UMAS E OUTRAS DO HÉLIO FERNANDES - 30-4-2013


A sucessão está nas ruas, acelerada por Dilma e Campos. A eleição no Estado do Rio, 5 candidatos, apenas 3 verdadeiros. Sérgio Cabral quer ser embaixador na França. Mesmo sem público, o Maracanã não passou no teste da reinauguração.

Helio Fernandes
São  vários os que pretendem a partir de 2015 (ganhando em 2014) trabalhar no Planalto e morar no Alvorada. Não tenho preferência nem simpatia, mas quem está em situação privilegiada é Dona Dilma. Não é de hoje que afirmo e reafirmo: “Ela só perderia se o adversário fosse Lula”.
Mas sempre deixei bem claro que o PT não teria dois candidatos. Poderia haver a candidatura Lula (e bem que ele tentou, não conseguiu), mas não ultrapassou dois obstáculos: 1 – A doença, seu câncer (já eliminado) teve muita repercussão. 2 – A ligação esdrúxula e extravagante com Eike Batista (quase garantindo o Porto do Açu) e as viagens com empreiteiras-construtoras, em grandes negócios pelo mundo.
(A palavra não é bem negócio, é mais longa. Só que, desavergonhadamente, alguns deles vieram a público, “criamos empregos no Brasil faturando no mundo. Nosso interesse é só esse”. Esqueceram que a herdeira de um deles é a “terceira” fortuna do Brasil, na lista da Forbes).
Não desviamos do assunto sucessão, eles são sempre grandes participantes-financiadores. Por enquanto (aparentemente), quatro candidatos: Dilma, Campos, Aécio, Marina. Aécio tem legenda, mas sem os votos de São Paulo. Dona Marina acredita que tenha votos, mas não tem nem partido. Dona Dilma garantida pela máquina e mais pelo ex (Lula) do que por ela mesma.
Dona Dilma pode se reeleger no cargo maior de presidente, não precisa se mudar do Planalto ou do Alvorada. Mas se numa alucinação puramente hipotética, resolvesse disputar outro cargo (governador, senador, deputado federal ou estadual). Quer dizer que a jurisprudência clássica de “quem pode o mais pode o menos” não vale no Brasil? Que República.
Ninguém ainda levantou ou esmiuçou essa questão, deixo para depois, temos tanto tempo até março de 2014. Para Eduardo Campos, esse é o limite. E o acordo com o PDT, que tem o vice de Pernambuco?
VERGONHA, VEXAME, FAVOR E
PRIVILÉGIO PARA KASSAB, DISCRIMINAÇÃO
PARA PARTIDOS QUE ESTÃO SURGINDO

Essa decisão de cortar direitos para os partidos de Dona Marina e do Paulinho da Força, nada surpreendente, é típica do apogeu da corrupção que domina o país. Nem escondem: a Rede de Dona Marina e o Solidariedade do deputado sindicalista, se não fossem discriminados, poderiam crescer e aparecer com um candidato presidencial.
E os 9 dos 29 partidos, que não elegem um só representante? Mesmo recebendo dinheiro do Fundo e totalmente ignorados, usando a televisão “gratuita” todo ano?
O que seria correto? Deixar os partidos surgirem, existirem (/), mas sem qualquer privilégio, enquanto não conquistassem representatividade. O Partido Verde, na Alemanha, ficou anos apenas no papel, não elegia ninguém. Agora é importantíssimo.
CASAMENTO GAY NA FRANÇA
Depois do Parlamento da França aprovar o casamento entre pessoas do mesmo sexo, a ministra da Justiça, Christiane Taubira, comentou o fato. Foi direta, sensível, sintética, definitiva: “Não tiramos nada de ninguém e demos um direito às pessoas que não tinham”. Isso pode, pelo menos, servir de reflexão para quem for contra ou a favor.
DESPRENDIMENTO E GENEROSIDADE SOCIALISTA
O grande pianista (foi secretário de Cultura) Artur Moreira Lima é socialista. Morou muito anos na Rússia (União Soviética), sempre me diz, esportivamente: “Helio, leio, escrevo, converso correta e correntemente em russo”. Verdade.
O mais importante não é isso. De tempos em tempos, às vezes de mês em mês, bota seu piano num caminhão e vai tocando de cidade em cidade, de graça, nas ruas mesmo. Atrai multidões, que pedem até para tocar determinada música.
Relevante e emocionante: deixa seu caminhão e o piano em uma cidade, volta de avião. Chegou do Piauí, o caminhão e o piano estão lá, guardadíssimos pelos moradores. Quando tiver tempo, vai lá, continua a trajetória que faz com o maior carinho, o povo ouve emocionante. (Agora está em Paris, convidado pela ONU, tocando em homenagem).
O NOVO PRESIDENTE DO PARAGUAI
O país, de 6 milhões de habitantes, precisa urgentemente de industrialização, no setor ainda estão na “idade da pedra”. Pois elegeram o homem mais rico do país, enriquecido com produção agrícola. Que além do mais, não serve à vida e sem à morte.
É lógico que não trabalhará para criar indústrias, o que está faltando. A “representatividade”, como sempre e mais uma vez, não representa nada. Dona Dilma foi das primeiras a cumprimentá-lo, o mesmo que fez com Maduro na Venezuela. Isso se chama coerência na insensatez.
DILMA: “DESFAVORITISMO”
A presidente aparece em rádios, jornais, televisões, e nos mais diversos grupos, já com mais 4 anos garantidos. Só discutem se haverá segundo turno. Mas não é o clima palaciano ou pessoal. Ela só discute o assunto, só pensa e fala em 2014, mas sem o entusiasmo de “quem já ganhou”.
A propósito: por enquanto não existe alarme ou perigo de derrota para Dona Dilma. A fraqueza dos adversários reforça a candidatura dela. Perigo à vista: Dona Dilma tem 61% do horário “gratuito” de televisão. Com os discursos chatíssimos, vazios e monótonos que vem fazendo, esse tempo não é favor e sim contra.
A IMPORTANTÍSSIMA ELEIÇÃO PARA GOVERNADOR
DO ESTADO DO RIO, 5 NOMES, 3 CANDIDATOS

Talvez seja uma das mais difíceis e disputadas de 2014. Três que podem ganhar: Garotinho, Lindbergh, Pezão. Um sempre derrotado fora do município, Cesar Maia. E outro, importante participante do MDB da ditadura, mandava mais que o “governador” Chagas Freitas, reconheçamos, em franca recuperação, Miro Teixeira. 13 anos ditatorial, 20 democrata. Escolham. Só que não tem votos majoritários,
Por hoje, acho que basta. Falta muito tempo, e é preciso considerar a instabilidade e o desgaste de Sergio Cabral, pseudônimo do vice Pezão.
O ainda governador lamenta o futuro, nem sabe o que pretende. Sem brincadeira: gostaria de ser embaixador na França (Paris). Ficaria 2 ou 3 anos, como é moço, voltaria com mais biografia e voracidade.
DONA DILMA NO MATO GROSSO DO SUL
Segundo a Folha, a presidente foi a Campo Grande dar um “puxão de orelhas” no governador do PMDB. Há 45 anos, eu ia para a mesma cidade de Campo Grande, desterrado-confinado-sequestrado. Dona Dilma ficou 24 horas, este repórter, 60 dias.
PS – O Maracanã não passou no este de entrada e saída do público. E isso, ressalte-se, registre-se, ressalve-se: não havia público. Só os 21 mil trabalhadores que construíram o estádio.
PS2 – Belíssimo, mas disfuncional. O Maracanã é ainda o símbolo nacional e carioca. Só que dos 200 mil de 1950, agora apenas um pouco mais de 79 mil. Mas o desprezo pelo público, total. Fora serviços essenciais, que não funcionaram.
PS3 – Em 1966, na Inglaterra (quando o Brasil foi eliminado na chave), fui duas vezes a Wembley. Sozinho. Estava no Grosvenor House, no Hyde Park. Saía do hotel, andava 400 ou 500 metros, pegava o metrô, 20 ou 25 minutos depois, chegava.
Ps4 – Saltava numa praça enorme, em frente ao estádio, mostrava minha credencial, entrava, via o jogo. Na saída, a mesma tranqüilidade em sentido inverso.
PS5 – Ontem à tarde, terminando às 16h43, um discurso extraordinário de Mario Coutto. Quem é? Senador que conquistou novo mandato pelo Pará. Duríssimo, “emparedando” Dona Dilma.
PS6 – Ele é do PSDB, estava fazendo a oposição que não existe. Também não existe ninguém da base. Mario Coutto não recebeu um só aparte, nenhum senador subiu à tribuna para defendê-la. Pelo menos no Senado não há governo. Só no Senado?

Da Tribuna da Imprensa de 30-4-2013.

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