DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 20-7-2013

COLUNA VERTICAL (Eliomar de Lima)

UM OLHO NO PEIXE...

O PCdoB do Ceará, parece, vive crise existencial. Na quinta-feira, durante visita de Dilma a Fortaleza, o senador Inácio Arruda foi presença mais do que destacada, engrossando bloco dos aliados da Presidente.

...OUTRO NO GATO

Enquanto isso, do lado de fora, nas ruas do Centro, o deputado estadual comunista Lula Morais engrossava protesto dos médicos, com declarações nada agradáveis aos ouvidos da mesma Presidente.

FRITURAS

Na próxima segunda-feira, no Marina Park Hotel, haverá café da manhã da bancada federal com entidades médicas. Na fritura, o projeto Mais Médicos e o Ato Médico.



NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO


O ex-presidente Lula não foi convidado, nem aceitaria, um encontro com o Papa Francisco, que chega na segunda (22) ao Rio, na primeira visita de seu pontificado – o primeiro de um sul-americano. O Instituto Lula diz que “agora ele é ex-presidente” e não vê razão para encontrar-se com o novo Papa, que comunga com ele a pauta de “opção pelos pobres”. O criador do Bolsa Família pretende ficar em São Paulo e ainda não sabe se vai emitir uma nota saudando Francisco.

Lula visitou as obras do Maracanã em fevereiro, para prestigiar o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), agora em total desgraça.

O papa argentino deverá saudar Lula, que visitou seu antecessor Bento 16 duas vezes e dele recebeu orações no auge da luta contra o câncer.

Foi destaque na imprensa internacional o Mapa da Violência do Centro de Estudos Latino-Americano, mostrando que o Brasil é o 7º país mais violento do mundo, com 1,2 milhão de assassinatos entre 1980 e 2011.

No bojo do escândalo de bisbilhotagem do governo dos EUA no Brasil, o DiariodoPoder.com.br descobriu que corre solta a cessão de rádios a estrangeiros. Desde 2000, pelo menos 29 países obtiveram autorização para acessar frequências da rede do país. Segundo a Agência Nacional das Telecomunicações, estrangeiros podem operar, temporariamente, estações brasileiras, durante visita oficial de representante ao Brasil.

Obtiveram autorização desde países europeus, como França, Itália, Alemanha, Suíça e Espanha, até países como Irã, Índia e África do Sul.

Além dos polos São Paulo e Rio de Janeiro, as capitais Brasília, Belém Campo Grande e Salvador tiveram redes liberadas para estrangeiros.

Já o governo dos EUA preferiu explorar permanentemente, até 2019, 43 rádios em SP, RJ, Brasília e Recife. Pagaram ninharia de R$ 16,7 mil.

O governo da Rússia seguiu o exemplo dos EUA e explora desde 16 de maio de 2007 uma frequência no Brasil. O valor da outorga: R$ 200.

A PF esclarece que custou R$172 mil e não quase R$7 milhões a mudança de dois adidos removidos de Londres (Reino Unido) ao Brasil.

O governo cocaleiro da Bolívia deixou escapar na imprensa como precisa da CIA (serviço secreto americano): o avião da FAB deveria ter faixa “VIP” na fuselagem, para não ser revistado com cães farejadores.

Investigado no Itamaraty por assédio moral e sexual no consulado em Sidney (Austrália), o embaixador Américo Fontenelle está há 15 dias no Brasil, que não visita há mais de uma década. E não pretende voltar.

Opositor da candidatura de Eduardo Campos (PSB) à Presidência, o governador socialista Cid Gomes (CE) reforçou a Dilma: “Espero vê-la inaugurando o Cinturão das Águas do Ceará em 2015”. A petista sorriu.


NO BLOG DO CORONEL

A mal contada história do apartamento do Henrique Alves.
Os R$ 100 mil em espécie roubados em junho de um assessor do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), seriam usados para saldar parte da compra de um apartamento pelo deputado, por R$ 1 milhão.Em entrevista à Folha nesta semana, Alves admitiu que o dinheiro roubado de Wellington Ferreira da Costa em 13 de junho, em Brasília, era seu, proveniente de um empréstimo do Banco do Brasil.
Ele afirmou que o dinheiro seria usado para compromissos pessoais e não quis entrar em detalhes sobre a destinação (leia texto nesta página).O inquérito instaurado na Polícia Civil de Brasília corre em segredo. Passado mais de um mês do roubo, o boletim de ocorrência e os depoimentos não podem ser consultados na Delegacia de Repressão de Roubos e Furtos da Polícia Civil do Distrito Federal.
Segundo a Folha apurou na delegacia, não é normal haver sigilo em casos de roubo, a não ser que haja pedido feito por alguma autoridade. O delegado do caso, Fernando César Costa, recebeu ordens expressas para não falar sobre o caso. Ele está em férias e, nas palavras de um integrante da polícia, "colocou o caso debaixo do braço''.
O assalto sofrido por Wellington aconteceu no Setor de Clubes Sul, na capital federal. Segundo o relato do assessor parlamentar, dois assaltantes bateram em seu carro, se identificaram como policiais civis e levaram, além de uma maleta com o dinheiro, um telefone e um tablet, que foram descartados depois.
O dinheiro fora sacado dois dias antes no Banco do Brasil, onde Alves contraiu empréstimo para amortizar a compra de um apartamento na avenida Beira-Mar, em Natal, adquirido do também deputado João Maia (PR-RN). À Folha Maia confirmou a venda do imóvel, no ano passado. Segundo o deputado, Alves lhe deu R$ 500 mil à vista e ficou de pagar outros R$ 500 mil em parcelas.
Os R$ 100 mil extraviados seriam a primeira dessas amortizações. "A venda está, inclusive, registrada no meu Imposto de Renda, com os valores e tudo. Ele havia combinado de me pagar, mas houve esse problema'', afirmou ele ontem, por telefone.O imóvel é ocupado pela ex-mulher de Alves, Priscila Gimenez, que não quis se manifestar sobre o assunto. (Folha de São Paulo) 
Observação: ninguém usa dinheiro vivo nesta quantidade e a Imprensa deveria ver onde está localizado este apartamento e qual é o seu valor de mercado.

Dilma faz PT chorar e sangrar.
Prontos para receber hoje a presidente Dilma Rousseff e dar uma demonstração de unidade num momento tenso de queda de popularidade e fragilidade política, dirigentes do partido foram surpreendidos com a desistência da petista de comparecer à reunião do Diretório Nacional. A presidente foi alvo de fortes críticas de integrantes da corrente majoritária do PT que, a portas fechadas, ontem, acusaram Dilma de se distanciar de uma crise na qual está no epicentro.
O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu qualificou de “inaceitável” o comportamento de Dilma e recebeu apoio de seus pares. Dirceu afirmou que Dilma “faz parte da crise” política atual, mas age como se estivesse fora dela. Os mais próximos de Luiz Inácio Lula da Silva interpretaram a ausência de Dilma como um sinal de retaliação ao ex-presidente. Chegaram a dizer que ela passa a imagem de que está em rota de colisão com o seu próprio partido.
O Estado apurou que Dilma não gostou da reunião promovida por Lula, na segunda-feira, com petistas. Foi Lula que bancou a indicação do deputado Cândido Vaccarezza (SP) para coordenar a comissão da reforma política, contrariando a presidente, que preferia Henrique Fontana (RS). Vaccarezza desafia Dilma ao dizer que o plebiscito para a reforma política não sai neste ano.
O Diretório Nacional do PT soltará hoje uma nota desautorizando o deputado para destacar que o partido continuará defendendo o plebiscito. Ontem, o líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE), também soltou nota em que põe em xeque a legitimidade de Vaccarezza.
Uma das críticas generalizadas do PT é sobre a relação de Dilma com o Congresso, com o próprio partido e com os aliados. O assunto será abordado hoje pela cúpula petista, que avaliará o impacto político das últimas manifestações no País. Os protestos, que provocaram a queda da avaliação positiva do governo Dilma e deram ânimo ao coro do “Volta, Lula”, expuseram ainda mais a crise da articulação política do governo.
Dilma desmarcou o compromisso no PT na última hora, sob a alegação de que precisou agendar uma reunião com ministros no Palácio da Alvorada, hoje, para discutir o esquema de segurança da visita do papa Francisco ao Rio, na próxima semana.
Embora auxiliares da presidente tenham informado ontem que ela nunca confirmou presença no encontro do PT, o presidente do partido, Rui Falcão, tinha anunciado a decisão de Dilma. Até uma equipe “precursora” do Planalto se deslocou à sede do partido em Brasília, na quinta-feira, para vistoriar o local. Os seguranças só fazem esse trabalho quando ela planeja ir a algum evento.
Foi o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, quem avisou Rui Falcão sobre a desistência de Dilma. “Quero falar com ela”, disse Falcão. Ele conversou com a presidente por telefone, mas não conseguiu convencê-la a mudar de ideia.
O ex-ministro Luiz Dulci, hoje assessor de Lula, propôs que fossem feitos apelos pela presença de Dilma hoje na reunião do PT. “Dilma nunca ouve ninguém”, reagiu um parlamentar. O coordenador da corrente CNB, Francisco Rocha, chorou ao falar sobre o distanciamento de Dilma, mas disse que era necessário ter “cabeça fria” para enfrentar as dificuldades.
Com maioria no diretório, a CNB é a corrente de Lula e também de Dirceu, de José Genoino e João Paulo Cunha. Os três foram condenados pelo STF no processo do mensalão e, pela primeira vez, tiveram os nomes excluídos da chapa que concorrerá ao Diretório Nacional. (Estadão)

Dilma quer distância do PT de Lula.
O PT de Lula está preparando um golpe contra Dilma. Duas das principais articulações são levar Franklin Martins para a Casa Civil e Ricardo Berzoini para o Ministério das Relações Institucionais. Este é o principal motivo para que a "presidenta" não vá ao encontro do PT, hoje, em Brasília. Quer mostrar independência em relação à Lula.

Médicos abrem guerra contra governo petista.
Entidades que representam os médicos se preparam para travar uma guerra contra o governo por causa do programa Mais Médicos, após decisões que eles classificam como “autoritárias” e que atropelaram os debates com a classe. Elas anunciaram, nesta sexta-feira, que deixam de participar das comissões e grupos de trabalho do governo que fazem parte. Além disso, as entidades estão preparando ações judiciais questionando o Mais Médicos.
A Federação Nacional dos Médicos (Fenam), o Conselho Federal de Medicina (CFM), a Associação Médica Brasileira (AMB) e a Associação Nacional dos Médicos Residentes (ANMR) justificam que decidiram sair dos grupos após o governo agir de forma “unilateral e autoritária”. Eles afirmam que suas propostas foram tratadas com indiferença nos conselhos e grupos. — Vamos ter uma batalha jurídica com eles, grande. Vamos exigir que as leis sejam seguidas à risca – afirmou o presidente da Fenam, Geraldo Ferreira.
A saída dos grupos de discussão no Ministério da Saúde, na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e no Conselho Nacional de Saúde (CNS) foi decidida, segundo Ferreira, porque não fazia mais sentido continuar debatendo assuntos da área se o governo tomou decisões sem ouvir os envolvidos— Entendemos que o governo atropelou. A comissão (sobre provimento de médicos em áreas de difícil acesso) estava reunida desde o dia 18 de junho. O governo não deu nem bolas. Nosso entendimento é que a comissão perdeu a lógica – disse Ferreira.
— O governo demorou muito para dizer qual era a proposta de debate. A medida que o governo apresentou, teve apoio dos movimentos sociais, e esclarecemos que a questão não é só de emergência. Acho que eles (CFM e Fenam) perderam o argumento. E se isolam do debate — avalia.
O presidente da Fenam ainda afirmou que a entidade deixa os assentos que tinha no CNS por entender que o órgão serve a interesses do governo. — É um gesto político. Estamos mostrando que estamos insatisfeitos. O conselho deve ser técnico e não pode ser aparelhado politicamente para defender lógicas de governo ou de partido — afirmou.
Entre as medidas que as entidades médicas pretendem tomar na Justiça contra o Mais Médicos, Ferreira anunciou que eles darão entrada em uma ação civil pública pedindo suspensão da medida provisória (MP) que cria o programa. Outra ação, no Supremo Tribunal Federal (STF), está sendo preparada e deve ser entregue em 15 dias. Ferreira ainda afirma que a Fenam está instruindo os sindicatos nos estados que entrem com pedidos na justiça trabalhista pelo pagamento de direitos para os médicos que assumirem vagas pelo programa.
A Fenam nega que sindicatos ou entidades ligadas a ele tenham sugerido boicotes às inscrições do Mais Médicos. Segundo Ferreira, as entidades que representam dos médicos estão “se preparando para uma guerra” com o governo também no ambiente virtual. — Comprovamos que não houve por parte de nenhum sindicato (sugestão de boicote) — disse. — É uma comunicação de guerra. Vamos enfrentar uma guerra. O governo está preparado, tem estrutura, tem seus blogueiros. Vamos enfrentar esses embate.
Questionado sobre o número de inscritos – que segundo o Ministério da Saúde já chega a 11,7 mil pré inscritos – Ferreira afirma que esse total pode não se concretizar, pois muitos profissionais podem mudar de ideia e declinar caso sejam chamados, após verem as condições do trabalho e de pagamento, que não incluem benefícios como 13º salário. Ele ainda criticou as medidas que o governo anunciou para médicos que se inscreverem e depois recusarem participar do programa.— O governo está se aperfeiçoando no autoritarismo. Você quer atrair profissionais e cria punições, isso é autoritarismo.
A entidade também anunciou que fará greves e protestos. No dia 23 estão programadas greve e manifestações em todo o país. Nos dias 30 e 31, serão feitas novas greves, e no dia 31 acontecem as assembleias estaduais. Em agosto, No dia 8 acontece audiência pública no Congresso. No dia 8, 9 e 10 acontece o Encontro Nacional das Entidades Médicas (Enem) (O Globo)


NO BLOG DO NOBLAT

Estilo do papa e protestos criam dilema para segurança no Rio
A escolha do papa Francisco em dispensar o papamóvel blindado na Jornada Mundial da Juventude, em meio à expectativa de protestos durante o evento que começa na próxima terça-feira no Rio de Janeiro, criou um dilema para as autoridades responsáveis pela segurança do pontífice, forçando-as a adaptar suas medidas preventivas, segundo analistas ouvidos pela BBC Brasil.
Na última quinta-feira, o general José Abreu, coordenador de segurança das Forças Armadas, disse em entrevista coletiva que a escolha do papa será respeitada, mas "não é nada agradável" para a segurança, ante o perigo de algum "ato hostil" na jornada, que deve atrair um público estimado em até 2,5 milhões de pessoas.
O papa deve usar carros fechados para se deslocar por distâncias longas, mas a expectativa é de que um carro aberto - o mesmo usado na Praça São Pedro, no Vaticano – seja usado por ele para circular no Rio de Janeiro em alguns momentos da Jornada.

Governo tem pouca margem de manobra para fazer cortes no orçamento
Martha Beck, O Globo

Mesmo congelando novas desonerações e procurando quais tributos poderiam eventualmente subir para ajudar a reforçar os cofres públicos, o governo tem hoje pouca margem de manobra, admitem os técnicos. Isso porque quase toda elevação de impostos precisa esperar um prazo de 90 dias para começar a valer. Ou seja, além de representar um desgaste político num momento delicado, um aumento de carga tributária agora só passaria a ajudar as contas públicas em novembro, com o ano praticamente fechado.
Uma exceção poderia ser o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que é regulatório e pode subir por meio de um decreto sem passar pela noventena. No entanto, os técnicos lembram que a calibragem que poderia ser feita nesse tributo é pequena em termos de arrecadação. Por isso, o plano do momento é não prorrogar desonerações que vencem ao longo de 2013.


NO BLOG DO JOSIAS

Verba desviada pagou Duda na Paraíba, diz PF

O marqueteiro Duda Mendonça mal se livrou da encrenca do mensalão e já está enroscado noutra investigação político-eleitoral. Em inquérito que acaba de concluir na Paraíba, a Polícia Federal sustenta que Duda recebeu pelo menos R$ 1,1 milhão em verbas públicas desviadas de um programa de internet rápida. A encrenca está relacionada à campanha do governador paraibano Ricardo Coutinho (PSB) e seu vice Rômulo Gouveia (PSD). Detalhes aqui e na ilustração abaixo.

Após protestos, PT cancela seminários festivos e marca ‘último’ ato com Lula e Dilma, na Bahia

Os protestos de rua atropelaram a programação festiva que o PT idealizara para o ano pré-eleitoral de 2013. No ano em que completou 33 anos de fundação, o partido programara 13 seminários para celebrar os seus 10 anos no poder federal. Realizou apenas cinco. Marcou para quarta-feira (24) da semana que vem, em Salvador, o “ato que encerrará o ciclo de comemorações”. Sem maiores explicações, a legenda cancelou sete seminários.
Lula e Dilma Rousseff confirmaram presença no evento de Salvador. Será a primeira aparição pública dos dois desde o início das manifestações. Deveriam ter estrelado um seminário em Goiânia, no dia 20 de junho. Porém, a capital de Goiás foi sacudida por um protesto de rua nesse dia. E o PT prefefiu “adiar” o ato, agora definitivamente cancelado.
O primeiro dos 13 seminários programados inicialmente ocorreu em São Paulo, em 20 de fevereiro. Serviu para que Lula lançasse a recandidatura de Dilma. Secretário nacional de Organização do PT, Paulo Frateschi explicou na época: “Nós estamos programando uma série de seminários, e vamos tentar correr todas as regiões do Brasil, pra que a gente possa começar a construir a nossa narrativa sobre o governo democrático e popular que nós lideramos durante esses dez anos.”
Frateschi dizia que o partido colecionara “uma quantidade de dados enorme”. Dados que, segundo ele, atestavam o êxito dos governos Lula e Dilma. De repente, a insatisfação foi às ruas. Dilma despencou nas pesquisas. Lula arrpendeu-se de ter precipitado a campanha. O PT tornou-se uma legenda sem roteiro. A falência do discurso baseado na teoria do “sucesso inquestionável” ficou evidenciada no seminário de Curitiba, ocorrido em 13 de junho.
Nesse dia, o asfalto fervia em São Paulo. E Lula, discursando na capital paranaense ao lado de Dilma, divertia a plateia falando sobre a popularidade de sua sucessora: “Se não tomar cuidado, a baixinha vai passar dos 100%. E não pode, só pode até 100”. Decorridos 15 dias, o Datafolha informaria que a taxa de aprovação de Dilma despencara 27 pontos –de 57% para 30%. A taxa de intenções de votos da “baixinha” ruiu de 51% para 30%.
No mesmo discurso paranaense, Lula soara premonitório. Criticara a mídia, “a verdadeira oposição nesse país.” E ironizara: “Parem de contar mentira, porque esse povo já aprendeu a pensar com a sua própria cabeça, de forma independente. Esse povo não se deixa mais enganar como antigamente… Esse povo tem outros instrumentos de comunicação para ter acesso à informação.”
Suprema ironia: pelo Facebook, seu “instrumento de comunicação” predileto, o pedaço mais jovem “desse povo” programava manifestações que levariam mais de 1 milhão de brasileiros ao asfalto, num movimento que roeu as certezas e engolfou as autoridades constituídas, entre elas a “baixinha”, cuja estatura foi reajustada.
Nos cinco dos 13 seminários que conseguiu realizar, o PT seguiu um roteiro invariável. Escolhia a área do governo cujos feitos pretendia exaltar e escalava o ministro responsável pelo setor para abrir o falatório. Para o evento de Salvador, providenciou-se um ajuste. Em vez de tratar de programas oficiais, o PT falará de “participação popular e movimentos sociais”. No dizer de Jonas Paulo, presidente do PT na Bahia, o tema escolhido “reforça a preocupação do nosso partido com o atual cenário político vivido pelo país.”
Escalou-se para inaugurar o trololó o ministro Gilberto Carvalho (Secretário-Geral da Presidência). É ele o responsável no governo pelos contatos com centrais sindicais e ONGs. Para simbolizar a conexão do partido com a sociedade, convidaram-se representantes de entidades que, nos últimos dez anos, vincularam-se monetariamente aos governos petistas: “movimentos sociais, centrais sindicais, movimentos pela terra e movimentos estudantis”.
Neste sábado (20), a cinco dias do derradeiro seminário, o PT reúne em Brasília o seu diretório nacional. Convidada, Dilma é aguardada. Mas não havia confirmado sua presença até o início da noite desta sexta (19). A crise de identidade do partido estará no centro da agenda. Prepara-se uma resolução a ser votada pelo diretório. No texto, o PT deve fazer uma leitura dos protestos de rua.
O partido ecoará a versão edulcorada que Lula e Dilma construíram junto com o marqueteiro João Sanatana no alvorecer das manifestações. Nessa versão, o “sucesso” dos governos do PT teria levado a juventude às ruas para reinvindicar “mais avanços”.
Ou seja: num instante em que o ex-favoritismo de Dilma derrete, o PT se esquiva da autocrítica e tenta se apresentar como parte da solução, não do problema. As pesquisas indicam que, por ora, não colou. Como diria Lula, “esse povo não se deixa mais enganar como antigamente.”


NO BLOG UCHO.INFO

Cresce a preocupação do governo após Dilma confirmar participação em missa campal ao lado do papa

Amarelo pavor – Além da crise política que chacoalha o País, o Palácio do Planalto agora também abriga a enorme preocupação dos integrantes do governo com a possibilidade crescente de manifestações durante a estada do papa Francisco no Brasil.

Por determinação da presidente Dilma Rousseff, as três Armas – Exército, Aeronáutica e Marinha – estão de sobreaviso para a necessidade de deslocamento de tropas para estados onde ocorrerem protestos e houver solicitação de ajuda por parte dos governadores. A segurança pública nos estados da federação é de competência dos governos locais, não cabendo ao Executivo federal qualquer tipo de ingerência, exceto quando é decretada intervenção.
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho, recusou a ajuda oferecida pelo Palácio do Planalto e terá de enfrentar aos protestos que devem acontecer durante a Jornada Mundial da Juventude.
A preocupação dos palacianos cresceu depois que Dilma Rousseff confirmou presença na missão campal que será celebrada pelo papa Francisco, em Guaratiba, região pobre e desassistida do Rio de Janeiro, no dia 28 de julho. O evento marcará o encerramento da Jornada e deve receber aproximadamente 1,5 milhão de pessoas. Com esse cenário nada favorável aos políticos brasileiros, os 22 mil policiais e militares destacados para garantir a segurança do papa terão trabalho de sobra.
Já prevendo o pior, o Vaticano acionou alguns religiosos para dar declarações sobre as possíveis manifestações. De maneira uníssona, os prepostos da Santa Sé reiteraram que os protestos não serão contra a Igreja Católica. Só faltou dizerem que o problema é do desgoverno que estreou com o messiânico Luiz Inácio da Silva, que continua acreditando ser uma cópia mal acabada de Jesus Cristo.
No caso de as manifestações que surgem no horizonte de fato ocorrerem no Rio de Janeiro, a presidente Dilma experimentará a disparada de uma crise que parece não ter fim. E o governo que se prepare para o próximo encontro do Foro de São Paulo, que acontecerá na capital paulista na sequência da Jornada, pois o barulho não será pequeno.














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