UMAS E OUTRAS DO HELIO FERNANDES

O dólar em vez do ouro como moeda de troca, uma maneira de os EUA dominarem o mundo

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Helio Fernandes

Há 69 anos, os Estados Unidos sequestram o mundo com o dólar como moeda de troca universal. Sempre foi usado o ouro, como lastro, para todas as relações entre os países. Os EUA imaginavam mudança, com a eliminação do ouro. Esperavam uma grande oportunidade.
Verdade seja dita: apesar da arrogância e da tentativa de dominar o mundo, não tiveram coragem. Que melhor forma de domínio do que impor e implantar a sua própria moeda, o dólar?
Com o desenvolvimento da Segunda Guerra, que já se voltava tranquilamente para os “aliados” (EUA, Inglaterra e União Soviética), os americanos anteviam que podiam desprezar o ouro e colocar no trono a sua própria moeda.
Em 1944 (a guerra terminaria um ano depois), convocaram uma grande reunião em Bretton Woods. Os três dominavam o mundo, os outros ou não participavam de nada ou já estavam derrotados.
LORD KEYNES
Sem muito interesse, Churchill indicou para liderar essa convenção o famoso economista John Maynard Keynes. Era respeitadíssimo, mas pretensioso, não sabia que os americanos queriam colocar no auge o dólar.
Quando soube, ficou revoltado, era contra o ouro, mas não a favor do dólar moeda única. Chegou a exclamar: “Comigo na presidência, essa aberração não será aprovada de jeito nenhum”.
A MOEDA DE KEYNES: O BANCOR
Absoluto, prepotente, se considerando acima de todos e de qualquer um, Keynes trabalhou sozinho e em silêncio. Desenvolveu a nova moeda, que, segundo ele, dominaria o mundo. Até o nome, Bancor, foi criado por ele, confeccionou mapas e mais mapas.
Quando fez o discurso de apresentação do fim do padrão-ouro, aplaudido de pé. Menos pelos americanos, principalmente o presidente do Banco Central dos EUA. Logo ligou para Roosevelt, que estava com Churchill, comunicou a ele a gravidade da situação. Churchill telefonou para Keynes, que viajou imediatamente para Londres.
KEYNES VOLTOU: COM O DÓLAR
A conversa com Churchill foi demorada, mas produtiva para os americanos. Keynes passou dias debatendo com o presidente do Banco Central. Jogou fora o Bancor, se “entusiasmou” com o dólar, moeda do mundo. Falou novamente, ninguém perguntou a razão da mudança e da vitória do dólar.
A “SORTE” DE KEYNES
O mundo foi recebendo montanhas de dólares, fabricadas naquelas maquininhas fantásticas de Omaha. Trabalham 24 horas por dia, para produzir aquilo que mais tarde eu chamaria de “dólar papel pintado”. Keynes, menos de um ano depois, ganhava uma fortuna na Bolsa. Fato estranho, ele não jogava na Bolsa.
PS – Ficou com uma fortuna colossal, que não pôde gastar. Pouco depois, morria de um câncer avassalador. Deus não perdoa.
Da Tribuna da Imprensa de 16-10-2013.

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