DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 1º-11-2013

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO

Foi uma mãe o Processo Administrativo Disciplinar da Controladoria Geral da União (CGU) sobre malfeitorias atribuídas a Rosemary Nóvoa de Noronha (“Rose”), amiga íntima do ex-presidente Lula. Na oitiva, “secreta” porque a opinião pública nem tomou conhecimento, Rose não respondeu a nenhuma das 114 perguntas. E, para pegar leve com Rose, a CGU nem precisou ouvir 9 das testemunhas arroladas por ela.

A CGU chefiada pelo petista Jorge Hage pediu apenas a demissão de Rose, mas os crimes a ela atribuídos preveem prisão de até 25 anos.

Testemunhas de Rose que a CGU não incomodou: o ministro Gilberto Carvalho e ex-ministros Erenice Guerra, Carlos Gabas e José Viegas.

Entre as testemunhas de defesa de Rose estavam Beto Vasconcelos, da área jurídica da Casa Civil, e até Lúcio Reiner, tradutor de Lula.

Há exatamente um ano o falido Eike Batista aconselhava no Twitter: “Disciplina é fundamental nos negócios e nas nossas vidas”.

Durante uma palestra, gravada em vídeo, o senador e ex-procurador Pedro Taques (PDT-MT) disse que “a Constituição determina que todo o poder emana do povo. Se fosse de Deus, seria uma teocracia, e não uma democracia. Se emanasse dos delegados da Polícia Federal, seria uma merda.” A afirmação, preconceituosa, foi considerada descabida: os delegados da PF têm a mesma formação jurídica dos procuradores.

Associações dos delegados, inclusive a da Polícia Federal (ADPF), já enviaram ofício pedindo explicações a Pedro Taques.

Foi notícia mundial o crime bárbaro no Rio: o ex-jogador João Rodrigo Santos, decapitado, sem a língua. A mulher, PM, recebeu a cabeça num saco, à porta de casa, sem um ai da turma dos Direitos Humanos.

Durante reunião de classe, em Brasília, um advogado estava desolado: o extrato do investimento de suas economias em ações da Petrobras mostrou que, dos R$ 75 mil aplicados, sobram-lhe cerca de R$ 20 mil.

Teste seus conhecimentos: em que país do mundo servidor público tem feriado nacional sem servir ao público, emenda com “feriadão” até na Justiça e faz greve pouco antes das férias? Errou quem disse Gabão.

O Tribunal Regional Eleitoral determinou pela sexta vez a cassação da prefeita de Mossoró, Cláudia Regina (DEM), e do vice Wellington Filho (PMDB), por envolver servidores na campanha durante o expediente.

… o ministro Gilberto Carvalho poderia testar “diálogo” com os Black Bloc levando um letreiro da Caixa, por exemplo, que eles ainda não quebraram.


NO BLOG DO CORONEL

E aí, vai pra TV, Dilma?

Motivo da desconfiança crescente de investidores e organismos internacionais com a economia brasileira, as contas públicas tiveram em setembro o pior resultado em 11 anos. No mês passado, o setor público consolidado — que engloba União, estados, municípios e empresas estatais, exceto Petrobras e Eletrobras — fechou no vermelho em R$ 9,05 bilhões.
Foi o pior resultado para o mês desde o início da série histórica, que começou a ser pesquisada pelo Banco Central (BC) em 2001. O número veio tão abaixo das projeções de mercado que até mesmo o governo reagiu mal. "Não há dúvida de que o quadro fiscal é desafiador", declarou o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel.
Os analistas mais pessimistas acreditavam que, na pior das hipóteses, o rombo do mês seria de R$ 2,6 bilhões. No entanto, eles não esperavam que o desempenho do governo central (Tesouro, BC e Previdência) seria tão ruim: deficit de R$ 10,473 bilhões, o resultado mais decepcionante já contabilizado no mês. De janeiro a setembro, a arrecadação do governo central aumentou apenas 8% na comparação com o mesmo período de 2012. Já as despesas dispararam 13,5%.
Endividamento
Com as contas no vermelho, o Estado acaba tendo de emitir títulos públicos para se financiar. Por conta disso, a dívida bruta não para de crescer. Em setembro houve nova alta, de 0,3 ponto percentual, fazendo com que ela alcançasse 58,8% do Produto Interno Bruto (PIB). Uma outra metodologia, do Fundo Monetário Internacional (FMI), mostra uma realidade ainda pior. Pelos cálculos da entidade, o débito era, em dezembro do ano passado, de 68,5% do PIB, fazendo do Brasil um dos países com o maior endividamento entre economias emergentes.
O descontrole fiscal vem sendo duramente criticado por organismos como o próprio FMI e a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Na semana passada, o fundo chamou a atenção para a "erosão" das contas públicas brasileiras, em um relatório em que apontou ainda a falta de investimentos e a incapacidade do país de crescer de maneira sustentável, se os desequilíbrios não forem corrigidos.
O diagnóstico foi repelido de maneira ríspida pelo governo. A presidente Dilma Rousseff reagiu com desdém, dizendo que não se daria ao trabalho de comentar as conclusões dos técnicos. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, chamou o relatório de "equivocado" e "incoerente". Uma semana depois, porém, o que se impõe é a realidade dos números, e o que ela mostra é um quadro desalentador.
Com a dívida crescendo e as contas debilitadas, o Brasil passou a acionar a luz amarela das agências de classificação de risco, que se dedicam a avaliar a capacidade de empresas e países de quitar seus compromissos. Organizações como Moody"s e Standard & Poor"s ameaçam reduzir a nota de crédito brasileira, o que tornaria ainda mais caro para o Tesouro e empresas nacionais recorrer ao mercado financeiro. "O resultado de setembro está em linha com o raciocínio de rebaixamento do país", diz o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini.
Promessa
O comprometimento das contas públicas também provoca dúvidas sobre a capacidade do governo de alcançar as metas fiscais, mesmo recorrendo, mais uma vez, a truques contábeis. O objetivo fixado na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) é o de uma economia de R$ 155,85 bilhões, o equivalente a 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB), esforço que tem que ser feito por todos os entes públicos. São esses recursos, reservados ao pagamento dos juros da dívida pública — o chamado superavit primário —, que garantem aos credores que o país tem condições de honrar com os compromissos assumidos.
Até setembro, porém, foram apenas R$ 44,965 bilhões, menos de um terço do valor necessário. O montante ficou ainda 41% abaixo do conseguido no ano passado, neste mesmo período. Diante da dificuldade, o governo já avisou que perseguirá em 2103 uma meta de apenas R$ 115,6 bilhões, ou 2,3% do PIB.
Ainda assim, o objetivo parece distante — mesmo com a perspectiva do pagamento dos R$ 15 bilhões que os vencedores do leilão para explorar o campo petrolífero de Libra terão que fazer à União no fim deste mês. "A deterioração fiscal é muito forte. Enquanto as receitas com impostos crescem a um ritmo de 2,3%, as despesas públicas sobem 6%. É uma conta que não fecha", disse o economista Vagner Alves, da gestora de recursos Franklin Templeton. "É difícil acreditar que o governo vá conseguir cumprir a meta, faltando apenas três meses para o fim do ano", completou Felipe Salto, da consultoria Tendências.
O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, reconheceu que setembro foi um mês ruim, mas pondera que "especificidades" atenuaram o resultado, como a elevação dos repasses para estados e municípios, as despesas de compensação dos custos de energia elétrica devido à seca e também ao aumento dos gastos com abonos salariais. Ele espera que a arrecadação e os resultados melhorem nos próximos meses, e garantiu, contra todas as evidências, que o governo vai cumprir o superavit. "Trabalhamos para isso. Estamos fazendo um esforço (extra) e achamos que ele vai ser bem-sucedido", afirmou.
Investimento baixo
A queda da arrecadação cria outro problema. Sem recursos, o governo não consegue investir e estimular a economia. "No ano", diz Felipe Salto, da Tendências, "os investimentos cresceram apenas 2,9%, para R$ 46,5 bilhões, o que, descontada a inflação, é praticamente nulo". O secretário Arno Augustin rebateu as críticas. "O Brasil tem ido muito bem, mas temos sido vítima da volatilidade internacional."
Corte em benefícios
Pouco depois da divulgação do péssimo resultado fiscal de setembro, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou que o governo vai dificultar ainda mais as regras para a obtenção do seguro-desemprego e restringir a concessão do abono salarial. Juntos, esses dois itens devem chegar perto de R$ 50 bilhões neste ano. Segundo Mantega, a ideia é obrigar todo trabalhador que pretenda sacar o seguro a matricular-se em algum curso de capacitação oferecido pelo Pronatec, seja em entidades como o Sesc e o Senai, seja nas escolas técnicas federais. "É curioso que essas despesas estejam crescendo em uma situação favorável do mercado de trabalho", disse.
Desde 11 de outubro, a matrícula em cursos de qualificação é exigida na segunda vez em que o trabalhador recorre ao seguro, mas essa medida já vem sendo contestada judicialmente pela Central Única dos Trabalhadores (CUT). "Vamos chamar as centrais sindicais para discutirmos a mudança no início da semana que vem", disse o ministro. Ele não estimou quando a nova regra pode entrar em vigor.
Fraudes
De acordo com Mantega, as despesas com seguro-desemprego e abono salarial — valor de um salário mínimo pago anualmente a trabalhadores de baixa renda — cresceram, respectivamente, 10% e 17% este ano, elevando o montante para quase R$ 47 bilhões, cerca de 1% do Produto Interno Bruto (PIB). Apenas o abono neste ano chega a R$ 24 bilhões, segundo ele.Essa medida está sendo tomada para melhorar a qualificação do trabalhador e permitir que ele permaneça mais tempo no emprego. Há muita rotatividade no trabalho e também fraudes (quando o cidadão saca o seguro, mas continua trabalhando informalmente)", afirmou o ministro. Segundo ele, as irregularidades devem diminuir porque os trabalhadores não podem manter emprego com carteira assinada enquanto estão nos cursos.
Preocupação
Apesar da preocupação com a redução dos gastos, Mantega evitou comentar em detalhes o resultado das contas públicas no mês passado. Ele ressaltou, porém, que o desempenho foi influenciado por "despesas excepcionais", que não deverão se repetir até o fim do ano, como o pagamento do 13º salário aos aposentados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). "O governo está sempre preocupado em cumprir as metas fiscais e em diminuir as despesas públicas. Nesse sentido, estamos reduzindo os dispêndios com seguro-desemprego e abono", afirmou. (Correio Braziliense)

Em vez de se preocupar com a incompetência do seu governo, Dilma está preocupada com a competência crítica da oposição. Que fase!

Obra no "balão" do Aeroporto de Brasília não ficará pronta para a Copa do Mundo. Na entrada da capital federal do Brasil da Dilma, eles não vão dar conta. O problemaço já foi comunicado pelo governo petista do Distrito Federal à Casa Civil. Houve chiliques, gritos e exigências. "Façam um terceiro, um quarto turno!" O clima é tenso, o pior possível. Fica a dica para a grande imprensa. E para a oposição.
A presidente Dilma Rousseff convocou para amanhã reunião com ministros das áreas de infraestrutura e social. Em véspera de ano eleitoral, o objetivo é checar o andamento de obras e programas e definir estratégia para acelerar o que está travado. A reunião está agendada para o Palácio do Planalto com 14 dos 39 ministros, além do presidente da Caixa, Jorge Hereda. As ministras Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Miriam Belchior (Planejamento) coordenarão o encontro. De acordo com a pauta do encontro, os ministros terão que apresentar uma "narrativa estratégica" de suas pastas, a meta para 2014 e as "principais inaugurações e eventos para novembro e dezembro".
A equipe de Dilma quer acelerar os investimentos, que não estão em ritmo considerado satisfatório, o que deve ser usado como munição pela oposição na campanha eleitoral de 2014.Entre janeiro e setembro deste ano, os investimentos do Orçamento da União atingiram R$ 46,5 bilhões, uma alta de 2,9% em relação ao mesmo período do ano passado. Enquanto isso, as despesas cresceram 13,5%. Segundo assessores presidenciais, Dilma quer checar como está o andamento dos leilões de rodovias, aeroportos, portos e ferrovias.
Até o fim do ano, o governo planeja leiloar os aeroportos do Galeão (RJ) e Confins (MG) --no dia 22 de novembro-- e licitar mais duas rodovias. No mês passado, o governo fez o leilão do campo de Libra, para exploração de petróleo da área do pré-sal, no qual apenas um consórcio fez lance, sem ágio. Ainda assim, o Planalto comemorou o resultado, principalmente pelos R$ 15 bilhões de bônus, que vão ajudar o Tesouro a tentar atingir a meta fiscal do ano.

Pressionada pelo MST, Dilma faz reforma agrária de gabinete. Vem aí mais favelas rurais.

A presidente Dilma Rousseff voltou a desapropriar terras para fins de reforma agrária na semana passada sem cumprir a promessa de submeter os futuros assentamentos no campo a estudos aprofundados de viabilidade econômica antes de implantá-los. Em janeiro deste ano, uma portaria baixada pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário determinou que novas áreas só seriam desapropriadas após a realização de estudos completos. No início de outubro, nova portaria eliminou essa exigência para cerca de 100 processos que já estavam em andamento.
A nova portaria deu a Dilma a possibilidade de retomar a reforma agrária após dez meses sem fazer novas desapropriações. A lentidão do governo nessa área transformou a presidente em alvo de críticas frequentes de movimentos sociais que sempre foram alinhados com o PT, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A nova portaria do ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, foi publicada no dia 14 de outubro. Na sexta-feira, passados apenas dez dias, Dilma assinou os decretos de desapropriação de oito áreas em seis Estados.
Nenhuma dessas propriedades foi submetida aos estudos prometidos por Dilma. No início do ano, quando eles passaram a ser exigidos, a justificativa do governo era que não adiantava distribuir terra sem analisar as condições que os assentados teriam de produzir e gerar renda. A própria presidente deixou isso claro em seus discursos, e o ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência, chegou a classificar como "favelas rurais" os assentamentos precários criados em governos anteriores.
Com a portaria de janeiro, cerca de 100 processos de desapropriação que já estavam próximos de receber a assinatura de Dilma foram devolvidos aos Estados para a realização dos novos estudos. Os peritos deveriam identificar a vocação agropecuária das terras, analisar as condições naturais e a viabilidade de cada local e indicar políticas públicas que poderiam ajudar os futuros assentados. O problema é que as superintendências regionais do Incra, órgão responsável pela reforma agrária, não conseguiram concluir os estudos.
Segundo o sindicato dos peritos agrários do Incra, faltaram profissionais para o trabalho, e normas internas para orientá-los. O sindicato diz também que a categoria está "desmotivada", sem aumento salarial desde 2010. Para dar a Dilma a chance de retomar as desapropriações antes do fim do ano, a solução encontrada por Pepe Vargas foi baixar a nova portaria, que retirou das superintendências regionais a responsabilidade pelos estudos.
Devolvidos a Brasília, os processos foram encaminhados a analistas do Incra, que deram pareceres sobre as áreas sem realizar os estudos que o governo pretendia fazer. Em menos de duas semanas, o governo editou a nova portaria, os processos foram recolhidos, os analistas deram seus pareceres e os decretos de desapropriação foram assinados pela presidente. As oito áreas desapropriadas em outubro por Dilma devem assentar 158 famílias. (Folha de São Paulo)

48 estrangeiros reprovados no Revalida estão atuando no Mais Médicos.

Um grupo de 48 profissionais que já atua no Mais Médicos foi reprovado no Revalida, exame federal para reconhecer o diploma de medicina obtido no exterior. Eles estão entre os 681 selecionados para a primeira rodada do programa, criado pelo governo federal para enviar médicos para atuar na atenção básica prioritariamente no interior do país. No total, 1.440 candidatos formados no exterior não passaram para a segunda fase do Revalida. Desses, apenas os 48 que fazem parte do Mais Médicos poderão exercer a medicina, já que o programa não exige o reconhecimento do diploma de fora do Brasil. Essa é a principal polêmica envolvendo o programa.
Os reprovados podem também exercer a profissão caso consigam validar o diploma em universidade com processo próprio de revalidação. Resposta às manifestações de junho, o Mais Médicos é identificado por marqueteiros do PT como carro-chefe para a campanha de reeleição de Dilma Rousseff e para a provável candidatura do ministro Alexandre Padilha (Saúde) ao governo paulista.
Para Desiré Callegari, primeiro-secretário do CFM (Conselho Federal de Medicina), a atuação dos reprovados no programa é "preocupante". Ele afirma que o exame é uma "medida mínima dos conhecimentos" de medicina. "Vamos ter dois tipos de médico atendendo no Brasil: um qualificado e outro que nem sequer passou numa prova de conhecimentos básicos."
Médicos reprovados ouvidos pela Folha, porém, criticam as exigências do Revalida e usam a experiência no programa para atestar sua capacidade e defender mudanças no exame. Apenas um dos profissionais que fazem parte do Mais Médicos foi aprovado na primeira fase do Revalida. A reportagem não conseguiu entrar em contato com ele.
REGISTROS
A Folha chegou aos 48 nomes cruzando a lista do resultado da primeira fase do exame com o de profissionais inscritos na etapa inicial do programa. Os nomes dos médicos da segunda rodada ainda não foram divulgados. A etapa inicial acabou em 13 de agosto e o Revalida foi aplicado no dia 25. Os profissionais do Mais Médicos reprovados no exame já têm o registro único concedido pelo Ministério da Saúde e atuam em 36 municípios de 15 Estados. A maior parte está em São Paulo.
Oficializado em 2011, o exame registra altos índices de reprovação. Neste ano, apenas 9,7% dos participantes seguirão para a prova prática. O governo deu preferência a médicos formados no país quando lançou o Mais Médicos, mas a maioria dos inscritos tem diploma estrangeiro. Críticos do programa veem favorecimento a Cuba, país que mais forneceu médicos, e apontam um problema --o pagamento aos profissionais daquele país é feito ao governo cubano, por meio de um convênio com a Organização Pan-americana de Saúde. (Folha de São Paulo)


Procurado pela Folha de São Paulo, o Ministério da Saúde afirma que, ao não exigir o Revalida, os médicos podem atuar "exclusivamente na atenção básica do SUS". A pasta diz ainda que o exame "avalia conhecimentos gerais da medicina, incluindo conteúdo de média e alta complexidade". Segundo o ministério, a prova que é aplicada aos profissionais do Mais Médicos formados no exterior "assegura que só participem do programa profissionais com condições de atender a população". Assim, para Alexandre Padilha, ministro da Saúde, a cidade que dispuser apenas deste médico reprovado não terá nem mesmo um diagnóstico correto em casos de média e alta complexidade. Porque este tipo de conhecimento não é exigido. E porque este estrangeiro sem as mínimas condições de exercer a profissão está ali só para quebrar um galho.


NO BLOG DO NOBLAT

Lula queria estar no lugar de Dilma, diz Perillo

Debora Alvares e Erica Decat, Estadão

O governador de Goiás, o tucano Marconi Perillo (foto abaixo), classificou como "mentira" a declaração do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que o País quebrou na gestão de Fernando Henrique Cardoso. Perillo participou, ao lado do presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, de evento realizado em Brasília pelo PSDB local. "Não será uma mentira como essa que vai colar na história do presidente Fernando Henrique Cardoso", disse. "O maior problema dele (Lula) é querer estar no lugar da presidente Dilma e não pode", complementou.

Na quarta-feira, 31, depois de participar de comemoração aos dez anos do Programa Bolsa Família realizado em Brasília, Lula disse a jornalistas que tinha herdado de Fernando Henrique Cardoso um país muito "inseguro" e com nenhuma estabilidade na área econômica.

Leia mais em Lula queria estar no lugar de Dilma, diz Perillo

Itamaraty paga preço abusivo por cerimoniais, aponta TCUFábio Fabrini, Estadão
Ao preço que um brasiliense paga por 40 croissants ou 12 quilos de pão francês na melhor padaria da capital federal, eleita por guias locais, o Itamaraty serve apenas um diplomata ou chefe de Estado num café da manhã. São R$ 159 para alimentar uma pessoa com biscoitos, bolos, sucos e frutas. O valor consta de relatório do Tribunal de Contas da União (TCU), que aponta gastos exorbitantes com refeições em coquetéis e eventos.
O tribunal fiscalizou contratos do cerimonial do Itamaraty, que repassou, desde 2008, R$ 6,7 milhões à Di Gagliardi, bufê que há cerca de 40 anos serve a diplomacia. De acordo com a corte, o contrato mais recente com a empresa, firmado em 2009 e prorrogado várias vezes, tem indícios de jogo de planilha e poderia custar bem menos.


Leia mais em Itamaraty paga preço abusivo, aponta TCU

Marina Guimarães, Estadão
O governo argentino iniciou nesta quinta-feira o processo para desmembrar o Grupo Clarín, medida amparada pela sentença da Corte Suprema de Justiça, que anteontem declarou constitucional a Lei de Mídia.
"O Grupo Clarín foi notificado hoje sobre a continuidade do processo de adequação à lei, que havia sido iniciado em 2012", disse Martín Sabbatella, titular da Administração Federal de Serviços Audiovisuais (AFSCA), organismo que regula o setor. Porém, o funcionário deixou aberta a possibilidade de que a empresa apresente uma proposta voluntária de desinvestimento de suas licenças de TV e rádio, e suas respectivas infraestruturas.
Sabattella fez uma visita-surpresa à sede da holding multimídia para entregar a notificação. Na saída, ele explicou à imprensa que o Grupo terá um prazo de 15 dias para responder o documento. "Todas as demais empresas apresentaram um plano de adequação, inclusive o sócio minoritário do Grupo Clarín, que tem 40% de participação. E, se o grupo quiser completar esse plano com uma proposta, nós vamos analisá-la", afirmou Sabbatella.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO

LEIAM ABAIXOCarvalho, Dilma e a exploração de um cadáver. Ou: Black blocs fazem jogo do PT. Ou ainda: Carvalho, o homem da luta armada;
Com que roupa? Ou “Eu, hein, Rosa!?”;
Nem as celebridades globais comparecem ao ato que elas mesmas convocaram! No Rio que não é de ficção, policial e criança morrem em tentativa de resgate de presos;
Grupo faz protesto — pacífico de fato! — contra o aumento do IPTU em frente à casa de Haddad;
Black blocs – Resultado da reunião com Cardozo: o nada em torno de coisa nenhuma;
Cardozo e seu governo, por atos e omissões, ajudaram a promover a violência que agora tentam combater. Ou: um texto com fatos e fotos;
Cardozo, Beltrame, Grella e a violência;
BOLSA EX-BILIONÁRIO – BNDES quer prorrogar (de novo) prazo para pagamento de empréstimo da OSX, de Eike;
Caça aos bandidos na Prefeitura, até agora, não atinge Kassab pessoalmente; operação de marketing de Haddad, no entanto, já transformou ex-prefeito em réu;
Ah, não me digam! Snowden, o “tipo ordinário”, já arrumou emprego na Rússia. Vai ficar por lá mesmo, servindo àquela democracia exemplar!;
OS MAPAS DA VINGANÇA – Comprovado! Haddad enfiou a faca no IPTU nos bairros em que perdeu a eleição. Vejam;
Contas do governo central têm pior resultado para setembro desde 1997;
Lula, o Rei de Banânia, resolve patrulhar Sheherazade;
Haddad deu cargo a auditor preso por corrupção;
Tudo grande – Empresa do ex-homem mais rico do Brasil faz o maior pedido de recuperação judicial da história da América Latina: R$ 11,2 bilhões;
Lula é uma verdadeira máquina de pôr algumas verdades a serviço da mentira;
Lula, o Bolsa Família, os detalhes de uma farsa e uma falha escandalosa da imprensa;

NO BLOG DO JOSIAS
Há um quê de pragmatismo político no envolvimento de Brasília no combate aos black blocs. Movidos a pesquisas e intuição, Dilma Rousseff e os operadores de sua pré-campanha enxergaram uma oportunidade eleitoral na crescente aversão dos brasileiros à violência de rosto coberto que tomou conta das manifestações de rua, sobretudo em São Paulo e no Rio de Janeiro.
O manutenção da segurança pública é uma responsabilidade dos Estados. O poder federal só costuma se meter quando governadores pedem socorro ou mediante ordem judicial. No atual surto de arruaças, Dilma mandou que o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) oferecesse ajuda às secretarias de Segurança de Geraldo Alckmin (PSDB) e de Sérgio Cabral (PMDB).
Fez isso num instante em que as sondagens que lhe chegam apontam algo que o Datafolha detectou na última sexta-feira: 95% dos paulistanos já não aguentam mais os arruaceiros que tocam fogo em ônibus, depredam estações de metrô, atacam agências bancárias, destroem caixas eletrônicos, estilhaçam vitrines de lojas e investem contra prédios públicos.
Foi contra esse pano de fundo que o ministro Cardozo se reuniu nesta quinta-feira (31), em Brasília, com os secretários de Segurança de São Paulo e do Rio, Fernando Grella e José Mariano Beltrame. Acertaram a criação de um grupo de inteligência tripartite, a “unificação” de protocolos de ação policial, e a abertura de conversações para endurecer as leis.
A mudança de atitude de Dilma foi prenunciada no final de semana. Pelo Twitter, ferramenta eletrônica que a conveniência eleitoral a fez ressuscitar, ela reagira com tenacidade à agressão cometida por manifestantes sem-rosto contra um coronel da PM de São Paulo.
“Agredir e depredar não fazem parte da liberdade de manifestação. Pelo contrário”, escrevera Dilma em seu microblog. “Presto minha solidariedade ao coronel da PM Reynaldo Simões Rossi, agredido covardemente por um grupo de black blocs em SP.”
Desde que as ruas de junho engoliram parte do prestígio de Dilma, o radar eleitoral do seu pré-comitê tornou-se mais refinado. Pesquisas feitas por encomenda do PSDB coincidem com as do PT em dois pontos. O programa ‘Mais Médicos’ e a reação à espionagem dos EUA ajudaram na restauração parcial da imagem de Dilma. Paradoxalmente, imagina-se que os anarquistas do black blocs podem dar mais um empurrãozinho.

NO BLOG DO ALUIZIO AMORIM

A PIRÂMIDE ESFARELA: A RETUMBANTE QUEDA DE EIKE BATISTA, A MÍDIA E O GOVERNO DO PT.
Ilustração do editorial do Grupo RBS
Quem não se lembra dos jornais adulando diariamente Eike Batista, que chegou a ser considerado há um ano pela revista Forbes como o sétimo homem mais rico do mundo.
As reações estão apenas no seu começo. Um exemplo disso é o editorial dos jornais do Grupo gaúcho RBS, que edita entre outros títulos o Diário Catarinense de Florianópolis e o Zero Hora de Porto Alegre. Além disso possui a concessão de transmissão da Rede Globo No Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.
O teor do editorial está correto. Todavia, sou obrigado a afirmar que o que está acontecendo no Brasil sob o governo imperial do PT, que tem o apoio de todos os grandes grupos empresariais brasileiros, inclusive da RBS - Rede Brasil Sul de Comunicação, que contribuiu para o retorno do PT ao poder no Rio Grande do Sul, a bordo do conhecido stalinista tupiniquim Tarso Genro, um dos chefões nacionais do PT.
E deve-se acrescentar a isso, sem desmerecer essa pujante empresa gaúcha, que já passou da hora de seus proprietários e gestores, de rever a linha editorial de seus veículos fortemente ancorada no pensamento políticamente correto, que serve como a novilíngua do comunismo do século XXI. À diferença dos heróis de Tarso Genro o comunismo do século XXI não deseja mais expropriar todas as propriedades privadas e empresas ou fazer a guerra de guerrilhas, mas associar-se elas construindo uma pareceria que envolve de um lado o setor privado e de outro o erário!
Isto pode ser muito sedutor quando se sabe que os empresários brasileiros sempre foram chegados ao deletério patrimonialismo, locus da confusão entre o público e o privado.
O Brasil entrou no século XXI trepado na charanga petista fazendo o caminho não para o futuro, mas para o passado. O episódio que envolve o grupo empresarial do Sr. Eike Batista é apenas a ponta do formidável iceberg nesse oceano de mensalões e transferências de recursos do erário, via BNDES para Cuba, Angola e também para as demais tiranias comunistas de vizinhos bolivarianos, sem que esses aportes fenomenais de dinheiro público passe pelo crivo do Congresso Nacional. É zero de transparência!
No plano interno, a drenagem de recursos públicos para o setor privado constitui também uma fabulosa caixa preta e que o editorial da RBS, com razão, questiona.
Como afirmei no início deste prólogo, o editorial em pauta é totalmente procedente. Mas não vale fazer de conta que não sabia. Não foi por falta de aviso.
Transcrevo na íntegra o editorial da RBS, que tem por título "A queda da pirâmide", ao que eu acrescento: e bota pirâmide nisso. Leiam: 
Mais do que a retumbante queda pessoal do empresário brasileiro apontado pela revista Forbes como o sétimo mais rico do mundo, há apenas um ano, o pedido de recuperação judicial da petroleira OGX, de Eike Batista, representa uma lição para a economia do país. Batista exerceu poder hipnótico sobre um contingente importante de pessoas com poder de decisão, conseguiu convencer investidores brasileiros e estrangeiros de que tinha megaprojetos mágicos e acabou submergindo num pesadelo compartilhado com todos os que, direta ou indiretamente, também saem perdendo com a sua derrocada. 
Agora, fica fácil apontar os erros dos projetos, em especial o da OGX, mas há alguns meses o ousado empresário era adulado por governantes e lideranças empresariais que sequer levantavam dúvidas sobre a solidez do seu negócio. O interesse pelo desfecho de seus investimentos, portanto, é também do governo e, por consequência, da sociedade. Há recursos públicos em investimentos do empresário, mesmo que não diretamente na empresa que depende agora de recuperação judicial. O BNDES tem participação diminuta na petroleira e assegura não ter concedido financiamentos à OGX, mas vinha chancelando as operações de Eike Batista, assim como o governo federal, em outras atividades. Não faz muito, a presidente Dilma Rousseff disse em discurso que Eike era um modelo para o empresariado brasileiro. 
Por isso, Eike Batista não fracassa sozinho. As lições da quebradeira devem ser assimiladas por quem de alguma forma contribuiu para a sua ascensão e para o seu fracasso. Suas empresas de minério, energia e hotelaria, além de um porto e um estaleiro, sucumbem, basicamente, porque a mais vistosa de todas, a OGX, não atendeu às expectativas criadas por seu controlador. Credores e investidores ficam agora na incerteza de que poderão recuperar pelo menos parte dos recursos apostados no grupo. Os contribuintes, por sua vez, devem ser informados, com toda a transparência, pelas instituições públicas que ofereceram aporte financeiro às empresas. Todos têm o direito de saber qual é a participação estatal, via empréstimos ou participações acionárias, nos negócios que naufragaram com a petroleira. 
A solução para as atividades do senhor Eike Batista, se existir, não pode ficar na dependência de socorro oficial. Espera-se também que a crise de credibilidade provocada pelo episódio não contamine a imagem do Brasil junto a investidores e organismos internacionais. E que o fracasso de projetos tão grandiosos não desestimule as ideias e os sonhos dos que movem o empreendedorismo sério e responsável. Do site do Diário Catarinense/RBS

Foto da parede de galeria do metrô de Caracas, onde os bolivarianos vêem o rosto de Hugo Chávez. A foto foi distribuída pela assessoria de imprensa do Palácio Miraflores.
O nível de boçalidade dos tiranetes latino-americanos é algo inominável. Durante a última campanha na Venezuela, provavelmente instruído pelo marketeiro João Santana, que coordenou sua campanha eleitoral, Nicolás Maduro afirmou que o finado caudilho Hugo Chávez lhe aparecera encarnado num “pajarito” (passarinho). 
Desta feita, Maduro convocou a imprensa para anunciar mais um fato inaudito e misterioso: o rosto de Chávez apareceu numa parede rochosa aos trabalhadores durante escavação destinada a estender a linha do metrô de Caracas.
Com a economia em frangalhos, a inflação galopante e a escassez de alimentos e papel higiênico, Maduro tenta, de todas as formas, colar sua imagem à do finado caudilho que desapareceu, é bom que se diga, de forma misteriosa em Cuba, naquela sua viagem fatídica durante à noite a Havana, onde supostamente iria se submeter a novos tratamentos do câncer.
É que desde aquela noite em que anunciou Maduro como seu sucessor, Chávez evaporou para dias depois ser anunciada a sua morte em decorrência da doença. Todavia, não há uma só foto de Chávez dentro do caixão sendo velado. Também não se sabe ao certo onde repousam seus restos porque não houve um enterro normal.
A cada momento Nicolás Maduro, eleito por fraude fenomenal, se refere a Chávez, invocando fenômenos sobrenaturais tentando fazer crer que o espírito do caudilho continua se manifestando a ele de diversas formas. Agora na condição de uma espécie de afresco numa rocha subterrânea. 
Os comunistas do século XXI são bisonhos, mas nem por isso menos safados e mentirosos do que aqueles do dito “socialismo real”, que subjugou a ferro e fogo milhares de pessoas na ex-URSS e ex-Alemanha Oriental, sem contar o assassinato de milhões de criaturas.
Enquanto isso, no Brasil, a maioria dos eleitores continua a votar na Dilma e seus sequazes que, por sua vez, apóiam a tirania bolivariana sem falar que se submetem, por meio do Foro de São Paulo, às ordens dos criminosos assassinos Fidel Castro e seu irmão Raúl.
Leiam, no iriginal em espanhol, o que informa o jornal El Nuevo Herald sobre a histriônica história que acaba de ser inventada pelo filhote de Chávez:
LA NOTÍCIA EN ESPAÑOL - El presidente de Venezuela, Nicolás Maduro, aseguró este miércoles que el rostro del fallecido gobernante Hugo Chávez (1999-2013) apareció en una de las paredes rocosas de uno de los túneles, que forman parte de la excavación de una línea en construcción del Metro de Caracas, y de la cual mostró una foto.
“Miren esta figura que les apareció a los trabajadores, pueden hablar con ellos (…) un rostro (…) ¿quien está en ese rostro? una mirada, es la mirada de la patria que está en todos lados, inclusive en fenómenos que no tienen explicación”, dijo Maduro en referencia a Chávez durante un acto de Gobierno en Caracas.
El gobernante narró que este miércoles, más temprano, asistió a una inspección de los avances de la construcción de la línea 5 del Metro de Caracas y uno de los obreros le mostró la foto que había sido tomada hace unos días en la madrugada en una de las paredes del túnel excavado.
“Me mostraron un celular y en el celular tenían una foto y me dijeron: ‘mira Maduro, mira esta foto, la tomamos a las dos de la mañana de hace varios días, estábamos trabajando y de pronto nos apareció aquí, en este paredón de abajo, del hueco, una figura’”, narró el gobernante.
“Se me paran los pelos nada más de contarlo”, dijo tras mostrar la imagen impresa que, comentó, ya desapareció del sitio.
“Así como apareció, desapareció, para que ustedes vean, lo que ustedes dicen es verdad, Chávez está en todas partes, Chávez somos todos”, exclamó Maduro.
En la imagen se observa la pared de la excavación y allí, según el mandatario, aparece la cara de Chávez y se percibe especialmente “su mirada”.
Chávez falleció el 5 de marzo pasado en Caracas a los 58 años después de perder la batalla contra el cáncer que le detectaron en junio de 2011. El Nuevo Herald

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES

Em março de 2011, Eike Batista irrompeu no programa Manhattan Connection fantasiado de Oitavo Mais Rico do Mundo no Ranking da Forbes. Vacinado contra vigarices ainda no berço, o jornalista Diogo Mainardi recusou-se embarcar na tapeação. No vídeo, a partir de 1:45, Mainardi prepara com uma sequência de jabs o direto no queixo do entrevistado. “A gente tem a sensação de que essas empresas são uma espécie de corrente de Santo Antônio da Bolsa de Valores”, compara. “Essas empresas existem?” Dois anos e meio depois, está claro que só existiram no mundo virtual.
Reveja outro grande e profético desempenho de Diogo Mainardi.

Nenhuma farsa dura para sempre, avisou em 23 de abril o post abaixo reproduzido, inspirado nas semelhanças que transformaram Eike Batista e Lula numa dupla muito afinada. Nesta quarta-feira, o império imaginário de Eike sucumbiu ao peso de uma dívida sem garantias que soma U$ 5,1 bilhões. “Pedido de recuperação judicial”, como o formulado pela petroleira OGX, é o codinome do velho e manjado calote quando aplicado por gente fina. A tapeação chegou ao fim. O candidato a empresário mais rico do mundo faliu. O ex-presidente continua empinando seus malabares. Mas está condenado a descobrir, não importa quando, que a freguesia dos camelôs de palanque sumiu. Lula é Eike amanhã.
Lula é o Eike Batista da política. Eike é o Lula do empresariado. Um inventou o Brasil Maravilha. Só existe na papelada que registrou em cartório. Outro ergueu o Império do X. No caso, X é igual a nada.
O pernambucano falastrão que inaugurava uma proeza por dia se elogia de meia em meia hora por ter feito o que não fez. O mineiro gabola que ganhava uma tonelada de dólares por minuto se cumprimentava o tempo todo pelo que disse que faria e não fez.
O presidente incomparável prometeu para 2010 a transposição das águas do São Francisco. O rio segue no mesmo leito. O empreendedor sem similares adora gerúndios e só conjuga verbos no futuro. Estava fazendo um buquê de portos. Iria fazer coisas de que até Deus duvida. Não concluiu nem a reforma do Hotel Glória.
Lula se apresenta como o maior dos governantes desde Tomé de Souza sem ter concluído uma única obra visível. Eike entrou e saiu do ranking dos bilionários da revista Forbes sem que alguém conseguisse enxergar a cor do dinheiro.
Lula berrou em 2007 que a Petrobras tornara autossuficiente em petróleo o país que, graças às jazidas do pré-sal, logo estaria dando as cartas na OPEP. A estatal agora coleciona prejuízos e o Brasil importa combustível. Eike vivia enchendo milhões de barris na demasia de jazidas que continuam enterradas no fundo do Atlântico. Não vendeu um único litro.
Político de nascença, Lula agora enriquece como camelô de empreiteiros. Filho de um empresário muito competente, Eike adiou a falência graças a empréstimos fabulosos do BNDES (com juros de mãe e prestações a perder de vista), parcerias com estatais (sempre prontas para financiar aliados do PT com o dinheiro dos pagadores de impostos) e adjutórios obscenos do governo federal.
Lula só poderia chegar ao coração do poder num lugar onde tanta gente confia em 'eikes batistas'. Eike só poderia ter posado de gênio dos negócios num país que acredita em 'lulas'.
É natural que tenham viajado tantas vezes no mesmo jatinho. É natural que se tenham entendido tão bem. Nasceram um para o outro. Os dois são vendedores de nuvens.

NA COLUNA DO RODRIGO CONSTANTINO

A bancarrota da OGX representa o que em termos de filosofia política e econômica? Que o livre mercado não funciona? Que o setor privado é ineficiente? Creio que somente alguém muito desprovido de lógica diria isso, não é mesmo? Pois foi exatamente o que fez o ícone da esquerda, Emir Sader. Vejam o que ele postou em seu Twitter:
São tantos erros que é difícil saber por onde começar. Mas vamos lá. Em primeiro lugar, uma andorinha só não faz verão. Seria absurdo pegar um caso de empresa privada fracassada para constatar que as “empresas privadas” são frágeis. Também seria absurdo pegar uma única estatal boa e concluir que estatais funcionam bem. Seria pegar uma exceção e extrapolar para uma regra.
Mas nem é esse o caso! Quem diria, nessa altura do campeonato, que a Petrobras é um sucesso? Só alguém muito desligado da realidade. A Petrobras é uma enorme decepção nos mercados nos últimos anos. Empresa politizada, que toma decisões com base em critérios políticos e não econômicos, envolvida em vários casos de corrupção, a única coisa que tem crescido nela é o endividamento. Que sucesso é esse?
No mais, observar a falência de uma empresa privada e concluir que todas são mais frágeis é algo patético. Será que Sader nunca ouviu falar de “destruição criadora”, expressão cunhada por Schumpeter? Ora, a grande vantagem do setor privado é justamente a possibilidade dos incompetentes irem à bancarrota!
É isso que coloca constante pressão pela busca de excelência, punindo os piores e premiando os melhores. A ausência desse mecanismo de incentivos no setor público é seu grande calcanhar de Aquiles. Sader, falando em nome de muitos esquerdistas, não se dá conta disso, o que prova sua ignorância acerca do funcionamento do livre mercado e suas vantagens.
Por fim, a falência da OGX não chega a ser um caso de fracasso do setor privado, não tanto quanto do setor público. É verdade que muitos investidores e bancos privados entraram na onda e inflaram a bolha do vendedor de sonhos. Mas o governo tem suas impressões digitais em todas as cenas do crime. O BNDES escolheu o grupo X como um dos “campeões nacionais”, e deu quase R$ 10 bilhões em crédito subsidiado para Eike Batista.
Como Sader pode ignorar isso? Eike Batista, na verdade, é o ícone do nosso modelo falido de capitalismo de estado. Já venho condenando isso há tempo, muito antes da situação de suas empresas chegarem a esse estado falimentar. Quem deveria ter vergonha com essa queda de Eike é o governo do PT! Mas cobrar dignidade e coerência dessa esquerda é demais da conta…



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 10/12/2023 - DOMINGO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 05/8/2023 - SÁBADO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 2ª EDIÇÃO DE 08/4/2024 - SEGUNDA-FEIRA