A RENÚNCIA DO PAPA



ESCRITO POR NIVALDO CORDEIRO | 07 MARÇO 2013 
ARTIGOS - RELIGIÃO

A Igreja nasceu em um meio pagão e sobre ele triunfou, porque a verdade é mais forte do que a mentira.
Outro grande desafio dos tempos é político: o embrião de governo mundial que ameaça todos, sobretudo os cristãos.

Temos que entender a renúncia de Bento XVI como de fato ela é: um sintoma da crise da Igreja, interpelada pelos desafios dos tempos. O papa Bento XVI renunciou como um grande que é. Não se acovardou, ele apenas viu que o que tinha que ser feito exigiu a energia de alguém mais jovem. A eleição agora de um novo papa dará a autoridade e a força necessárias para a travessia dolorosa que se aproxima.

Considero que o dossiê produzido a seu pedido a três cardeais foi a gota d’água. As revelações ali contidas, se envergonham os católicos, servem todavia de estímulo para a busca de uma Igreja mais santa. Bento XVI percebeu logo que estava diante da oportunidade para cortar fundo na raiz do mal, mas sabiamente preferiu deixar a tarefa ao sucessor, pelas razões postas acima.
A Igreja e o cristianismo em geral estão em xeque pelas investidas do que João Paulo II chamou de “cultura de morte”, esse renascer impetuoso do paganismo que se apresenta como defensor do aborto, do homossexualismo, do amor “livre”, da eutanásia. De forma alguma poderá haver flexibilização nesses pontos e o contra-ataque dos cristãos terá que ser por essa via: a afirmação da “cultura de vida”, do triunfo do espírito sobre a matéria, da ascese sobre o hedonismo, da verdade sobre a mentira. Reafirmar a primazia da família tradicional é um imperativo. E não é novidade: a Igreja nasceu em um meio pagão e sobre ele triunfou, porque a verdade é mais forte do que a mentira.
Dentro desse contexto a questão do homossexualismo ganha relevo, em face das seguidas denúncias de pedofilia contra prelados. E mais ainda porque a androginia é o símbolo satânico por excelência. Mais do que nunca reafirmar os valores do matrimônio como sacramento se reveste de total necessidade. Não é possível nem imaginar algum caminho alternativo.
Bento VXI escolheu muito bem o momento para fazer o seu retiro. Ele mesmo moldou o colégio de cardeais que elegerá o sucessor. Não espero surpresas, espero que um cardeal relativamente jovem, ortodoxo na doutrina e inflexível com a moral seja eleito, seguindo a linha trilhada por todos os papas. Será assim.
Aberta está a questão de como derrotar os defensores da “cultura de morte”. O caminho é o mesmo de sempre: a conversão, a evangelização, a cristianização dos pagãos. A tarefa mais urgente está precisamente na Europa, onde o neopaganismo fincou raízes e adquiriu poder de Estado. Mas essa sempre foi a tarefa da Igreja: evangelizar. Ela o tem feito desde sempre. Basta seguir sua própria trilha, para conseguir o objetivo.
Outro grande desafio dos tempos é político: o embrião de governo mundial que ameaça todos, sobretudo os cristãos. Os que advogam pelo governo mundial são aqueles mesmos que aderiram ao neopagnismo estóico e que colocaram os poderes estatais a serviço da implantação da nova (velhíssima!) moral. O maior inimigo da Igreja é o Estado moderno, tomado que foi pelos estóicos. Ter clareza de quem é o inimigo e de que armas ele se serve é também tarefa para o novo papa. Mas o inimigo sempre foi bem conhecido pela Igreja de Cristo.

Do Mídia sem Máscara de 08-3-2013.

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