UMAS E OUTRAS DO HELIO FERNANDES



Helio Fernandes

O embaixador (de “carreira”) Celso Amorim faz um trabalho enorme para se livrar da “conspiração” da fuga do senador da Bolívia, da qual participou intensamente. O encarregado de Negócios do Brasil afirmou: “A operação que chefiei, e cuja responsabilidade é toda minha, começou há muitos meses”. É verdade, e ele considera um ponto a favor de sua defesa, a relação (em seu poder) de todos os que sabiam de tudo.

Um deles, para quem telefonou muito antes, o ministro da Defesa, Celso Amorim. Tendo 25 anos de Itamaraty (muito menos do que Amorim), eram ligados por um fervor negativo mas envolvente: o ódio à ascensão permanente de Patriota.

Eduardo Sabóia falou com o ex-chanceler, agora ministro da Defesa, dizendo textualmente: “Preciso que você forneça dois seguranças militares para uma expedição que estou organizando”.

Para a própria tranqüilidade e curiosidade natural, Amorim perguntou o que era. E por que não pedia ao ministro da Justiça? Que é quem fornece e controla esse tipo de segurança.

EDUARDO SABÓIA
E CELSO AMORIM

Tendo confiança no ego imensurável do ministro e no seu ódio inavaliável por Patriota, contou tudo. Disse o que agora nega e os partidários de Morales também: “Queremos resolver o problema, o que o governo brasileiro se recusa a fazer”.

O ministro da Defesa perguntou: “Mas não é muito perigoso?”. Resposta: “Temos cobertura total aqui na Bolívia e aí no Brasil, em vários escalões políticos e diplomáticos. Os seguranças, apenas para eventualidades”.

O ministro da Defesa forneceu dois fuzileiros navais, que não estão na alçada ou subordinação do ministro da Justiça, que controla a Polícia Federal. Agora, Amorim se defense: “Esses fuzileiros estavam há muito tempo dando cobertura à embaixada, no centro de La Paz, num edifício comercial”.

Sei muito bem como é fugaz e duvidosa a palavra do ministro. Mas não vou contestá-lo agora, nem mostrar o que escrevi vastamente nos anos 1980/90, quando ele foi presidente da Embrafilme. Fiz intensa campanha de esclarecimento, com total repercussão e demissão geral. Era fácil, os escândalos estavam “à flor da terra”, como o petróleo do Cazaquistão.

Hoje quero perguntar ao ministro da Defesa a razão de fazer segurança na embaixada do Brasil em La Paz, com fuzileiros navais? A cidade está a mais de 3 mil e 800 metros de altitude, lógico, não tem mar. Como tudo na capital é entre montanhas, porque designar fuzileiros navais, como afirmou?

O normal é que essa segurança permanente, que vem de longe, fosse feita pelo Exército, ou melhor, pela Aeronáutica. Esta, pela própria formação, trabalha nessas alturas

Mas é a palavra do ministro, completamente desmoralizada quando participou dos escândalos da Embrafilme, empresa estatal presidida por ele. Só no Brasil, depois de tudo o que houve na mais estatal de cinema no Brasil, Celso Amorim faria a carreira que fez e continuará fazendo.

CORRUPÇÃO NA IMPORTANTE 
ESTATAL PETROCHINA

Semana passada, escrevendo sobre o julgamento de Bo Xilai e da mulher, deixei bem claro: há uma grande preocupação com o crescimento da corrupção. A prisão do provável quase primeiro-ministro e da mulher (que assassinou o parceiro de negócios e negociatas na divisão do suborno e das propinas) estarreceu a cúpula. E o Politburo nesses anos (dois) da prisão de tão alto dignatário, se reuniu pelo menos duas vezes.

Nessas reuniões tratou exclusivamente de dois assuntos, rigorosamente interligados: o que fazer com Bo Xilai e o que fazer para acabar ou pelo menos diminuir a corrupção.

O julgamento não foi resolvido e a corrupção reaparece espetacularmente. O caso de Bo Xilai foi o mais alto na hierarquia do desperdício dos dinheiros públicos, atingindo a própria cúpula da China-Comunista-Capitalista”.

Agora surge novo caso de corrupção, só que, ao invés de atingir pessoas isoladamente, compromete perigosamente uma das maiores empresas do país, a estatal Petrochina. É a grande empresa de petróleo que vinha sendo investigada há algum tempo.

As conclusões comprovadas, foram afastados, pelo menos, grandes personagens. E logo a seguir, vários funcionários não diretores, mas de importância relevante.

O QUE DÓI NA ALMA E 
NO CORAÇÃO DA IDEOLOGIA

É imperioso, imprescindível, irrefutável que essa corrupção estatal seja destruída e destroçada. Só acontece “lá em cima”, no apogeu do pais comunista, embora longe do marxismo (royalties para Paulo Sólon).

A China atingiu o total de 1 bilhão e 500 milhões de habitantes. O setor “capitalista” vai muito bem de vida, satisfeitíssimo. As restrições que são impostas pelo setor “comunista” não os atinge nem remotamente.

Compram mansões maravilhosas, torçam de carro (de carros, no plural) sempre que bem entenderem. As lojas de produtos de luxo, cada vez mais prósperas. E até contribuem (mesmo sem perceberem) com o progresso do país, aumentando exportação e importação, pagando impostos altos e não contestados.

Pelas pesquisas internas, a classe média rica, esses privilegiados, intocáveis, são “apenas” 100 milhões. O que representa a população de muitos países (metade da população do Brasil, das mais elevadas do mundo). Na China, 6 e meio por cento de todos os habitantes do país.

Ridículo em matéria de proporção. Além do mais, eu disse que são “intocáveis”, pois jamais criam problemas. Seguem a filosofia rigorosamente capitalista de James Bond, “viva e deixe viver”. Eufemisticamente, são identificados como “classe média alta”. E consideram que mostram ao mundo que podem conviver construtivamente com os dois lados.

Só lamentam e se perguntam: por que não existe corrupção no país todo? Principalmente nesse setor, que na verdade, apesar de reduzido, contribui com o desenvolvimento?

A CÂMARA NÃO CASSO
O PRESO DONADON

Enquanto durar e permanecer o absurdo VOTO SECRETO, o episódio se repetirá: um deputado CONDENADO pelo Supremo, será absolvido, vá lá, PRESERVADO pelos colegas. Apesar de 233 terem votado pela perda do mandato, ele continua vergonhosamente com esse mandato.

“Com o mandato, como eu disse?”. Alguém pode ser deputado e ao mesmo tempo sair do plenário algemado e voltar imediatamente para a cadeia? Não haverá “crise entre Poderes”, seria insensato e inexplicável comprometer o sistema ( já c-o-m-p-r-o-m-e-t-i-d-í-s-s-i-m-o), por causa de um pigmeu político, sem expressão ou representação, acusado e condenado por diversas irregularidades, até ROUBO?

HENRIQUE EDUARDO ALVES,
NO CASO, MERECE ELOGIOS

Como tenho criticado o deputado, feito as mais diversas restrições a ele, seria covardia (igual à dos 131 que votaram a favor do deputado e dos 41, presentes mas que se abstiveram, escondidos covardemente pelo VOTO SECRETO) se este repórter silenciasse agora.

O presidente da Câmara tentou de todas as formas dar o assunto por encerrado. Convocou o suplente do deputado condenado (o ex-deputado Amir Lando), se Donadon voltar, não tem como assumir. Afirmação do presidente da Câmara: “Estou envergonhado, não colocarei mais nada em votação por esse sistema de VOTO SECRETO”.

Pelo menos isso, não poderia fazer outra coisa. Não esquecer: 232 deputados, apesar do VOTO SECRETO, cassaram o deputado, merecem consideração. Faltaram apenas 24 votos, uma pena.

A “JUSTIÇA” DOS ÔNIBUS
NO RIO DE JANEIRO


A CPI A FAVOR dos ônibus ganhou um alento, que não sabe como aproveitar ou festejar. Contestada pelo oposição, a juíza mandou que a CPI continuasses “com a mesma proporcionalidade”.

Argumento, com aspas ou sem elas: “A Câmara Municipal tem 51 vereadores, apenas 6 assinaram o pedido de CPI”. Portanto, a própria Justiça reconhece que 45 vereadores não querem a CPI, se quisessem teria assinado, é óbvio.

PMDB COMPROMETIDO,
DOMINA A CPI COM MEDO

O partido de cabralzinho ficou com o presidente e o relator da CPI. Só que não sabem o eu fazer. Como a CPI era para isentar e homenagear a MÁFIA dos ônibus, agora não têm coragem para isso. Fazer a CPI decidir CONTRA os que massacram diariamente a população, impossível. Essa então será a CPI que não existirá.

ESCREVO SEM “OUVIR”
O ESTRONDO DA GUERRA

As coisas mudam rapidamente, principalmente quando são inexplicáveis. Ontem disse, “escrevo “OUVINDO” o estrondo da guerra contra a Síria, ou chamem como quiserem. Hoje, com a desistência dos coadjuvantes, França e Reino Unido, Obama, que tanto gosta de basquete, “pediu tempo”. Enquanto escrevo, muito tarde, OUÇO o silêncio total. Espero que dure, ou não será mais L-O-C-A-L-I-Z-A-D-O

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