A DOUTRINA DA IMACULADA CONCEIÇÃO


Um dogma deixa a teologia abalada, a concepção de Maria Imaculada
Por José Reis Chaves
PUBLICADO EM 16/12/13, ÁS 03H NO JORNAL O TEMPO, DE BH
A doutrina da Imaculada Conceição quer dizer que a Mãe de Jesus é isenta do pecado original, que, na verdade, é o carma.
Maria de Nazaré, depois de Jesus, é, de fato, o mais sublime Espírito que já veio a este nosso Planeta. Mas, como diz a filosofia, “tudo de mais é ruim”. E como erradamente os teólogos endeusaram Jesus, o Rei da História da Humanidade, transformaram também Maria numa espécie de Deus em seu aspecto feminino.
A mitologia tinha seus deuses com os dois aspectos masculino e feminino, o que influenciou a teologia cristã primitiva e até a própria Bíblia. Na verdade, Deus é neutro, não sendo nem masculino nem feminino. Mas Nossa Senhora perante os fiéis cristãos, na prática, passou a ser vista psicologicamente como sendo uma espécie de Deus em seu aspecto feminino, não obstante isso nunca ter sido declarado abertamente. Aliás, o Espírito Santo, que, pela Bíblia, é o conjunto de todos os espíritos (Daniel 13: 45 da Bíblia Católica; e 1 Coríntios 6: 19), era visto também por muitos teólogos do Cristianismo Primitivo como sendo do gênero feminino.
E eis alguns exemplos dos deuses mitológicos com seus aspectos e modos femininos semelhantes aos de Maria. Na Grécia, a “mãe dos deuses”, Artêmis, Deméter, Atenas (virgem, em grego "parthenos", a qual tem junto de si uma serpente). Para os romanos: Minerva, Ceres e Diana (com uma lua crescente sob os pés). Entre os hindus, Kâli é a “Mãe-Deus”, no aspecto feminino de Brahma ou de Vichnou. Para os gauleses, temos Koridwen. E, no Egito, temos Ísis (com uma criança nos braços).
Daí foi um passo para se dar também à Mãe de Jesus o título de “Mãe de Deus” (“Teotokos”). Mas lembremo-nos de que Jesus só chamava Deus de Pai, nunca de Mãe!
O objetivo desse título polêmico, “Mãe de Deus”, era para dar força à ideia de que Jesus não é só Filho de Deus, mas também outro Deus Todo-Poderoso, tal qual o Pai. E uma parte dos teólogos concluiu que Maria foi concebida sem pecado original. Por isso, forçosamente, se teria que concluir que a fecundação dela não foi feita por seus pais, São Joaquim e Santa Ana. Mas como se aceitar isso, se a própria fecundação de Jesus pelo Espírito Santo já é complicada questão de fé?
Maria, por ser Mãe de Jesus, é, sem dúvida nenhuma, um Espírito imaculado. E a doutrina da Imaculada Conceição já era ensinada pela Igreja, desde o Concílio Ecumênico de Éfeso (431), mas só foi proclamada como dogma, que respeito, pelo papa Pio IX, em 8 de dezembro de 1854.
Mas não foi sem razão que muitos teólogos cristãos foram contrários a essa doutrina de Maria concebida sem pecado original, entre eles, Santo Agostinho, São Tomás de Aquino e São Bernardo.
É que esses renomados teólogos perceberam que a teologia cristã seria abalada com essa confusa doutrina da Imaculada Conceição, que respeitamos, mas que, realmente, recebeu a influência da mitologia!


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