PERANTE OS ANIMAIS SOMOS TODOS NAZISTAS

-A CRUELDADE NOSSA DE CADA DIA-


Por RICARDO ORESTES FORNI
iost@terra.com.br
Tupã, SP (Brasil)

“Em seu comportamento com os animais todos os homens são nazistas.” (Isaac Bashevis Singer).

“Talvez chegue o dia em que o restante da criação animal venha a adquirir os direitos que jamais poderiam ter-lhe sido negados, a não ser pela mão da tirania. A questão não é ‘Eles são capazes de raciocinar?’, nem ‘São capazes de falar?’, mas, sim: ‘Eles são capazes de sofrer?”.(Jeremy Bentham)

A reportagem da revista VEJA, edição 2344 de 23 de outubro de 2013, página 61, revela mais uma das doses de crueldade que o ser humano pode infligir aos animais. Nessa reportagem encontramos a notícia de que 250 cães da raça beagle e cinquenta coelhos, usados em testes de produtos cosméticos e farmacêuticos, foram dali retirados.
Se você quer ter uma ideia do que sofrem os animais em diversos laboratórios do mundo, vou relatar para você o que é o chamado teste “Draize”. Nesses testes, os coelhos são imobilizados completamente em artefatos construídos para esse fim e são introduzidas nos olhos desses animais as substâncias a serem testadas: cosméticos, alvejantes, xampus ou tinta. Como os animais estão fortemente presos, não conseguem sequer esboçar reação de dor ou de defesa alguma. E a crueldade humana prossegue introduzindo nos olhos desses animais, dia a dia, pequenas doses das substâncias que estão sendo testadas. Diariamente, indiferentes ao que o animal esteja sofrendo, os pesquisadores vão anotando em seus relatórios o inchaço, as ulcerações, infecções e sangramentos produzidos nos olhos desses animais. Retornamos, então, à pergunta de Jeremy Bentham: eles são capazes de sofrer? Essa é a questão ética! Creio que a resposta continua com Isaac Bashevis Singer: “Em seu comportamento com os animais todos os homens são nazistas”!
Os insensíveis ou inocentes (serão?) argumentam que a vida do ser humano depende de substâncias testadas nos animais. Será? Você sabia que a penicilina que salvou tantas vidas não passou pelo teste em animais? Você sabia que a talidomida utilizada por mulheres grávidas e que levou ao nascimento inúmeras crianças com defeitos congênitos foi aprovada em testes com animais? Você sabia que a insulina utilizada para o controle do diabetes no ser humano foi reprovada em testes com animais? Como ficamos? Quantos animais sofreram e morreram em vão apenas com essas três medicações? Que dizer de tantas outras mais das quais nem notícias sabemos?! Não existe infalibilidade nos testes em animais de laboratório, mas a dor que sentem e passam até morrer, essa é real, está sempre presente. Mas o que importa isso ao homem que dá provas diárias do que é capaz de fazer contra o seu semelhante, não é mesmo? Se você ainda não se convenceu do que se passa nesses locais de pesquisas, quando apenas estão os pesquisadores e suas vítimas, vou relatar mais um caso ocorrido na Universidade da Pensilvânia. A experiência era com símios. No protocolo oficial para obter verbas, constava que esses animais deveriam ser antes anestesiados e, depois, receber traumas em suas cabeças para ver o que ocorria com o seu cérebro. Essas experiências eram gravadas em vídeos. Sabe o que esses vídeos revelaram quando foram roubados do laboratório por grupos de defesa animal? Os símios eram amarrados, espancados com extrema crueldade sem anestesia nenhuma, e tinham as suas cabeças abertas para que os “caridosos” cirurgiões que agiam em favor da humanidade trabalhassem com os animais contorcendo-se em dores atrozes até a morte.
Se você entende os animais como nossos irmãos menores a quem devemos proteção e auxílio, leia o livro <Libertação Animal>, de Peter Singer. Nele estão estampadas algumas das barbaridades que o ser humano, animal racional, ainda é capaz de fazer com os indefesos seres que a Providência Divina permite que existam e cresçam rumo à perfeição.
Não posso encerrar melhor do que utilizando os ensinamentos de Chico Xavier: “Nossos benfeitores espirituais nos esclarecem que é preciso que todos nós consideremos que os animais diversos, a nos rodearem a existência de seres humanos em evolução no planeta Terra, são nossos irmãos menores, desenvolvendo em si mesmos o próprio princípio inteligente. Se nós, seres humanos, já alcançamos os domínios da inteligência, desenvolvendo agora as potências intuitivas, eles, os animais, estão aperfeiçoando paulatinamente seus instintos na busca da inteligência. Da mesma maneira que nós humanos aspiramos alcançar algum dia a angelitude na Vida Maior, personificada em nosso mestre e senhor Jesus, eles, os animais, aspiram ser no futuro distante homens e mulheres inteligentes e livres. Assim sendo, nós podemos nos considerar como irmãos mais velhos e mais experimentados dos animais. Ora, nós já sabemos que a Lei Divina institui a solidariedade entre os seres, e, por isso, podemos facilmente concluir que a nós, seres humanos, Deus outorgou a condução e a proteção de nossos irmãos mais novos, os animais. E o que é que nós estamos fazendo com esta responsabilidade santa de proteger e guiar o reino animal?” (Lições de Sabedoria, página 194) 
Nem queira saber, Chico, nem queira saber!...

Extraído do www.oconsolador.com.br (Crônicas e Artigos) Ano 7 - N° 337 - 10 de Novembro de 2013.

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