o Legislativo. Os parlamentares não estão recebendo bem.
— Ao votar, o ministro Joaquim Barbosa disse, se quisesse, o Congresso poderia ter regulado a matéria. Na expressão dele, ‘nada se fez’. Além de decretar a inconstitucionalidade, ele se opôs à ideia de dar um prazo ao Legislativo para modificar a legislação. Disse que essa prática serve apenas para ‘desmoralizar’ o Judiciário, já que o Congresso não costuma cumprir os prazos fixados pelo STF. Citou o caso da fixação de regras para o Fundo de Participação dos Municípios. Deu a entender que o Congresso não merece crédito porque ‘ignora’ os prazos. Discorda? Esse tipo de censura não me parece cabível. É preciso lembrar que foi esse mesmo Congresso que aprovou a indicação o nome de Joaquim Barbosa para ocupar uma cadeira de ministro do Supremo. Ministros do Supremo são aprovados pelo Senado. E a aprovação do ministro Joaquim foi feita de maneira responsável por um Congresso confiável. Por esse caminho da crítica fácil não chegaremos a lugar nenhum. Estamos diante de uma clara invasão de competências. Isso poderá gerar realmente um grave problema nas relações do Legislativo com o Judiciário.
— Como assim? Estou tentando segurar manifestações. Isso não é hora. Creio que temos que tentar o diálogo. Mas se partir para essa radicalização o resultado não será bom.
— O que pode ocorrer se forem proibidas as contribuições de empresas aos candidatos e aos partidos? Fico imaginando o que querem os defensores dessa providência. Será que desejam oficializar o caixa dois? Como é que serão feitas as campanhas? É uma coisa irreal. Até parece que estão querendo estimular o criminoso caixa dois. Ninguém pode querer isso.
— O que fazer? Vamos disciplinar, vamos fiscalizar, vamos encontrar os métodos. Tudo isso dentro do processo legislativo, jamais como imposição do Judiciário. Qualquer coisa fora disso provocará uma reação muito forte do Poder Legislativo.
— A OAB ingressou com a Ação Direta de Inconstitucionalidade. O Supremo tinha que julgar, não? Veja bem, a ação da OAB foi ajuizada lá atrás, em 2011. Já poderia ter sido julgada. Por que julgar agora? O ministro Teori [Zavascki] pediu vista do processo. Isso jogará o julgamento para o ano que vem. Vão tomar uma decisão dessa magnitude em pleno ano eleitoral? Isso é midiático apenas. Isso é para jogar para a plateia. Não vamos transigir. Todos sabem que já estamos tratando do assunto. A imprensa inteira noticiou. Até reconheço que poderíamos ter agido antes. Mas isso não justifica que um outro Poder se sinta no direito, que não tem, de ser invasivo a esse ponto. O Legislativo não vai aceitar. Espero que isso não venha a se consumar. Eu me pergunto, às vezes: o que é, afinal, que está sendo considerado inconstitucional?
— Pelo que se extrai dos quatro votos já proferidos, os ministros consideram, entre outras coisas, que as empresas não podem ser equiparadas aos cidadãos. Nessa linha, a contribuição eleitoral do empresário seria legítima, não a da empresa. Ainda assim, dentro de limites que preservem o equilíbrio da disputa. Não é isso? Mesmo os constituintes de 1988, quando fizeram a Constituição, não chegaram a esse ponto. Claro que tem que ter uma metodologia, uma modulação, uma rigorosa fiscalização. Mas não se pode dizer que uma empresa que faz doação a um partido estaria comprando o partido ou comprando o político eleito pelo partido. Isso é uma avaliação muito distorcida, que nós não aceitamos em hipótese nenhuma.
— Considerando-se a tendência esboçada nos primeiros quatro votos, não são negligenciáveis as chances de o Supremo decretar a inconstitucionalidade do atual modelo de financiamento eleitoral. Sua observação é a de que o Parlamento não aceita. E aí? Não há hipótese de o Parlamento receber passivamente uma decisão radicalizada e invasiva como essa que está por vir. Haverá, sim, uma reação. Não sei em que termos e em que tom. Mas não tenha dúvidas: haverá uma manifestação clara de desagrado do Poder Legislativo. Não é possível isso!
— Por que não é possível? Somos acusados de omissão legislativa. Reconheço que poderíamos ter feito antes. Mas não se faz uma reforma política sobre a perna. Se formos ponderar os milhares de processos que se acumulam há décadas no Supremo e nas instâncias inferiores do Judiciário, podemos também dizer que há ineficiência nessa demora. Há processos que atingem o direito de famílias e de pessoas. Esss pessoas morrem sem ver o jugamento. Envelhecem sem ver os seus direitos respeitados pelo Judiciário. Mas nem por isso vamos tirar dos tribunais a prerrogativa de julgar esses processos. Críticas, quando construtivas, são aceitáveis de parte a parte. O que não dá para aceitar é a invasão de prerrogativas. Não vejo ninguém no Parlamento falando em criar pela via legislative outras instâncias judiciais ou em transferir para outros Poderes a prerrogativa de julgar. Não faria sentido.
— Em abril deste ano, a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara aprovou proposta de emenda à Constituição do deputado Nazareno Fonteles (PT-PI) que submete ao Congresso decisões do STF, não se lembra? É verdade. Ele queria submeter decisões do Judiciário ao Legislativo. Eu reagi. Não aceitei. O deputado até brigou comigo, me atacou pelos jornais. Mas a Constituição é clara ao estabelecer a harmonia e a independência dos Poderes. A atuação que tive nesse episódio, com o apoio da ampla maioria da Casa, me permite agora dizer que, do mesmo modo, não aceitamos que o Judiciário queira invadir as competências do Legislativo. Falo pela Câmara: nós não vamos aceitar. Espero que a reação não seja necessária.
— Essa proposta de emenda constitucional que a Câmara pretende votar em abril mantém a possibilidade de contribuições eleitorais de empresas, não?Sim. A proposta prevê um sistema de financiamento misto, público e privado. Estabelece regras para um e para o outro.
— O financiamento exclusivamente público está fora de cogitação? Pode-se até limitar as doações privadas. Mas é preciso ser realista. Como vamos fazer um financiamento público de todas as eleições —de vereadores ao presidente da República, num país em que falta verba para tudo? O Estado não tem dinheiro para saúde e educação. Vai financiar eleições? Isso é irreal. É coisa de quem não vive a realidade política do Brasil. Ou então estão querendo jogar para a plateia. Poderiam ter julgado isso em 2011. Julgar agora, em período eleitoral, do modo invasivo como está sendo feito, não dá para aceitar.
— Acha possível que alterações nas regras do financiamento da eleição, seja por decisão do STF ou do Congresso, entre em vigor já nas eleições de 2014?É impossível isso. Primeiro porque há o princípio da anualidade, que impede mudanças no ano da eleição. Segundo porque não há como aprovar. Não é só o financiamento. A reforma política mexe em outros pontos. Não dá para chegar em março ou abril e dizer que a eleição vai ser assim ou assado. É uma absoluta falta de realismo. Volto a perguntar: será que estão querendo estimular o caixa dois? Nós queremos combatê-lo, com regras claras e com método.

NO BLOG DO ALUIZIO AMORIM


Depois do furo de reportagem monumental revelando o livro-bomba do ex-Secretário Nacional de Justiça do governo Lula, delegado Romeu Tuma Junior, a revista Veja que chega às bancas neste sábado vem tinindo outra vez. 
A reportagem-bomba desta semana tem uma chamada de capa sugestiva: O Rei dos Laranjas. Revela o vertiginoso crescimento de um grupo empresarial brasileiro, informando que a vida do empresário Adir Assad começou a mudar quando ele trocou o ramo de entretenimento pelo da engenharia. 
Em quatros anos - segundo a reportagem de Veja - o faturamento das empresas de Adir Assad cresceu 574 vezes. Elas se tornaram peça fundamental num esquema que destinou clandestinamednte R$ 1 bilhão de reais aos bolsos de funcionários públicos e políticos corruptos. A reportagem-bomba de Veja põe a nu as engrenagens diabólicas dessa máquina e adverte: Essa trama de corrupção ainda pode respingar em muita gente poderosa!
E no miolo da revista tem muito mais, com novas e candentes revelações do autor do livro-bomba. Segundo se constata pela reportagem de Veja, o baú carregado de dossiês, tramas palacianas, assassinatos de reputações e outros crimes de Estado, tudo documentado, em poder de Tuma Junior, pesa pra caramba! A primeira edição do livro já está esgotada mas já chegou às livrarias uma nova edição de alguns milhares de exemplares e a obra pode ser comprada também pela internet aqui neste blog.
Presume-se que Tuma Junior permanecerá por muito tempo no noticiário político e, dadas pelas circunstâncias, o assunto também tem todos os ingredientes para figurar nas páginas policiais, embora a maioria da grande mídia prossiga na operação-abafa.
Aliás, é o que se tem visto depois que o PT chegou ao poder: o cruzamento de matérias políticas com o noticiário policial. Os escândalos ocorrem em profusão. Muitas vezes as reportagens começam nas editorias de política e terminam na porta das cadeias, como o famigerado esquema do mensalão, cujo julgamento ainda não se concluiu.
Na verdade, a Veja desta semana vem com duas reportagens-bomba. A do "Rei dos Laranjas" e as novas revelações do delegado Tuma Junior. Portanto, mais uma edição imperdível da maior revista semanal brasileira que está entre as mais importantes e influentes do mundo.
Não é para menos. Veja é mídia nacional e internacional porque faz jornalismo de verdade. O resto é ridícula espuma vermelha onde chafurdam os anões morais, useiros e vezeiros em maquiar e escamotear as informações verdadeiras, o que lhes faculta colher os caraminguás atirados pelo Palácio do Planalto.

NO BLOG UCHO.INFO


Milagreiro, Ibope divulga pesquisa que mostra alta da aprovação do desgoverno de Dilma Rousseff

Camisa de força – Até quando a população brasileira será enganada por um partido que na última década mostrou ser um bandoleiro da política nacional? O País está paralisado e com a economia a um passo do despenhadeiro, mas a Dilma Vana Rousseff, o mais novo “arroz doce de festa” do planeta, está preocupada apenas com os eventos de campanha, os quais têm servido para lançar novas promessas e entregar máquinas a prefeituras e governo estaduais comandados por companheiros e aliados. Nenhuma obra importante está sendo entregue, até porque a paralisia que subiu a rampa do Palácio do Planalto é inédita.
Como se fosse pouco, Dilma tem autorizado de forma reiterada a sangria dos cofres oficiais para financiar as campanhas publicitárias do governo, recheadas de efeitos de especiais para fingir que o Brasil é o país de Alice, aquele das maravilhas.
Para embalar a farsa, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou nesta sexta-feira (13) os resultados de uma pesquisa do Ibope que mostra o aumento do percentual da população que avalia como ótimo ou bom o desempenho do governo de Dilma Rousseff. De acordo com o levantamento, esse contingente passou de 37% para 43%. A aprovação da forma como a petista governa subiu de 54% para 56%, enquanto a parcela da população que confia na presidente se manteve estável em 52%.
Gerente Executivo de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca destaca que um dos pontos que mais influenciou o crescimento da aprovação do governo foi a forte queda do índice, no vácuo das manifestações de junho e julho. Ou seja, nenhuma novidade além da velha e popular teoria do “tudo que desce, sobe”. E vice-versa. Em março, o governo Dilma bateu recorde de aprovação, com 63% da população considerando-o ótimo ou bom. Em julho, com as manifestações, o percentual chegou a 31%.
É temerário acreditar que as pessoas que estavam descontentes na metade do ano reavaliaram a situação após as manifestações e mudaram de opinião. De lá para cá nada foi feito que justificasse essa mudança apontada pela pesquisa. Ademais, pelo menos dois terços da população brasileira querem mudanças radicais e imediatas, mas até agora Dilma e seus estafetas se movimentaram para tal. Em suma, os números da pesquisa não batem e muito menos revelam a realidade, cada vez mais dura, vale salientar
O Ibope ouviu 2.002 pessoas, entre os dias 23 de novembro e 2 de dezembro, em 727 municípios. O levantamento tem margem de erro de 2 pontos percentuais. O mais interessante nessa missa encomendada é que o Brasil tem quase 200 milhões de habitantes, mas a opinião de duas mil pessoas basta para lançar mais uma mentira sobre os incautos.






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