DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 19-5-2013

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO


Cresce contingente de parlamentares governistas que estão descontentes

Foto
A presidenta Dilma Rousseff teve sua última chance na semana que passou. Conseguiu dobrar Câmara e Senado para a aprovação meteórica da medida provisória dos Portos. Forçou um trabalho quase escravo e levou à vitória os líderes da base parlamentar oficial, junto com os dirigentes das duas casas. Imagens e fatos falam o que foram as duas sessões que reuniram deputados por 23 horas seguidas no plenário e senadores por 11 horas. Os espetáculos não se repetirão. Ficou mais forte o contingente de parlamentares governistas descontentes com o tratamento recebido do palácio do Planalto, que reunidos à oposição, formam inequívoca maioria. Pelo que se escuta nos corredores do Legislativo, seus integrantes não ficarão mais de joelhos diante do ExecutivoLeia mais no artigo do jornalista Carlos Chagas.

A la PT

Do deputado Rubens Bueno (PPS) sobre a votação da MP dos Portos: “Criaram um balcão de negócios em Brasília, do jeito que o PT gosta”.

Melhor evitar...

O senador Jorge Viana (AC) foi desaconselhado pela cúpula do PT a solicitar audiência a Dilma a fim de reclamar da operação da PF que desbaratou um esquema de corrupção no governo petista do irmão dele, Tião Viana. Poderia ser expulso do gabinete de madame.

Cassação secreta?

Doações das empresas portuárias renderam ao governador cearense Cid Gomes (PSB) denúncia e processo na Justiça Eleitoral, com possibilidade de cassação. Mas, curiosamente, tramita em “segredo”.

'Tô' fora

Lula recusou o convite para o lançamento, hoje, do filme “Amante muito louca”, em São Paulo. Achou que era provocação.


NO BLOG DO NOBLAT

FRASE DO DIA

"Nunca foi tão difícil ser oposição ao maior canalha deste país. Eu sei o que é enfrentar esse poderio. Um dia eu alertei esse canalha que no governo dele havia mesada para comprar deputados e, desde então, fui escolhido ao lado de José Agripino, Arthur Virgílio e Tasso Jereissati como os seus adversários maiores." (Marconi Perillo, PSDB, governador de Goiás, sobre Lula)

Eike Batista busca mais uma vitória, por Elio Gaspari

Elio Gaspari, O Globo
Eike Batista é um dos homens mais ricos do Brasil, símbolo de um novo tipo de empreendedor audacioso. Tem projetos de portos, mineradoras e empresas de energia. Nesse modo, onde os negócios e seus desempenhos são medidos diariamente pelo mercado, as ações da sua OGX, lançadas a R$ 12, valiam na semana passada R$ 1,70.
Noutro modo, ele se relaciona com o patrimônio da Viúva. Nele, é um sucesso. Há poucas semanas, associado à empreiteira Odebrecht, conquistou a concessão do estádio do Maracanã. Pelo andar da carruagem, na primeira semana de junho, poderá obter do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico uma licença para erguer um centro de convenções no Aterro do Flamengo, onde fica a Marina da Glória. Fechada a operação, o Hotel Glória, que é de Batista, mas irá ao mercado, ganha um anexo.

 

No dia 4 de junho, reúne-se em Brasília a Câmara Técnica do Iphan, que julgará a conveniência da construção, no parque, de um auditório de 900 lugares, com 50 lojas e 600 vagas para automóveis. No dia seguinte, o Conselho Consultivo da instituição dará a última palavra a respeito do assunto.
Trata-se de autorizar uma edificação numa área tombada pelo próprio Iphan onde não podem ser acrescentados equipamentos urbanos estranhos ao projeto original do arquiteto Affonso Reidy. Nele não há centro de convenções.
No modo governo, Batista é poderoso. Anunciou que tinha um projeto arquitetônico para a marina, mas não exibiu documentação que justificasse esse nome. Em seguida, informou que trocaria o riscado, chamando um concurso internacional. O que fez não justifica essa designação.
Finalmente, em março circulou a informação segundo a qual o Iphan autorizara o projeto. Falso. A presidente da instituição, Jurema Machado, reclamou da precipitação, argumentando que ela prejudicava sua imagem.




A conta do inchaço de ministérios no governo Dilma

Custo para manter o número recorde de 39 ministérios é de R$ 58 bilhões
Luiza Damé e Catarina Alencastro, O Globo
Manter a estrutura e os funcionários das atuais 39 pastas do governo Dilma Rousseff, instaladas na Esplanada dos Ministérios e em outros prédios espalhados pela capital, custa pelo menos R$ 58,4 bilhões por ano aos cofres públicos.
Esta verba, que está prevista no Orçamento Geral da União de 2013 para o custeio da máquina em Brasília, é mais que o dobro da que foi destinada ao maior programa social do governo, o Bolsa Família, que custará R$ 24,9 bilhões este ano.

FotoO Globo
 No total, o orçamento para custeio de toda a engrenagem federal chega a R$ 377,6 bilhões, quando são incluídos, por exemplo, órgãos técnicos, empresas públicas, universidades, escolas e institutos técnicos federais. Este valor representa mais do que o PIB (a soma de todos os bens e serviços) de países como Peru, Nova Zelândia ou Marrocos.
A maior despesa nesse bolo é justamente com os salários dos funcionários, tanto os de Brasília quanto os espalhados país afora: o Executivo federal fechou a folha de pagamentos de 2012 em R$ 156,8 bilhões. O número de ministérios passou de 24, em 2002, para 39 este ano.
A quantidade de servidores ativos e aposentados também cresceu: passou de 809.975 em 2002, para 984.330 no fim de 2011, segundo dados do próprio governo.
A título de comparação, a verba total destinada a investimentos do governo federal, prevista no Orçamento Geral da União deste ano, é de R$ 110,6 bilhões. Para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), menina dos olhos da presidente, estão previstos R$ 75 bilhões em 2013.


Crise provoca corrida aos psicanalistas na Espanha

População recorre à terapia para lidar com queda no padrão de vida
Priscila Guilayn, O Globo
Sem trabalho, com uma ordem de despejo, dois filhos para manter, as consequências de uma separação para administrar e o temor de que o ex-marido tente, novamente, o suicídio, Marta procurou uma psicanalista e pediu socorro.
Como não tinha dinheiro para as sessões, contou seu drama e ofereceu, em troca do tratamento, seu serviços de contadora, cuidando, entre outras coisas, da declaração do Imposto de Renda da terapeuta.


Marta, assim como o ex-marido, arquiteto, que vem sendo atendido pelos serviços de saúde pública, nunca tinha pensado na possibilidade de, um dia, entrar no consultório de um psicólogo, que, até pouco tempo, era chamado pelos espanhóis de loquero (“que trata loucos”).
Se consideravam, conta Marta, “gente com as ideias claras e com a vida resolvida”. Mas o caso dela não é isolado. A mudança de perspectiva é geral. Nestes cinco anos de crise econômica, os consultórios encheram.




Declaração de Maduro sobre eleitores é falsa e criminosa

Segundo o opositor Vicente Díaz, declaração do presidente configura coação pública, pois viola os direitos dos venezuelanos. Maduro disse saber o título de eleitor e as identidades dos 900 mil compatriotas que não participaram do pleito que o elegeu
O Globo
O integrante oposicionista do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, Vicente Díaz, classificou de falsa e criminosa as declarações do presidente Nicolás Maduro sobre os eleitores que não foram votar no pleito que o elegeu, informou o jornal “El Nacional” neste sábado.
Num pronunciamento filmado no Estado de Barinas, o líder venezuelano afirmou saber o título de eleitor e as identidades dos 900 mil compatriotas que não participaram da votação. O chefe de Estado disse ainda que teve acesso a “carteiras de identidade e tudo” e lamentou que não teve tanto apoio quanto esperava. O comentário foi denunciado pela oposição como uma tentativa de intimidar o eleitor.
 Segundo Díaz, a afirmação do chefe do Executivo configura um ato criminoso e coação pública, pois viola os direitos dos venezuelanos. O opositor destacou que tais declarações são a prova de que existe perseguição políticas contra os trabalhadores do serviço público.
- Ele deve se retratar e dizer que é uma mentira que tem essa informação - ressaltou.
O membro do CNE acrescentou que a única maneira de Maduro saber quem votou em seu nome é que os 900 mil eleitores compareçam ao Palácio de Miraflores e mostrem seus números de cédula. Diaz foi enfático e reiterou que o voto é secreto.
- Colocar em dúvida o sigilo do voto é usar o medo como uma tática de campanha.
Até sexta-feira, o CNE não tinha discutido se daria uma resposta sobre a declaração de Maduro, de acordo com o “El Nacional”. Embora Díaz tenha exigido que o órgão se manifestasse, nem mesmo a presidente do CNE, Tibisay Lucena, que está há 20 dias longe das câmeras, apareceu para defender o reiterado “voto secreto e blindado”, disse o jornal.


Os seios de Angelina

Ruth de Aquino, ÉPOCA
Esta mulher é surpreendente. Nunca entrou para o primeiro time de atrizes, mas chegou a ser a mais bem paga de Hollywood. Fez filmes bem ruins, estrelou fracassos comerciais. Ficou famosa ao interpretar uma heroína de videogame, Lara Croft. Ganhou um Oscar de Coadjuvante, em 1999, como uma jovem transtornada em Garota, interrompida.
Não é, portanto, por seu desempenho profissional que Angelina Jolie ganhou a estatura de musa transcendental e universal. Ela jamais foi uma grande atriz.
Na vida real, inventou e reinventou para si mesma personagens transgressoras e radicais. Quantas Angelinas foram desconstruídas até ela chegar à capa das últimas revistas como uma deusa sublime, arauto do sofrimento de milhões de mulheres?
Angelina se impôs primeiro por uma beleza exótica, quase excessiva. Olhos imensos e verdes. Lábios tão carnudos que prestaram um desserviço a mulheres loucas e ansiosas para ganhar “a boca da Jolie”, com preenchimentos mal-sucedidos. Pernas longuíssimas, exibidas em fendas criadas por estilistas.

Angelina Jolie, festa do Oscar.
 A perna direita de Angelina, exposta por um modelo preto e recortado de Versace, na cerimônia do Oscar do ano passado, ganhou, em minutos, um perfil no Twitter com mais de 10 mil seguidores.
Sua pose inspirou montagens hilárias de anônimos. A perna “apareceu” em quadros clássicos, como A última ceia, de Leonardo da Vinci, e em cenas históricas, como a chegada do homem à Lua.
Compondo com os olhos, a boca e as pernas, uma outra parte do corpo de Angelina sempre esteve em evidência no tapete vermelho, pelos decotes e vestidos tomara que caia: os seios fartos, um dos símbolos de sua sensualidade. Foram esses seios que Angelina decidiu retirar e substituir por próteses, como medida preventiva contra o câncer.
Não falarei sobre detalhes médicos, o pânico da hereditariedade ou as siglas de genes mutantes. O que me interessa – e sempre me intrigou nessa atriz americana de ascendência alemã, eslovaca, canadense e holandesa – é sua personalidade.
Se olharmos para sua biografia, a decisão de Angelina de fazer e anunciar a dupla mastectomia no jornal The New York Times tem tudo a ver com sua vida, nada convencional.
Alguns enxergam seu ato como coragem, outros como precipitação. Muitos acham sua cirurgia uma oportunidade valiosa para discutir abertamente um dos maiores medos das mulheres. Hoje, não fazemos só mamografias anuais, mas ultrassonografia e ressonância magnética das mamas.
Conversei com um mastologista que se confessou surpreso com a quantidade de casos de câncer e a baixa idade de pacientes: “É como se fosse uma moda, uma onda”, disse ele.

Leia a íntegra em Os seios de Angelina


NO BLOG DO CORONEL

O desafio de Aécio: construir um discurso que seja entendido por um Brasil emburrecido pelo PT.

Não há dúvida alguma que Lula e o PT emburreceram o povo brasileiro. Construir um discurso de oposição, que tenha profundidade mas que seja popular, fazendo com que as pessoas retomem a capacidade de moldar o proprio futuro será o grande desafio de Aécio Neves. É preciso encontrar um jeito de fazer o brasileiro pensar e entender o que está acontecendo com o país. Sem isso, as melhores propostas não resistirão ao populismo petista, as mentiras repetidas, ao emburrecimento geral da nação promovido pelo PT. Abaixo matéria de O Globo.
Com um discurso centrado na ineficiência do governo da presidente Dilma Rousseff, aclamado por cerca de 3 mil pessoas num evento grandioso que marcou sua eleição como presidente do PSDB , o pré-candidato tucano Aécio Neves (PSDB-MG) marcou o inicio da guerra contra o que chamou de "lulopetismo", de olho em 2014 . O legado do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foi lembrado, para fazer o contraponto com o que chamou de desmonte dos pilares da estabilização econômica e democrática nos dois anos do governo Dilma. 

Íntegra do discurso de Aécio Neves na convenção do PSDBNo discurso, Aécio disse que o PT faz eventos pelo país para comemorar os dez anos no poder porque não tem nada para celebrar nos últimos dois anos no governo da presidente Dilma Rousseff. Segundo ele, o mandato dela é marcado por três aspectos: o baixo crescimento, chamado por ele de "pibinho ridículo", inflação galopante e paralisia nas obras de infraestrutura. - Os últimos dois anos foram de fracasso. No governo Lula, eles ainda foram beneficiados pela herança do governo Fernando Henrique - afirmou Aécio, arrancando aplausos da plateia.
Aécio afirmou que a missão do PSDB é tirar o país das garras do PT, o partido político que se "encastelou" no Palácio do Planalto. Por outro lado, o novo presidente do PSDB disse que o partido "se apresentará" no momento certo para a campanha eleitorial e que mostrará um projeto de governo no ano que vem. - Ainda nao é hora de tratar disso - ressaltou ao garantir que assume a liderança de uma legenda unida e não esfacelada.
No discurso inflamado, Aécio criticou o slogan do governo federal e disse que um país rico não é um país sem miséria, mas com educação. - O nome correto é país rico é um país com educação. é possível fazer. Em Minas, nós fizemos. Outro alvo dos ataques do tucano foi o que chamou de "base paquidérmica" do governo. E para garantir o apoio dos partidos aliados, o governo aumenta o seu tamanho e - para custeá-lo - tem de manter a pesada carga tributária. Aécio criticou a criação de mais um ministério para ter apenas " alguns segundos de televisão". 
Segundo ele, o país é o segundo lugar no ranking de países com mais ministérios. Apenas perde para o Sri Lanka que tem 56 ministérios. - E que se cuide o Sri Lanka porque se tiver mais um partidinho daqui a pouco, o Sri Lanka fica para trás. Antes de ir para a Convenção, Aécio se reuniu em sua casa com Serra, Fernando Henrique e outros caciques tucanos.
Presidente do PMDB de Minas Gerais, o deputado Marcos Pestana mandou seu grito de guerra logo cedo, pelo twitter: "Dá-lhe PSDB! Convenção Nacional de hoje é a arrancada para a mudança! Unidos venceremos! Dá-lhe tucanada”. O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, que teceu pesadas críticas ao partido há duas semanas deixando dúvidas sobre sua permanência no PSDB, também participou da convenção.


O PT bateu no teto.

Abaixo, segue o editorial de hoje da Folha de São Paulo. Não há como não fazer a leitura de que o PT bateu no teto. Chegou ao limite. Falta ao partido quadros que possam revitalizar dar um caminho de futuro para o país. O PT não tem gente preparada. O PT só tem gente para mamar nas tetas do estado, não tem técnicos para aumentar a produção de leite. Além disso, loteou o país para corruptos, ladrões e incompetentes. Nada funciona. Nada anda. Nada evolui. A vaca está atolada. O PT está empurrando o país para o buraco. Estamos indo lomba abaixo com o sucateamento da indústria e a volta da inflação. O estado forte do PT é um ser com falência múltipla de órgãos. A caminho do coma. O PT bateu no teto. Hora de trocar o modelo.

A indústria de Dilma
Presidente consome mandato com administração miúda de gargalos da economia legados por antecessor; país ainda ignora seu plano para o futuro
Por que o crescimento do PIB no Brasil é tão baixo, e a inflação, tão persistente? A pergunta, frequente no debate econômico até 2006, foi eclipsada pela euforia do segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando a alta do PIB alcançou 4,6% ao ano e os preços estavam sob razoável controle.
A desaceleração do crescimento para 1,8% ao ano no governo da presidente Dilma Rousseff e a debilidade prevista também para 2013 vieram evidenciar que a realidade não era tão brilhante. A inflação alta, por sua vez, reavivou a percepção de que o país está longe de superar seus gargalos internos. O combustível da aceleração no período 2007-2010 foi a arrancada da China no mercado global, que transformou a divisão internacional do trabalho. Sua voracidade por matérias-primas fez os preços dispararem. Países emergentes com tradição de exportadores de alimentos, energia e minerais se beneficiaram.
No caso brasileiro, o bônus externo foi canalizado para o inchaço do gasto público, em especial após a crise financeira mundial de 2008. A bonança externa e o crédito fácil permitiram também incrementar o consumo de bens duráveis e serviços, mas os sinais de esgotamento do modelo são evidentes. Esse ciclo de expansão nos legou o descasamento entre a voracidade do consumo e as deficiências da oferta. Os custos -salariais, tributários e de logística- dispararam, e a produtividade estagnou.
Em nenhum setor os problemas são mais evidentes do que na indústria, cuja produção está no mesmo nível de 2007. O país perdeu a capacidade de competir nos mercados globais e se colocou à margem das cadeias produtivas e de inovação remodeladas na esteira da ascensão chinesa. Como o avanço brasileiro enxugou a ociosidade no mercado de trabalho, não há saída para acelerar o crescimento sem aumento da produtividade. A reindustrialização do país precisa ter como ponto focal um modelo de crescimento mais equilibrado e sustentável.
Não se trata de desconsiderar os ganhos com exportação de matérias-primas. Ao contrário, é preciso aproveitar as vantagens comparativas do país nesse campo para alavancar o desenvolvimento. A estratégia atual do governo -mais um amontoado de ações erráticas- não dará conta dos novos desafios. A desoneração do setor produtivo, por exemplo, ocorre a conta-gotas e com pouco critério, além de debilitar as contas do governo com a perda de arrecadação.
É preciso desenvolver um plano coerente, de impacto e de longo prazo. A mudança estrutural imprescindível para o país crescer mais aceleradamente deve incluir ao menos quatro elementos: um ajuste macroeconômico que resulte em expansão do investimento, um programa específico para a indústria, outro para a educação -muito mais ambicioso do que até aqui se viu- e, por fim, reformas que alavanquem a produtividade.
O ajuste macroeconômico implica reduzir o crescimento das despesas públicas abaixo do avanço do PIB, com o fim da política de correção do salário mínimo acima da inflação, controle de gastos previdenciários e limites legais para gastos de custeio e dívida federal. A ideia, antiga, é abrir espaço no Orçamento para a redução gradual e substancial da carga tributária (hoje em 37% do PIB). Isso ajudaria o Banco Central a manter a inflação sob controle e os juros baixos, e, ainda, a reduzir as pressões de valorização da moeda. 
No que tange à indústria, economistas como Edmar Bacha (um dos pais do Plano Real) têm proposto inovações dignas de atenção. Ele defende um trio de iniciativas: reforma tributária, redução da proteção tarifária e acordos comerciais. A reforma nos tributos diminuiria os custos da indústria. A redução de tarifas forçaria uma integração global competitiva, o que demanda acesso a insumos modernos. Repetir a ultrapassada receita protecionista, como tem feito o governo Dilma, não é o caminho.
A combinação entre ajuste fiscal, menor carga tributária e abertura competitiva levaria a um novo equilíbrio, capaz de sustentar no médio prazo uma taxa de câmbio mais desvalorizada. A indústria se reestruturaria em novas bases, com menor desvantagem de custos diante de concorrentes globais. Do lado institucional, urge eliminar amarras burocráticas, modernizar agências reguladoras, reduzir o intervencionismo do Planalto e destravar a contratação de parcerias público-privadas para grandes obras de infraestrutura. 
Nos próximos anos, a demanda externa por matérias-primas será menor, com a reorientação do modelo chinês. Nunca foi tão urgente, para o Brasil, concatenar soluções inovadoras para liberar a economia de suas travas e desfazer a miragem da autossuficiência. Nunca, porém, pareceu tão aguda a ausência de um núcleo de pensamento estratégico no entorno da presidente Dilma Rousseff.

Inflação recoloca 22,3 milhões de brasileiros na miséria.

O número de miseráveis reconhecidos em cadastro pelo governo subiria de zero para ao menos 22,3 milhões caso a renda usada oficialmente para definir a indigência fosse corrigida pela inflação. É o que revelam dados produzidos pelo Ministério do Desenvolvimento Social, a pedido da Folha, com base no Cadastro Único, que reúne informações de mais de 71 milhões de beneficiários de programas sociais.
Desde ao menos junho de 2011 o governo usa o valor de R$ 70 como "linha de miséria" -ganho mensal per capita abaixo do qual a pessoa é considerada extremamente pobre. Ele foi estabelecido, com base em recomendação do Banco Mundial, como principal parâmetro da iniciativa de Dilma para cumprir sua maior promessa de campanha: erradicar a miséria no país até o ano que vem, quando tentará a reeleição.
Mesmo criticada à época por ser baixa, a linha nunca foi reajustada, apesar do aumento da inflação. Desde o estabelecimento por Dilma da linha até março deste ano, os preços subiram em média 10,8% -2,5% só em 2013, de acordo com o índice de inflação oficial, o IPCA. Corrigidos, os R$ 70 de junho de 2011 equivalem a R$ 77,56 hoje. No Cadastro Único, 22,3 milhões de pessoas, mesmo somando seus ganhos pessoais e as transferências do Estado (como o Bolsa Família), têm menos do que esse valor à disposição a cada mês, calculou o governo após pedido da Folha por meio da Lei de Acesso à Informação. 
Esse número corresponde a mais de 10% da população brasileira e é praticamente a mesma quantidade de pessoas que tinham menos de R$ 70 mensais antes de Dilma se tornar presidente e que ela, com seis mudanças no Bolsa Família, fez com que ganhassem acima desse valor. Os dados possibilitam outras duas conclusões. Primeiro, que um reajuste da linha anularia todo o esforço feito pelo governo até aqui para cumprir sua promessa, do ponto de vista monetário.
Segundo, que os "resgatados" da miséria que ganhavam no limiar de R$ 70 obtiveram, na quase totalidade, no máximo R$ 7,5 a mais por mês -e mesmo assim foram considerados fora da extrema pobreza. Além do problema do reajuste, o próprio governo estima haver cerca de 700 mil famílias vivendo abaixo da linha da miséria e que estão hoje fora dos cadastros oficiais.
A reportagem pediu outra simulação ao governo, usando agosto de 2009 como o início do estabelecimento da linha de R$ 70. Nessa época, um decreto determinara o valor para definir miséria no Bolsa Família. Nesse outro cenário (inflação acumulada de 23,4%), o número de extremamente pobres seria ainda maior: 27,3 milhões de pessoas. A data marcou a adoção do valor no Bolsa Família, mas não em outros programas, diz o governo.(Folha de São Paulo)

NO BLOG ALERTA TOTAL

Ideologia, Ideocracia e Idiocracia



Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Leia também o site Fique Alerta – www.fiquealerta.net
Por Jorge Serrão – 
serrao@alertatotal.net

Só podemos lamentar o mais recente caso real de idiotice, ignorância e terrorismo psicológico no mundo virtual. Gaviões idiotizados querem comer viva a Luana Piovani. A atriz global sofreu ameaças de morte simplesmente porque sacaneou a torcida adversária. A Isaura do filme do Agamenon só deu um troco. Fora muito avacalhada porque o time dela tinha caído de quatro, recentemente, diante dos detratores.

Revoltada, em protesto contra a truculência, Luana decidiu tirar o time de campo do seu Twitter. Este monumental golaço contra a liberdade de expressão e pensamento parece algo “normal” no Brasil. Paga caro quem pensa diferente do regime da nada branda ditadura nazipetralha. Prestes a torcer por seus craques no time da penitenciária, o bando alopra e perde a linha.

Já temos provas objetivas de que o Brasil tem seu destino comandado pelos grandes idiotas militantes e políticos meliantes que dirigem o Governo do Crime Organizado. O permanente conflito e a bateção de cabeça entre os três poderes republicanos nos transformam em um império da barbárie, da corrupção e da estupidez pseudointelectualizada. Tudo combinado com um fanatismo político digno do mais infantil torcedor de futebol.

Nossa conjuntura caótica renderia uma superprodução audiovisual, criticando o momento que vivemos. O projeto mais viável seria plagiar um filme de humor negro norte-americano que teve pouca repercussão cinematográfica em nosso País. A obra fonte inspiradora é Idiocracy(20th Century Fox, EUA, 2006, 1h 24min). O longa-metragem, dirigido por Mike Judge, teve orçamento de US$ 4 milhões. Na versão brasileira superfaturada, poderia custar, por exemplo, o dobro dos R$ 16 milhões torrados no épico “Lula, o Filho do Brasil” (um belo filme de ficção).

Idiocracia (filme inteiro, com tradução para você ver aí em cima, dica do advogado Luciano Blandy) aborda, com humor nigérrimo, como seria um mundo idiotizado, corpolátrico, erotizado, banalizado. Enfim, como funciona um planeta cada vez mais dominado por legítimos midiotas. Figuras grotescos que sofrem das doenças geradas pelo senso comum modificado pela Engenharia Social Globalitária.

Idiocracy original retrata um experimento militar de hibernação que dá errado e faz os personagens acordarem 500 anos depois, em um sombrio e imbecilizado futuro. Nossa nova versão tupiniquim do filme poderia retratar o cara que parece ignorante, na verdade, é o falso apedeuta que lidera o sistema ideocrático (em suas expressões política, econômica e psicossocial).

O Chefão Poderoso sabe de tudo, comanda tudo, mas finge que nunca sabe de nada – sempre que lhe convém. Cada vez mais poderoso e rico, o personagem é um perfeito “filhote da ditadura” (na conceituação caudilhesca do falecido Leonel Brizola). Ele dirige o destino da Nação de Idiotas. O roteiro seria bem fácil de escrever. Basta se inspirar ou copiar o que vemos e sofremos hoje no dia-a-dia da brazilidade (cada vez mais corretamente escrita com z, de zorra).

Conceituemos, para melhor observar, lembrar e entender o caos que impera no regime Capimunista da República Sindicalista do Brazil. Os senhores do crime agem como sociopatas com verniz ideológico. Nada contra usar a ideologia - "o conjunto de idéias, pensamentos, doutrinas e visões de mundo de um indivíduo ou de um grupo, orientado para suas ações sociais e, principalmente, políticas".

O problema é o uso de conceitos errados e “idéias fora do lugar” como mecanismos psicossociais de controle, dominação e manipulação das massas ignaras, através da padronização e simplificação do discurso retórico. Assim se pratica a Ideocracia – os modelos ideológicos aplicados na prática cotidiana para exercer os podres poderes do Governo do Crime Organizado.

A ideocracia cria uma “falsa consciência” sobre a realidade que visa a reforçar e perpetuar o controle, a dominação e a manipulação na sociedade de maioria idiotizada e repleta de analfabetos em cidadania. A serviço da nova ordem globalitária, a petralhada e seus comparsas usam e abusam da Engenharia Social - o processo artificial e político-ideológico de construção psicossocial de regras padronizadas de conduta humana para a influência, manipulação e controle da sociedade.

No Brasil, a Engenharia Social cumpre três objetivos fundamentais. Primeiro, acirra os confrontos e diferenças que não existem para impedir a livre unidade social. Segundo, gera temas polêmicos para desviar a atenção da opinião pública de questões políticas mais fundamentais. Terceiro, força ainda mais a modificação do senso comum, disseminando conceitos errados ou fora da tradição. Exemplo lírico de propaganda ideocrática é o filme abaixo, um “videoclipe de publicidade daPetroCaribe – letra e música de Anthony Gabby Carter. O ritmo malemolente seduz a massa. Basta rebolar que você dança politicamente... Parece propaganda dos marketeiros petistas...


Eis a grande ditadura, nada branda, dos bandidos ideocráticos do Foro de São Paulo. Servindo à Nova Ordem Globalitária, eles promovem os “Banditismos Modernos” (série que o Alerta Total publicará com a máxima urgência, para que cada um vista a carapuça e perceba, com exemplos cotidianos, como funciona o terrorismo administrativo e psicossocial imposto pelo Governo do Crime Organizado).

Quem sabe alguém reage e neutraliza a sujeira da nazipetralhagem, depois da dose cavalar de maus exemplos concretos?

Vamos limpando?


PS 1 - Aécio Neves agora presidindo o PSDB: a pretensa oposição tucana ao PT tem agora tanto peito quanto a Angelina Jolie...

PS 2 - O Senador Eduardo Suplicy (PT) teve 400 reais de sua carteira e o celular furtados no meio do show de Daniela Mercury, na Virada Cultural de São Paulo. Como é duro, para um bom artista petista, viver num País cheio de ladrões...

Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.

O Alerta Total tem a missão de praticar um Jornalismo Independente, analítico e provocador de novos valores humanos, pela análise política e estratégica, com conhecimento criativo, informação fidedigna e verdade objetiva. Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor. Editor-chefe do blog e podcast Alerta Total: www.alertatotal.net. Especialista em Política, Economia, Administração Pública e Assuntos Estratégicos.
A transcrição ou copia dos textos publicados neste blog é livre. Em nome da ética democrática, solicitamos que a origem e a data original da publicação sejam identificadas. Nada custa um aviso sobre a livre publicação, para nosso simples conhecimento.

© Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 19 de Maio de 2013.

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