DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 16-3-2013

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO


CPI pode investigar
compra bilionária
da Petrobras

A oposição estuda a propositura de uma CPI para investigar graves indícios de evasão de divisas e lavagem de dinheiro na aquisição, pela Petrobras, de uma refinaria em Pasadena (Texas, EUA) por R$ 1,180 bilhão. O dono da refinaria havia pago US$ 42,5 milhões por ela sete anos antes. Graça Foster, presidente da estatal, foi chamada a se explicar na Comissão de Combate ao Crime Organizado da Câmara.

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É bom lembrar

A Petrobras perdeu 42% do seu valor no período em que Dilma Rousseff presidiu o seu conselho de administração.

Elo mais fraco

Mais de 60 mil trabalhadores atenderam a convocação de Lula e aplicaram seu FGTS em ações da Petrobras. Perderam 50% do valor.

Um pesadelo

Símbolo da “prosperidade” no governo Lula, a Petrobras virou pesadelo petista, após a política que segurou os reajustes e debilitou a estatal.

Novo ministro
jura distinguir
laranja de pepino

Indicado para o cargo de ministro da Agricultura pelo PMDB mineiro, o deputado Antonio Andrade alega que sua imperceptível presença na comissão de Agricultura da Câmara, durante seis anos, faz dele um especialista, quase um PhD, no tema. Ou seja, é do tipo que distingue laranja de pepino. Ele alega que sua formação de engenheiro também o qualifica para o cargo. No agronegócio, sua escolha repercutiu mal.

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Impressionante

O assalto à residência de um casal que trabalha na presidência da República impressionou pelo valor do produto do roubo: R$ 1 milhão.

Peça de museu

Primeiro a garantir que Hugo Chávez morreu em Cuba e que não era dele o corpo no féretro pelas ruas de Caracas, o jornal espanhol ABC jogou a pá de cal: embalsamento não dá certo num corpo decomposto.

Propaganda enganosa

A página da Ford convida o internauta a “montar” seu carro Fusion e a escolher a concessionária onde comprá-lo por R$ 112,9 mil (no caso do modelo Titanium AWD, teto solar). Mas em Brasília, concessionárias acrescentam R$ 9.010,00 ao preço e chamam a vigarice de “ágio”.

Não reza

Membro da “entourage” de Dilma cogitou sugerir convite a Lula para ir com ela ao Vaticano. Ficou na intenção. Roma não é Caracas.

NO BLOG DO NOBLAT

Carros oficiais são usados em encontro do PT

Fernanda Krakovics, O Globo
Apesar de ser um evento partidário, o Encontro Nacional de Mulheres Eleitas do PT teve um festival de carros oficiais transportando autoridades. No intervalo de 30 minutos, uma ministra, uma assessora especial do governo federal, uma senadora e uma prefeita chegaram ou foram embora em veículos custeados pelo poder público. O evento transcorreu durante todo o dia de ontem, em um hotel de Brasília, e prosseguirá hoje.
Um dos objetivos é orientar prefeitas, vice-prefeitas e vereadoras petistas, eleitas no ano passado, a desenvolver programas federais nos municípios.
Uma das que compareceram ao evento a bordo de um carro oficial foi a ministra Luiza Bairros (Igualdade Racial). Para o encontro, fechado à imprensa e organizado pelo PT, só foram convidados ministros do partido, e as participantes eram exclusivamente petistas.



Governo suspende kit educativo sobre aids

Lígia Formenti, Estadão
Um material educativo para prevenção de aids dirigido a adolescentes teve sua distribuição suspensa por determinação do governo federal. O kit, formado por seis revistas de histórias em quadrinhos, aborda temas como gravidez na adolescência, uso de camisinha e homossexualidade. A suspensão ocorre quase dois anos depois da polêmica interrupção da distribuição do kit anti-homofobia, por pressão de grupos religiosos.
As revistas em quadrinhos foram produzidas em 2010, numa parceria entre os Ministérios da Saúde, da Educação e organismos internacionais. O material seria usado como apoio do programa Saúde e Prevenção nas Escolas. Em seu primeiro fascículo, procura abordar o preconceito enfrentado por jovens gays.





Flávio Freire, O Globo
Maria Elena (foto abaixo) vive em Ituzaingó, a cerca de uma hora e meia de Buenos Aires. Na casa simples de um bairro arborizado, ela atendeu a imprensa do mundo todo. Bem-humorada, reiterou o que vem dizendo desde que seu irmão foi escolhido para comandar a Igreja Católica.
- Ele não queria ser Papa. Da última vez que conversamos, um dia antes de ele viajar para o Vaticano, me disse que não queria ser escolhido. Nos despedimos com um “até a volta”. Tinha certeza de que ele voltaria para Buenos Aires - afirmou ela.




NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO

Difamador do papa supera a própria delinquência e diz que Pontífice faz parte de complô para dominar a América Latina

Este é o pilantra que, a serviço de Cristina Kirchner, sustenta que o papa pertence ao complô para dominar a América Latina
O jornal “Página 12”, da Argentina, se destacou pelas críticas ferinas e bem-humoradas que fazia a Carlos Menem. Horacio Verbitsky, agora alçado pelo governo argentino à condição de difamador oficial do papa Francisco, é um dos seus fundadores. Pois bem, o antes tido como independente e corrosivo “Página 12” se transformou numa espécie de diário oficial das maluquices do casal Kirchner, em especial de Cristina. A publicação apoia de maneira descarada a saga da presidente contra a imprensa do país. Nos meios políticos argentinos, dá-se como certo que Verbitsky é o seu principal inspirador.  O homem é, assim, um Franklin Martins que deu certo, entenderam? O link do primeiro texto deste senhor contra o papa não está mais disponível por razão que desconheço. Lendo o texto, fica evidente que ele não tinha uma só evidência concreta contra Francisco, nada! Ao jornal italiano La Repubblica, admite isso. Acontece que o ex-terrorista montonero está “trabalhando”. Ele tem uma causa — e essa causa atende pelo nome de Cristina Kirchner.
Em novo artigo publicado no Página 12, Verbitsky volta a atacar o papa, agora em termos ainda mais baixos. Abre o artigo relatando um suposto telefonema da irmã de Orlando Yorio (um dos jesuítas presos em 1976). Ela estaria brava, indignada, lembrando que seu irmão, que já morreu, sempre afirmava que Jorge Bergoglio queria ser papa. Mais: ela também opina que o papa Francisco seria o homem certo para “tapar a podridão” da Igreja. Verbitsky vai mais longe: o papa faria parte de uma grande conspiração para dominar a América Latina.
Quem se dispuser a ler o texto na íntegra vai se deparar com uma peça pusilânime, eivada de acusações infundadas e anticatolicismo militante. Verbitisky faz pouco caso dos católicos, afirmando que, aos eventos mais inexplicáveis, a Cúria atribui a ação do Espírito Santo. O autor acusa Bento XVI de ter acobertado casos de pedofilia, o que é espantosamente mentiroso. Referindo-se à proximidade do então cardeal Bergoglio com os pobres, escreve o ex-montonero: “E nem mesmo estranharia se, com a brocha na mão e com seus sapatos gastos, Bergoglio empreendesse uma cruzada moralizadora para branquear os sepulcros apostólicos”. A expressão “sepulcros apostólicos branqueados”, no caso, é uma metáfora para a mera maquiagem dos problemas da Igreja.
Mais uma vez, sem provas, sem documentos, sem evidências, o autor recorre ao testemunho de terceiros para atacar Francisco. Um de seus interlocutores “católicos” (???), vejam lá,  é ninguém menos do que Leonardo Boff. Então tá…
Delírio conspiratórioNa nova peça asquerosa vinda a público, há ao menos um aspecto positivo: Verbitsky se entrega. Não tem vergonha nenhuma — comenta-se nos meios jornalísticos argentinos que é regiamente pago pra isso! — de fazer a defesa escancarada do governo de Cristina Kirchner no mesmo artigo em que volta a atacar o papa e o catolicismo.  A canalhice de Verbitsky assume proporções inigualáveis neste trecho, que traduzo (em vermelho). Leiam. Volto e seguida.
*
Sua biografia [do papa] é a de um populista conservador, como foram Pio XII e João Paulo II; inflexíveis em questões doutrinárias, mas com uma abertura para ao mundo, sobretudo para as massas despossuídas. Quando rezou sua primeira missa numa rua de Trastevere ou num terminal de Roma, falando às pessoas exploradas e prostituídas por poderosos insensíveis que fecham seu coração a Cristo; quando os jornalistas amigos contam que viaja de metrô ou ônibus; quando os fiéis ouvem suas homilias, pronunciadas com gestos de ator e em que as parábolas bíblicas coexistem com a fala lhana do povo, haverá os que vão delirar com a esperada renovação da Igreja. Nos 15 anos à frente da Arquidiocese de Buenos Aires, fez isso e muito mais. Mas, ao mesmo tempo, tentou unificar a oposição ao primeiro governo que, em muitos anos, adotou uma política favorável a esses setores, acusando-o de promover o conflito e o confronto justamente com aqueles setores que ele [o papa] acusava em seu discurso.
Agora poderá fazê-lo em outra escala, o que não quer dizer que ele vá se esquecer da Argentina. Se Pacelli [o papa Pio XII] recebeu financiamento da CIA para fortalecer a democracia-cristã [italiana] e impedir a vitória dos comunistas na primeira eleição pós-guerra e se Woytila [João Pulo II] foi um aríete que abriu o primeiro rombo no muro [regimes comunistas] europeu, o papa argentino poderá desempenhar o mesmo papel em escala latino-americana. Sua passada militância na Guarda de Ferro [juventude peronista de direita], o discurso populista que permanece — e, com ele, poderia até mesmo adotar causas históricas, como a das Malvinas — o habilitam a disputar a liderança desse processo, afrontando com palavras os exploradores e pregando mansidão aos explorados.
VolteiNo trecho acima, fica evidente que Verbitsky está empenhado em defender o governo de Cristina Kirchner, o primeiro que teria se preocupado com os pobres. Acusa o agora papa de ter tentado unificar a oposição contra essa grande líder… É uma mentira estúpida!  Mas isso ainda é o de menos.
Verbitsky incita os tolos a acreditar na mais recente teoria conspiratória: a de que Francisco faria parte de um grande complô para dominar a América Latina. Sei… Dominar contra quem e a favor de quem? Ele responde: a função do papa seria acalmar os pobres e, quem sabe?, indispô-los com líderes da qualidade de Cristina Kirchner, Rafael Correa ou Nicolás Maduro…
O jornalista demonstra ser também um homem sem nenhuma vergonha do ridículo. Dá curso a outras fantasias, como a história de que a CIA financiou Pio XII para que este garantisse recursos à democracia cristã italiana (por que a CIA precisaria do papa pra isso?) e a de que João Paulo II fazia parte de um complô para pôr fim ao comunismo…
É impressionante que tal grau de estupidez acabe influenciando o noticiário internacional. Por quê? De onde vem a credibilidade de Verbitsky? Ora, do fato de ter sido um terrorista e de ser um militante de esquerda, que conta com uma impressionante rede de difamação mundo afora. Não! Essa rede não obedece necessariamente a um comando de conspiradores. A maioria dos que veiculam essas porcarias é formada por idiotas, por inocentes úteis.
As teorias conspiratórias só prosperam porque rematados cretinos se querem superiormente inteligentes para detectar agentes secretos em ação. Quanto mais atrasado e miserável é o país, maior é o número de teorias conspiratórias influentes. Vejam Evo Morales: conseguiu convencer a maioria do povo boliviano de que capitalistas cúpidos sonham em dominar a Bolívia… Naquele país, o Brasil é visto como um satã imperialista… 
Texto originalmente publicado às 20h11 desta sexta
Por Reinaldo Azevedo

A gestão do “novo homem” na cidade de SP: xixi no mato

Ai, ai… Não vejo a hora de vislumbrar o “Arco do Futuro” de Fernando Haddad. Por enquanto, o que se tem, no presente, é xixi no mato nos parques públicos de São Paulo. A gestão de Fernando Haddad, o Supercoxinha que resolve tudo com uma piscadinha, tenta, claro!, culpar Gilberto Kassab, seu aliado, seu amigão. Leiam trecho de reportagem de Eduardo Geraque e Evandro Spinelli, publicada na Folha.Volto depois.
Um usuário, por volta das 13h de ontem, começa a urinar na mata, ao lado do prédio histórico que abriga o único banheiro do Trianon. O sanitário está interditado desde o início do mês “por problemas operacionais”, informa a placa. O mesmo ocorre com o banheiro feminino.  Em menos de 15 minutos, dez pessoas tentaram, em vão, utilizar o banheiro.
Os problemas operacionais em questão atingem 48 parques e são decorrentes de uma falha de gestão. A prefeitura não renovou ou assinou novos contratos com empresas para manutenção, manejo de plantas e segurança. Em algumas dessas áreas, não há limpeza nem guardas. “Alguns problemas vêm desde agosto [ainda na gestão de Gilberto Kassab (PSD)], mas nós estamos há 70 dias no cargo e reconhecemos o problema”, disse Ricardo Teixeira, secretário do Verde e do Meio Ambiente do governo de Fernando Haddad (PT).
Por problemas burocráticos e de gestão, disse, contratos vencidos acabaram não sendo renovados. “Em até 90 dias, no máximo, tudo vai estar funcionando direitinho.”
(…)
VolteiEntão… Haddad, mesmo sendo o Supercoxinha, não consegue conter as águas quando os temporais levam a cidade ao colapso. Embora os petistas sempre tenham culpado seus adversários pelo aguaceiro, a gente sabe que não é bem assim. Já o emporcalhamento dos parques, ah, essa é obra, sim, da nova gestão. A água do céu não é culpa de Haddad; o xixi no mato é.
Supercoxinha, no traço do leitor Boopo
Por Reinaldo Azevedo


NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES

Os gatunos liberticidas tentam furtar para reduzir a instrumento eleitoreiro até o atestado de óbito de Vladimir Herzog

Um certo Ricardo Lins assim começou o comentário que recebi no início da noite:
Hoje a família do Vladimir Herzog recebeu finalmente a versão retificada do atestado de óbito do Vlado. Agora na nova certidão consta como “causa da morte” : lesões e maus tratos sofridos durante interrogatório em dependência do 2º Exército (DOI-Codi). Enterra de vez a mentirosa versão dos militares de que Vlado havia se suicidado. Essa retificação bem que valeria um texto em seu blog, afinal, você estava lá na missa naquele dia e sempre foi um democrata.
O degolador de vírgulas e pontos deveria ter parado por aí. Mas devotos de seitas cafajestes têm de recitar de meia em meia hora a oração que o Grande Pastor ensinou. No balido seguinte, o autor do comentário profetiza que não escreverei sobre o tema e explica por quê: desde o fim da era dos generais, passei a apoiar a ditadura militar que combati enquanto existiu.
É mais que uma tese esquisita. É coisa de cretino fundamental. E nada tem de surpreendente: os idiotas perderam o pudor. E perderam a vergonha de vez.
Não conheço nenhum Ricardo Lins, mas sei quem são e como são os ricardolins. Vivem num mundo simplificado pelo maniqueísmo rastaquera. Quem concorda com Lula é gente fina, quem está com o PT é amigo do povo ─ se não for companheiro, merece a medalha de esquerdista honorário. Quem discorda de Lula é golpista, quem diverge do PT é carrasco dos pobres e inimigo da pátria.
A estupidez binária condena à danação eterna tudo que se mova fora do Brasil Maravilha. O resto tem vaga garantida no céu e vai passar a eternidade flutuando sobre flocos de nuvens profundamente azuis. Até José Sarney. Até Paulo Maluf. Até Fernando Collor.
Estou fora dessa. Estou onde sempre estive. No ato ecumênico celebrado na Catedral da Sé, por sinal, não vi nenhum dos blogueiros de aluguel, colunistas estatizados e outras abjeções canonizadas pelos ricardolins. Repito: nenhum. Faz sentido. Se tivesse sobrevivido àquele estranho Brasil, Vladimir Herzog estaria na mira dos torturadores de fatos. Ele sempre considerou desprezíveis figuras compradas para vender mentiras. Era um profissional decente. Não apertaria a mão da turma capaz de jurar que o mensalão foi inventado pela imprensa.
No dia do enterro de Vlado, enquanto seus matadores de Vlado prosseguiam a temporada de caça a comunistas, estava na redação de VEJA, ao lado de colegas que providenciavam refúgio para os perseguidos. Não vi nenhum vestígio dos  guerrilheiros de araque que já investiam em combates imaginários para lucrar no futuro com a Bolsa Ditadura. Faz sentido: Vladimir Herzog nunca embarcou na canoa dos que acharam possível substituir, a tiros, a ditadura militar pela ditadura do proletariado.
Eu também estava na redação da revista, enfim, em 29 de outubro de 1978, quando o juiz Márcio José de Moraes responsabilizou a União pela prisão ilegal e morte de Vlado. Exemplarmente corajosa, a sentença está na origem de decisões judiciais que desembocaram, nesta sexta-feira, na retificação do atestado de óbito. Até então, da mesma forma que o mensalão para o rebanho petista, o assassinato de Vladimir Herzog não existia para a ditadura militar.
A implosão da teoria do “suicídio”, difundida pelos encarregados da aplicação do que Rui Falcão hoje chama de “controle social da mídia”, foi o tema da reportagem de capa de VEJA. Lula já vivia de discursos em São Bernardo, mas nunca foi de perder tempo com proezas alheias. Se chegou a decorá-lo, esqueceu o nome do juiz que os ricardolins nem imaginam quem é. Márcio José de Moraes segue vivo na memória dos democratas que testemunharam a demonstração de bravura.
Se os sacerdotes tivessem algum apreço pela democracia, se os devotos não conspirassem permanentemente contra o Estado de Direito, o chefe da seita que governa o país há dez anos teria promovido Márcio José de Moraes a ministro do Supremo Tribunal Federal. “Lula é safo”, constatou o ministro do STF Marco Aurélio Mello. O protetor de bandidos de estimação adivinhou o que faria no julgamento do mensalão, por exemplo, o juiz que responsabilizou o governo militar pelo assassinato de Vladimir Herzog.
Os ricardolins continuam declamando que a grande roubalheira não existiu. O magistrado sem medo mandaria para a cadeia todos os larápios que prosperaram a serviço das causa liberticida.

NO BLOG UCHO.INFO

Irritado com a posição do Brasil no IDH, Mercadante deveria ler o livro do pai e buscar explicação no RS

Fora de órbita – Quando algum brasileiro, político ou não, ousa discordar do PT, não demora muito para alguém do partido surgir em cena e afirmar que é golpe das elites, do Judiciário e de parte da imprensa. Quando a discordância parte de um órgão como a Organização das Nações Unidas (ONU), que comprova numericamente a incompetência do partido, essa ousadia é chamada de injustiça.

Na quinta-feira (14), a ONU divulgou o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), em cujo ranking o Brasil permaneceu em 85º lugar. Foi o bastante para o governo acionar dois ministros, que foram incumbidos de justificar o injustificável. Algo como aplicar mais um drible na parcela incauta da opinião pública.
Ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello disse que “os dados brasileiros estão incorretos” e que “a avaliação é injusta com o Brasil”. A ministra não compreendeu que na ONU as pesquisas não são manipuladas, mas apenas constatam a realidade, sendo essa dura ou não.
A gritaria palaciana ganhou força com o fato de o Pnud ter desconsiderado em sua pesquisa 4,8 milhões de crianças, entre 5 e 6 anos, que já iniciaram sua atividade escolar, mas que ficaram de fora do relatório. Como a ONU não leva em conta a ampliação do ensino fundamental de oito para nove anos, o tempo de permanência de uma pessoa na escola estagnou em 14,2 anos, índice idêntico ao período entre 2000 e 2010.
Ministro da Educação apenas por arranjo partidário, o irrevogável Aloizio Mercadante tentou justificar, sem sucesso, o fracasso da pasta, que anteriormente foi comandada pelo maior especialista no assunto em toda a história brasileira, Fernando Haddad, de acordo com declaração de Lula.
“Se estamos tão bem no emprego, se distribuímos renda, se reduzimos de forma destacada internacionalmente a população de extrema pobreza, por que o indicador de IDH não reflete tudo isso que fizemos? Isso dá uma distorção brutal. A situação do Brasil é de estagnação quando houve uma inquestionável evolução”, disse Mercadante. Quem frauda a si mesmo, é o caso de Mercadante (clique e confira), não merece ser levado a sério quando tenta defender um governo indefensável.
Para provar que a ONU não se equivocou ao deixar o Brasil na mesma posição do ranking anterior, tomamos como base os dados de recente matéria publicada pelo jornal Zero Hora, do Rio Grande do Sul, estado que é governado pelo peremptório “companheiro” Tarso Genro. No território gaúcho, que sempre teve motivo para se orgulhar do baixo índice de analfabetismo, existem, segundo o ZH, 226 mil crianças fora da escola. Esse contingente é maior do que a população da quase maioria dos municípios sul-rio-grandenses. A situação é ainda pior porque 20% dos adolescentes gaúchos, entre 15 e 17 anos, não estudam, sendo que apenas 14% aprenderam o que deveriam na escola.
Que Aloizio Mercadante é soberbo e que no PT só há magnânimos todos sabem, mas é preciso que alguém com doses mínimas de bom senso explique ao ministro da Educação que miséria – material, intelectual ou social – não se extingue com decretos, anúncios pirotécnicos ou campanhas publicitárias milionárias.
Se o ministro tem dificuldade para compreender tal situação, que leia o livro “O Amanhã Começa Hoje”, de autoria do general Oswaldo Muniz Oliva, um militar extremamente inteligente que se especializou em planejamento estratégico ainda no tempo em que frequentava a caserna.
No citado livro, o general Oliva, que é pai de Mercadante, aborda o desenvolvimento a partir do planejamento estratégico. É possível que Mercadante desconheça esse fato e não tenha conseguido um exemplar do livro, que esgotou em seis meses, mas se for necessário o editor do ucho.info tem um na estante, presenteado pelo próprio general e com direito a dedicatória carinhosa.


Romário discursa contra presidente da CBF, mas é preciso isonomia com todos os envolvidos com a ditadura

Dando o troco – Como jogador de futebol, Romário de Souza Faria foi excepcional. Como deputado federal, até agora o ex-centroavante não cometeu nenhum desatino. Adversário figadal da cúpula da Confederação Brasileira de Futebol, desde os tempos de Ricardo Teixeira, o parlamentar pelo PSB do Rio de Janeiro volta a sua metralhadora na direção de José Maria Marin, atual presidente da entidade, que substituiu Teixeira no comando do futebol verde-louro.

Longe de ser unanimidade, Marin coleciona adversários nos mais diversos flancos, mas sua chegada ao comando da CBF aconteceu dentro das regras da instituição. Na alça de mira de Romário, o presidente da CBF é acusado de envolvimento com a ditadura militar.
Deputado federal durante a plúmbea era brasileira, José Maria Marin, durante discurso proferido na Câmara em 9 de outubro de 1975, pediu que providências fossem tomadas contra a TV Cultura, em nome da “tranquilidade dos lares paulistanos”.
No dia 24 de outubro, o então diretor de jornalismo da TV Cultura, Vladimir Herzog, o Vlado, foi convocado para depor no DOI-CODI, aparecendo morto em sua cela no dia seguinte. Na ocasião passaram à opinião pública a informação que o jornalista havia se suicidado, mas tudo não passou de uma farsa para camuflar o seu assassinato nos porões da ditadura.
José Maria Marin é a pessoa errada no lugar duvidoso, mas há anos ele integra a cúpula da CBF com o mesmo currículo. Ou seja, todos sabiam dos fatos que marcaram a carreira política de Marin. O ucho.info não está a contestar o posicionamento do deputado Romário, que é justo e necessário, mas é preciso que o tratamento seja isonômico. Até porque, no Congresso Nacional há alguns parlamentares que não apenas colaboraram com os militares, como receberam proteção e apoio político dos protagonistas do mais negro período da história nacional.
Por outro lado, Romário deveria exigir o mesmo tratamento aos terroristas que à época se posicionaram contra a ditadura e cometeram crimes bárbaros à sombra da desculpa de que era preciso evitar uma ditadura de esquerda, algo que nos dias atuais avança a passos largos no Brasil.
Que Marin seja ejetado da cadeira de presidente da CBF, mas que todos os que se encontram na mesma seara recebam o que lhes é devido. O que não se pode é fazer demagogia com base no revanchismo. Até porque, o mesmo crime não é menor se for cometido por um representante da esquerda ou da direita. É crime!








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