DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 09-4-2013

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO


Joaquim Barbosa bate-boca com juízes e até os acusa de agir 'sorrateiramente'

Carlos Humberto/STF
FotoBARBOSA RECEBEU OS JUÍZES EM PÉ E MANTEVE DIÁLOGOS RÍSPIDOS
Um intenso bate-boca marcou a reunião do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa, nesta segunda-feira (8), com representantes de entidades de magistrados. Ele os acusou de agirem de forma "sorrateira" para apoiar a aprovação, no Congresso, da emenda que criou quatro novos tribunais regionais federais. O ministro tentou influir para impedir a aprovação, mas o Congresso o ignorou. As entidades sustentam que os novos tribunais são necessários. Na conversa, Barbosa afirmou que a criação dos quatro TRFs custaria mais de R$ 8 bilhões ao País, mas o presidente da Associação dos Juízes Federais (Ajufe), Nino Toldo, esclareceu que cada um deles custaria no máximo R$ 100 milhões ao ano. O ministro afirmou, em tom áspero: "Pelo que eu vejo, vocês participaram de forma sorrateira na aprovação. [...] São responsáveis, na surdina, pela aprovação." O vice-presidente da Ajufe, Ivanir César Ireno Junior, desmentou o presidente do STF: "Sorrateira, não, ministro. Sorrateira, não. [De forma] Democrática e transparente."O ministro tentoi calar a boca do juiz: "O senhor abaixe a voz que o senhor está na presidência do Supremo Tribunal Federal." O vice-presidente da Ajufe disse que apenas estava argumentando. Barbosa determinou: "Então só me dirija a palavra quando eu lhe pedir. Concluo: a minha posição, tomada assim de última hora, porque estava perplexo. Como é que quase duplica o número de tribunais federais no Brasil dessa maneira. Os senhores não representam o Conselho Nacional de Justiça. Os senhores não representam o STJ, representam seus interesses corporativos legítimos. Mas isso não supre a vontade dos órgãos estatais. Compreendam isso. Os senhores não representam a nação. Não representam os órgãos estatais. Os senhores são representantes de classe. Só isso."

Cresce a tensão pré-escolha do futuro ministro do Supremo Tribunal Federal

FotoJEFERSON, O NOVO INVESTIGADO LULA E DIRCEU, JÁ CONDENADO...
Foto...E BARBOSA, O ADVOGADO
É grande a expectativa com o novo ministro a ser indicado por Dilma para a vaga do ministro aposentado Carlos Ayres Brito, no Supremo Tribunal Federal, após a “desindicação”, semana passada, do tributarista Heleno Torres, que havia se declarado favorável à anulação do julgamento do mensalão. Para o advogado de Roberto Jefferson, Luiz Francisco Barbosa, o sucessor de Brito não só participará do julgamento como relatará o processo do mensalão, tirando de cena o ministro Joaquim Barbosa. O regimento interno do STF, diz Barbosa, obriga o novo nome escolhido por Dilma a julgar também os embargos de declaração. Ele diz que dará “rolo” nos agravos no Plenário a decisão do presidente do STF de indeferir a liberação de votos antes da publicação do acórdão. O advogado de Jefferson acha que, obedecidas as regras regimentais, os embargos declaratórios serão julgados pelo novo ministro-relator.

Ele quer mandar no STF

O ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos pressiona para que o acórdão do julgamento do mensalão seja publicado somente depois de o plenário decidir sobre o prazo para apresentação de embargos.


Oposição reclama, mas empenhou
R$ 300 milhões

Os partidos de oposição reclamam de barriga cheia: deputados do PSDB, DEM, PPS e PSOL empenharam, em média, R$ 3,9 milhões em emendas, mais da metade da média de R$ 7,5 milhões concedidos aos parlamentares governistas mais obedientes ao Palácio do Planalto. Isso significa que a área econômica do governo abriu os cofres para partidos de oposição no total superior a R$ 300 milhões, em 2012.

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Perdeu discurso

Para Miro Teixeira (PDT-MG), o negócio de emendas só enfraquece a oposição. “Trocou-se verbo pela verba”, completa Lincoln Portela (PR).

Hora da pizza

Que inveja brasileira: o quilo do tomate custa pouco mais de R$5 na conhecida rede Tesco, em Londres. Em Miami, R$7 em média, o quilo.

Alerta vermelho

O caso tem sido mantido a sete chaves: em sua recente viagem a África, como sempre a serviço de alguma empreiteira, o ex-presidente Lula passou muito mal. Seus acompanhantes chegaram a temer o pior.

Paredão do B

PCdoB, PT, PSB, CUT e UNE, quem diria, são mais radicais que a China, apoiando o garotão atômico da Coreia do Norte. Poderiam dar um mês dos salários ao povo famélico, ou alistar-se para o combate.

Demagogia frouxa

Em vez de decidir ouvindo o embaixador Roberto Abdala, que apurou o caso, o chanceler Antonio Patriota enviou um conselheiro e dois servidores para re-investigar denúncia de assédio moral de Américo Fontenelle em Sidney. É como major e cabos investigando um general.

Parte das obras do Galeão não ficará pronta até a Copa das Confederações

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MINISTRO MOREIRA FRANCO
O ministro da Secretaria Nacional de Aviação Civil, Moreira Franco, vistoriou nesta segunda-feira (8) obras nos dois terminais do Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim, que terá o edital de concessão lançado em setembro. Com cinco meses de atraso, parte das intervenções da Infraero não ficarão prontas antes da Copa das Confederações, em junho, e da Jornada Mundial da Juventude, em julho.  "Se não fizesse falta, não estaríamos correndo e fazendo essas obras agora", afirmou o ministro, que continuou: “Se o serviço estivesse maravilhoso, não se estaria fazendo a concessão. O governo entende que o cidadão precisa de qualidade de serviço. Muita coisa vai ficar pronta a tempo. Só um setor que será entregue no primeiro trimestre do ano que vem", justificou.

SP: governo deu verba para duas entidades com cadastros reprovados

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GERALDO ALCKMIN
O governo Geraldo Alckmin (PSDB) repassou recursos para duas entidades que, segundo seu próprio cadastro, estão proibidas de receber verbas públicas por meio de parcerias com o Estado. Elas fazem parte de uma lista de 435 organizações que foram consideradas inaptas e tiveram o Certificado de Regularidade Cadastral da Entidade negado ou bloqueado pela administração. O próprio Alckmin criou esse certificado e o transformou em requisito do governo para celebrar convênios. A exigência foi uma resposta à suspeita de que parlamentares direcionavam recursos a associações em troca de benefícios, caso tornado público em 2011 pelo deputado Roque Barbiere (PTB). Desde que a proibição entrou em vigor, em junho passado, as duas entidades receberam juntas R$ 383,5 mil, mesmo tendo sido reprovadas pelo critério do Estado. O governo informou ter aberto uma investigação preliminar para apurar possíveis irregularidades. Informações da Folha de SP.
Cardozo anula portarias que concedeu 'bolsas-ditadura' no governo Lula
O ministro josé Eduardo Cardozo (justiça) fez publicar nesta segunda-feira (8) entre as páginas 43 a 49 do Diário Oficial da União, portarias anulando a concessão de inúmeras bolsas-ditadura concencedidas durante o governo Lula. A portaria de Cardozo declara anuladas as portarias de declaração de "anistiados políticos". Os beneficiados alegaram terem sido perseguidos durante a ditadura militar. O ministro não esclareceu se será recuperado o dinheiro gasto com o pagamento de indenizações. Todos os atos de Cardozo, publicados hoje, são semelhantes. O primeiro  diz o seguinte: "Art. 1º ANULAR a Portaria Ministerial nº 2336, de 9 de dezembro de 2003, que declarou Jibran Saddi anistiado político, com fundamento no Voto nº 48/2013/GTI, decorrente do procedimento de revisão pelo Grupo de Trabalho Interministerial, instituído pela Portaria Interministerial nº 134, publicada no D.O.U. de 16 de fevereiro de 2011."



A regra é clara



O deputado estadual Raimundo Macedo, conhecido como “Raimundão Gente Fina”, preparou com antecedência o discurso que faria na inauguração de um hospital em Orós (CE). Além de escrever “ospital”, ele prometia providenciar “um convem com o IMPS”. Um assessor corrigiu o texto e explicou que INPS era a sigla correta. Raimundão não aceitou, alegando que mais esqueceu uma velha regra gramatical:
- Antes de P e B não se escreve N...


NO BLOG DO NOBLAT

Documento da Abin confirma vigilância de sindicato e desmente ministro

Alana Rizzo, Estadão
Documento sigiloso obtido pelo Estado confirma que o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência (GSI) mobilizou a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitorar portuários e sindicatos contrários à Medida Provisória 595, conhecida como MP dos Portos. O ofício desmente o general José Elito, ministro-chefe do GSI, que na semana passada chamou de “mentirosa” reportagem do Estado que revelava a ação da Abin no Porto de Suape (PE).
Identificado como “Ordem de Missão 022/82105”, de 13 de março de 2013, o ofício encaminhado a superintendências da Abin em 15 Estados litorâneos traz em destaque o alvo dos agentes: “Mobilização de Portuários”. O GSI confirma a autenticidade do documento.
A “missão” da Abin, informa o documento, é identificar ações grevistas como reação à medida provisória que altera o funcionamento dos portos. O alvo central são sindicalistas ligados à Força Sindical. A central sindical se uniu às críticas feitas pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), contra a MP dos Portos. Campos é possível candidato à Presidência em 2014.




Inquérito na PF para investigar Lula deve ser aberto até quarta-feira

Jaílton de Carvalho, O Globo
A Polícia Federal em Brasília deve abrir até quarta-feira inquérito para apurar o suposto envolvimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o mensalão. O inquérito foi requisitado pelo Ministério Público Federal com base na denúncia feita por Marcos Valério Fernandes de Souza, em depoimento prestado à Procuradoria Geral da República (PGR) em setembro de 2012.
No depoimento, o empresário disse que houve um repasse de US$ 7 milhões para o PT, negociado com Miguel Horta, então presidente da Portugal Telecom. A negociação teria ocorrido no Planalto com Lula e o ex-ministro Antonio Palocci.



Inflação de alimentos afeta orçamento famíliar e reduz vendas

Márcia De Chiara, Estadão
A disparada da inflação dos alimentos, que afeta principalmente as famílias de menor renda, consideradas o pilar do crescimento do consumo nos últimos tempos, começa a prejudicar as vendas no varejo.
Dados da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) mostram que o faturamento real do setor em 12 meses até fevereiro deste ano acumula queda de 4%. Até dezembro do ano passado, o quadro era positivo e as vendas reais do setor encerraram 2012 com alta real de 5,3% em 12 meses.


Felipe Recondo, Estadão
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello (foto abaixo) liberou nesta segunda-feira, 8, a revisão de seu voto no julgamento do mensalão. Era o voto que faltava para a publicação do acórdão do processo.
De acordo com a assessoria de imprensa do tribunal, a publicação sairá ainda nesta semana, o que abrirá prazo para que os advogados recorram da condenação de 25 réus.



Declarações de Feliciano incitam o ódio, diz ministra

Eduardo Bresciani, Estadão
A ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, afirmou nesta segunda-feira que o pastor e deputado Marco Feliciano (PSC-SP) incita o ódio e a violência com suas polêmicas declarações. O pastor está sob fogo cruzado desde que assumiu o comando da comissão de Direitos Humanos. Ele é alvo de protestos por declarações consideradas racistas e homofóbicas.
"É lamentável que a cada dia nos deparamos com mais um pronunciamento, mais uma intervenção que incita o ódio, o preconceito, algo que já ultrapassa as barreiras da comissão na Câmara e diz respeito a todos", disse a ministra, que visitou uma exposição na Casa sobre o holocausto. "A Câmara certamente encontrará uma solução ou o próprio Ministério Público porque incitar a violência e o ódio é atitude ilegal, inconstitucional e as autoridades também estão sujeitas a lei", complementou.



OAB lança manifesto de apoio ao financiamento público de campanhas

G1
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em parceria com o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) e a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), lançou na tarde desta segunda-feira (8) um manifesto de apoio ao financiamento exclusivamente público de campanhas eleitorais.
A proibição do financiamento privado, permitido na legislação brasileira, é um dos pontos da reforma política proposta pelo PT e que deve ser votada nesta semana na Câmara dos Deputados.
No lançamento do manifesto, mais de 50 entidades assinaram o documento, que argumenta pelo fim das doações privadas por pessoas jurídicas ou físicas. As entidades defendem financiamento exclusivamente público, com recursos provenientes de dotações orçamentárias da União e de multas administrativas e penalidades eleitorais.



Metade do país apura fraude na merenda escolar

Alessandra Duarte, O Globo
Licitações fraudadas, comida estragada servida a alunos, escola fechada porque não tem merenda. Pelo menos 13 estados no país investigam atualmente denúncias de desvio de recursos para aquisição de merenda escolar, de mau armazenamento de comida e de fornecimento insuficiente de alimentos para escolas — em alguns casos, onde há denúncia de verba fraudada é também onde falta merenda.
As irregularidades estão sendo apuradas pelos Ministérios Públicos estaduais e Federal, e por fiscalizações da Controladoria Geral da União, em estados como Paraná, Rio Grande do Norte, Maranhão, São Paulo, Rio, Roraima, Minas, Bahia e Pernambuco; na última semana veio à tona um caso no Espírito Santo, com desperdício de merenda.



Empresas criticam desoneração da folha e recorrem à Justiça

Roberta Scrivano, O Globo
As desonerações da folha de pagamento anunciadas pelo governo foram uma espécie de “presente de grego” para alguns setores. A medida editada pelo Planalto elimina a contribuição previdenciária de 20%, mas inclui uma nova tributação de 1% ou 2% que incide sobre a receita bruta.
Na prática, isso significa que quem tem faturamento alto mas emprega pouca gente ou terceiriza mão de obra se arrisca a pagar mais imposto depois de receber o “benefício”. Entre esses setores, estão fertilizantes, informática, tecnologia, serviços e parte das fabricantes de móveis e da construção civil. As empresas, individualmente, e os setores amplamente prejudicados já estudam pleitear na Justiça a reversão da medida.



NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO

Quando um pastor defende a plena liberdade de imprensa e o jornalismo flerta abertamente com a censura e o delito de opinião, há algo de errado… com o jornalismo!

No dia 18 de setembro de 2010, durante um comício em Campinas, com as presenças de Dilma Rousseff e Aloizio Mercadante — candidatos, respectivamente, à Presidência da República e ao governo de São Paulo —, o então supremo mandatário da nação, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou o seguinte: “Tem dias em que alguns setores da imprensa são uma vergonha. Os donos de jornais deviam ter vergonha. Nós vamos derrotar alguns jornais e revistas que se comportam como partidos políticos. Nós não precisamos de formadores de opinião. Nós somos a opinião pública”. Lula vinha numa impressionante escalada retórica contra a imprensa livre. Quando as notícias eram favoráveis a seu governo, ele as considerava apenas justas; se negativas, ele acusava sabotagem. Lula e o PT nunca desistiram do tal controle da mídia. Em sua última resolução, há poucos dias, o Diretório Nacional do PT pregou abertamente o controle de conteúdo do jornalismo. Pois bem: seis dias depois de mais uma investida contra a liberdade de imprensa, um líder evangélico fez publicar nos principais jornais do país um anúncio pago em que rechaçava qualquer forma de censura promovida pelo estado ou de controle da mídia. Lia-se naquela peça: “Nem o presidente da República, partidos políticos, líderes religiosos, qualquer segmento da sociedade ou mesmo a imprensa são, isoladamente, os donos da opinião pública”. Já voltarei a este anúncio — até porque publicarei a imagem aqui. Antes, algumas considerações.
Crítico da imprensaOutro dia um desses bobalhões que confundem alhos com bugalhos e joio com trigo enviou um comentário para este blog mais ou menos assim: “Pô, ultimamente, você critica tanto a imprensa que até parece Fulano de Tal…”. E citou um anão moral que anda a soldo por aí, a pedir o “controle da mídia”. Pois é. Dentre tantas outras, uma diferença fundamental se destaca entre mim e aquela coisa triste que foi citada: ele quer uma imprensa controlada pelo estado; eu quero uma imprensa livre, que não se deixe controlar nem pelo estado nem por corporações, qualquer que seja a sua natureza: ofício, crença, ideologia, valores. Aquele bobo do oficialismo sonha em censurar o que os outros escrevem; eu aposto numa imprensa que não tem receio da censura — nem a das vozes eventualmente influentes e das maiorias de ocasião. Aquele cretino critica a imprensa porque a quer com ainda menos liberdade; eu a critico porque a quero mais livre. Aquele governista convicto, pouco importa o governo de turno, quer o jornalismo a serviço do poder; eu quero o jornalismo vigiando o poder.
Assim, sou crítico, sim, da imprensa, especialmente nestes tempos em que ela é tão cegamente liberticida; em que põe, voluntariamente, a cabeça no cutelo. A Constituição nos garante a liberdade, e o estado (não o governo!) a tem assegurado — ainda que não seja pequeno o risco de censura pela via judicial. Mas atenção! Só é verdadeiramente livre o que exerce a liberdade. Uma imprensa que ou se deixa assombrar pela patrulha ou a ela adere, em nome da legitimidade, atropelando as garantias fundamentais da Constituição, está SE DEGRADANDO.
É evidente que uma imprensa que estivesse submetida a isso que chamam “controle social” já não seria livre, especialmente no tempo em que uma força política assegura ser ela mesma “a opinião pública”. Mas o controle do estado não é o único que pode tolher a liberdade. Se admitirmos que policiais informais do pensamento — por mais que tentem falar em nome do bem — imponham a sua vontade na base do berro, da intimidação e da satanização, expomo-nos nós mesmos à hordas do amanhã. Quais serão elas? Falarão em nome de quais valores?
Trata-se, então, de saber em nome de qual ideal de sociedade agimos; trata-se, então, de saber que modelo abstrato perseguimos com nossas práticas e escolhas cotidianas. Ainda que eu repudie as ideias do deputado Marco Feliciano (PSC-SP), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, cumpre indagar se uma sociedade em que um parlamentar eleito, escolhido para uma função segundo as regras do Regimento Interno, fosse deposto por delito de opinião seria mais saudável do que outra em que o protesto é, sim, livre — porque a praça é do povo, como o céu é do condor —, mas sem agressão aos fundamentos de um regime democrático e de direito. Feliciano não é um usurpador. O surrealismo alcança tal dimensão que o deputado Jean Schopenhauer Wyllys, numa passeata, chega a INDICAR o nome do PSC que ele quer presidindo a comissão. Sim, o deputado do PSOL se considera no direito de escolher o nome do outro partido que gostaria de ver no cargo. E o jornalismo o trata como a voz da ponderação e do bom senso.
Esses que agora estão em marcha se consideram, a exemplo de Lula, “a” opinião pública. E se preparam, podem escrever aí, para um embate que virá: e ele versará justamente sobre o controle dos meios de comunicação. Alguns estrategistas mancos — espero não ser processado pela Associação da Inclusão dos Claudicantes Ofendidos — escolheram um caminho estupidamente errado. Imaginam que, se cederem às patrulhas politicamente corretas, estarão a salvo da sanha dos censores. Não estarão porque já fizeram uma opção cujo dano é maior do que o perigo, como escreveu Camões. O perigo que se corre — e existe, sim! — é haver formas oblíquas de controle estatal da imprensa. Mas o dano, que já é visível, é esse controle nem ser assim tão necessário porque já exercido na base da sujeição voluntária.
Aposta na liberdade de imprensaSeis dias depois de Lula ter regurgitado impropérios contra a imprensa livre num palanque, num ambiente, então, de franca hostilidade à liberdade de opinião, um líder evangélico fez publicar este anúncio pago nos maiores jornais brasileiros. Trata-se de uma resposta clara a Lula.
A assinatura está ali. Trata-se do “polêmico”, como querem alguns, Silas Malafaia. Temos, e ambos sabemos disso, enormes discordâncias, inclusive religiosas. Jamais estivemos juntos, mas ele sabe o que penso e sei o que ele pensa. E daí? Eu estou preparado para enfrentar a divergência. O que não aceito, e não aceito, é que tentem me calar — ou calar a outros — ao arrepio dos fundamentos constitucionais; o que rechaço é a tentativa de criar leis que criem categorias superiores de homens, infensos à crítica.
Quantos partidos de esquerda assinariam esse anúncio posto nos jornais por Malafaia? O PT? O PCdoB? O PSOL de Jean Wyllys, Chico Alencar e Marcelo Freixo? Nunca!!! E olhem que, como ele próprio lembra, não se trata de uma pessoa exatamente paparicada pela imprensa cuja liberdade defende. Ao contrário: costuma ser alvo das piores vilanias; preferem transformar o que ele diz numa caricatura para que fique fácil, então, combatê-lo. Eu preferiria estar aqui a discordar do pastor, num ambiente de civilidade democrática, a ter de defender uma questão de princípio: o direito à liberdade de opinião e de expressão.
“Ah, mesmo na democracia, nem tudo pode ser dito, não é, Reinaldo?” É, nem tudo — sempre destacando que, ainda assim, existe uma diferença importante entre dizer e fazer. Mas admito, como princípio, que a democracia não aceita todo e qualquer desaforo, mesmo se apenas falado. Mas fiquemos, então, no caso em espécie, com o que deu à luz o inimigo público nº 1 do Brasil: será mesmo que Feliciano foi além do que pode tolerar o regime democrático? A resposta, obviamente, é “não”. E nem por isso preciso concordar com ele.
Malafaia, ele próprio nota, não fala em nome de todos os evangélicos. Mas professa um valor que, creio, expressa o pensamento da maioria: a aposta na liberdade de imprensa, a aposta na liberdade de opinião, o repúdio a qualquer forma de controle estatal da informação.
Infelizmente — e já digo a razão desse advérbio —, o credo que Malafaia anuncia está muito acima, em termos qualitativos, do entendimento médio hoje vigente nas redações sobre liberdade de imprensa e liberdade de opinião. Já houve coleguinha pregando, abertamente, que eu fosse censurado, por exemplo. Por quê? Ora, porque discorda de mim. Não se dá conta de que, ao fazê-lo, expõe-se ele próprio a uma eventual censura.
No país em que um líder evangélico consegue ser mais desassombrado na defesa da liberdade de expressão do que boa parte dos jornalistas, ousaria dizer que esse pastor agregou a seus valores religiosos os valores inegociáveis da democracia e do estado de direito. Mas também é preciso dizer que os jornalistas renunciaram à sua missão para se comportar como membros de uma seita de fanáticos e linchadores.
Texto publicado originalmente às 2h24
Por Reinaldo Azevedo

A era dos boçais – Quem matou John Lennon? Eu acho que foi Mark Chapman. Quem matou o bom senso? Ah, aí já foi uma legião!

Ontem à tarde e à noite, infelizmente, tive alguns problemas relacionados à saúde de familiares (não creio que tenha sido castigo divino) e acabei escrevendo menos do que o habitual — é bem verdade que há quem reclame que o meu “menos” já é muito, hehe… Quando tive de me ausentar, a grande questão que mobilizava as consciências mais atiladas do Brasil não era o risco de uma eventual guerra na península coreana; se acontecesse, o mundo estaria em perigo. Que nada! Isso é pouco para nós. Em Banânia, temos assuntos mais graves, mais sérios, mais urgentes. Por exemplo: será verdade que Deus é o verdadeiro assassino de John Lennon, não o perturbado Mark Chapman?
Segundo o PASTOR — não o deputado — Marco Feliciano, as três balas disparadas pelo assassino tinham o dedo de Deus. Seria uma punição pela ousadia do ex-Beatle, que declarara certa feita que o grupo era “mais famoso do que Jesus Cristo”. O Senhor, então, zangado por ter perdido a capa da revista “Caras” do Universo Celeste, teria dado um jeitinho. Num vídeo que circula na Internet, diz Feliciano:
“A minha Bíblia diz que Deus não recebe uma afronta e fica impune. Passou um tempo dessas declarações, alguém chama (John Lennon) pelo nome, ele vira e é alvejado com três tiros no peito. Eu queria está lá no dia em que descobriram o corpo, eu ia tirar o pano de cima e ia dizer: “Me perdoe, mas esse primeiro tiro foi em nome do Pai, esse é em nome do Filho, e esse é em nome do Espírito Santo. Ninguém afronta Deus e sobrevive para debochar”.
Também o acidente aéreo que vitimou a banda Mamonas Assassinas, em 1996, teria sido uma vingança divina. Diz Feliciano:
“O avião estava no céu, região do ministro do juízo de Deus, lá na serra da Cantareira. Ao invés de virar para um lado, o manche tocou para o outro. O anjo pôs o dedo no manche, e Deus fulminou aqueles que tentaram colocar palavras torpes na boca das nossas crianças (…) Quem era o Dinho? Era da igreja Assembleia de Deus em Guarulhos. Vendeu a comunhão dele (…). Se vendeu ao Diabo pelo vil dinheiro”.
Boçalidades!
É claro que se trata de duas boçalidades. Ainda bem que Feliciano advertiu: “Na minha Bíblia…”. Essa Bíblia que escolhe um delinquente para anjo vingador ou que faz o piloto errar um comando do avião não poderia ser mais pessoal. É a “bíblia feliciana”, mais do que minúscula. Se Deus operasse as coisas desse modo, o pastor poderia explicar por que o Altíssimo se incomodaria com um cantor e com uma banda de Guarulhos, mas permite que o ditador do Sudão continue a matar livremente seus adversários. Ou por que não pune os assassinos da Síria. Ou não se vinga dos que põem drogas na mão de crianças. Essa noção da intervenção punitiva de Deus, do modo como vai acima, se realmente convicta, é só estúpida. Mas tenho cá pra mim que ele próprio não se leva a sério quando diz essas porcarias.
A “bíblia de Feliciano” pode até conceder com assassinos fazendo a vontade de Deus. Lamento pelos que acreditam nas suas palavras. Mas nada pode ser feito a respeito. Muito pior seria um país com uma legislação que estabelecesse o que pode e o que não pode ser falado nas igrejas. Os chineses criaram até um catolicismo à moda da casa…
O aspecto mais difícil da democraciaEis o aspecto mais difícil da democracia. Ela existe também para os tolos, para os que dizem cretinismos, para os idiotas. Todas as formas até agora tentadas para reduzir o regime democrático à esfera dos bons resultaram em ditaduras asquerosas, de esquerda e de direita.
Agora a parte ainda mais chocante. “Um sujeito que diz essas coisas sobre John Lennon ou sobre os Mamonas Assassinas pode presidir uma comissão da Câmara, ainda mais de Direitos Humanos e Minorias?” Pois é. Pode! Até porque ele falou essa bobajada num culto religioso, numa ambiente apenas relativamente público — já que privado dos fiéis que lá estavam.
Se e quando o deputado Feliciano afirmar, na Câmara, que Deus escolhe assassinos para fazer justiça, eu mesmo me encarregarei de redigir uma petição pedindo a sua cassação. Porque, aí sim, teremos um homem público atribuindo a um homicídio a intervenção divina.
Eu já escrevi aqui umas 300 vezes que jamais votaria em Feliciano — para deputado ou para presidir a Comissão de Festinhas de Aniversário da Câmara; imaginem, então, para a de Direitos Humanos. Ele só está lá em razão da cupidez do PT e do PMDB, que preferiram ficar com o filé mignon das comissões, largando a carne de pescoço para os partidos menores.
O fato de as declarações do “Feliciano pastor” revirarem o meu estômago — e reviram! — não me autoriza a meter o pé na porta de uma comissão da Câmara. Imaginem se filmarem as reuniões de petistas e botarem no YouTube. Pensemos em nós mesmos: tudo o que falamos privadamente, mesmo tomando um chope com os amigos, pode ir para a rede? Quem não se lembra deste vídeo, por exemplo?
“Ah, Lula estava brincando!” Claro que sim! Mas e essa fala na boca de Jair Bolsonaro ou do próprio Feliciano?
O economista americano Walter Williams, que é negro, sintetizou muito bem a questão numa entrevista à VEJA:
“É fácil defender a liberdade de expressão quando as pessoas estão dizendo coisas que julgamos positivas e sensatas, mas nosso compromisso com a liberdade de expressão só é realmente posto à prova quando diante de pessoas que dizem coisas que consideramos absolutamente repulsivas”.
Bingo!
Texto publicado originalmente às 3h33
Por Reinaldo Azevedo

Mercadante, como sempre, vai além das suas sandálias

É claro que passará como coisa corriqueira o que corriqueiro não é. Nesta segunda, a Polícia Federal de Brasília recebeu o pedido para investigar Luiz Inácio Lula da Silva, acusado por Marcos Valério de ter negociado com Miguel Horta, então presidente da Portugal Telecom, um repasse de US$ 7 milhões ao PT.
Bem, bem, bem… Aloizio Mercadante, que é ministro da Educação, participou ontem de um evento com empresários.  E decidiu falar sobre o caso, segundo informou a Folha Online:
“Lula já enfrentou todo tipo de adversidade na vida pública. Ele sabe que sempre foi assim com ele. Ele está preparado, e nós também. Ele vai superar mais essa tentativa, que não vai prosperar”.
ComentoTrata-se de uma fala despropositada do começo ao fim. Que “adversidade” Lula enfrentou na vida pública? O que quer dizer “nós também estamos preparados”? A quem se refere? Ao PT? Ou quem fala é o governo?
Mercadante tem de ser mais respeitoso com o Ministério Público Federal, a menos que o ministro da Educação o considere parte de um complô.
Não tem jeito… Eu vejo Mercadante e lembro que ele era o chefe de Hamilton Lacerda, o homem da mala preta no escândalo dos aloprados.
“Nós estamos preparados”… Entendi.
Por Reinaldo Azevedo



NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES



Os jornalistas que descobriram a festa surpresa organizada por Lula fingiram que o caso Rose ainda não foi descoberto

Divulgadas nesta segunda-feira, as reportagens sobre o evento atestam que muitos jornalistas não foram surpreendidos pela festa surpresa organizada por Lula para comemorar o aniversário de Marisa Letícia ─ e, sobretudo, tentar ficar um pouco melhor no retrato doméstico, severamente danificado pela descoberta do escândalo que protagonizou em parceria com Rosemary Noronha. Tanto sabiam que aguardaram o maridão à saída da Churrascaria Rodeio, na região dos Jardins. Surpreso ficou o ex-presidente ao topar, na madrugada de domingo, com aquela gente armada de gravadores, canetas, blocos de anotações e câmeras fotográficas.
A substituição do sorriso por vincos avisou que, depois de fugir por mais de quatro meses de conversas do gênero, Lula imaginou ter caído na armadilha da entrevista improvisada, sem pauta previamente definida. Liberados para tratar de quaisquer temas, afligiu-se, é claro que os jornalistas não perderiam a chance de tratar – e com a patroa ao lado – da peça mais perturbadora do do acervo de histórias muito mal contadas que juntou nos últimos 30 anos. Afligiu-se desnecessariamente.
Como os 70 convivas selecionados pessoalmente por Lula, os jornalistas não estavam lá para tratar de temas incômodos, muito menos de casos de polícia. Nenhum pareceu interessado no assunto. E o galã da pornochanchada criminosa não ouviu uma única pergunta sobre as patifarias que envolvem a gatuna que promoveu a chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo. Graças à cumplicidade ativa do grupo acampado na porta da churrascaria, o silêncio que já completou 136 dias foi prorrogado por prazo indeterminado.
Pode durar para sempre se todo jornalista mirar-se no exemplo lastimável. Os textos e imagens publicados nesta segunda-feira revelaram que Dilma Rousseff voou de Brasília para São Paulo escoltada por quatro ministros, que Rui Falcão foi o primeiro a chegar, que Alexandre Padilha apareceu tão tarde que ficou só na salada, que o também aniversariante Guido Mantega apagou velinhas ao lado de Marisa Letícia. Os leitores apresentados ao balaio de informações inúteis continuam sem saber o que o ex-presidente tem a dizer sobre a quadrilheira que protegeu desde 2004.
Não por falta de tempo, demonstram as irrelevâncias enfileiradas pelos caçadores de notícias. Tampouco podem recorrer ao álibo do tempo escasso as três jornalistas designadas pelo jornal Valor para a entrevista exclusiva com Lula publicada em 26 de março. A conversa ocupou uma página inteira da edição. O caso Rose apareceu uma única vez, de relance e sem mostrar o rosto. Não mereceu mais que uma frase espremida entre outras questões numa pergunta só, formulada com a delicadeza de dançarinos de minueto: Desde que deixou a Presidência, o senhor tem sido até mais alvejado que a presidente. Foi acusado de tentar manter a chefe do gabinete da Presidência da República em São Paulo. Agora foi acusado de ter suas viagens financiadas por empreiteiras. Como o senhor recebe essas críticas e como as responde?
Releiam a sopa de letras condenada a figurar nas antologias dos piores momentos do jornalismo mundial. Para quem vê as coisas como coisas são, Lula é acossado desde o fim de novembro por dezenas de pontos de interrogação, 40 dos quais foram agrupados no post publicado em 4 de março. Para as piedosas inquisidoras do Valor, Lula talvez tenha cometido um só pecado venial:  “tentar manter a chefe do gabinete da Presidência da República em São Paulo”. Essa simplificação da roubalheira promovida por outra quadrilha de estimação é tão vergonhosa quanto a resposta do ex-presidente.
“Quando as coisas são feitas de muito baixo nível, quando parecem mais um jogo rasteiro, eu não me dou nem ao luxo de ler nem de responder”, pontificou o Lincoln de galinheiro. “Porque tudo o que o Maquiavel quer é que ele plante uma sacanagem e você morda a sacanagem”. Dito isso, deu o assunto por encerrado. Em poucas linhas, os participantes da conversa confirmaram que certas manifestações de covardia exigem mais coragem que atos de bravura em combate protagonizados por heróis de guerra.
É preciso muita coragem para mentir tão descaradamente quanto Lula. Tanta coragem quanto requer a submissão voluntária  a um entrevistado que conta mentiras com a segurança de quem sabe que também os entrevistadores não têm compromisso com a verdade.

NO BLOG DO ALUIZIO AMORIM

GOVERNO DE NICOLÁS MADURO LANÇA ABSORVENTE FEMININO BOLIVARIANO CONTRA O CAPITALISMO SELVAGEM

O nível da idiotia do tal socialismo bolivariano na Venezuela é algo insólito mas que não tem limites. Este vídeo é de um programa feminino da televisão estatal. A apresentadora mostra a versão bolivariana de absorventes femininos que podem ser lavados e reutilizados. Trata-se de um atentado à saúde das mulheres já que há pelo menos uns 50 anos são usados os absorventes higiênicos esterilizados e descartáveis.

Notem logo no início a apresentadora enaltece o produto por combater o desperdício do "capitalismo selvagem." É a ideologização da intimidade feminina...hehe...
Leitor da Venezuela que enviou este vídeo ao blog e que diz ter bom trânsito entre os chavistas assegura que o marketeiro de Nicolás Maduro, o baiano João Santana que dirige o marketing da Dilma e do Lula, gostou da idéia do absorvente bolivariano. Tanto é que deverá incorporá-lo ao planejamento de marketing a campanha da Dilma, quando serão distribuidos milhares de absorventes reutilizáveis para as mulheres brasileiras. Na versão petista, o absorvente terá as fotos do Lula e da Dilma no verso e no anverso. 
Cáspite!


NO BLOG UCHO.INFO

Maria do Rosário abusa da insanidade discursiva e não olha para as mazelas petistas

Parafuso solto – Ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, a petista gaúcha Maria do Rosário é a personificação da incoerência. Nesta segunda-feira (8), a ministra afirmou que as declarações do presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP), fora do Congresso Nacional têm incitado o ódio a e intolerância.

Há duas semanas, o deputado Marco Feliciano, em culto evangélico, disse que antes da sua chegada à presidência da CDHM o colegiado era comandado por Satanás. Em vídeos publicados na internet, o pastor diz que Deus teria mandado matar o cantor John Lennon, dos Beatles, e os integrantes da banda “Mamonas Assassinas”, vítimas de um acidente aéreo nas proximidades do aeroporto internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo.
“É lamentável que nos deparemos a cada dia com mais um pronunciamento, intervenção que incita o ódio, a intolerância e o preconceito. Já ultrapassa a barreira de uma comissão da Câmara. Diz respeito a todos nós”, disse Maria do Rosário, no Senado. “A Câmara, certamente, encontrará uma solução, ou o próprio Ministério Público, porque incitar a violência e o ódio é uma atitude ilegal e inconstitucional”, acrescentou a ministra.
Ao chegar à exposição em memória dos mortos no Holocausto e para marcar os 70 anos da insurreição dos judeus no Gueto de Varsóvia, na Polônia, Maria do Rosário lembrou que a intolerância e o preconceito foram responsáveis por massacres.
“Jamais uma etnia, uma religiosidade, uma forma de existência pode perceber-se superior às demais formas de existência humana. Estamos vendo aqui, em uma exposição sobre o Holocausto, o resultado do ódio, da intolerância e do desrespeito humano ao próximo, seja do ponto de vista étnico ou religioso”, disse a ministra.
Maria do Rosário é a primeira integrante do governo do PT a comentar sobre a polêmica que envolve o deputado Marco Feliciano, que, é preciso reconhecer, apelou ao devaneio quando se referiu a John Lennon e aos “Mamonas Assassinas”. No tocante ao fato de o parlamentar ter citado Satanás em culto, Maria do Rosário não tem o direito de dar qualquer palpite, pois a Constituição Federal prevê a liberdade religiosa. E cada um crê no que lhe convier.
A ministra precisa compreender que se Lula falou em “herança maldita” longo no primeiro mandato presidencial para camuflar sua conhecida e comprovada incompetência, não há razão para criticar a fala de Marco Feliciano, que no mencionado discurso não estava a serviço do Legislativo e muito menos do governo.
Maria do Rosário, que posa de politicamente correta quando convém a si e ao PT, precisa ser avisada que incitação ao ódio e à discriminação não pode ser pontuada apenas na fala de alguns, mas de maneira isonômica, independente de quem for o parlapatão. Aduladora confessa de Lula, a ministra deve se recordar quando o ex-presidente disse que acidade de Pelotas é exportadora de “viados”.
A ministra não pode ter esquecido o comportamento inadequado de sua companheira de Esplanada dos Ministérios, a arrogante Marta Suplicy, que durante campanha eleitoral questionou a masculinidade de seu então adversário, o ex-prefeito Gilberto Kassab, atualmente um aliado do governo. A mesma Marta, que finge ser defensora dos mais necessitados, disse certa feita, depois de enchente na capital paulista, que “pobre é falso, diz que não tem nada, mas qualquer chuvinha diz que perdeu tudo”.
No tocante ao “resultado do ódio, da intolerância e do desrespeito humano ao próximo”, Maria do Rosário, que é uma comunista radical, foi cautelosa para não ferir suscetibilidades na cúpula da esquerda internacional, em especial os facinorosos irmãos Raúl e Fidel Castro, cuja cartilha ideológica os companheiros petistas seguem à risca, como se a ilha caribenha jamais tivesse sido palco de um Holocausto mais longevo e em menores proporções.
Para alcançar a proeza de transformar o Brasil em baderna e alimentar a corrupção desenfreada, o PT adotou a tática de colocar lobos tomando conta do galinheiro. Maria do Rosário deveria, antes de qualquer declaração estapafúrdia, olhar para o próprio partido e rever suas posições ideológicas, pois a presidente Dilma Rousseff conseguiu indicar pessoa incoerente para tratar de assuntos sérios. E cuidar de direitos humanos está a anos-luz de gazeta ideológica.

Preço da cesta básica sobe em 16 capitais e mostra que o governo enfrenta a crise com mitomania

Sem desculpa – Nem mesmo os incautos abduzidos pelo governo por meio das esmolas sociais conseguem acreditar nos discursos palacianos sobre a economia nacional. Enquanto a presidente Dilma Rousseff e o ainda ministro Guido Mantega, da Fazenda, fazem declarações mentirosas que servem apenas para manter de pé o projeto de poder do PT,a crise econômica torna-se cada vez mais evidente.

De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o preço da cesta básica registrou alta em dezesseis das dezoito capitais que serviram de base para pesquisa do órgão. A Pesquisa Nacional da Cesta Básica apontou que as maiores elevações foram registradas em Vitória (alta de 6,01%), Manaus (4,55%), e Salvador (4,08%). Diminuição de preços ocorreu em duas localidades, Florianópolis (queda de 2,25%) e Natal (-1,42%).
Em São Paulo, a cesta básica continuou com maior valor médio: R$ 336,26. Na sequência aparecem as cidades de Vitória (R$ 332,24), Manaus (R$ 328,49) e Belo Horizonte (R$ 323,97). Em Aracaju (R$ 245,94), João Pessoa (R$ 274,64) e Campo Grande (R$ 276,44) foram registrados os menores valores.
Em março, o preço do feijão ficou mais caro em 16 capitais. As maiores elevações ocorreram em Aracaju (13,35%), Salvador (12,08%) e Fortaleza (11,65%). Os menores aumentos foram verificados em Campo Grande (1,23%), Belém (1,41%) e Curitiba (2,92%). Diminuição de preço ocorreu em Florianópolis (-12,1%) e Porto Alegre (-0,21%).
O leite in natura subiu em treze capitais. As maiores altas ocorreram em Aracaju (7,69%), Belo Horizonte (3,24%) e Belém (2,62%). Em Florianópolis, Goiânia e Salvador, os preços permaneceram estáveis. Em duas capitais, Natal (-0,69%) e Manaus (-0,36%) foram verificadas quedas nos preços.
Por mais que as autoridades tentem dourar a pílula, os números mostram que a inflação vem corroendo a economia. O aumento do salário mínimo concedido pelo governo tornou-se inócuo diante inflação real e nem sequer proporcionou um aumento no consumo, como alegaram os tecnocratas oficiais.
Com o Brasil cambaleando à beira do abismo econômico, o governo do PT teima em reverter a crise por meio do controle de preços, quando a solução é eliminar o processo inflacionário, algo que não será feito por Dilma Rousseff, cada vez mais preocupada com sua campanha pela reeleição.
Enquanto isso, o staff do Palácio do Planalto continua apostando na estratégia burra de debelar a crise por meio do consumo, algo impossível em um país onde dois terços da população recebem menos do que dois salários mínimos por mês e a o preço da cesta básica equivale a 50% do piso salarial (R$ 678). Não é à toa que dez entre dez brasileiros reclamam da situação em que se encontra o Brasil.







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