DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 18-6-2013

NA FOLHA DE SÃO PAULO (Poder)


Ciro recua e admite apoio a Campos, 'se o PSB decidir'

AGUIRRE TALENTO
DE FORTALEZA

Após fechar acordo de cessar-fogo com Eduardo Campos, o ex-ministro Ciro Gomes (PSB) elevou o tom das críticas ao governo federal e já acena com apoio à eventual candidatura presidencial do governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB.
Para Ciro, a gestão Dilma é "muito ruim" e a economia do país se "deteriora" de "forma rápida e grave", com possíveis consequências nas urnas em 2014.
"Ela [Dilma] pode até chegar na eleição, mas não ganha do jeito que as coisas estão indo. O buraco das contas externas do Brasil é o maior da história", disse.
O governo vem acumulando más notícias no front econômico. A inflação bateu 6,5% no acumulado de 12 meses, atingindo o teto da meta, o buraco das contas externas chegou a US$ 70 bilhões e o PIB (Produto Interno Bruto) cresceu apenas 0,6% no primeiro trimestre.
"O governo da Dilma é muito frágil. Ela é uma boa pessoa, boa presidente, mas o governo é muito ruim", disse Ciro, até então o integrante do PSB que vinha se opondo de forma mais intensa ao projeto de Campos de disputar a Presidência em 2014.
O ex-ministro da Integração Nacional de Lula ainda defende o apoio à reeleição de Dilma --justifica a posição como forma de manter a "coerência" no PSB, já que o partido deu apoio a ela em 2010.
Mas três semanas após ter jantado com Campos e acertado uma espécie de cessar-fogo, Ciro lança sinais de apoio ao governador de PE.
"Se o partido decidir [lançar candidato], não tenha dúvida [que vou apoiar]", disse.
Ciro afirmou ter externado a Campos sua opinião pelo apoio a Dilma, mas disse que eles acertaram que continuarão a discutir o assunto.
Para o ex-ministro, Eduardo Campos não deve "se submeter a Dilma".
"Se o governo não entender que é preciso discutir as questões do país, conversar com ele [Campos], reconhecê-lo como uma liderança importante do país, não há razão para ele se submeter."
Ciro e seu irmão, Cid Gomes, governador do Ceará, vinham sendo as principais vozes do PSB em defesa do apoio da sigla à reeleição da presidente petista.
VAIVÉM
Em abril, o ex-ministro chegou a dizer que o voo solo de Campos era "inoportuno". "Se meu partido tiver candidato, depois que fizer minhas ponderações, vou acompanhar o partido. Mas vou fazer uma discussão dizendo que a candidatura é inoportuna", disse Ciro, na ocasião.
Na época, ele lembrava que em 2010, quando se apresentou como pré-candidato à Presidência pelo PSB e Dilma era ainda pouco conhecida, o seu partido decidiu apoiá-la. "Qual a explicação para mudar de posição agora?".
Criticou ainda, naquela oportunidade, o slogan ensaiado por Campos nos programas de TV do PSB. "Está bom mas podemos fazer melhor? Isso é conversa de marqueteiro. O Brasil precisa de debate profundo de ideias." E foi adiante: "O PSB não tem ideia nenhuma, pelo que eu saiba", disse.

Ritmo das obras no aeroporto de Fortaleza preocupa governo

MARIANA SALLOWICZ
DO RIO

O ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil, Moreira Franco, afirmou ontem que vários aeroportos de cidades que serão sede da Copa do Mundo de 2014 estão com obras atrasadas e acrescentou que o de Fortaleza é o que mais preocupa.
"O ritmo da obra está muito baixo, mas estamos reunidos com o consórcio que executa a obra para que os problemas sejam resolvidos."
Segundo Franco, o maior problema é a falta de qualidade dos projetos executivos de Fortaleza.
De acordo com ele, o aeroporto internacional do Rio, o Galeão, tinha uma das situações mais graves, o que "foi equacionado". Para o ministro, o mesmo deve ocorrer em Fortaleza.
"Resolvido esses problemas, as obras começam a andar com mais rapidez."
Franco disse que os compromissos assumidos com as empresas responsáveis pelas obras serão mantidos.
"Até porque com relação aos aeroportos da Copa,não temos plano B. Só plano A. O calendário está definido e esses aeroportos precisam estar em condições para operar com capacidade para atender a demanda que teremos."
NORMALIDADE
Segundo dados da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), os aeroportos que receberam jogos da Copa das Confederações durante o fim de semana operaram dentro da normalidade, sendo que o prognóstico para os próximos dias é de que esse cenário será mantido.
A visita do papa ao Brasil, durante a Jornada Mundial da Juventude, no Rio, está sendo considerado um teste para a Copa do Mundo.



NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO


'Anonymous' invadem Instagram de Dilma e ameaçam parar o Brasil

FotoA CONTA DE DILMA NO INSTAGRAM FOI CANCELADA APÓS ESTE SITE REVELAR QUE HAVIA SIDO HACKEADA
22:21 Atualizado às 23:28 - A organização de hackers Anonymous invadiu agora há pouco a página da presidenta Dilma Rousseff na rede social de fotos Instagram. Para caracterizar que a página foi "hackeada", o grupo Anonymous deixou uma foto da máscara celebrizada pelo filme "V de Vingança" com a bandeira do Brasil e a mensagem: "Senhora presidenta da República, ou a senhora faz alguma coisa ou o Brasil vai parar. Nós não vamos tolerar mais. O gigante acordou". A conta da presidenta Dilma no Instagram foi cancelada do ar às 22h30, exatamente nove mintos depois que este site revelou a invasão.

Manifestações 
revelam força 
das redes sociais

A geração no poder, em governos locais ou no Palácio do Planalto, continua ignorando a força das redes sociais – Twitter, Facebook etc. É através delas que milhões de pessoas se comunicam intensamente, até para se divertir, mas também estabelecendo uma nova forma de militância política. Os partidos envelhecem e, sem perceber, são substituídos pelas redes sociais como força mobilizadora da sociedade.

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Nossa ‘primavera’

Os protestos no Brasil, grande parte deles protagonizados por rebeldes sem causa, nasceram como a “primavera árabe”: nas redes sociais.

Os oportunistas

Partidinhos como PSTU e PSOL, oportunistas como quaisquer outros, não estão por trás dos protestos; apenas tentam se aproveitar deles.

Planalto vê a oposição por trás dos protestos

O Palácio do Planalto continua superestimando a força da oposição, que nunca foi tão inexpressiva no País. Agora a suspeita é que líderes dos protestos, que apresentam discursos tão vazios quanto radicais, estariam a serviço da cúpula do PSDB. O modelo desse relacionamento seria semelhante àquele usado pelo falecido ex-governador Orestes Quércia (PMDB) com o MR-8, em São Paulo.

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Quem vai protestar?

O jogo entre Brasil x Itália, sábado, elevou o preço das passagens para Salvador em 400%. Ninguém foi preso, nem houve manifestações.

Pesos e medidas

Barack Obama perdeu 8 pontos em pesquisas de popularidade, nos EUA, desde o escândalo do megagrampo Prism. Já no Brasil, Dilma caiu 9,7 pontos após inaugurar as sedes da Copa do Mundo de 2014.

Tiro certeiro no bolso

A Polícia Civil do Rio vai manter parte das 500 carabinas CT 40 da Taurus, banidas há 15 dias nos EUA por falhas graves, como disparar rajadas sozinha ou disparar sem apertar o gatilho. Foram aprovadas pelo Exército (CAEx) e a PM, que vergonha, e custaram R$ 2 milhões.

Sinal vermelho

O alerta é da agência Moody’s, no Wall Street Journal: o novo programa “Minha Casa Melhor” aumentará o risco bancário da Caixa, com parte do empréstimo subsidiado a longo prazo para famílias de baixa renda.

Carranca

Alvo de reparos pela gestão do aeroporto de Campinas, uma tal empresa Egis se dá ao trabalho, agora, de ameaçar jornalista que noticie seus percalços. Curiosa maneira de resolver os problemas do aeroporto.

Pensando bem...

... a vantagem do fuso horário para Dilma no Japão é que ela poderá saber primeiro se enfrentará protestos no Brasil.


NO BLOG DO NOBLAT

Protestos se espalham por capitais brasileiras nesta segunda-feira

O Globo
Manifestantes tomaram as ruas de diversas capitais do Brasil nesta segunda-feira. No Rio, 100 mil pessoas ocuparam pacificamente o Centro da cidade; no fim do protesto, um pequeno grupo entrou em conflito com a polícia nas imediações da Assembleia Legislativa, atirou coquetéis molotov, destruiu carros e depredou prédios públicos, num confronto que terminou com 29 feridos. Em São Paulo, ao menos 65 mil pessoas foram às ruas, de acordo com o Instituto DataFolha. Em Brasília, manifestantes invadiram a cobertura do Congresso Nacional, de onde desceram, algum tempo depois, em clima de festa. Mais tarde, voltaram a ocupá-la.
Os protestos aconteceram em capitais como São Paulo, Rio, Brasília, Maceió, Porto Alegre, Fortaleza, Salvador, Vitória, Curitiba, Belém e Belo Horizonte, e foram acompanhados de perto pela polícia.
Ao todo, mais de 240 mil pessoas participaram dos atos, cuja pauta se amplia a cada dia: as manifestações desta segunda-feira combinaram protestos contra o aumento de tarifas de ônibus, os gastos excessivos na Copa de 2014, a PEC 37 (conhecida como a PEC da Impunidade), o polêmico Estatuto do Nascituro, além de pedidos de investimentos em transporte público, saúde e educação, numa clara exigência da sociedade civil por uma atualização da agenda política do país.


Brasileiros enviam US$ 8,5 bi para fora do país este ano, um recorde

Ronaldo D'ercole, O Globo
As remessas de dólares por brasileiros para a compra de ativos no exterior (como imóveis, ações e outros bens) alcançaram um volume recorde entre janeiro e abril deste ano. De acordo com a Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica (Sobeet), que compilou os dados do Banco Central, os brasileiros enviaram US$ 8,45 bilhões para aquisições fora do país nos quatro primeiros meses do ano.
Foi o maior volume remetido no período de toda a série histórica do BC, iniciada em 1995. E quatro vezes maior que as transferências de dólares em igual período de 2012 (US$ 1,88 bilhão).


EUA revelam nomes de presos em Guantánamo por tempo indeterminado

O Globo
Os Estados Unidos divulgaram nesta segunda-feira os nomes de dezenas de presos em Guantánamo que não serão libertados por tempo indeterminado. Os detidos são considerados perigosos demais para serem soltos, mas não podem ser julgados porque os EUA não têm provas suficientes contra eles.
A maioria dos 40 nomes da lista é do Iêmen e do Afeganistão. Dois já morreram: um se suicidou e outro morreu de infarto. O tenente-coronel Todd Breasseale, porta-voz do Pentágono, disse que os detentos são mantidos presos sob uma lei aprovada pelo Congresso americano em 2001.



NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO

Blog bate recorde de visitas e recebe elogios e insultos às pencas. Por quê? Porque não reconheço o caráter democrático ou liberalizante de boa parte dos protestos. Ou: De volta ao petismo primitivo

Este blog bateu ontem o recorde de visitas num único dia: 267.439. Obrigado aos que amam e aos que odeiam. Aos mansos de espírito e até aos furiosos, que contribuem para que me mantenha no que acredito ser o caminho reto. Escrevi e li muita coisa nesta segunda. Elogios, sim, aos montes. Insultos também, às pencas. Procurei um bom lead para começar este post, algo que fosse, a um só tempo, uma síntese intelectual deste dia, mas também afetiva — já que, notei pela cobertura das TVs, a onda agora é ser emocional, confessional, lançar sensações no ar, ainda que desconectadas de um pensamento — e tive de apelar a quem fez uma síntese com a qual eu não poderia competir. Como não vejo salvação fora da razão (esse cara — católico! — sou eu) e repudio a ditadura das sensações, esse texto tem só um lead possível:
Se és capaz de manter a tua calma quando
Todo o mundo ao teu redor já a perdeu e te culpa;
De crer em ti quando estão todos duvidando,
E para esses no entanto achar uma desculpa;
Se és capaz de esperar sem te desesperares,
Ou, enganado, não mentir ao mentiroso,
Ou, sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares,
E não parecer bom demais, nem pretensioso;
(…)
Se és capaz de, entre a plebe, não te corromperes
E, entre reis, não perder a naturalidade,
E de amigos, quer bons, quer maus, te defenderes,
Se a todos podes ser de alguma utilidade,
(…)
tu serás um homem, ó meu filho!
Voltei
É trecho do poema “Se” (If), do poeta britânico Rudyard Kipling (1865-1936), na tradução de Guilherme de Almeida. O bom poeta e tradutor José Paulo Paes (1926-1998) fez uma paródia injusta, mas inteligente e engraçada, do texto, em “Kipling revisitado”:
Se etc
Se etc
Se etc
Se etc
Se etc
Se etc
Se etc
Serás um teorema,
meu filho!
Não pretendo ser um teorema ou transformar em teoremas a realidade política e social, especialmente porque o presente tem sempre variáveis que desconhecemos, mas é preciso que a gente consiga distinguir o inédito do novo — ou, como se diz muito hoje em dia, do “histórico”. Recebi, sim, com tal volume de leitores, muitos elogios, mas também não faltaram os insultos os mais pesados. E vinham de todos os lados: dos petistas porque evidenciei aqui que tentavam transformar um protesto que os tinha também como alvos em uma manifestação contra Geraldo Alckmin — como se não houvesse pessoas nas ruas em 11 outros estados. A grande manifestação, diga-se, aconteceu mesmo no Rio. Levei pauladas dos que estão à esquerda do PT porque apontei a reivindicação doidivanas, irresponsável, da “tarifa livre”. E tomei pancada de antipetistas porque eu não estaria percebendo que o que vai nas ruas é, afinal, uma manifestação de cidadania, que contesta o petismo, o governo Dilma, sei lá o quê. Não contava, obviamente, com o endosso de petistas e forças que estão à sua esquerda. E, como deixei claro aqui nesta segunda e nos dias anteriores, não acho que as manifestações afrontem a metafísica petista-esquerdista. Ao contrário até: eu as considero, em muitos aspectos, derivações teratológicas desse mesmo espírito. AINDA QUE SE DEVA FRISAR QUE HÁ NAS RUAS PROTESTOS DISTINTOS, QUE SE COMBINARAM.
Uma contradita que não se resume à violência
A minha contradita em relação ao que está em curso, especialmente em São Paulo e Rio, não se resume à violência — embora ela seja grave, sim, e exija uma resposta do estado democrático e de direito. Lamento! Ainda que os 65 mil de São Paulo e os 100 mil do Rio estivessem se manifestando contra Dilma Rousseff — que faz um governo que considero sofrível; ainda que milhares de pessoas Brasil afora estivessem se manifestando contra o PT, cujas escolhas políticas, em regra, abomino; ainda que os protestos nas 12 capitais estivessem a pedir cadeia para os mensaleiros e estivesse a esconjurar a corrupção generalizada; ainda que os manifestantes estivessem justamente indignados com os gastos públicos — e muito pouco transparentes — da Copa do Mundo, eu me obrigaria a vir a público para declarar: EU NÃO RECONHEÇO A NINGUÉM, MENOS AINDA ÀQUELES QUE SERIAM, ENTÃO, MEUS ALIADOS, O DIREITO DE PARALISAR AS CIDADES, VIOLAR A CONSTITUIÇÃO E CERCEAR O DIREITO DE IR E VIR DE MILHÕES DE PESSOAS. A minha esperança não me permite violar a minha consciência; os meus anseios não convivem com a agressão ao estado democrático e de direito; as minhas utopias não combinam com a imposição e com o desrespeito a leis democraticamente estabelecidas. E não! Não vou arredar pé desse ponto.
Então é bom e útil que fique muito claro: eu não tenho severas e graves restrições ao que está em curso apenas porque deploro os atos de selvageria que vi no Rio, em Brasília ou em São Paulo. Falarei um pouco a respeito. A minha restrição é anterior. Já escrevi e reitero: eu não apoio ações ou movimentos que tornam o mundo menos livre do que é, menos democrático do que é, menos pluralista do que é. E gente que ousa acreditar que pode impor a sua vontade à força porque tem a ambição de que o seu anseio traduza a vontade coletiva não é nem jamais será da minha turma, ainda que, episódica ou esporadicamente, goste ou desgoste das mesmas coisas que me agradem ou me desagradem. Não posso e não vou chamar a imposição de exercício da cidadania.
Pautas distintas
Em São Paulo e no Rio, o mote principal da manifestação foi a redução das passagens de ônibus. Em Belo Horizonte e em Brasília, falou-se mais dos gastos oficiais com a Copa do Mundo, a despeito das precariedades existentes na saúde e na educação. São pautas distintas, que acabaram se combinando no que seria um movimento nacional. Assim, uma das tarefas postas ao jornalismo é saber, com precisão, para além das perorações encantadas e encantatórias, quem quer o quê e mobiliza quem. Isso ainda não está claro.
Noto que há um esforço para tentar adivinhar as raízes do que seria uma súbita explosão de consciência. Descontentamentos há tempos represados, insatisfações há muito mitigadas teriam vindo à flor da pele, e estaríamos vivendo os nossos dias de Egito ou Turquia. Para tanto, convenham, seria necessário que se caracterizasse, então, ou a ditadura (que nos aproximaria do povo egípcio) ou o regime autoritário à moda turca, que censura a imprensa, impõe a linha justa religiosa, submete a sociedade, paulatinamente, a uma disciplina teocrática. Mas onde estão esses fatores? Na ausência deles, interroga-se se a inflação renitente, o crescimento medíocre, um Congresso que se orienta pelo troca-troca não foram abrindo rachaduras na muralha petista. O protesto contra a passagem de ônibus teria sido, então, a gota d’água que fez romper o dique.
Como já escrevi aqui, peço desculpas, então, pelo meu pessimismo, pela minha desesperança. Em São Paulo, por exemplo, o protesto é mesmo contra a elevação da passagem de ônibus de R$ 3 para R$ 3,20. Um movimento que atuava em parceria com o petismo, o Passe Livre, que tem como pauta principal a aloprada defesa da “tarefa zero”, uniu-se a militantes de extrema esquerda, e os dois grupos organizaram uma série de protestos violentos, que demandaram a, atenção!, justa e correta intervenção da Polícia Militar. Se houve excessos na quinta-feira — e bala de borracha em jornalista não é necessariamente prova disso; é preciso apurar —, que sejam punidos! Mas o fato é que a PM, em regra, combateu baderneiros, incendiários, depredadores. Se eles não representavam o movimento, que este viesse a público para repudiar o vandalismo. Não só não fizeram isso como tiveram o topete de mentir, sustentando que os arruaceiros apenas respondiam à violência policial.
Dissequei ontem aqui o, por assim dizer, pensamento de uma das líderes do Passe Livre. Ela acredita firmemente que seu movimento pode impor ao prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, e ao governador do estado, Geraldo Alckmin, a sua vontade. Eles só serão considerados democratas se concordarem com a turma, hipótese em que os paulistanos terão a cidade de volta. Caso contrário, diz ela, “a gente vai continuar colocando as nossas forças nas ruas, ocupando ruas importantes e parando a cidade”. E ponto! Na entrevista coletiva — imaginem vocês!!! — concedida pelo grupo nesta segunda, Érica de Oliveira parecia até um pouco irritada com a tentativa da imprensa de, benignamente, em favor dos valentes, tentar ampliar a pauta. Ela deixou claro: eles querem a redução da tarifa. Sem isso, não há conversa. Em algumas capitais, essa também é uma questão de honra. Em outras, o alvo principal é a Copa do Mundo. Em Brasília, promotores conseguiram meter até a PEC 37 no cardápio.
Ainda que, no resto do Brasil, fosse verdadeira a existência de uma pauta mais, como direi? liberal-democrática, em São Paulo, ela é falsa como uma nota de R$ 3 — ou de R$ 3,20. Por aqui, a agenda inegociável é a redução da tarifa. Ou é isso ou é isso, dizem os representantes do Passe Livre, que hoje se encontram com Haddad. Ou é isso, ou eles continuarão, como dizem, a parar a cidade. Afinal, como nos explicou Mayara Vivian, outra pensadora do Passe Livre, eles acham que as empresas privadas de transporte só estão mesmo interessadas no lucro.
Outra abordagem
A minha abordagem é outra, e, à diferença de Arnaldo Jabor, que fez um mea-culpa no Jornal da Globo, não mudei de ideia. Ao contrário! Estou ainda mais convicto. Casaram-se três pragas da contemporaneidade, que resultaram nos conflitos que estamos vendo: uma é de alcance quase universal nas democracias; as outras têm uma marca muito nossa, muito própria de Banânia.
Uma das doenças das democracias é a emergência de minorais radicalizadas ou de grupos sectários que reivindicam o direito de impor à coletividade as suas vontades. Confundem a tolerância que devem ter os regimes democráticos com uma ditadura de minorias. Assim, para esses grupos, nada mais natural do que tomar de assalto as ruas ou as instituições e impor uma decisão na base do berro — e, se necessário, da violência. Desculpem-me! Eu não posso esquecer que, há coisa de dois meses, grupinhos de 20 ou 30 pessoas simplesmente impediam o funcionamento da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, com amplo apoio da imprensa — o mesmo com que contou o Movimento Passe Livre. Isso que chamo “fascismo de minoria” é chamado por aí, com impressionante desassombro, de “direito” e “liberdade de expressão”. Não é um mal exclusivo do Brasil.
Já a impunidade tem a nossa cara. Está se tornando corriqueira no país a noção de que desrespeitar a lei para fazer justiça social é mais do que um direito; seria mesmo um dever. Assim, o Movimento Passe Livre e seus companheiros de extrema esquerda só estariam querendo o bem dos paulistanos e dos brasileiros. E por que não poderiam, então, parar a cidade? Afinal, não é isso o que faz, dia sim, dia também, o MST, sem que se lhe advenha qualquer consequência? Não estão aí os índios, com o amparo de Gilberto Carvalho, a invadir terras, a incendiar propriedades, a expulsar proprietários? Outro traço que vai nos definindo como país é a noção de que o estado é o grande provedor de tudo. Logo, perguntam, por que o transporte não pode ser gratuito?
Infelizmente, não vejo em nada disso uma abordagem de resistência, que pudesse ser, de algum modo, útil à democracia, ao estado de direito e mesmo à alternância de poder. Ao contrário: vejo reproduzida em alguns desses episódios a pior mística dos primeiros tempos do petismo, e não é por acaso que a imprensa se tomou de encantos pelo Passe Livre. Eu diria até, atenção para isto!, que também os traços de classe social se repetem. A exemplo dos primeiros petistas, lá do começo dos anos 1980, também o Passe Livre tem a cara, o jeito e o pensamento da elite radicalizada, que se considera dotada de uma consciência superior, com a qual vai civilizar e libertar os oprimidos. É próprio desse estrato social, faça ou não política, tenha ou não “consciência”, achar que a lei existe apenas para os outros.
Volto a Kipling
Se és capaz de manter a tua calma quando
Todo o mundo ao teu redor já a perdeu e te culpa;
De crer em ti quando estão todos duvidando,
E para esses no entanto achar uma desculpa;
Se és capaz de esperar sem te desesperares,
Ou, enganado, não mentir ao mentiroso,
Ou, sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares,
E não parecer bom demais, nem pretensioso;
(…)
Vou manter a minha calma também desta vez. Poucos de vocês imaginam como torço para estar errado — como torcia no caso da dita “Primavera Árabe” ou no do caráter autoritário do obamismo. Desta vez, gostaria imensamente de estar errado. O diabo é que acho que não estou. Vamos ver como as coisas se comportam. Se é verdade que esse é mesmo um movimento mudancista, então o Brasil caminha para uma virada importante, e Dilma poderia ir começando a fazer as malas.
Mas acho que as coisas não são bem assim. Temo que possamos estar diante de um petismo meio degenerado, que pode alimentar correntes políticas que estão à esquerda do partido. Vejo, sim, a esperança de muitos. Eles se manifestam nos comentários, convidando-me a seguir o caminho de Jabor. Não vou, não! Até ônibus foram sequestrados (ver post) nas imediações do Palácio dos Bandeirantes para que alguns manifestantes pudessem deixar claro o que pensam. Não contem comigo! Gente que derruba grades de palácio de governo num regime democrático tem é vontade de nos impor a sua ditadura. Não são e jamais serão meus aliados.
Reinaldo Azevedo
Texto publicado originalmente às 6h11

NO BLOG DO CORONEL

Aos perdedores, a Batata.


Manifestação começou no Largo da Batata e se espalhou pelas principais regiões do centro de São Paulo
 
Os protestos em São Paulo, no dia de ontem, mostraram que o governador Geraldo Alckmin estava certo ao negociar com os manifestantes. Mesmo abdicando de técnicas e equipamentos usados pela polícia nestas situações no mundo inteiro. O risco, ao que parece calculado, deu certo.O governador tucano saiu como o grande vencedor do dia. A Polícia Militar de São Paulo conseguiu manter a ordem sem nenhum tipo de violência. Ao ponto de um grupo desesperado, plantado pelo PT para gerar bagunça, ser deslocado para invadir o Palácio do Governo. Mesmo assim, a PM manteve a postura e só reagiu quando tentaram derrubar os portões. São Paulo e o governo tucano deram show de civilidade e democracia no dia em que o Brasil virou um caos. Aos perdedores, a Batata.

O povo quer Zé Dirceu na cadeia.

 
Para que não restem dúvidas de que a primeira mudança é tirar o partido quadrilheiro e mensaleiro do poder, ouçam o que os jovens gritavam ontem, no Congresso Nacional. O vídeo está noImplicante e tem a mão mágica do Exilado.


NO BLOG DO JOSIAS

Procuradores rejeitam o ‘plano B’ para PEC 37 

Os procuradores da República rejeitaram a versão alternativa à emenda constitucional 37. A peça foi redigida por um grupo de trabalho que inclui delegados e membros do Ministério Público. Votação feita numa rede interna de computadores, revelou que a aversão à formula conciliatória foi unânime. Nesta terça (18), o procurador-geral Roberto Gugel presidirá reunião do Colégio de Procuradores. Reúne gente de todo o país. Será um encontro de pauta única: a PEC 37.

Políticos vivem psicose do que pode acontecer 


É linda a revolta que nasceu de um reajuste de R$ 0,20 nas passagens de ônibus e resultou em 250 mil brasileiros fazendo barulho nas ruas. A beleza está na ausência do grande líder por trás do movimento. Atônitos, os políticos vivem a psicose do que ainda está por vir. Descobriram um inédito sentimento de vulnerabilidade. Sem exceção, viraram todos alvos do imponderável.
Políticos vivem atrás de uma teoria unificadora. Nas últimas horas, todos tentaram de tudo para chegar à explicação absoluta. Mas tudo não quis nada com os teóricos. Em 1992, Fernando Collor estava por trás da ira coletiva. Agora, nenhum político sente-se à vontade para atirar pedras em outro. Se o asfalto informa alguma coisa é que, para a turba, todos têm telhado, porta, janela, paletó e gravata de vidro.
A história ensina que não se deve esperar de políticos exames profundos de consciência ou atos espetaculares de contrição. Porém, o instinto de sobrevivência também pode abrir picadas para a virtude. Que o digam as autoridades de São Paulo –no intervalo de um final de semana, evoluíram da porrada e da bala de borracha para o diálogo e o recuo da tropa de choque.
Algo de muito diferente sucedeu nesta segunda-feira, 17 de junho de 2013. Há uma sensanção de prefácio no ar. Falta responder: prefácio de quê? Seja o que for, algo já ficou entendido: atrasado, o brasileiro aprendeu que, com um computador e dois neurônios, qualquer pessoa pode acender o pavio de uma revolta. Ninguém depende mais de partidos, sindicatos ou entidades.
Qualquer mote serve de pretexto: o preço da passagem, as borrachadas da polícia, a corrupção, a PEC 37, os gastos da Copa, a penúria da educação, o flagelo da saúde… A rapaziada informa que o brasileiro acomodado já não a representa. Resta saber como esse inconformismo difuso será exercido.
Com sorte, a revolta apartidária pode reintroduzir na política a crise do “de repente”. Os bambambãs saberão que, saída do nada, uma vaia pode soar num estádio, uma legião pode invadir a Avenida Paulista, uma multidão pode lotar a Candelária, uma meninada pode converter o espelho d’água do Congresso numa piscina.

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES

O Brasil Maravilha morreu afogado pela enorme onda de descontentamento

Depois do que se viu nesta segunda-feira, é impossível prever os desdobramentos das manifestações que, precipitadas pelo aumento das tarifas de ônibus em São Paulo, assumiram dimensões nacionais, mobilizaram multidões portentosas e ampliaram notavelmente as palavras de ordem que resumem a pauta de reivindicações. Não há como antecipar os rumos ou calcular o fôlego da sequência de protestos  ainda sem líderes visíveis e sem contornos definidos.
O fim da hegemonia dos baderneiros fundadores, o emagrecimento das tropas de vândalos e o hasteamento de bandeiras mais relevantes (e viáveis) sugerem que o movimento mudou de feição com uma semana de vida e saiu da primeira infância para adolescência. Terá chegado à idade adulta quando compreender, entre outras urgências, que não detém o monopólio do espaço urbano.
O direito de manifestar-se livremente não anula o direito de ir e vir de milhões de brasileiros que, mais uma vez, foram prisioneiros de congestionamentos absurdos. Nem autoriza ninguém a tratar com arrogância autoridades policiais instadas a cumprir o que a Constituição prescreve. Dessas provas de maturidade vai depender o destino do movimento.
Feitas as ressalvas, convém reiterar que os candidatos a vidente que enfileiram palpites na TV decerto seriam mais prudentes se aprendessem a lição evocada pelo ex-vice-presidente Marco Maciel em situações semelhantes: “Pode acontecer tudo, inclusive não acontecer nada”.  Espasmos de violência que pareciam inevitáveis em São Paulo, por exemplo, irromperam no Rio de Janeiro ─ que, também surpreendentemente, abrigou a maior das manifestações que se espalharam por 11 capitais.
Os espertalhões que saborearam de manhã a iminente derrota de Geraldo Alckmin passaram a noite consolando Sérgio Cabral. Oportunistas que acordaram sonhando com a invasão do Palácio dos Bandeirantes tiveram o sono adiado por lembranças das correrias provocadas pela ocupação da cobertura do prédio do Congresso ─  e pela suspeita de que os manifestantes marchariam sobre o Planalto.
O mapa dos protestos incluiu cidades e estados administrados tanto por governistas quanto por gente eleita pela oposição. Os caroneiros oportunistas do Psol, do PSTU e do PT foram rechaçados pela imensa maioria de manifestantes que não se identificam com nenhum partido ou líder político.
Se é cedo para saber o que vai nascer da epidemia de insatisfação aguda mas ainda difusa, está claro que a grande farsa acabou. Forjado pela discurseira triunfalista e por mais de dez anos de publicidade enganosa, o paraíso de araque sucumbiu ao peso do excesso de indignados.
A versão lulopetista de Pasárgada ficou em frangalhos neste 17 de junho. Afogado por uma onda de descontentamento, o Brasil Maravilha morreu.


NO BLOG UCHO.INFO

Manifestações perderam o viés da encomenda criminosa e revés surpreende o Palácio do Planalto

(Foto: Eduardo Knapp - Folhapress)
Tiro no pé – Os protestos em várias cidades brasileiras sofreram uma reviravolta. O que antes era um grupo de baderneiros de aluguel manipulando jovens que criticavam o aumento das tarifas de transporte, hoje é um movimento apartidário contra o status quo político que tem levado o País à degradação. Essa virada de posição a partir da incitação disfarçada que integrantes do governo federal deflagraram, na esperança de colocar a população contra a Polícia Militar paulista. A manobra desesperada faz parte do projeto de tomada de assalto do Palácio dos Bandeirantes, mas o tiro saiu pela culatra.
Diferentemente das apostas palacianas, os protestos abriram seus leques e açambarcaram todas as reivindicações da população, não apenas o aumento das tarifas de transporte em São Paulo, ação cuja fatura política acabaria no colo do governador Geraldo Alckmin.
Qualquer manifestação popular é justa e legítima quando respeita os limites da democracia. Ultrajar essas fronteiras é retirar força do pleito, que se perde em meio às críticas que inclusive mereceram espaço no ucho.info. O direito constituição à manifestação não é maior que o do cidadão que deseja ir e vir. De igual modo, qualquer movimento perde a legitimidade quando interrompe a Avenida Paulista, impedindo o acesso aos dez mais importantes hospitais da maior cidade brasileira.
O espetáculo de cidadania que os manifestantes paulistanos proporcionaram nesta noite de forma alguma pode ser corroído pela peçonha de declarações políticas que pululam em diversos pontos do País. Integrantes do staff do Palácio do Planalto estão atônitos e perdidos diante das manifestações, apesar de terem recebido ordens para minimizar o estrago a qualquer custo.
Preocupada com o resultado inesperado da operação deflagrada por seu partido no final de semana, a presidente Dilma Rousseff divulgou nota em que afirma que “as manifestações pacíficas são legítimas e próprias da democracia”. Se existe no Brasil alguém impedido de falar sobre democracia, este é Dilma Rousseff, que concorda de forma silenciosa com a truculência com que age seu partido nos bastidores. Não como falar em democracia quando o poder central compra votos por meio de esmolas sociais e programas populistas que são verdadeiras armadilhas.
Ainda fugindo da imprensa para não ser obrigado a falar sobre os muitos escândalos de corrupção em que esteve envolvido direta ou indiretamente, o ex-presidente Lula usou uma rede social para afirmar que vê com bons olhos as manifestações que ocorrem em todo o País, pois a democracia “não é um pacto de silêncio”. Lula não tem um grama de moral para falar em democracia, pois sempre foi o primeiro a se valer do “pacto de silêncio”. E há na recente história brasileira um sem fim de exemplos para provar que Lula é useiro e vezeiro do silêncio obsequioso, porque não afirmar que é criminoso. Entre os muitos episódios que Lula apostou no silêncio como forma de abafar escândalos estão o covarde e brutal assassinato de Celso Daniel, o Mensalão do PT, o Dossiê Cuiabá, o desmonte da Petrobras e o Rosegate.
Lula é um farsante profissional que tenta arrastar Dilma para uma eventual carona a ser pega nas reticências das manifestações desta noite histórica que sacode o País, mas é preciso que a sociedade esteja atenta e não esmoreça diante de qualquer movimento que ameace o movimento, que, mesmo tardio, pode ser o começo de uma grande mudança.
Ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso também aproveitou o momento para descer do muro. Disse FHC que rotular os protestos como “ação de baderneiros” representa “um grave erro”. Não opinião do ex-presidente, ‘dizer que (essas manifestações) são violentas é parcial e não resolve”. Fernando Henrique faz uma avaliação pontual, pois o que aconteceu antes desta segunda-feira foi vandalismo de encomenda, com o fim específico de desestabilizar politicamente o estado de São Paulo, alvo da cobiça do PT. O plano petista saiu do controle e reverteu contra seus idealizadores que continuam escondidos.
Mudar é preciso, mas não se pode abrir espaço para qualquer movimento que ameace a democracia, que no Brasil tem sido diuturnamente vilipendiada pela corrupção e pelo compadrio político. De anda adianta apostar em um regime autoritário de esquerda ou de direito, pois o Brasil carece de liberdade com responsabilidade. Faz-se necessário repensar politicamente o Brasil, algo que há muito defendemos sem que nos deem ouvidos.
Que a sociedade, cansada de tantos desmandos, não se deixe levar pelas pautas oportunistas de veículos de comunicação que passam regularmente pelo caixa do Palácio do Planalto para defender um governo corrupto e incompetente, cujo objetivo maior é socializar o caos. Em questão de dias alguns órgãos midiáticos mudaram a postura apenas porque não se pode perder o bonde da história e muito menos a audiência.
ucho.info mantém sua posição em defesa da manutenção da ordem, pois com vandalismo qualquer reivindicação perde a legitimidade. Há pelo menos doze anos fazemos diariamente no site – de forma pacífica, responsável, inteligente e obstinada – o que milhares de manifestantes resolveram fazer nas ruas nesta segunda-feira (17), dia que pode se transformar em divisor de águas na história nacional recente. A grande questão no vácuo dos protestos é não esmorecer, acreditando que apenas um protesto organizado é suficiente para mandar os devidos recados a quem de direito. Reivindicar sempre, vandalismo jamais!


NO BLOG ALERTA TOTAL

Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Leia também o site Fique Alerta – www.fiquealerta.net
Por Jorge Serrão – 
serrao@alertatotal.net

O Dólar não saiu ontem às ruas para protestar contra tudo de errado que acontece no Brasil, mas a nova subidinha da moeda globalitária frente ao irreal-Real voltou a apavorar o governo. O Banco Central do Brasil foi forçado a apelar para sua força de segurança monetária, intervindo no mercado futuro. A operação do BC do B não deteve o movimento e a cotação chegou a R$ 2,17 – a maior nos últimos quatro anos. A especulação assusta mais a turma da Dilma Rousseff que a onda de passeatas ainda inorgânicas, sem um foco específico, apesar do aparelhamento político-ideológico inicial. O Dólar já abriu hoje a R$ 2.18 - e paralelo a R$ 2,30...
Não há dúvidas de que o “Inverno Brasileiro” esquentou. Mas o gabinete de crise do governo ainda mantém a cabeça fria. Os marketeiros estudam como tirar proveito (re)eleitoral da atual onda de insatisfação. A tranquilidade é tanta que a Presidenta agiu previsivelmente, chovendo no molhado retórico. Dilma mandou sua assessora Helena Chagas comunicar sua frase pronta. “As manifestações pacíficas são legítimas e próprias da democracia”. Dilma não quer ficar pior na fita com os jovens mobilizadores da opinião publicada nas redes sociais da internet. Tal público é a grande maioria entre as algumas centenas de milhares de pessoas que saíram às ruas de 11 capitais do País do Futebol, em plena Copa das Confederações da Fifa.
O Inverno Brasileiro ainda está longe de alguma Primavera Árabe. A onda de protestos por aqui está mais para o movimento “Occupy Wall Street” do que “Tea Party”. Os dois foram fenômenos norte-americanos bem distintos que usaram muito bem a internet como meio de mobilização. O Occupy tem a cara deste “Inverno Brasileiro”, pois é mais anárquico, sem liderança clara e serve mais para desopilar o desejo incontido de protestar. O “Tea Party” tinha conotação política conservadora, liberal, bem definida – coisa que estamos muito distantes no Brasil, embora tenhamos protestos conservadores agendados para o mês de julho, em Brasília.
O Alerta Total insiste na análise correta do fenômeno. Houve uma motivação ideológica inicial, liderada por partidos de esquerda ligados à chamada IV Internacional Socialista, para que os protestos ocorressem - de forma pacífica ou mais radicalizada em previsíveis conflitos com a Polícia Militar. O alvo era o governo federal. Pontual e secundariamente, os ataques também eram direcionados aos governadores Geraldo Alckmin (São Paulo) e Sérgio Cabral (Rio de Janeiro).
Todo mundo com bom senso percebe que existe no Brasil uma pré-condição para insatisfações pessoais ou coletivas, já que a grande maioria das pessoas comuns está de saco cheio. Isto abriu caminho para que a onda de protestos aumentasse. A mobilização pela internet, tentada várias vezes sem sucesso, agora deu certo. A dúvida é se realmente conseguirão pressionar o Governo do Crime Organizado. A indicação é que não. A petralhada ainda pode tirar proveito eleitoral da confusão – igualzinha a que eles criaram no interior nordestino para medir a eficácia e fidelidade ao Bolsa Família e congêneres eleitoreiros.
O Alerta Total persiste na tese. O imponderável dos movimentos de massa é que eles começam sempre por iniciativa de alguma liderança e, se conseguem grande adesão, costumam evoluir e sair de controle, com consequências político-institucionais imprevisíveis. Só o tempo vai dizer se as manifestações de agora terão importância no futuro próximo.
Uma constatação é positiva. O brasileiro saindo de seu estado de letargia e passividade diante de tantas coisas erradas a sua volta já merece grande comemoração. Foi lindo ver a garotada subindo no teto do Congresso Nacional. Por outro lado, foi horrível ver as cenas de violência e vandalismo no final da manifestação do Rio de Janeiro.
Por tais contradições, ainda é muito cedo para uma avaliação sobre as consequências de tais movimentos com a massa urbana jovem, descontente, na maioria apolítica ou apartidária, e que fica facilmente enfurecida se provocada ou incentivada a radicalizar.
O Brasil parece de pólvora. O pavio é muito curto. Acendê-lo é possível. O difícil é saber no que vai dar se ocorrer alguma explosão. Nossa “tradição” histórica é de repressão política a movimentos de massa, principalmente se eles saem de controle – como é o mais provável de acontecer.
Por enquanto, tudo é festa... E o sistema Capimunista tupiniquim segue, inabalável, em sua balada de ineficiência, baixa produtividade, terror fiscal, insegurança jurídica, falsa flutuação cambial e permanente corrupção – fatores que só consolidam o atraso e a colonização do Brasil diante do mundo.

Acionista minoritário sofre no Brasil
Ser acionista minoritário é muito difícil no Brasil, ainda mais se a companhia de capital aberto é controlada por empresa sediada no exterior e com atuação mundial.
É o que acontece com a Plascar Participações Industriais S.A.controlada da International Automotive Components gerida pelo bilionário Wilbur L. Ross Jr.
A empresa brasileira em questão é prejudicada pela administração global que a ignora, ou pior, pratica uma política comercial lesiva para beneficiar os interesses de outras empresas do grupo no exterior.

Abuso é praticado à luz do mercado

Os acionistas majoritários de fora desrespeitam os interesses dos minoritários no Brasil.
Sua política sacrifica o desempenho da empresa nacional em beneficio de outras controladas suas no exterior.
No caso da Plascar Participações Industriais S.A, perdem os acionistas minoritários e o Fisco brasileiro que deixa de cobrar impostos pois a rentabilidade fica com as empresas no exterior.
Silêncio do Cardoso?


Tem gente jurando que nos atos de vandalismo ontem à noite, no Rio de Janeiro, tem o dedo da petralhada... 
Era o que se comentava na porta da Universidade Cândido Mendes, em frente à Assembleia Legislativa - quase incendiada pelos terroristas...

Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.



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