DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 10-7-2013

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO

A ordem do ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) para a Polícia Federal investigar a espionagem eletrônica de brasileiros pela Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA) esbarra num problema “técnico”: a estreita e oficial colaboração dos serviços de inteligência brasileiros com a CIA, o serviço secreto, e o FBI (a PF americana) em operações de investigação, busca e captura contra o narcotráfico.

Funcionava no Setor Policial, em Brasília, a central de monitoramento binacional da COIE, a Coordenação de Operações de Inteligência.

Criada no governo FHC, a COIE esteve no centro de escândalos revelados pelo português Carlos Costa, ex-agente do FBI na capital.

Costa detalhou à época os “convênios” da PF com a CIA envolvendo doleiros, dinheiro 'cash' do governo dos EUA em malas.

O ex-espião Carlos Costa depôs no Congresso em Brasília e sempre mostrou que conhecia mais as atividades do governo que o governo.

Uma carta registrada do Rio aos EUA no dia 11 de junho, ainda não chegou. Com menos de 10 gramas, o envio da “joia” custou R$ 12.


O presidente da Câmara, Henrique Alves, mandou alugar dois carrões 4×4, um deles blindado, para servi-lo no seu Estado. Segundo o portal diariodopoder.com.br, que revelou o caso, o aluguel custaria R$ 222 mil  e, se comprado, o blindado custaria R$205 mil e o outro R$169 mil. Mas na noite desta terça, Henrique Alves desistiu do negócio.

Paulo Paim (PT-RS) certamente não precisava pedir ressarcimento ao Senado de uma sua conta de energia no valor de R$ 0,46 , como o fez em 1º de março de 2012. O contribuinte otário pagou também essa.

Provérbio revisado: errar uma vez é humano, duas é distração, três é dilmice.



NO BLOG DO NOBLAT

Governo não desistirá de ouvir população sobre reforma política

O Globo
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho (foto abaixo), disse nesta terça-feira que uma consulta popular visando a elaboração de uma reforma política é um diálogo que deve ser continuado na sociedade. Segundo ele, o governo não vai desistir de dialogar com a sociedade para "mudar a lógica da política".
"Acho que é uma conversa que nós precisamos continuar. Acho que foi acertadíssimo lançar a proposta do plebiscito. O debate foi importante no Congresso, importante na sociedade. Acho que a gente nunca deveria subestimar a importância da consulta popular", disse o ministro ao chegar para um evento no auditório do Palácio do Planalto.
Gilberto Carvalho destacou que a participação popular também contribui para fortalecer o combate, tendo sido essa uma reivindicação dos manifestantes que ocuparam as ruas do país no último mês. "Nós não vamos abandonar de maneira nenhuma a ideia da consulta, a ideia da participação e a ideia da reforma política", disse o ministro.




Em meio à crise com a base, Lula se reúne com Dilma em Brasília

Fernanda Krakovics, O Globo
No momento em que enfrenta uma crise em sua base aliada e queda em sua popularidade, a presidente Dilma Rousseff se reuniu na noite desta terça-feira com o ex-presidente Lula no Palácio da Alvorada.
O governo tem enfrentado críticas, inclusive do PT, quanto à articulação política e a comunicação. Dilma tem sido pressionada a fazer uma reforma ministerial. O presidente do PT, Rui Falcão, também participou da conversa.
Principal conselheiro político da presidente, Lula retornou de viagem à África e Alemanha, onde fez palestras. Ele submergiu desde que começaram as manifestações que tomaram conta das ruas do país.



Rejeitada PEC que proibia senador de escolher parente como suplente

Júnia Gama, O Globo
Na contramão da “agenda positiva” para melhorar a imagem do Congresso após as manifestações populares, o Senado derrubou ontem a proposta de emenda à Constituição (PEC) que proibia os senadores de escolher como seus suplentes cônjuges e parentes de sangue de até segundo grau, como pais, filhos, irmãos e primos, inclusive os parentes por adoção. O texto também reduzia o número de suplentes de dois para um.
A discussão se prolongou por cerca de cinco horas, e ao menos cinco dos 16 suplentes subiram à tribuna para protestar contra a mudança. Eram necessários 49 votos para aprovar a emenda constitucional, mas somente 46 senadores votaram a favor da medida. Entre os 64 senadores presentes, 17 votaram contra, e um se absteve. Dos 16 suplentes, oito votaram contra a PEC, quatro não votaram, três votaram a favor, e um se absteve: o suplente da ministra Gleisi Hoffmann, Sérgio Souza (PMDB-PR).



Henrique Alves cancela licitação de aluguel de carro após reportagem

Vinicius Sassine, O Globo
O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN, foto abaixo), desistiu de ter dois carros utilitários esportivos exclusivamente à sua disposição no Rio Grande do Norte, seu estado natal. Sete dias depois do lançamento do edital para o aluguel dos dois veículos, ambos com ar condicionado e direção hidráulica e um deles blindado, o presidente determinou ao diretor-geral da Câmara, Sérgio Sampaio, que cancelasse a licitação para a contratação da empresa fornecedora dos carros.
– A licitação está cancelada. O presidente vai ficar andando com o carro dele – disse Sérgio Sampaio ao GLOBO na noite desta terça-feira, depois de receber uma ligação de Henrique Alves.



Governador Sérgio Cabral dobra gastos com uso de helicópteros

Clarissa Tomé e Marcelo Gomes, Estadão
Desde que o governador Sérgio Cabral (PMDB, foto abaixo) tomou posse, os gastos nominais do Estado do Rio com o uso de helicópteros pela cúpula do governo quase dobrou. Em 2007, as despesas empenhadas pelos cofres estaduais com as viagens ficaram próximas de R$ 5 milhões. Agora, os valores beiram os R$ 10 milhões.
O governador, seu vice, seus secretários e chefes de departamentos de destaque da gestão têm hoje à disposição sete helicópteros para deslocamento. Levantamento do deputado Luiz Paulo (PSDB) no Sistema Integrado de Administração Financeira do Estado mostra que, na gestão Cabral, a Subsecretaria Militar da Casa Civil adquiriu três helicópteros, ao custo de R$ 31,4 milhões, da Helicópteros do Brasil S/A (Helibras).



Barbalho é condenado a devolver R$ 2,2 mi à União

Célia Bretas Tahan, Estadão
O senador Jader Barbalho (PMDB-PA foi condenado a ressarcir R$ 2,2 milhões à União, por apropriação ilícita de recursos públicos federais do Fundo de Investimento da Amazônia (Finam), da extinta Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam). A verba havia sido destinada à Imperador Agroindustrial de Cereais S/A, com sede em Cristalândia (TO).
A sentença, de primeira instância, é do juiz titular da 2ª Vara da Seção Judiciária do Tocantins, Waldemar Cláudio de Carvalho, e foi dada dia 4 de julho. Com Jader Barbalho, a Justiça Federal condenou também Itelvino Pisoni, Vilmar Pisoni, Vanderlei Pisoni, Cristiano Pisoni, Daniel Rebeschini, Otarcízio Quintino Moreira, Raimundo Pereira de Sousa, Wilma Urbano Mendes, Joel Mendes e Amauri Cruz Santos. Eles terão de devolver à União o total de R$ 11.136.583,25. O juiz também manteve a indisponibilidade dos bens de todos os acusados, determinada em 2008, pela desembargadora federal Selene Alves de Almeida, da 5ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1).



Médicos se queixam de carências do SUS e de falta de diálogo

O Globo
A estrutura precária do Sistema Único de Saúde (SUS) é um grande obstáculo para que as medidas anunciadas pelo governo melhorem o atendimento no setor, afirmam médicos ouvidos pelo GLOBO.
Há quem defenda a exigência de que os novos médicos trabalham dois anos no SUS, obtendo uma “formação humanista”, como frisa o ex-ministro da Saúde Adib Jatene. E quem considere que essa exigência retardará ainda mais a formação de especialistas dos quais o país necessita, como o oncologista Ademar Lopes. Mas é necessário haver condições de trabalho, destaca o oncologista Roberto Kalil Filho: “Em vários lugares, não há como fazer exames básicos”.



MP vê fraude em licitação da Jornada Mundial da Juventude

O Globo
O Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro ajuizou, na tarde desta terça-feira, 9, uma ação civil pública com pedido de liminar solicitando a suspensão do processo de licitação da prefeitura do Rio, no valor de R$ 7,8 milhões, para contratação de empresas de serviços de saúde durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ).
O MP afirma que a licitação, decidida a menos de um mês do evento, teve o objetivo de passar aos cofres públicos os custos relativos à prestação de serviços de saúde de um evento privado, que deveriam ser pagos pela Igreja, organizadora da Jornada. A ação, proposta pelas Promotorias de Justiça de Tutela Coletiva da Saúde e Cidadania, busca impedir a aplicação de recursos públicos no evento privado.



CVM apura mais de 15 casos envolvendo empresas de Eike Batista

O Globo
As empresas do Grupo EBX, do empresário Eike Batista, estão sendo escrutinadas pela Comissão de Valores Imobiliários, que já abriu 16 ou 17 apurações nos últimos trimestres contra o grupo, segundo informou um executivo a par do assunto.
Com as apurações, o regulador quer descobrir se empresas do grupo, incluindo a petroleira OGX, divulgaram comunicados ao mercado no prazo e com as informações corretas. "(O objetivo é saber) se (o Grupo X) estava fazendo as divulgações segundo as regras, se ele fez divulgação que não deveria ter feito, isso está sendo apurado", disse a fonte, que pediu anonimato. As apurações antecedem as investigações, que por sua vez podem levar a abertura de processos e a punições



NO BLOG DO CORONEL

Depois da derrubada da constituinte exclusiva e do plebiscito, CUT e PT querem parar o Brasil para protestar a favor do governo.

As principais centrais sindicais chegam divididas ao "Dia Nacional de Lutas" em relação ao apoio ao governo Dilma Rousseff. O movimento, que coloca os trabalhadores na rota de protestos, promete paralisar São Paulo e algumas das principais cidades do país amanhã.Os trabalhadores fizeram uma série de reuniões para definir uma pauta comum de reivindicações, mas temas sensíveis ao governo Dilma como o plebiscito e o combate à inflação dividem os líderes sindicais.A falta de consenso resultou na inclusão somente de assuntos de interesse direto dos trabalhadores, como a redução da jornada, o fim do fator previdenciário e ainda o combate à terceirização dos postos de trabalho.
 
A CUT (Central Única dos Trabalhadores) queria o apoio das demais centrais à consulta popular para uma reforma política, encampada pelo PT e pelo governo. Mas sindicalistas ligados à Força Sindical e à CSP-Conlutas vetaram a ideia. A CUT levará a proposta isoladamente.
 
Por outro lado, as duas centrais de oposição querem debater o combate à inflação e defendem mudanças na equipe econômica. "Vamos pedir a cabeça do ministro Guido Mantega. Queremos mudança na política econômica e redução na inflação, que corrói o salário do trabalhador", disse Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente da Força Sindical.
 
A CUT nega que defenda a proposta do governo, mas confirma que é a favor da consulta popular sobre temas de interesse da sociedade.Os sindicalistas não falam em número de pessoas nas manifestações, mas sim no total de trabalhadores que vão aderir à paralisação.Na avaliação da Conlutas, se o Metrô de São Paulo parar 5 milhões de passageiros serão afetados, o que amplificaria o alcance do ato.Os metroviários devem decidir hoje sobre sua adesão ao dia de protesto. Ontem, a tendência dos líderes da categoria era pela paralisação.Os ônibus devem operar normalmente em São Paulo, segundo o sindicato.
 
Pelo menos 600 mil servidores públicos do Executivo e do Judiciário também vão aderir. Petroleiros, professores, comerciários, químicos e metalúrgicos de diferentes centrais também vão parar.Os estivadores do porto de Santos iniciam hoje a paralisação. Os bancários decidem hoje se participam. Em São Paulo, haverá uma manifestação conjunta das centrais sindicais na avenida Paulista, a partir das 12h.
 
Militantes do PT prometem ir às ruas para pedir a reforma política, o que tem irritado as centrais, exceto a CUT.Dirigentes do partido, pedindo reserva do nome, disseram à Folha que militantes petistas vão participar tendo "a pauta das centrais" como foco principal e que o debate sobre a reforma política nunca foi colocado como prioridade no ato, mas que não podem impedir a militância de tratar sobre o tema, se desejarem. A resistência é atribuída ao que classificam como "veneno" por parte de Paulinho. (Folha de São Paulo)

PMDB bota governo na parede.

O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), ameaçou o governo e se comprometeu a trabalhar para o Congresso retomar a votação de vetos presidenciais. Alves subiu o tom após o PT trabalhar para dificultar a aprovação do orçamento impositivo para a execução de emendas parlamentares, uma das principais bandeiras do peemedebista.Ontem, Dilma havia pedido que o Congresso não votasse vetos com impacto econômico e fiscal. O Planalto teme a chamada pauta bomba' de votação dos vetos.O fim do fator previdenciário e a revisão de um crédito tributário, por exemplo, podem custar R$ 280 bilhões --quase sete vezes o Orçamento da cidade de São Paulo para este ano. (Folha de São Paulo)

Câmara não ouve a voz da Dilma e enterra plebiscito golpista.

A Câmara formalizou a decisão de que não fará um plebiscito para discutir uma reforma política com efeitos nas eleições do ano que vem, como queria a presidente Dilma Rousseff em resposta ao que chamou de "voz das ruas".Dois fatores pesaram para o "enterro" da consulta popular: o fato de Dilma anunciar o plebiscito sem consultar antes o Congresso e o prazo de 70 dias estabelecido pelo Tribunal Superior Eleitoral para organizar a votação.A decisão foi formalizada ontem por líderes da base aliada e da oposição. O PT ficou isolado e continuou defendendo um plebiscito já.
Os petistas devem começar a recolher assinaturas para tentar viabilizar um projeto de decreto legislativo propondo a consulta popular, mas os próprios deputados da legenda reconhecem que há dificuldades para avançar."Se aparecer uma proposta de plebiscito que recolha assinaturas, essa Casa poderá votar, [...] mas mesmo vindo o plebiscito só terá validade para 2016", afirmou o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).
O líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), disse que a proposta "foi enterrada e já teve até a missa de sétimo dia". Segundo ele, o PMDB pode até aceitar discutir a consulta popular, mas só em 2014, junto com as eleições para não "ter custos".Com o fim do plebiscito, a Câmara criou um grupo de trabalho para discutir uma reforma política. Coordenada pelo deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), a comissão terá 90 dias para discutir projetos que proponham mudanças no sistema político.
Entre as medidas, podem entrar o fim do voto secreto no Congresso, das coligações proporcionais e da reeleição, por exemplo. Os deputados ainda vão decidir se uma reforma política aprovada pelo Congresso será ou não submetida a um referendo.Alves não se comprometeu com o referendo, mas disse que é uma possibilidade.
A ideia do plebiscito foi lançada por Dilma há duas semanas como uma das principais medidas em resposta às manifestações pelo país. Antes disso, ela havia proposto uma constituinte exclusiva para fazer a reforma política.Na semana passada, os líderes da base aliada já informavam ao governo, como a Folha noticiou, que não havia condições de realizar o plebiscito com impacto em 2014. Para isso, o Congresso teria que aprovar as mudanças antes de 5 de outubro.
O vice-presidente Michel Temer e o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) chegaram a descartar a medida na semana passada, mas amenizaram suas falas após pressão do Planalto.O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) afirmou ontem que o governo não irá "abandonar de maneira nenhuma" a ideia de realizar um plebiscito. (Matéria da Folha de São Paulo)



NO BLOG DO JOSIAS

Ao sugerir o fim da reeleição, o PSDB roga aos brasileiros: ‘por favor, esqueçam o que fizemos’


O instituto da reeleição, todo mundo sabe, foi enfiado dentro da Constituição em 1997 para beneficiar o então presidente Fernando Henrique Cardoso, que se reelegeria na sucessão presidencial de 1998. Agora, o PSDB quer retirar a reeleição do texto constitucional. Tudo bem. Todos têm o direito de corrigir os próprios erros. Mas fazer isso sem um pedido de desculpas não fica bem.
O PSDB desembarca da reeleição como se tudo não tivesse passado de um equívoco banal. O partido de FHC comporta-se mais ou menos como uma dona de casa desastrada ao se dar conta de que guardou o açúcar numa lata de café onde estava escrito sal.
A proposta de substituir a reeleição pelo mandato único de cinco anos é um dos seis itens que a Executiva Nacional do PSDB decidiu apoiar na reforma política. Trata-se de um mea culpa histórico. Mas nenhum tucano admitiu formalmente o erro. Aécio Neves, o presidente do tucanato, preferiu atribuir a inspiração à antagonista Dilma Rousseff.
“Depois de uma discussão muito profunda, e a partir dos exemplos que a própria Presidência da República atual e o governo do PT têm dado, de priorizar a reeleição em detrimento do país, estamos defendendo o mandato de cinco anos para todos os cargos eletivos, sem direito à reeleição”, disse Aécio.
A “discussão” do PSDB, embora “muito profunda”, não alcançou o fundo absoluto. O homem comum –categoria que inclui a dona de casa desastrada— vive apenas o dia a dia, sem maiores ânsias metafísicas. Mas o homem público, coautor da história, tem o dever de respeitar o passado –até para aprender com ele.
Não precisa fazer como o arqueologista, que devassa milhões de anos à procura de restos fósseis. Não é necessário imitar o geólogo, que se afunda em bilhões de anos de pedras e metais. Mas 16 anos, convenhamos, não é tanto tempo assim. E os fatos foram marcantes demais. Impossível deixar de mencioná-los.
A reeleição foi aprovada no Congresso sob atmosfera vadia. Soavam ao fundo as vozes de deputados pilhados numa fita. Eles mencionavam uma certa “cota federal” providenciada pelo “Serjão.” Vale a pena reescutar alguns trechos.
“Pelo que eu sei bem, é o seguinte: eram os 200 do Serjão, via Amazonino, que era a cota federal, aí do acordo…”, escuta-se num trecho da gravação. “Ele falou, pra todo mundo, aí, meio mundo, aí. Eu falei com o Luís Eduardo. O Luís Eduardo marcou uma audiência com o Serjão. Daí, o Serjão marcou com o Amazonino.”
Serjão, já morto, era Sérgio Roberto Vieira da Motta. Espaçoso, cresceu muito para as laterais. Daí o apelido. O aumentativo não embutia nenhum exagero. Exceto pela voz, miúda como a de Anderson Silva, tudo em Serjão parecia exagerado. A começar por seu apetite.
Afora a natural apetência por alimentos, Serjão tinha outro tipo de fome. Ele tinha fome de poder. Era fácil irritá-lo. Bastava chamá-lo de “tesoureiro”. Conhecera FHC em 1975, no jornal ‘Movimento’. Em 1978, já atuava como coordenador de sua campanha ao Senado. Tornaram-se amigos íntimos.
No governo FHC, Serjão foi ministro das Comunicações. Onde houvesse uma fresta vazia, lá estava ele para ocupá-la. Faltava oposição ao governo? Serjão tachava o Comunidade Solidária, programa da primeira dama Ruth Cardoso, de ”masturbação sociológica”. Faltava coordenação política ao Planalto? Serjão abraçava, ele próprio, o papel de mercador da reeleição.
Serjão era a paixão com braços. Gestos fartos, guiava-se pela emoção. O poder era seu brinquedo. O lume do holofote, sua vitamina. O subsolo, seu ambiente predileto. Serjão era, antes de ministro, uma combinação de empresário e tocador de campanhas políticas, não necessariamente nessa ordem.
Pois bem, o governo FHC estava tão obcecado pela tese da reeleição que permitiu que a empreitada ficasse com a cara do Serjão –um trator de carne e osso, um personagem pouco afeito a pedidos de licença. Na época, encurtaram-se os caminhos. Mas desceram ao verbete da enciclopédia as fitas, a “cota federal”, as menções ao amigão do presidente.
Na época, uma oposição claudicante tentou instalar uma CPI da Reeleição. FHC dizia: “Não podemos transformar o Congresso em polícia.” Hoje, quando o passado volta para assombrá-lo, o ex-presidente tucano diz que houve, sim, uma investigação. Onde? Na Comissão de Constituição e Justiça. Hã, hã…
Dois deputados acreanos foram cassados. Outros três renunciaram aos respectivos mandatos. O PSDB jamais foi mencionado na encrenca, costuma dizer FHC, esforçando-se para esquecer as manchetes de outrora.
Sob Aécio, o PSDB poderia até fazer como FHC, que nega a compra de votos sob a alegação de que a reeleição passou com falgada maioria. Só não dá para fingir que o passado não existe. Antes de propor o fim daquilo que já desejou tão ardentemente, o tucanato deveria pelo menos recitar o pedaço da missa em que os católicos reconhecem, num ritual secular, seus erros perante Deus.
Em latim: “Confiteor Deo omnipotenti, beatae Mariae semper Virgini, beato Michaeli Archangelo, beato Joanni Baptistae, sanctis Apostolis Petro et Paulo, omnibus Sanctis, et tibi pater: quia peccavi nimis cogitatione verbo, et opere: mea culpa, mea culpa, mea maxima culpa.”
Em português: “Eu pecador me confesso a Deus todo-poderoso, bem-aventurada sempre Virgem Maria, ao bem-aventurado Miguel Arcanjo, ao bem-aventurado São João Batista, aos santos apóstolos São Pedro e São Paulo, a todos os Santos e a vós, Padre, porque pequei muitas vezes, por pensamentos, palavras e obras, por minha culpa, minha culpa, minha máxima culpa.”


NO BLOG DO ALUIZIO AMORIM

MARCO CIVIL BOLIVARIANO: GOVERNO DO LULA E DA DILMA QUER ACELERAR APROVAÇÃO DE PROJETO QUE CENSURA INTERNET!

Aproveitando o vazamento de informações sigilosas do governo norte-americano por aquele moleque identificado como Snowden, que não passa de um capacho do movimento comunista do século XXI, o governo de Lula e da Dilma vai tentar aprovar a toque de caixa o tal projeto do Marco Civil da internet, que pretende impor a censura geral e irrestrita na rede e, posteriormente, nos veículos de comunicação em geral.
A justificativa é que em decorrência de suposta espionagem americana no Brasil - o que não passa de uma completa idiotice - há urgência em aprovar esse tal "Marco Civil da Internet", ou seja, que concede ao governo dos tarados ideológicos do PT todo o poder de controle sobre as comunicações e, sobretudo, sobre a internet.
O objetivo é a censura à liberdade de expressão. E tem mais: o PT reclamar de 'quebra de sigilo', é piada pura, já que na última eleição criaram em Brasília o Bunker da Dilma, que se dedicava a promover a quebra de sigilo de políticos da oposição. Os alvos eram os políticos do PSDB, como José Serra e seus familiares.
Portanto, o que está em curso é a implantação da censura sobre a internet e o controle social da mídia, projeto do PT que pretende também censurar todos os meios de comunicação.
Espera-se que os senhores parlamentares reajam como reagiram ante o projeto do plebiscito bolivariano enterrando-o definitivamente.
Portanto, fica aqui o alerta e sugiro que os leitores compartilhem intensamente este post pelas redes sociais. A liberdade de expressão e de imprensa no Brasil está por um fio, face mais essa armação do PT.
Hora de reagir.



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