DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 05-9-2013
NO JORNAL O POVO
Bruno Pontespolitica@opovo.com.br
NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
Em cargos no Estado e Município, ex-gestores do Dnocs são condenados
Eudoro Santana e Leão Montezuma tiveram os bens indisponibilizados pela Justiça Federal e terão de pagar multa de R$ 321,8 mil, cada um.
SARA MAIA
Eudoro Santana disse que valor foi avaliado Câmara de Valores Mobiliários e informou que irá recorrer da decisão
Os ex-diretores do Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (Dnocs) Eudoro Santana e Leão Montezuma tiveram os bens indisponibilizados e foram condenados pela Justiça Federal a pagar multa pela compra superfaturada de um terreno destinado aos moradores de Jaguaretama removidos pela construção do açude Castanhão. A sentença, de 20 de agosto, é do juiz Gustavo Melo Barbosa, da 15ª Vara Federal. Cabe recurso.
Segundo o Ministério Público Federal, que moveu a ação de improbidade administrativa, o superfaturamento lesou os cofres públicos em mais de R$ 640 mil (em valores de 2004). Eudoro (ex-diretor geral do Dnocs) e Leão (ex-diretor de desenvolvimento tecnológico e de produção) foram condenados a pagar, cada um, multa de R$ 321.812 A sentença também prevê a suspensão dos direitos políticos da dupla por oito anos, proibição de contratação com o poder público por cinco anos e a perda de funções públicas que ocupem quando não couber mais recurso à decisão - Eudoro preside hoje o Instituto de Planejamento de Fortaleza (Iplanfor) e Leão está à frente da Superintendência de Obras Hidráulicas (Sohidra) do Governo do Estado.
“Laudo tendencioso”
O Dnocs ficou responsável pela compra dos terrenos onde seria reassentada a população do Município de Jaguaretama, onde foi construído o açude Castanhão. Segundo o MPF, o Dnocs se baseou em laudo “tendencioso” para comprar, em 2004, um terreno diferente daquele escolhido em consulta pública pelos jaguaretamenses, pagando R$ 6,98 pelo metro quadrado. Em valores de mercado, o metro quadrado na época custaria R$ 1,20. Atualmente o terreno está abandonado. O Governo do Ceará escolheu assentar a população na área aprovada na consulta pública.
Eudoro vai recorrer da decisão. Ele disse ao O POVO que o processo de compra do terreno começou em 2002, antes de sua gestão no Dnocs (2003-07). Naquele ano, o preço do terreno foi avaliado pela Câmara de Valores Mobiliários do Ceará. Eudoro relata que, estando ele já no cargo, parte da população manifestou preferência por uma área e parte por outra. Por isso, ele formou comissão técnica. O laudo dessa comissão, continua Eudoro, confirmou que o terreno que o Dnocs compraria era o mais apropriado.
O POVO tentou ouvir Leão. Às 15 e às 17 horas, a assessoria da Sohidra informou que ele estava em reunião. A reportagem deixou recado, mas não houve resposta até o fechamento desta página.
NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
Médicos cubanos pagam até 1 mil dólares de propina a funcionários da ditadura para trabalhar em países como Brasil e África do Sul, na esperança de fazer um pé de meia e ajudar a família em Cuba. A revelação é do médico cubano Darsi Ferrer, em entrevista à coluna. Ele atualmente vive nos Estados Unidos, na condição de asilado político. É considerado ex-prisioneiro de consciência pela Anistia Internacional.
Em Cuba, a população tem acesso à limitada lista de remédios nas farmácias. Somente estrangeiros têm aceso à lista mais ampla.
Diplomatas brasileiros em Havana vivem em farmácias adquirindo remédios para amigos cubanos como se fossem para eles próprios.
A deputada Manuela D’Ávila (PCdoB-RS) gasta sem piedade recursos públicos (R$ 25 mil) na “divulgação da atividade parlamentar”.
Especialistas em pesquisa se espantam com o baixo desempenho do presidenciável Aécio Neves (PSDB) entre os eleitores jovens.
Emissários do ex-chanceler Antonio Patriota pressionam o Itamaraty a fazer “vistas grossas” à sua ação em família na Missão do Brasil nas Nações Unidas, que chefiará: seu irmão Guilherme e a cunhada Erika serão subordinados dele. O nepotismo da família Patriota é proibido pela Constituição (artigo 37), pela súmula vinculante nº 13, do Supremo Tribunal Federal, e pelo decreto presidencial 7.203/2010, da era Lula.
A alegação de quem prega “vistas grossas” para o nepotismo é que o irmão e a cunhada de Patriota chegaram aos cargos há apenas 1 mês.
Após admitir na véspera que o nepotismo seria vetado, a assessoria do Itamaraty ensaiou negar ter dito o que disse. Mas recuou de novo.
No Twitter, o deputado André Vargas (PT-PR) comparou o colega Henrique Fontana (PT-RS) àquele “que bate carteira e desce a ladeira gritando ‘pega ladrão’!” Ele não gostou porque Fontana revelou compra de votos, à moda do mensalão, na eleição para presidente do partido.
Se José Dirceu pretende cozinhar na cadeia para reduzir a pena, como disse, Delúbio Soares deverá fritar bolinhos, Henrique Pizzolato garante a mão na massa da pizza e Marcos Valério vai plantar batatas.
A Agência Nacional de Energia Elétrica nem precisa de levantamentos elaborados para considerar a estatal CEB (Cia Energética de Brasília) uma das piores do País: falta luz quase diariamente na sede da Aneel.
O Brasil ficou mal na foto da respeitada revista britânica Nature: deve e não paga os €4 milhões anuais do acordo com o Observatório Europeu do Sul, no Chile, impedindo o futuro acesso dos cientistas brasileiros.
Com mais de 25% das assinaturas rejeitadas, parece insustentável o partido Rede Sustentabilidade. A ex-senadora Marina Silva pediu aos fundadores para tentarem obter certidões em até 15 dias, a fim de tentar viabilizar a criação do Rede até primeira semana de outubro.
…parece que o programa “Mais votos” está naufragando com o “Mais Médicos”.
NO BLOG DO CORONEL
Nove meses depois da condenação de 25 pessoas por participação no mensalão, há a possibilidade de o Supremo Tribunal Federal concluir hoje o julgamento ao analisar um dos principais pontos dessa fase do processo: se aceita reavaliar os casos de 12 réus cujas condenações ocorreram com ao menos 4 votos a favor de sua absolvição. Caso a corte defina que esse tipo de recurso não é válido, a Procuradoria-Geral da República disse que irá pedir a prisão imediata dos 11 condenados a regime fechado.
Antes de decidir se 12 réus têm direito à reavaliação de seus casos, o STF precisa analisar os dois últimos pedidos do primeiro lote de recursos --os embargos declaratórios, usados para esclarecer pontos obscuros e sanar omissões ou contradições na decisão. Já foram debatidos 23 dos 25 recursos desse tipo. O ministro Teori Zavascki, porém, deve levantar hoje a possibilidade de rever seus votos -- se ele for seguido, algumas penas podem ser reduzidas.
Após a conclusão da análise desses recursos, o plenário discutirá a possibilidade de reabrir os outros casos, aceitando os chamados embargos infringentes. O regimento interno do Supremo os prevê, mas ele é anterior a uma lei que descarta o procedimento --o que leva o presidente da corte, Joaquim Barbosa, a considerá-los ilegais.
O mesmo já foi sinalizado por Gilmar Mendes. Podem acompanhá-los Marco Aurélio Mello e Luiz Fux. No grupo que tende a concordar com os recursos estão Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli.
O ministro com mais tempo de corte, Celso de Mello, se pronunciou a favor dos infringentes no ano passado, mas agora está reavaliando sua posição, segundo colegas.
Cármen Lúcia e Rosa Weber podem acompanhá-lo. Pelo que disseram até aqui, no sentido de evitar tumultuar um julgamento já decidido, os novos ministros (Zavascki e Luís Roberto Barroso) tenderiam a rejeitar os recursos. Se um novo julgamento for aceito, o processo poderá levar ainda mais um ano; se não, o STF deverá discutir o cumprimento das penas.
"Vamos aguardar até amanhã [hoje]. Se estiver tudo terminado, faremos isso [renovar pedido de prisão], com certeza", afirmou a procuradora-geral interina da República, Helenita Acioli, sobre os casos de réus condenados a regime fechado de prisão. Em dezembro, Barbosa negou pedido de prisão de réus feito pelo então procurador-geral, Roberto Gurgel. A situação, contudo, era diferente: os recursos ainda não haviam sido apresentados. (Folha de São Paulo)
O STF (Supremo Tribunal Federal) rejeitou parcialmente o recurso apresentado pelo deputado João Paulo Cunha (PT-SP) e manteve sua condenação em nove anos e quatro meses de prisão. Além disso, os ministros confirmaram que, no processo do mensalão, cabe ao tribunal decretar a cassação do mandato parlamentar, ficando a Câmara somente responsável por declarar a perda.
De acordo com o presidente do Supremo, Joaquim Barbosa, os pedidos de redução de pena ou os que tratavam da perda do mandato não poderiam ser discutido através do tipo de recurso apresentado, conhecido como "embargos declaratórios".Eles servem somente para esclarecer pontos obscuro, contraditório ou omisso do acórdão (documento que resume o que foi decidido durante o julgamento). Por isso, apesar do Supremo, com sua nova composição entender, hoje, que cabe à Câmara dar a última palavra sobre a perda do mandato de um parlamentar condenado, não era esse o entendimento anterior, que deve valer para o mensalão."Os cuidadosos votos proferidos não deixaram margem para dúvida sobre a atribuição dessa matéria, cabendo a esta corte a decisão final [sobre a perda do mandato]", disse Barbosa.
O ministro Luís Roberto Barroso, que junto de Teori Zavascki foi o responsável por mudar o entendimento do STF sobre a perda do mandato ao julgar o caso do senador Ivo Cassol (PP-RO), condenado por fraude em licitações, também entendeu que o tipo de recurso apresentado não poderia reabrir o processo. Por isso, acompanhou o voto do presidente.
O ministro Ricardo Lewandowski votou no mesmo sentido. Ele explicou que, por mais que o STF hoje tenha uma posição diferente sobre quem dá a última palavra sobre a perda de mandato, na época do julgamento do mensalão ficou decidido que ela cabia ao Supremo."Naquela época, o plenário decidiu que competia ao STF estabelecer a perda do mandato, mas logo depois, no julgamento [do senador Cassol] (...) o pleno deliberou em sentido diverso, dizendo que a competência cabe ao Congresso. Mas, no acórdão [do mensalão], assim foi decidido à época e reflete o pensamento do plenário à época", destacou.
DESVIO
Os ministro acolheram um dos pedidos feitos no recurso de Cunha no que diz respeito ao montante que teria sido desviado da Câmara. Na denúncia apresentada pelo MP (Ministério Público), consta que o deputado desviou R$ 536 mil do contrato da Câmara com a agência de publicidade de Marcos Valério --a SMPB. Só que, nas alegações finais do MP, foi apresentado outro valor para o desvio: R$ 1,07 milhão. Por isso, os ministros decidiram que, para efeitos de condenação, Cunha foi condenado pelo valor de R$ 536 mil. Essa correção é positiva para o deputado, uma vez que vai influenciar no valor que ele terá de ressarcir aos cofres públicos futuramente. (Folha Poder)
NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
NO BLOG DO JOSIAS
Por determinação de Dilma Rousseff, foi cancelada a viagem da equipe precursora que embarcaria neste sábado (7) para Washington com o propósito de organizar a viagem presidencial aos EUA. Com essa ordem, informam as repórteres Lisandra Paraguassu e Tânia Monteiro, Dilma reforça a ameaça de suspender sua visita a Barack Obama, marcada para 23 de outubro.
Em privado, Dilma menciona a hipótese de não embarcar para os EUA desde domingo passado, quando soube da existência de relatório de 2012 informando que suas comunicações foram varejadas pela NSA, a agência de segurança americana. A presidente condiciona a manutenção do compromisso a um pedido de desculpas do governo americano.
Chamado internamente de ‘Escav’ (Escalão Avançado), o time que voaria agora para Washington incluía seguranças, diplomatas e servidores do ceremonial da Presidência. Trata-se de procedimento padrão. Eles preparariam o terreno para a chegada da presidente e de sua comitiva. Reservariam o hotel, organizariam o esquema de segurança, e confirmariam agendas.
Como a viagem de Dilma ainda é um ponto longínquo no calendário, todo o planejamento ainda pode ser retomado caso os EUA ofereçam a Dilma algumas explicações para o inexplicável.
O Orçamento da União de 2013 reservou R$ 90 milhões para aplicar na implantação de um “sistema de defesa cibernética”. Até o final de agosto, apenas R$ 13,2 milhões —14,7% do total— haviam sido “empenhados”. A nota de empenho é emitida quando o dinheiro é reservado para determinado fornecedor. Considerando-se o pedaço do orçamento que foi efetivamente “liquidado”, só saiu do cofre nos oito primeiros meses do ano R$ 1,08 milhão —ou 1,2% do total.
Os dados são oficiais
Foram extraídos do Siafi, o sistema que registra a execução do Orçamento da União, pela assessoria do deputado Otávio Leite (PSDB-RJ), presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara. “Esses números demostram a contradição entre os desafios que se impõem a um Estado que tem que se proteger e o descompromisso do governo em assegurar o desenvolvimento das tecnologias necessárias”, lamentou o deputado.
A tarefa de dotar o Brasil de um sistema de defesa contra ataques cibernéticos foi confiada ao Exército. No último dia 10 de julho, nas pegadas da revelação de que as comunicações nacionais são grampeadas pela NSA, a agência de segurança dos EUA, o ministro Celso Amorim (Defesa) falou à Comissão de Relações Exteriores do Senado. “As vulnerabilidade existem e são muitas”, ele admitiu. Nessa matéria, disse o ministro, o país se encontra na “infância”.
Apertado pelos senadores, Amorim lecionou: “O que precisa ser feito é muito mais do que nos estamos fazendo ainda. Isso envolve recursos.” De fato, considerando-se que o Brasil não dispõe nem de satélite próprio, os R$ 90 milhões alocados em 2013 na rúbrica de “defesa cibernética” parecem dinheiro de troco. O problema é que a pasta de Amorim não consegue gastar nem o pouco de que dispõe.
Em 14 de julho, quatro dias depois do depoimento de Amorim no Senado, o repórter Breno Costa revelou que o Exército havia empenhado apenas R$ 8 milhões (8,9%) do total da verba destinada ao cibercombate. Quase a metade dessa cifra foi aplicada na aquisição de jipes militares e cabines para abrigar estações de comunicação. O edital da licitação anotava que os equipamentos seriam usados em combate ou situações de tensão social.
O Exército informou que os jipes e as cabines vão virar unidades móveis de comunicação que, atuando “em rede”, ajudarão a proteger as comunicações governamentais contra investidas de invasores. Quanto à vagareza na execução orçamentária, alegou-se que “o orçamento da área cibernética tem histórico de execução que registra uma concentração de empenho dos recursos no segundo semestre do ano.”
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