DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 03-7-2013

NA FOLHA DE S.PAULO

PF investiga conta na Suíça de ex-dirigente da Casa da Moeda
FERNANDA ODILLA
DE BRASÍLIA


Suspeito de receber propina de US$ 25 milhões de fornecedores da Casa da Moeda, o ex-presidente da instituição é agora investigado por manter uma conta na Suíça.
A Justiça autorizou a Polícia Federal a compartilhar com autoridades daquele país provas do inquérito que investiga Luiz Felipe Denucci por crimes financeiros.
Denucci foi demitido do cargo em janeiro de 2012 após o Ministério da Fazenda ser informado de que a Folha apurava reportagem sobre a acusação de que ele recebeu US$ 25 milhões em três anos.
Esse valor, segundo relatório de uma empresa especializada em transferência de dinheiro com sede em Londres, veio de comissão paga por dois fornecedores do órgão e foi parar em offshores (empresas abertas em paraísos fiscais) criadas em 2010 por Denucci e uma filha dele nas Ilhas Virgens Britânicas.
Essa não foi a primeira denúncia de supostas irregularidades cometidas por Denucci, cuja saída desgastou o ministro Guido Mantega.
Mantega foi cobrado pelo Congresso a explicar por qual razão manteve o dirigente no cargo mesmo tendo sido alertado um ano antes das possíveis irregularidades pela Casa Civil e pelo PTB. A pedido da oposição, Mantega está sendo investigado por improbidade administrativa por não ter demitido Denucci.
O ministro pediu ao Supremo Tribunal Federal e conseguiu uma liminar para que seu caso seja apurado pela Procuradoria-Geral da República e não pela primeira instância, que tradicionalmente apura suspeita de improbidade contra autoridades.
Aos congressistas, Mantega negou ter protegido Denucci e disse que não podia ter tomado atitude antes da formalização de uma acusação nos órgãos de controle.
Em junho deste ano, a Justiça atendeu ao pedido da PF para compartilhar dados com a Suíça. Segundo despacho do juiz Vallisney Oliveira, o governo suíço identificou ativos de Denucci "que estariam relacionados aos supostos ilícitos investigados".
O inquérito policial foi instaurado em 2012, depois da demissão do diretor. O Brasil foi informado que ele tem ao menos US$ 300 mil num banco suíço e a PF corre para evitar que o dinheiro seja desbloqueado. A Suíça deu prazo até setembro para o Brasil informar se o valor está relacionado a eventuais ilícitos.
Até então sabia-se que Denucci tinha offshores nas Ilhas Virgens Britânicas e que havia contratado por R$ 3,1 milhões, sem licitação, uma empresa suíça para fabricação de cédulas. A Casa da Moeda nunca explicou por que optou pela companhia.

OUTRO LADO
Procurado em casa, na casa da filha e por meio do telefone celular, o ex-chefe da Casa da Moeda não ligou de volta para falar sobre a investigação e a conta na Suíça.
No ano passado, Denucci havia confirmado à Folha a existência das offhsores, mas negou ter feito movimentações financeiras com essas empresas. Admitiu conhecer o dono da empresa que fez o relatório atestando a movimentação milionária, a quem chama de primo, mas disse que o documento é falso.
Aos funcionários da Casa da Moeda, Denucci atribuiu sua saída a uma perseguição implacável contra ele.
Alex Argozino/Editoria de Arte/Folhapress 



NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO

Izaura Maria Soares Miranda, diretora-adjunta do Departamento de Estrangeiros da Secretaria Nacional de Justiça,foi demitida na segunda (29) pelo ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) após fazer parecer contrário à permanência do terrorista Cesare Battisti no Brasil. O caso chegou ao Planalto que, por medo da reação pública, teria exigido que a exoneração – já publicada no Diário Oficial da União – fosse desfeita.

Segundo apurou esta Coluna, Izaura foi readmitida quatro dias após sua exoneração. O Ministério da Justiça não quis se pronunciar.

Procurada, a diretora nega que o departamento seja responsável por validar a estadia de Battisti no Brasil e diz que a história “não existe”.

Já Conselho de Imigração garante que autorização dada a Battisti vale dois meses e precisa, sim, ser ratificada pelo departamento de Izaura.

A autorização para o terrorista ficar no Brasil vence no próximo dia 22, prazo que o Ministério da Justiça tem para deliberar sobre o assunto.

A Presidência prepara megaevento para o Dia da Independência, que promete ser marcado por protestos, que as redes sociais organizam como “os maiores de todos os tempos”. Reservou R$2,2 milhões para festa em Brasília, com 49 tendas, palanques e tribunas, segurança, telões, som, mobiliário e gerador de energia. Em 2012, o Planalto esperava gastar R$2,4 milhões, mas a festa saiu por R$900 mil.

A secretária de Educação de Capim (PB) anunciou no Facebook da prefeitura, na sexta (2): “Avisso. As aulas recomeçará (sic) dia 8/7”.

Mesmo remando contra maré da pindaíba, a Marinha enviou almirante e convidados à Ucrânia para assinar acordo de modernização da frota.

A página no Facebook do ministro Padilha (Saúde), oficial candidato do PT governo de São Paulo, continuava ontem no ar, após a Justiça Eleitoral determinar a suspensão por propaganda antecipada.

Líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ) não dará trégua a Dilma por sancionar a lei permitindo pílula do dia seguinte no SUS em casos de estupro, que para ele “permite o aborto”. Evangélico, promete novo projeto revogando e emendas para derrubar. “Fomos enganados”.

Já a deputada Jô Morais (PCdoB-MG), coordenadora da bancada feminina, elogia Dilma por ter “enfrentado a pressão fundamentalista” e sancionado PL que ajuda vítimas de estupro: “Ganho do Estado laico”.

A presidente Dilma não quer que o PT lance a candidatura de José Guimarães para o Senado. Prefere apoiar a ex-prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins. O problema é que Guimarães tem o controle do PT-CE.

Moradores de Albany, Nova York, coletam fundos para criar o Museu da Corrupção Política, exibindo documentos e até celas de finados vigaristas locais. Já tem site na internet. Se a moda pegasse…

Alvo de protestos até em São Paulo, governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ) bateu recorde de aprovação do ex-presidente Collor antes do impeachment: 12%, contra 35% que apoiavam o “caçador de marajás”.

… só falta o “passarinho” Hugo Chávez sobrevoar Lula na plateia do inacreditável Foro de São Paulo.


NO BLOG DO CORONEL


Fernando Henrique Cardoso disse, em 1997, que o primeiro ano do governo havia sido o ano do frango, o segundo ano o do iogurte e que o terceiro deveria ser o do investimento e emprego. O sociólogo sempre foi bom de frases e o Plano Real tinha colocado o frango a R$ 0,99 o quilo. Mais tarde, quando saiu do governo, o PT batia nos tucanos porque o quilo do frango havia chegado a R$ 1,75. Era uma forma de atacar a grande conquista do PSDB, marcada pelo fim da inflação. Ponto. 
O frango limpo, neste mês de julho, terceiro ano do governo Dilma, chegou a R$ 4,45 no varejo, em São Paulo. Se o primeiro ano do governo Dilma foi o ano do PACzinho, o segundo ano foi o do Pibinho, o terceiro é o ano em que a presidenta está levando um frango na economia. E as notícias não são nada boas. Os preços devem subir quase 10% nesta semana lá na granja e as exportações estão bombando. O valor das vendas ao exterior aumentaram 20%, chegando a R$ 680 milhões. A inflação está de volta. E justamente no frango, aquele mesmo frango que o FHC botou a R$ 0,99 o quilo.

Vinícius Marques de Carvalho, o presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) é sobrinho de Gilberto Carvalho, secretário do Lula e da Dilma. Antes de chegar ao cargo, atuava no Ministério da Justiça, comandado por José Eduardo Cardozo, um dos aspirantes à candidatura petista ao governo do Estado de São Paulo. De 2008 a 2011, o irmão de Gilberto Carvalho já fatura uns trocados como conselheiro do CADE. Antes, pasmem, foi chefe de gabinete da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, um dos feudos da família no governo petista. A Folha de São Paulo está dando grande cobertura ao Dossiê Petista sobre um suposto cartel de empresas para aumentar preços nas obras do Metrô paulista. É quem esta recebendo os dados vazados pelo CADE. Talvez seja por isso que a Folha esqueceu de informar aos leitores que Vinícius é sobrinho do Tio Gilberto, o que já coloca toda a investigação sob suspeita.

Aliado de Marina Silva e flagrado segurando uma barra de ferro durante manifestação que acabou em quebradeira em Brasília, o sociólogo Pedro Piccolo pediu afastamento da Executiva Nacional Provisória da Rede Sustentabilidade. Em nota divulgada na tarde desta sexta-feira (2), o partido informou que Piccolo se afastou do comando da Rede "até que os fatos sejam apurados".
Apesar de admitir que estava na porta do Itamaraty com uma barra de ferro nas mãos e o rosto coberto por uma camiseta do partido no protesto do dia 20 de junho, Piccolo nega ter depredado o prédio e também protestado em nome da Rede. Ele diz estar arrependido por ter, nas próprias palavras, se excedido. Piccolo já prestou depoimento à Polícia Civil do Distrito Federal. Na próxima semana, ele também deve ser ouvido pela Polícia Federal, que é a instituição responsável pelo inquérito que apura dano ao patrimônio da União.
"Em decorrência da investigação iniciada pela Polícia Federal sobre sua suposta participação nos atos de depredação do Itamaraty, Pedro Piccolo Contesini, membro da Executiva Nacional Provisória da Rede Sustentabilidade, pediu nesta tarde o afastamento do cargo até que os fatos sejam apurados. A Executiva Nacional Provisória acata e respeita a decisão de Piccolo", diz a nota da Rede.O partido já havia soltado nota reiterando repúdio a qualquer tipo de violência nas manifestações que tomaram conta do país. Havia também anunciado que o caso de Piccolo seria discutido numa reunião do partido na próxima semana.O integrante da Rede, contudo, se antecipou e pediu o afastamento da Executiva Nacional.
À Folha ele disse que outros integrantes da Rede participaram da manifestação, mas somente ele usava a camiseta com a logomarca porque, antes do protesto, estava trabalhando no recolhimento de assinaturas para a formação do partido. "[...] cometi muitos erros, mas só pude ter plena consciência deles retrospectivamente. O primeiro foi usar na manifestação a camiseta da Rede Sustentabilidade, que eu vestia porque vinha de uma atividade de coleta de assinaturas para a formação do partido", escreveu Piccolo no próprio Facebook. Além de Piccolo, outras duas pessoas foram identificadas e devem ser intimadas a prestar depoimento para a Polícia Federal já na próxima semana.(Folha Poder"
(*) Green Bloc é versão marineira dos Black Bloc que estão vandalizando país.


NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO

Com alguns anos de atraso, o Banco Central percebeu que algo não andava bem no Banco Rural, a principal instituição que serviu ao esquema do mensalão, e decretou a liquidação extrajudicial da instituição. Segundo informa o Estadão, o BC afirma que a liquidação se deve “ao comprometimento da situação econômico-financeira da instituição, à existência de graves violações às normas legais e estatutárias que disciplinam a atividade e à ocorrência de sucessivos prejuízos que sujeitam a risco anormal seus credores quirografários (que não possuem qualquer preferência)”.
Kátia Rabello, ex-presidente do banco e membro da família que controla a instituição, e José Roberto Salgado, ex-vice-presidente, pegaram as maiores penas: 16 anos e oito meses de prisão, condenados por lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta, formação de quadrilha e evasão de divisas.
Nos debates na VEJA.com — que serão retomados tão logo o STF retome ele também este interminável processo —, destacamos muitas vezes que o mais impressionante não era o Banco Rural ter atuando no mensalão, mas ainda estar em operação. Por quê? A resposta está num post que publiquei aqui no dia 16 de outubro do ano passado. Reproduzo (em azul):
A muitos passará despercebido, mas cumpre destacar.
Ontem, durante o julgamento do mensalão, o ministro Joaquim Barbosa, relator do processo, referindo-se ao Banco Rural, mandou ver: “Trata-se de uma verdadeira lavanderia de dinheiro”.
O Banco Rural foi personagem do escândalo PC Farias-Collor. Foi personagem do escândalo da CBF. Está envolvido no rolo do mensalão.
Não obstante, continua por aí, a operar normalmente.
Não era uma figura qualquer que fazia a acusação. Era um membro do Supremo. E o fazia depois de uma investigação meticulosa. Concordam com ele todos os ministros do Supremo, que condenaram os dirigentes do banco por gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro.
O BC tem cumprido, de fato, a sua função de fiscalizar os bancos?

Retomo
A liquidação, convenham, parece ter chegado tarde. Os métodos empregados pelo Rural no processo do mensalão deixaram chocado até o ministro Ricardo Lewandowski, que parecia operar com critérios mais lassos do que os de seus pares. Ao proferir o voto de condenação dos dirigentes do Rural, afirmou: “As operações de mútuo [tipo de empréstimo] do Banco Rural traduziram em um ato de gestão fraudulenta. Isso porque a classificação do risco teve objetivo de ludibriar o Banco Central [...], mascarar os números, fazendo com que o banco contasse com uma imerecida credibilidade junto ao mercado”.
Pelo visto, o BC foi o último a saber.
Por Reinaldo Azevedo


NO BLOG DO NOBLAT

G1
A empresa alemã Siemens apresentou ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) documentos em que afirma que o governo de São Paulo sabia e deu aval à formação de um cartel para licitação de obras do metrô no estado, segundo reportagem publicada nesta sexta-feira (2) pelo jornal "Folha de S.Paulo".
Em entrevista coletiva na manhã desta sexta, o secretário chefe da Casa Civil do governo de São Paulo, Edson Aparecido, disse que o governo nega ligação com o suposto cartel em licitações do Metrô, que a apuração sobre as denúncias está sendo feita também pela Corregedoria do Estado e que a investigação do Cade está sendo usada como "instrumento de polícia política". Em resposta às declarações, o Cade disse em nota que "repudia" acusações de "instrumentalização política" das investigações. Leia mais em Siemens afirma que governo de SP 'deu aval' a cartel do metrô, diz jornal Leia também Justiça autorizou vasculhar lixo de empresas acusadas de cartel

Guilherme Waltenberg, Estadão
A bancada do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) iniciou a coleta de assinaturas para instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar denúncias de formação de cartel entre empresas que participaram de licitações do metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) entre 1997 e 2013.
O objetivo, segundo nota emitida à imprensa pela assessoria do PT, é investigar a responsabilidade e/ou a omissão de agentes públicos e políticos no processo. Além disso, eles pretendem investigar se há relação entre essas denúncias e o incêndio ocorrido no dia 9 de julho do ano passado que destruiu documentos do metrô.

Adriana Mendes, O Globo
Os cinco torcedores corintianos presos na Bolívia desde fevereiro foram soltos nesta sexta-feira e devem retornar ao Brasil neste fim de semana. Eles ainda precisam passar por trâmites burocrático. A justiça boliviana decidiu libertar os brasileiros, segundo informou o Itamaraty.
Os corintianos foram presos em 20 de fevereiro, após a morte do estudante Kevin Espada, de 14 anos, atingido por um sinalizador durante o jogo entre o San José e o Corinthians, pela Taça Libertadores. No início de junho sete dos 12 torcedores detidos na Bolívia foram libertados. As autoridades bolivianas disseram que precisavam de mais informações e de afastar todas as suspeitas para libertá-los.

O Globo
Os cubanos estão comemorando uma nova política norte-americana para vistos que lhes dá cinco anos para viajar para os Estados Unidos, enquanto o governo e a mídia estatal de Cuba mantiveram-se em grande parte em silêncio sobre a nova medida de viagem.
Eles ainda estão autorizados a permanecer nos Estados Unidos por apenas seis meses, mas a mudança na política, que entrou em vigor na quinta-feira, lhes permite fazer várias visitas aos EUA durante os cinco anos, em vez de solicitar permissão repetidamente e pagar uma taxa de 160 dólares.

Veja
O governo alemão cancelou um pacto de vigilância do período da Guerra Fria com os Estados Unidos e a Grã-Bretanha. O cancelamento foi uma resposta às revelações feitas por Edward Snowden, ex-consultor da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês), sobre programas secretos de vigilância mantidos pela inteligência americana.
O acordo data de 1968-69 e sua anulação tem sentido mais simbólico do que prático. O contrato dava aos países ocidentais que tinham tropas posicionadas na Alemanha Ocidental – Estados Unidos, Grã-Bretanha e França – o direito de solicitar operações de vigilância para proteger suas forças militares, informou a rede britânica BBC. “O cancelamento de contratos administrativos é uma consequência necessária e apropriada do recente debate sobre a proteção de dados pessoais”, afirmou o ministro alemão de Relações Exteriores, Guido Westerwelle, em comunicado.

Fernando Gabeira, O Estado de S. Paulo
Ao sair do filme Hannah Arendt, a filósofa judia descrita na tela por Margarethe von Trotta, muitas ideias me vieram à mente. Lembranças da ditadura, meu depoimento no Tribunal Bertrand Russel, em Roma, onde também defendi a presença da banalidade do mal entre torturadores brasileiros, quase todos dedicados pais de família, operosos funcionários do governo.
A experiência de Hannah Arendt, que cobriu o julgamento de Adolf Eichmann para a revista New Yorker, causou verdadeira comoção. Não só por questionar o papel de alguns líderes judeus, mas por afirmar que Eichmann não era um monstro.
O enigma, para ela, era a contradição entre a mediocridade de alguns homens e a dimensão da tragédia que provocaram. O nazismo passou, também passou a ditadura militar no Brasil. Mas existem elementos no discurso de Hannah, em especial o que faz para seus alunos no auge da polêmica sobre o artigo na New Yorker, que merecem ser retomados à luz da conjuntura brasileira.
Eichmann declarou que punha os judeus nos trens cumprindo ordens. Não se importava com o que aconteceria com eles porque, uma vez nos trens, seu destino pertencia a outras repartições que não a dele. Hannah observa que Eichmann renunciou a pensar e essa era a raiz de sua desumanização. A renúncia a pensar não é privilégio das pessoas medíocres, mas é muito mais frequente entre elas.
Na semana em que vi o filme acompanhei pela TV a cobertura da visita do papa e o discurso da presidente Dilma Rousseff saudando Francisco. A sensação que tenho é que ela se recusou a pensar ao aceitar ler esse texto. Foi uma tarefa de militante.
Cumpriu sua missão sem se importar muito com as consequências, pois fez um discurso de propaganda de seu governo precisamente no Rio, onde as pessoas estão fartas dessas farsas grotescas e gritam nas ruas pela saída de Sérgio Cabral. E diante de um papa sem grandes ilusões sobre os políticos existentes.
Dilma convidou a Igreja Católica a fazer uma parceria com o governo do PT na luta contra a miséria. Como se a Igreja não tivesse já suas estratégias nesse campo. E como se precisasse do PT para se implantá-las mundialmente. Isso não é apenas falta de modéstia. Dilma é obrigada a repetir diariamente que as pessoas foram às ruas em junho não por causa dos erros do governo, mas dos acertos. Quanto mais as pessoas têm, mais querem, dizem os petistas. Uma vez que jamais admitem um erro, a única explicação para a revolta popular é a sucessão de seus acertos...
Como uma força política pode chegar a esse ponto sem trazer consigo traços de totalitarismo? Nesse caminho, o primeiro passo fundamental surge ao admitir que a realidade não importa, e sim a versão dos fatos.
Um momento típico dessa tragédia moderna foi a ida de Colin Powell à ONU para demonstrar com algumas imagens vagas que o Iraque dispunha de armas de destruição massiva. Um segundo momento, entretanto, se desdobra: os militantes dispõem-se a repetir mecanicamente as teses que vêm da cúpula partidária. E ao constatar que são frágeis tentam salvá-las com seu entusiasmo e, naturalmente, com a raiva contra quem discorda.
Por que se recusam a pensar, se esse é um dos fatores que distinguem o ser humano? Não creio que a recusa se deva só ao deslumbramento com a engrenagem ou mesmo à ilusão de que nunca cometa erros. Há um fator pavloviano nessas organizações rigidamente hierarquizadas: recompensa e punição. Os descontentes vão para uma gelada Sibéria que, ao longo do processo histórico, toma inúmeras formas: uma subsecretaria, um cargo de fiscal do Ibama na fronteira com a Colômbia.
Um terceiro componente que deve ser levado em conta é a constante repetição da importância da engrenagem sobre indivíduos, substituíveis. Esse componente é importante para analisar o espantoso caso de Dilma. Como ela poderia chegar a presidente do Brasil se é incapaz de, por si própria, se eleger vereadora numa grande cidade?
Seus méritos estavam ancorados não na capacidade política, mas nos talentos de gestora. E o que antes havia gerido com sucesso? Se ao menos esse traço fosse verdadeiro, ela teria alguma moeda de troca nas transações com a máquina burocrática.
Leia mais em A banalidade de Dilma


NO BLOG DO ALUIZIO AMORIM

Ao centro da mesa, Lula, o chefão do mensalão e do Foro de São Paulo, ladeado por vários golpistas latino-americanos.
Neste momento um punhado de celerados comunistas reúne-se no tal Foro de São Paulo, na capital paulista, sob a presidência de Lula que ocupa o centro da mesa principal, enquanto o mestre de cerimônia é o petista Walter Pomar, o secretário dessa organização que tenta implantar o "socialismo do século XXI", a nova versão do comunismo, em todo o continente latino-americano.
Um dos oradores há poucos caía de pau na mídia e na classe média brasileira qualificando-as de conservadoras, reacionárias e outro adjetivos e palavras de ordem do movimento comunista.
Vendo a transmissão direta pela internet dessa reunião, em dado momento fechei os olhos e só fiquei escutando. Juro que duvidei estar vivendo mesmo no século XXI, tal era o repertório entoado pelos oradores que se sucediam na tribuna. Ao final, Lula foi ovacionado como o Rei do Brasil.
Referiram-se aos atos de protestos no Brasil e os atribuiram aos avanços do governo petista. Interpretaram o grito das ruas como a reivindicação de mais medidas comunistas com a ampliação de direitos, comprovado que o escrevi aqui no blog há mais de um mês quando afirmei que essas manifestações são orquestradas pelo PT. 
Aliás, como noticiei com exclusividade aqui no blog, como primeira medida para responder às manifestações o governo petista foi com sede ao pote. Nos porões do aparelho petista já estavam empilhados milhares de cartazes e cartilhas de propaganda da reforma política. O PT já tinha tudo pronto. E a sede de poder era tanta que no primeiro ato verberaram em favor de um plebiscito que acabou repudiado pelo Congresso.
Velhos de guerra, os políticos sentiram cheiro de carne queimada e largaram um balde d'água sobre as labaredas vermelhas provindas dos porões do bunker comunista. 
Por enquanto o golpe de Estado que o PT ensaiou de acordo com a estratégia do Foro de São Paulo, está stand by. Isso quer dizer que o PT não desistiu de seu intento de transformar o Brasil em mais uma republiqueta comunista nos moldes cubanos. 
O Foro de São Paulo foi fundado por Lula e Fidel Castro em 1990. De lá para cá já conseguiram, como se vê, comunizar a Venezuela, Bolívia e Equador. Falharam no Paraguai e em Honduras, que consideravam favas contadas. 
Todavia, o Foro de São Paulo, cuja vida financeira é um mistério, não desiste de seu intento. Prova disso é esse seu encontro que neste momento transcorre em São Paulo. Como não poderia deixar de ser, a tal reforma política e o plebiscito no Brasil são temas mais evocados, mas que na verdade são eufemismos para designar aquilo que boa parte do Brasil já sabe, ou seja, golpe de Estado.
E justamente nesta noite, enquanto os tarados ideológicos atacavam a democracia e as liberdades civis e os direitos individuais, o governo do Lula e da Dilma anunciava a liquidação do Banco Rural, o denominado banco de mensalão, numa manobra até agora ainda não muito clara.
Ficou muito interessante o chat em tempo real do Live Stream, sistema de transmissão ao vivo de empresa americana (comunista pragueja contra os Estados Unidos mas não dispensa o uso de equipamentos tecnológicos americanos, desde o avião em que viajavam ao microfone e a internet) onde se registra um interessante debate entre os que apoiam os comunismo e os que defendem a liberdade. A turma das redes sociais partiu para um protesto online contra o Foro de São Paulo. Mais tarde informaram pelas redes sociais que a turma do Foro impediu o debate.
O que é insólito e se ver na segunda década do século XXI, um bando de aloprados conspirando contra o Estado de Direito Democrático, contra liberdade econômica e política; enfim, conspirando contra o direito do povo brasileiro e latino-americano de progredir, de desenvolver as suas nações em paz e segurança. A Venezuela, que embarcou na canoa furada do Foro de São Paulo já enfrenta dramática escassez de alimentos e até mesmo de papel higiênico, enquanto Nicolás Maduro, o usurpador, chegou ao pode por meio de uma eleição fraudulenta. Os comunistas usam as instituições democráticas, como as eleições, para enterrar a democracia. E, como não poderia deixar de ser, dissidentes são presos e perseguidos nesses países e a liberdade de imprensa massacrada.
Já a grande imprensa brasileira, em sua maioria tão dócil ao desgoverno do PT, é alvo de ataques do Foro de São Paulo. Estranhamente não deu um pio sobre esse convescote da idiotia comunista.
Enquanto isso, nas ruas a horda petista promove quebra-quebra, ocupa ruas e avenidas infernizando a vida dos cidadãos que trabalham e têm o direito de viver em paz e em segurança.
Um dos grandes feitos do PT foi instituir a impunidade. E o nível de condescendência das autoridades, como é o caso de São Paulo, à investida brutal da bandalha comunista contra a propriedade pública e privada é algo que não se pode entender.
Da mesma forma que não se concebe a democracia criando cobras no seu quintal, ou seja, permitindo que os comunistas golpistas, assassinos, mentirosos e vagabundos, escolham a maior e mais importante cidade do Brasil que carrega sobre os seus ombros praticamente o país inteiro, como sede de uma conspiração comunista.
O Foro de São Paulo é uma organização transnacional fora da lei. Urge que se apure de onde vêm os recursos que o fazem funcionar.


NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES

A ferrovia que Lula inaugurou faz três dias continua sem trilhos nem trens

“Incluída entre as prioridades do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a ferrovia de integração Oeste-Leste envolverá investimentos estimados em R$ 6 bilhões até 2012″, informa a voz que narra o vídeo institucional sobre a construção da ferrovia que promete ligar a cidade de Ilhéus, na Bahia, a Figueirópolis, no Tocantins. “A obra será executada em duas etapas: a primeira terá início em Ilhéus e vai até o município de Barreiras, no oeste da Bahia, num total de oito lotes. O lote 1F parte do Terminal de Ilhéus, onde ficará o terminal de descarga geral, que terá uma capacidade estimada entre 5 a 68 milhões de toneladas ao ano”.
Depois de descrever a chuva de deslumbramentos sobre a região, que inclui três pólos industriais, uma ponte de 2,9 quilômetros sobre o Rio São Francisco (a maior ponte ferroviária do Brasil) e dois terminais multimodais, o locutor avisa que a obra “vai abrir uma nova alternativa logística para os portos no nordeste brasileiro, fazendo ainda a integração com outros pólos do país”. Uma música encerra a profecia: “Na imensidão do cerrado, nas distâncias do agreste, é o progresso acelerado com a ferrovia oeste-leste”.
Afinado com o tom do vídeo, o então presidente Lula avisou, em 10 de dezembro de 2010, durante o palavrório na cerimônia de assinatura das ordens de serviço dos quatro lotes do primeiro trecho da ferrovia, que seu governo ”ensinou ao país que é possível trabalhar com dois objetivos ao mesmo tempo”: “O Brasil ora decidia se queria fazer ferrovia, ora decidia se queria fazer rodovia. Nunca se pensou que era mais interessante pro Brasil a gente tê a ferrovia, a gente tê a rodovia e a gente tê a hidrovia (sic)” (a discurseira começa aos 0:45 do vídeo abaixo).
Segundo Lula, a Oeste-Leste estaria pronta em 30 de julho de 2013.
Neste 2 de agosto, três dias depois da inauguração prometida pelo ex-presidente, a Oeste-Leste não tem sequer um metro de trilho instalado. Uma reportagem publicada pelo Valor Econômico nesta quinta-feira, revela que “nos primeiros 500 quilômetros do traçado, que ligam Barreiras a Caetité, a ferrovia praticamente não existe”. Segundo a reportagem, embora todos os lotes do primeiro trecho tenham empreiteiras contratadas desde 2010, o Tribunal de Contas da União (TCU) determinou a paralisação das obras depois de constatar “estudos ambientais capengas e projetos de engenharia que não paravam de pé”. No trecho entre Caetité e Ilhéus, embora as empreiteiras tenham retomando os trabalho, só 21,5 % do total previsto foi concluído.
Diante do fiasco, o governo postergou a entrega do trecho Caetité-Ilhéus para dezembro de 2014 e, entre Barreiras e Caetité, para o fim de 2015. A reportagem informa, entretanto, que tanto engenheiros quanto o governo baiano não acreditam no novo cronograma. “Sabemos das dificuldades”, confessou ao Valor Eracy Lafuente, coordenador de acompanhamento de políticas de infraestrutura do governo da Bahia. “A promessa de entregar o trecho de Ilhéus até o fim de 2014 está muito apertada. Do jeito que a obra está, só sai mesmo em meados de 2015″.
Caso a previsão se concretize, Dilma Rousseff conseguirá a façanha de terminar o seu governo sem inaugurar nenhum trecho de ferrovia. E o Brasil real, ao contrário do Brasil Maravilha, continuará com uma malha rodoviária em frangalhos, sem hidrovias e sem ferrovias.

LEIA TAMBÉM: A Ferrovia Norte-Sul do Brasil Maravilha e a estrada de ferro que se arrasta no país real: monumento à gastança e à incompetência




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