SER PAPA
-OUTRORA, SER PAPA ERA UMA SATISFAÇÃO,
HOJE, PODE SER UMA AFLIÇÃO! –
Por José Reis Chaves
No passado, ser papa era bem mais fácil do que
hoje. Isso porque as pessoas tinham um nível cultural baixo. E me arrisco a
dizer que elas, em geral, até deveriam ser pouco inteligentes em relação às de
hoje, considerando-se os fatores de evolução e tempo.
A função de papa
surgiu aos poucos. No princípio do cristianismo, havia 5 dioceses: Jerusalém,
Antioquia, Alexandria, Constantinopla e Roma. O bispo de Roma tornou-se mais
importante do que os outros, pois era da capital, vivendo próximo do imperador
e da corte. Sua opinião tinha peso maior do que a dos outros bispos. Santo
Agostinho, por exemplo, um dos criadores da Teologia Cristã, principalmente a da
Santíssima Trindade, procurava desenvolver suas ideias filosófico-teológicas em
consonância com as do bispo romano, contribuindo assim muito para com o seu
poder e o seu prestígio. Com o tempo, o bispo romano acabou sendo chamado de
papa (pai) dos cristãos, ou seja, o maior líder e chefe da cristandade. Mais tarde,
ganhou o título de Vigário de Cristo na Terra. Existe uma tradição, que
respeito, a qual ensina que são Pedro foi o primeiro papa, pois que teria sido
o primeiro bispo de Roma. Mas suspeita-se de que ela foi criada para engrandecer
o papa como sendo sucessor do grande apóstolo são Pedro, que foi martirizado em
Roma aonde chegou com são Paulo e foi preso no ano de 67. Pela Bíblia (Livro de
Atos e a Carta de são Paulo aos Romanos), percebe-se que Pedro nem sequer morou
em Roma.
O
Vaticano é um estado. Mas é também a sede da Igreja. Como estado, ele tem seus segredos de estado
e, por extensão, a Igreja também tem os seus. Por ser ambos relacionados com uma
religião, esses segredos têm também um caráter doutrinário. Isso é mais
provável, principalmente, porque a Igreja tem suas doutrinas polêmicas. E ela
acompanha a sua situação de crescimento e de decrescimento no mundo. Ademais,
ela já está reconhecendo, por meio de pronunciamentos de várias de suas
autoridades eclesiásticas, que ela tem que se adaptar às grandes transformações
do mundo atual.
Bento XVI, embora, às vezes, se comporte de
modo diferente, é um grande teólogo conservador. Ouso, pois, dizer que, além
das razões apresentadas por ele para a sua renúncia, deve haver outras que ele
tem todo o direito de conservá-las como segredo de estado e da Igreja. E elas,
por certo, devem envolver mudanças de questões doutrinárias sérias que estão provocando
a imigração de católicos para outras religiões, colocando em declínio a chamada
Barca de Pedro, e o pior, transformando também muitos católicos em pessoas sem
religião, quando não materialistas.
O fim
do papado de Bento XVI, de qualquer jeito, está sendo menos triste com sua
renúncia do que seria se fosse com sua morte! E ela pode ser devida também ao
fato de que ele quis, ou não quis tomar alguma importante decisão de caráter
doutrinário e que, por pressão de outras autoridades importantes da Igreja, de
dentro ou de fora do Vaticano, ele, então, preferiu essa renúncia, já que hoje
não é mesmo mais tão fácil ser papa como outrora o foi!
Na Rede Mundo Maior, por parabólica, satélite digital
Brasilsat C2 (antigo B1), “Presença Espírita na Bíblia”, com este colunista, nas quintas-feiras,
às 20h, com reprise nos domingos, às 23h. Para suas perguntas e sugestões: penb@redemundomaior.com.br E
o “Transição”, aos domingos, às 16h15 e outros horários da madrugada, na Rede
TV.
Em 12-3-2013, palestra deste
colunista em Divinópolis (MG), no Centro Espírita Jesus de Nazaré, Travessa do
Cobre, 57, Niterói, das 20h às 21h30.
Comentários
Postar um comentário