DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 07-10-2013
NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
A aliança da ex-senadora Marina Silva com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), acirrou a disputa entre petistas e tucanos por aliados para a eleição presidencial do próximo ano. Por recomendação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, principal estrategista da campanha da presidente Dilma Rousseff à reeleição, o Palácio do Planalto vai intensificar negociações para manter o PDT e o PP a seu lado e tirar o recém-criado Solidariedade da órbita tucana.
Dilma planeja usar a reforma ministerial prevista para o fim deste ano para amarrar suas alianças tanto no plano federal como nos Estados. Do lado do PSDB, o senador Aécio Neves (MG) vai buscar o apoio do PPS, que tentou sem sucesso atrair o ex-governador tucano José Serra e Marina para lançá-los como candidatos à Presidência. Sem candidato a presidente, a avaliação é que a aliança natural do PPS é com o PSDB, já que a legenda tem vários parlamentares que se elegeram em coligações com os tucanos em seus Estados. "Se analisar o cenário de hoje, só tem ele [Aécio] e o Eduardo Campos", diz o presidente do partido, o deputado federal Roberto Freire (SP).
O apoio desses partidos é disputado por causa do tempo a que eles têm direito na propaganda eleitoral na TV. Em conversas reservadas, Aécio disse confiar que, apesar da estratégia do Palácio do Planalto de atrair o apoio de deputados do Solidariedade, a cúpula da nova sigla está fechada com seu projeto. Seu criador, o deputado federal Paulo Pereira da Silva (SP), o Paulinho da Força Sindical, tem o controle do partido, chamou Dilma de "inimiga" na semana passada e já garantiu seu apoio a Aécio.
O PP será disputado pelo governo Dilma e pelo PSDB. Os articuladores políticos do governo têm conversado com o senador Ciro Nogueira (PP-PI), presidente da sigla, para garantir seu apoio a Dilma. O partido, liderado pelo senador Francisco Dornelles (PP-RJ), que é tio de Aécio Neves, ficou neutro na campanha de 2010, mas hoje controla o Ministério das Cidades.
A equipe de Dilma acredita que o apoio do PDT está garantido, especialmente depois que a presidente decidiu manter no cargo o ministro do Trabalho, Manoel Dias, apesar de suspeitas de irregularidades na sua pasta.
CHANCES
Ontem, um dia depois do anúncio da aliança de Campos com Marina, assessores de Dilma avaliavam que suas chances de decidir a eleição no primeiro turno cresceram, já que dois possíveis candidatos se tornaram apenas um. Além disso, a equipe da presidente tem dúvidas sobre a capacidade que Marina terá de transferir seu eleitorado para Campos e acha possível até que parte dos seus votos migre para o campo petista. De acordo com a mais recente pesquisa do Datafolha, concluída no início de agosto, Dilma tinha 35% das intenções de voto. Marina aparecia com 26%, Aécio estava com 13% e Eduardo Campos com 8%, em quarto lugar.
Os petistas querem reduzir ao máximo possível as traições nos Estados de seus aliados no plano nacional. Eles vão trabalhar para evitar a repetição do que ocorrerá na Bahia, onde o peemedebista Geddel Vieira Lima, mesmo com cargo no governo federal, tende a apoiar um nome da oposição na campanha. Em dezembro, a presidente vai trocar boa parte de sua equipe porque vários ministros vão disputar as eleições em 2014. Entre eles estão os petistas Gleisi Hoffmann, da Casa Civil, que concorrerá ao governo do Paraná, e Fernando Pimentel, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que será candidato ao governo de Minas Gerais. (Folha de São Paulo)
Solidariedade e Pros, criados há uma semana, somados, formam a sexta maior bancada da Câmara. Apesar de desfalcar seus antigos partidos, os deputados não levam os cargos. Para acomodar os aspones da nova estrutura, o gasto extra será de pelo menos R$ 6,5 milhões por ano. Ato da mesa, de 1995, garante a cada nova sigla dez nomeações sem concurso, com salários de R$ 10,4 mil a R$ 14,8 mil.
O governo do Brasil, que adora ditaduras africanas, perdoou a dívida de US$ 43,5 milhões do Sudão. A ditadura se instalou há 24 anos.
É de Nilmário de Miranda (PT-MG) a ideia de jerico de propor emenda acrescentando 4 vagas aos 513 deputados existentes, para índios.
O PR mudou de cor, nos comerciais de TV em Brasília. Agora é verde, a cor-símbolo do ex-governador José Roberto Arruda, seu novo filiado.
O deputado Paulinho da Força (SP), fundador do Solidariedade, calcula que ele e sua turma, enquanto ficaram no PDT, “davam” mais de R$ 1 milhão mensais do fundo partidário a Carlos Lupi, dono da sigla.
Dilma reclamou da espionagem americana, mas esqueceu de perguntar aos incompetentes que chefiam o Ministério da Defesa e Abin, que aliás se fingiram de mortos, por que não conseguem nem mesmo proteger as comunicações da Presidência da República.
Com a chegada do tal “e-mail tupiniquim”, prometido pelos Correios, restará um dilema de fácil opção: é melhor ser espionado por Barack Obama, para quem você não existe, ou ser espionado pelo PT?
O mensaleiro Valdemar Costa Neto (PR-SP) trocou o domicílio eleitoral para Brasília, habilitando-se a cumprir lá sua prisão em regime fechado. Mas o odor de pizza deixa nele a sensação de que se precipitou.
… Sérgio Cabral deve ter providenciado guardanapos para enxugar as lágrimas de crocodilo dos amigos Eike Batista e Fernando Cavedish.
NO BLOG DO CORONEL
O quadro eleitoral para 2014 está posto. O vice de Dilma Rousseff será Michel Temer, pois a única chance do PT se livrar do PMDB seria ter o PSB na sua chapa. Com o oficialização da candidatura de Eduardo Campos, esta possibilidade acabou. Ao que tudo indica, Marina Silva será vice de Campos, pois só tem a ganhar com isso. Só não anunciou oficialmente porque é boa marqueteira e deixará esta resposta em suspenso para se cacifar ainda mais, no correr do tempo.
Então temos duas chapas: Dilma-Temer e Campos-Marina. E o PSDB? Pelo acordo interno, a candidatura de Aécio Neves deveria ser anunciada somente em fevereiro ou março de 2014. Para dar uma saída honrosa para José Serra. Este pacto foi por água abaixo depois da incorporação da Rede pelo PSB no último sábado. O fato político atropelou este acordo doméstico, tornando-o irrelevante. Não há vantagem alguma em alimentar a dúvida de quem será o candidato tucano, enquanto os adversários já estão na rua com as suas chapas montadas, apenas para agradar meia dúzia de renitentes.
Não é hora para vacilações e punhos de renda. Que os tucanos oficializem a sua chapa como o PSB e o PT fizeram. Que indiquem o vice de Aécio imediatamente, mas claro que seria exigir muito que José Serra aceite esta posição em função do novo quadro político, como o fez Marina Silva. A história indica que, ao contrário, ele aproveitará o fato para confrontar novamente o desejo da maioria do partido, achando que, mesmo com uma rejeição de quase 50% e duas derrotas nas costas, deva estar no topo.
Se Serra não quiser assumir o desafio, com a humildade e grandeza que a hora exige, que se avance uma casa e o senador Aloysio Nunes puxe para si esta grande responsabilidade. É o nome. É São Paulo. E a chapa é pura, pois nenhum aliado tem indicado forte no estado de onde, estrategicamente, deve sair o vice. O PSDB não deve temer o PSDB. Os tucanos devem olhar para fora do partido e não mais para as suas lutas intestinas que tantas derrotas já trouxeram à oposição.
Alguns podem dizer que é prematuro definir o vice, tendo em vista a necessidade de atrair outros partidos em função do tempo de TV. A resposta é uma pergunta: desde quando outros partidos desejarão ter a vice presidência de uma chapa que esteja atrás nas pesquisas e ameaçada de não chegar ao segundo turno? Há outras coisas a negociar com PPS, PP e pequenos partidos, se as pesquisas indicarem chance real de vitória. O que se deve buscar, neste momento, é um fato político de impacto que neutralize os acontecimentos e que mostrem uma virada no pensamento do partido, já que a indecisão crônica do PSDB é a marca mais contestada pelos eleitores de oposição. Podem fazer 100 pesquisas e as 100 indicarão que o eleitor tucano quer um partido destemido, em primeiro lugar.
Por fim, Eduardo Campos. O fato político de sábado significa rasgar a ata. O PSDB terá que confrontar diretamente o pernambucano e sua vice, para que a falsa ideia de "continuidade com mudança" não prospere, isolando os tucanos e tornando 2014 um embate "situação x situação". Ah, mas pode haver acordo no segundo turno. Sim, pode. Mas primeiro precisa haver segundo turno e o PSDB estar nele.
Petrobras afunda nas mãos sujas do PT. Dívida aumenta R$ 53 bilhões em 2013.
Extrair de uma profundidade de sete mil metros os 27 bilhões de barris de petróleo em reservas descobertas no pré-sal na Bacia de Santos tem pelo menos um obstáculo além do fundo do mar: o custo alto. O grande desafio da Petrobras é conseguir executar seus projetos, que exigem investimentos de US$ 236,7 bilhões de 2013 a 2017, com uma geração de caixa insuficiente, por causa da defasagem nos preços dos combustíveis vendidos no mercado interno.
Segundo analistas, o problema é que, sem fazer caixa com a venda dos combustíveis, a companhia está elevando seu endividamento. No último dia 3, quando a estatal comemorava 60 anos, a agência de classificação de riscos Moody’s rebaixou a nota da dívida da estatal, de “A3” para “Baa1”, com perspectiva negativa, mas ainda mantendo o grau de investimento.
A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, é otimista e espera reforçar o caixa com o aumento da produção: — Tenho a convicção de que alcançaremos as metas traçadas, compartilhando com nossos investidores (grandes e pequenos) o retorno esperado para seus investimentos e um futuro promissor para a Petrobras, seus funcionários, clientes, fornecedores e toda a sociedade brasileira — afirmou Graça Foster ao GLOBO.
O analista Pedro Galdi, da SLW Corretora, diz, no entanto, que a única saída para melhorar o caixa da Petrobras e garantir recursos para os investimentos é um reajuste dos preços dos combustíveis, como gasolina e óleo diesel. — A Petrobras está sendo estrangulada pelo governo (que segura os preços por causa da inflação). Só um reajuste de preços pode melhorar o caixa e evitar que a Petrobras não perca o grau de investimento.
Cálculos feitos pelo Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE), com base nos dados do dia 30 de setembro, indicam que a defasagem da gasolina vendida no país é de 13,4% em relação aos preços internacionais, e a do óleo diesel está em torno de 19,9%.De janeiro a agosto deste ano a Petrobras acumula perda de receita de R$ 3,4 bilhões referente à diferença entre os gastos com as importações de gasolina e diesel e o valor de venda no mercado interno.
A Petrobras encerrou o primeiro semestre deste ano com uma dívida total de R$ 249 bilhões, representando um crescimento de 27% em comparação aos R$ 196,3 bilhões em igual período do ano passado. Pedro Galdi diz que o endividamento da companhia vem crescendo fortemente nos últimos tempos. Segundo ele, em junho do ano passado, a relação da dívida líquida com o patrimônio líquido era de 39,3%. Em dezembro do mesmo ano passou a 42,7% e agora em junho chegou a 51,8%.
Para um analista que prefere não se identificar, só existem duas opções possíveis diante da grave situação de caixa da Petrobras: ou aumenta sua geração de caixa ou adia os investimentos, o que seria prejudicial não só a empresas como também para o PIB brasileiro. Segundo ele, a venda de ativos no exterior e os programas de redução de custos da empresa atualmente em curso não são suficientes para executar os projetos previstos: — Sem reajustes, o governo está matando a galinha dos ovos de ouro. (O Globo)
Se o governo Dilma era só marketing, agora vira leilão pelo tempo de TV.
Dilma planeja usar a reforma ministerial prevista para o fim deste ano para amarrar suas alianças tanto no plano federal como nos Estados. Do lado do PSDB, o senador Aécio Neves (MG) vai buscar o apoio do PPS, que tentou sem sucesso atrair o ex-governador tucano José Serra e Marina para lançá-los como candidatos à Presidência. Sem candidato a presidente, a avaliação é que a aliança natural do PPS é com o PSDB, já que a legenda tem vários parlamentares que se elegeram em coligações com os tucanos em seus Estados. "Se analisar o cenário de hoje, só tem ele [Aécio] e o Eduardo Campos", diz o presidente do partido, o deputado federal Roberto Freire (SP).
O apoio desses partidos é disputado por causa do tempo a que eles têm direito na propaganda eleitoral na TV. Em conversas reservadas, Aécio disse confiar que, apesar da estratégia do Palácio do Planalto de atrair o apoio de deputados do Solidariedade, a cúpula da nova sigla está fechada com seu projeto. Seu criador, o deputado federal Paulo Pereira da Silva (SP), o Paulinho da Força Sindical, tem o controle do partido, chamou Dilma de "inimiga" na semana passada e já garantiu seu apoio a Aécio.
O PP será disputado pelo governo Dilma e pelo PSDB. Os articuladores políticos do governo têm conversado com o senador Ciro Nogueira (PP-PI), presidente da sigla, para garantir seu apoio a Dilma. O partido, liderado pelo senador Francisco Dornelles (PP-RJ), que é tio de Aécio Neves, ficou neutro na campanha de 2010, mas hoje controla o Ministério das Cidades.
A equipe de Dilma acredita que o apoio do PDT está garantido, especialmente depois que a presidente decidiu manter no cargo o ministro do Trabalho, Manoel Dias, apesar de suspeitas de irregularidades na sua pasta.
CHANCES
Ontem, um dia depois do anúncio da aliança de Campos com Marina, assessores de Dilma avaliavam que suas chances de decidir a eleição no primeiro turno cresceram, já que dois possíveis candidatos se tornaram apenas um. Além disso, a equipe da presidente tem dúvidas sobre a capacidade que Marina terá de transferir seu eleitorado para Campos e acha possível até que parte dos seus votos migre para o campo petista. De acordo com a mais recente pesquisa do Datafolha, concluída no início de agosto, Dilma tinha 35% das intenções de voto. Marina aparecia com 26%, Aécio estava com 13% e Eduardo Campos com 8%, em quarto lugar.
Os petistas querem reduzir ao máximo possível as traições nos Estados de seus aliados no plano nacional. Eles vão trabalhar para evitar a repetição do que ocorrerá na Bahia, onde o peemedebista Geddel Vieira Lima, mesmo com cargo no governo federal, tende a apoiar um nome da oposição na campanha. Em dezembro, a presidente vai trocar boa parte de sua equipe porque vários ministros vão disputar as eleições em 2014. Entre eles estão os petistas Gleisi Hoffmann, da Casa Civil, que concorrerá ao governo do Paraná, e Fernando Pimentel, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que será candidato ao governo de Minas Gerais. (Folha de São Paulo)
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