A DESFAÇATEZ DOS CONDENADOS NO MENSALÃO

Condenado no Mensalão, o ex-deputado Pedro Corrêa quer voltar a estudar
Defesa do ex-deputado vai protocolar pedido para que ele trabalhe pela manhã e faça mestrado à noite
Rebeca Silva - Diario de Pernambuco
Publicação: 30/12/2013

Família vai processar policiais por terem algemado Pedro Corrêa durante transferência foto: Paulo Paiva/D.A PRESS (Paulo Paiva/D.A PRESS)
Família vai processar policiais por terem algemado Pedro Corrêa durante transferência foto: Paulo Paiva/D.A PRESS
O ex-deputado federal Pedro Corrêa (PP), condenado no processo do mensalão a 7 anos e 2 meses por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, quer trabalhar pela manhã e fazer um curso de pós-graduação à noite, no Recife. A proposta ainda será apresentada à Justiça. A informação foi dada pelo primo do progressista, o desembargador aposentado Clóvis Corrêa. O ex-deputado está preso desde a última sexta-feira no Centro de Observação e Triagem Professor Everaldo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, aguardando decisão judicial sobre a transferência para uma penitenciária de regime semiaberto, como determina a sua sentença. A expectativa é que a decisão seja tomada após o dia 2 de janeiro, quando as atividades públicas são retomadas.
Ontem, dia de visita, Corrêa recebeu parentes, que levaram alguns mimos como ventilador, colchão, lençol, fronha e frutas.

Formado em medicina pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e especializado em radiologia, o ex-deputado também teria recebido a proposta para trabalhar durante o dia na Clínica Radiológica Dr. José Aguiar Pereira, no Derby, onde ele já teria atuado profissionalmente. “Ele poderia até fazer plantão no sábado ou domingo. Mas isso vai ser conversado. Vamos apresentar ao juiz”, disse Clóvis.
Questionado sobre a distância caso o ex-deputado seja transferido para um dos quatro presídios de regime semiaberto do estado (na Ilha de Itamaracá, em Canhotinho, Petrolina ou Salgueiro), Clóvis lembrou que o primo terá que usar uma tornozeleira de monitoramento. Pela Lei, Corrêa tem que retornar à unidade prisional às 17h. A reportagem tentou falar com o juiz Luiz Gomes da Rocha Neto, da 1ª Vara de Execuções Penais de Pernambuco, responsável por acompanhar o caso, mas ele não retornou as ligações.
Ação
Na próxima semana, a família do ex-deputado entrará na próxima semana com uma ação na Justiça Federal contra os três policiais do Departamento Penitenciário Nacional que fizeram a escolta do ex-parlamentar de Brasília para o Recife, na última sexta-feira, e o trouxeram algemado. “Os agentes desrespeitaram a súmula vinculante 11 do Supremo Tribunal Federal (que diz que o detento só precisa ser algemado em casos de resistência ou de perigo à integridade física própria ou alheia) e o Estatuto do Idoso. Eles cometeram crime ao algemá-lo. Também o seguraram pelo cinturão como se fosse um marginal. A imagem dele tinha que ser preservada. Ele tem 65 anos”, acrescentou Clóvis, o único da família a se pronunciar ontem. Os parentes vão ainda encaminhar um pedido ao juiz Luiz Gomes da Rocha Neto para que o primo não cumpra pena na Penitenciária Agro Industrial São João (PAI), em Itamaracá. A família teme pela segurança de Pedro Corrêa já que a unidade sofre com a superlotação de presidiários.
Saiba mais
Confira a pena e as distâncias entre o Recife, onde Pedro Corrêa quer estudar, e as cidades onde há unidades carcerárias com regime semiaberto
7 anos e 2 meses é a pena que o ex-deputado deverá cumprir por causa da condenação no processo do mensalão
Distâncias dos presídios em relação ao Recife
Itamaracá    46 km
Canhotinho    206 km
Salgueiro    513 km
Petrolina    715 km

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