DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 15-02-2013

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO


Mantida, atual política de preços pode agravar importação de combustíveis

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A administração da Petrobras parece ter decidido que não mais vai  ficar tentando tapar o sol com a peneira. Por isso, autorizou seu diretor de produção, José Carlos Cosenza, a dar uma entrevista de natureza muito técnica, mas cuja mensagem é clara: se a  política de preços dos combustíveis não for modificada, mesmo que a economia continue crescendo quase nada, o consumo vai aumentar e as importações de derivados - hoje já na casa dos 300 mil barris diários - vai explodir. Cosenza assegura que não se trata de um problema conjuntural, que possa ser resolvido do dia para a noite. Como as refinarias em construção seguem o dinamismo médio das obras do PAC, os problemas só serão definitivamente solucionados lá para 2020, 2022. A Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, começa a funcionar no começo de 2015 (dez anos depois do lançamento de sua pedra fundamental pelos presidentes Lula e Chávez, com quatro anos de atraso em relação à data prometida), a um custo oito vezes superior ao previsto (20 bilhões de dólares, em vez de 2,5  bilhões). Relatório recentíssimo da Agência Nacional de Petróleo, informa que o aumento da importação de combustíveis está esgotando o sistema logístico nacional,  e trazendo  risco concreto  de desabastecimento localizado. Segundo a ANP, a Petrobras registra prejuízos  desde 2004 com a política de não repassar as oscilações do mercado internacional aos preços da gasolina no mercado interno. Leia a análise do jornalista e diplomata Pedro Luiz Rodrigues.

Mania dos parlamentares de estender o feriado está virando moda no Brasil

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Será 2013, para o Congresso, um ano perdido? Muita gente concluirá, pela simples pergunta, má vontade permanente para com os representantes do povo e dos estados. Ranhetice, animosidade, até um pouco de falta de assunto para esse período que nos separa do  Carnaval, recém-encerrado,  da ansiada Semana Santa, quando se repetirá a mágica feita por deputados e senadores, de transformar um dia de folga numa semana ou duas de lazer. Depois, virão as festas de São João e as férias de julho. Em seguida, a Semana da Pátria, logo os feriados de Finados e Todos os Santos, para chegarmos nas vésperas do Natal e do Ano Novo sob a perspectiva  das férias de janeiro. O diabo, nesse calendário do absurdo, é que moda pegou, faz algum  tempo. No Judiciário, até no Executivo, mas também nas universidades, no empresariado e mesmo nos escritórios. Leia o artigo completo de Carlos Chagas.

Itamaraty já
apura assédio
moral na Austrália

O presidente da Comissão de Ética do Itamaraty, embaixador Denis Fontes de Souza Pinto, designou um “diplomata graduado”, cujo nome não revela, para apurar preliminarmente, em Sidney (Austrália), as denúncias contra o cônsul-geral do Brasil, Américo Fontenelle, e seu adjunto Cezar Cidade, acusados de humilhar e insultar servidores. Um deles, Luis Henrique Aroeira Neves, chutou o balde e os denunciou.

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15/02/2013 | 00:00

No terreno

O diplomata destacado a apurar a acusação de assédio moral chegou ontem a Sidney, para ouvir denunciados e servidores ofendidos.

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15/02/2013 | 00:00

Santo protetor

Entre diplomatas, Americo Fontenelle é conhecido por se jactar de suas relações com o ex-ministro José Dirceu, condenado no mensalão.

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15/02/2013 | 00:00

Reincidente

Acusado de assédio quando cônsul em Toronto (Canadá), Fontenelle foi premiado com o novo posto em Sidney. Haverá outro prêmio?

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Fantasia

A renúncia de Bento XVI no Carnaval esbarrou em outra polêmica com o governo Dilma: a maciça distribuição de camisinhas, que a CNBB condena. Os bispos estranham que ela vá a missas e não fale no Papa.

Defesa

Líder do PMDB, Eunício Oliveira (CE), saiu em defesa do presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN), e negou qualquer movimentação dele para emplacar um novo presidente no Banco do Nordeste.

Azedou

O senador democrata Bill Nelson pediu ao embaixador do Canadá que investigue se o Brasil exporta suco de laranja aos EUA através daquele país para não pagar tarifas, diz o South Florida Business Journal.

Pensando bem...

...o Congresso é um playground perto das intrigas seculares que envolvem a escolha e o mandato de um Papa.

NO BLOG DO NOBLAT

Derrubada de vetos pendentes pode causar rombo de até R$ 1 trilhão

O Globo
A possibilidade concreta de revogação de vetos presidenciais pelo Congresso deixou o Palácio do Planalto em alerta máximo e poderá resultar numa conta bilionária a ser paga pelos cofres públicos.
Para convencer os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que deverão analisar se o Congresso é obrigado ou não analisar todo o estoque de vetos presidenciais dos últimos 12 anos, a Advogacia Geral da União (AGU) apresentou nesta quinta-feira à corte uma petição com um levantamento do tamanho do rombo que eventuais mudanças na legislação em vigor em razão da derrubada de alguns vetos pode gerar.
O cálculo aponta que o custo adicional para o Tesouro chega a R$ 470 bilhões referentes apenas ao retroativo. Projetado para o futuro, a derrubada de alguns dos vetos pode gerar um gasto adicional para o Tesouro Nacional de até R$ 1 trilhão.


Rivais na Igreja Católica já ensaiam disputa no Conclave

O Globo
A rivalidade entre os dois já é conhecida. Mas o conclave, em meados de março, promete dar nova dimensão às divergências entre o secretário de Estado do Vaticano, Tarcisio Bertone, e o ocupante do cargo durante o papado de João Paulo II, Angelo Sodano. Segundo o jornal italiano “La Repubblica”, os dois cardeais já iniciaram uma ronda de contatos com os mais influentes religiosos que fazem parte do grupo responsável por escolher o novo Pontífice.
Se antes de ser eleito no conclave de 2005 Bento XVI já havia feito denúncias contra a “sujeira na Igreja” em razão dos escândalos de abuso sexual e a “ditadura do relativismo”, considerada uma ameaça à fé, agora ele reforçou o tom de alerta contra a rivalidade e a desunião no catolicismo.





NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO

Brasil na lista dos 10 países em que a liberdade de imprensa mais regrediu em 2012. Ou: Dinheiro público para financiar imprensa a favor é forma velada e sutil de censura

O Brasil está numa lista de 10 países em que a liberdade de imprensa mais sofreu retrocessos em 2012. A avaliação é do Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ, na sigla em inglês). Além de Banânia, integram o grupo o Equador, a Síria, a Somália, o Irã, o Vietnã,  a Etiópia, a Turquia, o Paquistão e a Rússia. Atenção! A lista tem um registro específico, reitere-se: são países em que mais houve retrocessos no ano passado; não quer dizer que sejam os piores lugares do mundo para o exercício da profissão.
Para elaborar a lista, a CPJ levou em conta seis critérios:
- mortes;
- prisões;
- legislação restritiva;
- censura estatal;
- impunidade em ataques contra a imprensa;
- jornalistas levados ao exílio
.
Eles explicam por que o Brasil está entre os dez, mas não a Argentina, por exemplo, apesar da cruzada movida por Cristina Kirchner contra a liberdade de imprensa. Quatro jornalistas foram assassinados em nosso país no ano passado, e os crimes continuam impunes — nenhuma das mortes se deu em um grande centro. Também ganhamos destaque quando o assunto é “legislação restritiva”. Por aqui, é fato, pululam determinações judiciais para que conteúdos sejam retirados da Internet, por exemplo — 191 só no ano passado.
A íntegra do texto da entidade, em português, que explica os critérios e fornece alguns detalhes sobre as ameaças à liberdade de imprensa, está aqui. Publico um trecho relativamente longo — vale a pena ler — e volto em seguida.
Por Karen Phillips:
As leis equatorianas proíbem que a família presidencial se beneficie com contratos estatais. Mas, após o livro “El gran Hermano”, escrito por Christian Zurita e Juan Carlos Calderón, revelar que o irmão do presidente Rafael Correa obteve U$600 milhões em contratos governamentais, os autores foram os únicos que tiveram problemas com a lei. Zurita e Calderón foram declarados culpados de difamar o presidente, e cada um foi condenado a pagar US$ 1 milhão em indenização. Ambos posteriormente receberam indulto presidencial, depois que Correa atingiu o objetivo de intimidar a imprensa do país. “Ficou claro que nenhum meio de comunicação de pequeno ou médio porte se engajaria em grandes reportagens críticas contra o governo”, declarou Zurita ao CPJ.
O uso feito por Correa de disposições penais de difamação para silenciar dissidentes é uma das várias táticas repressivas do governo que levaram o CPJ a incluir o Equador na lista de Países em Risco, que identifica os 10 Estados do mundo onde a liberdade de imprensa mais sofreu em 2012. O CPJ, que está publicando sua lista de Países em Risco pela primeira vez, também identificou a Síria e a Somália, países assolados por conflitos, junto com o Irã, o Vietnã e a Etiópia, nações governadas por domínios autoritários. Mas a metade das nações que estão nesta lista — Brasil, Turquia, Paquistão e Rússia, assim como Equador — pratica alguma forma de democracia e exerce influência significativa em escala regional ou internacional.
Para elaborar a relação, a equipe do CPJ examinou seis indicadores de liberdade de imprensa: mortes, prisões, legislação restritiva, censura estatal, impunidade em ataques contra a imprensa e jornalistas levados ao exílio. Os países designados não são, necessariamente, os piores lugares do mundo para a imprensa; tal cenário incluiria nações como Coreia do Norte e Eritreia, onde a liberdade de expressão é sufocada há muito tempo. Em vez disso, a lista global identifica os 10 países onde o CPJ documentou as mais significativas tendências de retrocesso em matéria de liberdade de imprensa durante 2012, que incluíam:
As ameaças à liberdade de imprensa não se restringiram às fronteiras dessas nações. Quatro Estados da lista de Países em Risco procuraram minar iniciativas internacionais ou regionais de liberdade de imprensa durante o ano. A Rússia pressionou pelo controle centralizado da Internet antes da Conferência Mundial de Telecomunicações Internacionais. O Equador liderou um esforço, apoiado pelo Brasil, para enfraquecer a capacidade da Comissão Interamericana de Direitos Humanos de intervir em casos de abusos sistêmicos ou graves da liberdade de imprensa. O Brasil e o Paquistão participaram de um pequeno grupo de países que tentou frustrar um plano da ONU para melhorar a segurança de jornalistas e combater a impunidade em todo o mundo.
Retrocessos no Brasil são particularmente alarmantes, dado seu status de liderança regional e sede de um conjunto diversificado de meios de comunicação. O CPJ constatou que o aumento de assassinatos de jornalistas, a falha no combate à impunidade e um padrão de censura judicial colocaram a liberdade de imprensa em risco no Brasil. A Turquia também tem projetado uma imagem de modelo regional de liberdade e democracia. Porém, enquanto o primeiro-ministro Recep Tayyip Erdo?an tem expressado um compromisso com a liberdade de imprensa, seu governo tem utilizado uma lei antiterror como ferramenta para prender e intimidar jornalistas.
Menos surpreendente, mas não menos preocupante, são os retrocessos no Vietnã, Etiópia e Irã. Ainda que a Etiópia e o Vietnã tenham sido aplaudidos por seus avanços econômicos, ambos os países apresentaram atrasos no que se refere à abertura e liberdade da imprensa. As condições pioraram em 2012, quando autoridades etíopes e vietnamitas aumentaram consideravelmente os esforços para reprimir a dissidência por meio da prisão de jornalistas com base em acusações de agir contra o Estado. O Irã, ignorando as críticas internacionais ao seu histórico em matéria de  liberdade de imprensa, intensificou seu ataque às vozes críticas iniciado depois da disputada eleição presidencial de 2009.
Na Síria e na Somália, onde os jornalistas enfrentaram riscos vindos de diversas direções, o número de mortes aumentou. A pesquisa do CPJ mostrou que o fogo cruzado foi a principal causa de morte para jornalistas na Síria, ainda que pelo menos três profissionais tenham sido assassinados. Tanto os rebeldes quanto as forças leais ao presidente Bashar al-Assad foram implicados em atos de violência contra a imprensa. Todos os 11 jornalistas mortos na Somália em 2012, o ano mais sangrento para a imprensa no país, foram alvo de represália direta por seu trabalho. Insurgentes e funcionários do governo são suspeitos de envolvimento. Nos dois países, as fileiras de jovens jornalistas, muitos com pouco treinamento e experiência, foram particularmente atingidas.
BRASILQuatro jornalistas foram assassinados no Brasil em 2012, superando a cifra registrada no ano anterior e convertendo o país no quarto mais letal do mundo para a imprensa durante o período, revelou a pesquisa do CPJ. Seis dos sete jornalistas mortos nos últimos dois anos haviam noticiado a respeito de corrupção oficial ou crime e todos, com exceção de um, trabalhavam em áreas interioranas. O sistema judiciário brasileiro não conseguiu acompanhar o ritmo.
“A falta de investigações sérias desses crimes deu aos agressores a noção de que não serão identificados e punidos”, disse Mauri König, veterano repórter investigativo veterano homenageado pelo CPJ em 2012 com o Prêmio Internacional de Liberdade de Imprensa. O Brasil ficou em 11º lugar no Índice de Impunidade 2012 do CPJ, que calcula os assassinatos não resolvidos de jornalistas como uma porcentagem da população de cada país.
A censura judicial permaneceu um problema no Brasil, onde empresários, políticos e funcionários públicos entraram com centenas de ações judiciais alegando que jornalistas críticos ofenderam sua honra ou invadiram sua privacidade, mostrou a pesquisa do CPJ. Os querelantes tipicamente procuram ordens judiciais para impedir que jornalistas publiquem qualquer outra informação sobre eles e para retirar do ar materiais disponíveis online. No primeiro semestre de 2012, de acordo com o Google, os tribunais brasileiros e outras autoridades enviaram à empresa 191 ordens judiciais para a remoção de conteúdo.
“Tais ações judiciais minam a democracia e a imprensa do país, e criam um clima de insegurança legal que, de certa forma, se reflete na qualidade da cobertura de questões de interesse público”, declarou König ao CPJ.
O Brasil também não apoiou a liberdade de imprensa no cenário global. Em março, as objeções levantadas pelo país e um pequeno número de outras nações quase frustraram um plano da ONU para melhorar a segurança de jornalistas e combater a impunidade em todo o mundo. Três meses depois, o Brasil apoiou uma ofensiva liderada pelo Equador para enfraquecer a Comissão Interamericana de Direitos Humanos e sua relatoria especial sobre liberdade de expressão.
(…)
TURQUIACom 49 jornalistas presos por seu trabalho em 1º de dezembro, a Turquia emergiu como o país com o maior número de jornalistas encarcerados em todo o mundo, de acordo com a pesquisa do CPJ. Um relatório especial do CPJ, de outubro de 2012, constatou a existência de leis extremamente repressivas, particularmente no Código Penal e na lei antiterror; um código processual penal que em larga medida favorece o Estado; e um ríspido tom contra a imprensa nos mais altos níveis do governo.
Jornalistas curdos, acusados de apoio ao terrorismo por cobrir as opiniões e atividades do banido Partido dos Trabalhadores do Curdistão, representam a maioria dos jornalistas presos. Eles foram acusados sob uma lei antiterror redigida em termos amplos que permite às autoridades relacionar atividades de reportagem com o engajamento em organizações terroristas. Mais de três quartos dos jornalistas presos não foram condenados por um crime, mas estavam detidos enquanto aguardavam a resolução de seus casos.
Erdogan tornou um hábito impetrar ações judiciais por difamação e fazer ataques públicos aos que são críticos na imprensa, instando os donos dos meios de comunicação e editores a controlá-los. “Estamos à mercê do governo”, disse um jornalista, que falou em condição de anonimato. “Se escrevo algo que enfurece [Erdo?an], ele pode pedir minha demissão no dia seguinte.” Neste contexto, a autocensura é a chave para permanecer empregado e fora da prisão. 
(…)
VolteiFico, vamos dizer assim, intelectualmente satisfeito ao ver a Turquia nesse grupo. Escrevi aqui há alguns dias que considerava absurda essa história de considerar aquele país um exemplo de “democracia islâmica”. De “sociedade islâmica onde há eleições”, isso até pode ser. Exemplo de democracia? Nunca!
Convite à CPJNo que diz respeito ao Brasil, a CPJ pode afinar ainda mais os seus critérios. As entidades empenhadas na defesa da liberdade de expressão têm de começar a se preocupar cada vez mais com o assédio estatal à imprensa. Há que ser considerado um índice também negativo o uso de dinheiro público para intimidar líderes da oposição e o jornalismo independente, como se tornou corriqueiro por aqui.
Hoje, como é de conhecimento público, recursos de empresas estatais e da administração direta são fartamente empregados para financiar veículos de comunicação e jornalistas cuja tarefa é defender a versão do partido que lidera a coalizão que está no poder e tentar desmoralizar seus críticos ou adversários. Trata-se de mais um retrocesso, uma vez que o dinheiro público, que a todos pertence, é empregado em defesa de uma facção. Convido a CPJ a considerar que essa é das mais capciosas e sutis formas de intimidar o jornalismo livre.
Por Reinaldo Azevedo


NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES


‘O fim da miséria?’, por J. R. Guzzo

PUBLICADO NA REVISTA EXAME
J. R. GUZZO
O governo divulgou no início de fevereiro vitórias importantes contra a miséria e prometeu que a partir do mês que vem não existirá mais pobreza extrema no Brasil. Isso quer dizer que não haverá ninguém, já agora em março, com renda inferior a 70 reais por mês em todo o território nacional. Segundo os critérios oficiais em vigor, geralmente avalizados por organismos internacionais, essa quantia é a marca que define quem é quem na escala social brasileira. O cidadão que tem uma renda mensal de 70 reais, ou menos, é um miserável oficial; quem consegue passar esse limite já não é mais. “Tiramos, entre 2011 e 2012, mais de 19,5 milhões de pessoas da pobreza extrema”, afirmou a presidente Dilma Rousseff. “Até o mês de março vamos zerar o cadastro”. Segundo o governo, há no momento 600.000 famílias nesse registro; não haverá mais ninguém dentro de um mês, salvo um número incerto de cidadãos que estão na miséria, mas não no cadastro. Esses ainda terão de ser encontrados para receber do Tesouro Nacional, a cada mês, os reais que vão salvá-los.
Pode haver erros nessas contas, é claro, mas não se trata de números argentinos: basicamente, retratam a realidade aproximada da fossa social brasileira. A dimensão numérica, portanto, está certa. O problema é que ela também está errada ─ pois leva o governo a concluir que a miséria está acabando no Brasil, quando é mais do que óbvio que ela continua existindo, e existindo à toda. A primeira dificuldade com a postura oficial está na pessoa verbal utilizada pela presidente. “Tiramos” da miséria, disse ela ─ uma apropriação indébita da realidade, pois quem tirou aqueles milhões de brasileiros da linha inferior aos 70 reais não foi ela nem seu governo, e sim o contribuinte brasileiro. Foi ele, e só ele, quem sacou o dinheiro de seu bolso, através dos impostos que paga até para comprar um palito de fósforo, e o entregou às coletorias fiscais; se não fosse assim, não haveria um único tostão a distribuir para pobre nenhum.
Trata-se de um vício incurável nos circuitos neurológicos dos governantes brasileiros. Acreditam na existência de uma coisa que não existe: “dinheiro do governo”. É como acreditar em disco voador. A diferença é que tiram proveito de sua crença; é o que lhes permite dizer “eu fiz” tantas escolas, tantos quilômetros de estrada e por aí afora, como se o dinheiro gasto em tudo isso tivesse saído de sua própria conta no banco.
O problema essencial, porém, está na lógica. Como nos ensina Mark Twain, que elevou o bom senso à categoria de arte em quase tudo o que escreveu, existem três tipos de mentira: a mentira, a desgraçada da mentira e as estatísticas. Esse anúncio do fim da pobreza extrema é um clássico do gênero. A estatística precisa, obrigatoriamente, de um número fixo para definir qualquer coisa que pretende medir, assim como um metro precisa ter 100 centímetros. No caso, o número escolhido, e aceito por organizações imparciais mundo afora, foi 70 reais ─ mas não faz absolutamente nenhum nexo afirmar que uma pessoa que ganhe 71 reais por mês, ou 100, ou 150, tenha saído da miséria. O resumo dessa ópera é claro. Daqui a alguns dias, não haverá mais miseráveis nas estatísticas do Brasil; só haverá miseráveis na vida real. Além disso, seremos provavelmente o único país do mundo em que a miséria teve uma data certa para desaparecer. O governo poderá dizer: “O Brasil acabou com a miséria no dia 15 de março de 2013, às 18 horas, ao fim do expediente na administração federal”.
Praticamente nenhum cidadão brasileiro, ao sair todo dia de casa, leva mais do que 15 minutos para dar de cara com alguma prova física de miséria. Mas, do mês de março em diante, terá de achar que não viu nada. Se procurar alguma autoridade para relatar o fato, ouvirá o seguinte: “O senhor deve estar enganado. Não há mais nenhum miserável no Brasil”. É assim, no fim das contas, que funciona o sistema cerebral do governo. A realidade não é o que se vê. É o que está no cadastro.



NO BLOG UCHO.INFO


Acordo de livre comércio entre os EUA e a União Europeia reforçará crise da economia brasileira

Marcha à ré – Lambança é a palavra mais apropriada para classificar o desempenho de Celso Amorim à frente do Itamaraty, durante os dois governos de Luiz Inácio da Silva. O ex-chanceler conseguiu não apenas estender a mão a ditadores truculentos e dar guarida a adeptos do golpe, mas alcançou a proeza de atrapalhar a participação do Brasil nas negociações da Organização Mundial do Comércio, a OMC. Em qualquer país do planeta Amorim seria punido, mas no Brasil ele foi recompensado pela companheira Dilma e agora está no comando do Ministério da Defesa.

Enquanto Celso Amorim via a banda do comércio internacional passar e as autoridades econômicas do governo posavam de parentes de Aladim, Estados Unidos e União Europeia tratavam dos detalhes de um acordo econômico que há quase cinco décadas era discutido. Nesses dez anos em que o PT gazeteou nos quatro cantos do planeta, com Lula empunhando o trompete da mentira, União Europeia e Estados Unidos avançaram na criação do maior acordo de livre comércio de todos os tempos, que prejudicará ainda mais a já combalida economia brasileira. Nesse período, o Palácio do Planalto, impulsionado pelo messianismo que brota na Esplanada dos Ministérios, se dedicou a patrocinar litigâncias que deram em nada.
Para se ter ideia do tamanho do estrago que representará a pasmaceira do governo brasileiro, o comércio entre norte-americanos e europeus movimenta perto de US$ 700 bilhões por ano, o que representa aproximadamente um terço do comércio internacional. Esse acordo comercial não começa a funcionar dentro de alguns dias, pois regras ainda precisam ser estabelecidas, mas a catástrofe já faz eco antecipado no Brasil.
Com esse acordo, a União Europeia passará a comprar dos Estados Unidos produtos que eram fornecidos pelo Brasil, como aço, equipamentos, combustível, carne bovina e algodão. Nessa bilionária via comercial que será formada no Atlântico Norte, EUA e União Europeia compraram, um do outro, aviões e automóveis, mercado que tinha a participação de produtos brasileiros em ambos os mercados. O tal acordo estará funcionando efetivamente dentro de no máximo dois anos, o que em termos de tempo quando o assunto é comércio internacional representa quase nada.
Para minimizar os efeitos do golpe provocado pela letargia das autoridades, o governo brasileiro precisará tomar medidas de incentivo à indústria local, tornando os produtos mais competitivos no mercado internacional. Para isso será preciso desvalorizar o real diante da moeda norte-americana, o que só é possível se a inflação estiver sob controle ou o governo encontrar outra ferramenta para impedir o seu estouro. Com a equipe econômica atual, que esbanja incompetência de forma assustadora, consertar o estrago provocado pelo era Lula é missão impossível.
Diante das dificuldades que apontam no horizonte, a economia brasileira enfrentará reveses preocupantes, que podem colocar por terra, de uma só vez, o discurso ufanista entoado por Lula, Dilma e os companheiros.
Por questões meramente ideológicas, não comerciais, o Brasil preferiu parolar com os parceiros do Mercosul (Argentina, Uruguai e Venezuela, além do Paraguai que está suspenso), na esperança de que as regras do bloco sul-americano seriam respeitadas, entre elas a de consenso coletivo para a criação de acordos comerciais terceiros, o que não aconteceu. As previsões de crescimento da economia para 2013 têm caído semana após semana, como aconteceu no ano passado.
Se o acordo EUA – União Europeia começar a funcionar na prática até o final de 2014, a economia brasileira irá pelo ralo e sem direito a retorno imediato. Com isso, a reeleição de Dilma Rousseff torna-se cada vez mais difícil, o que explica a decisão, ainda não oficial, do governador pernambucano Eduardo Campos de concorrer à Presidência em 2014. A esse cenário nada suave acrescente-se a conta bilionária que será deixada pela Copa do Mundo.
Mesmo assim, quando o ucho.info afirma que os petistas são incompetentes e os palacianos desconhecem qualquer significado da palavra planejamento, a esquerda verde-loura torce o nariz e nos dedica críticas.

Depois de estraçalhar a economia brasileira, o PT decidiu comemorar os dez anos em que está no poder

Falta espelho – Jamais alguém conseguiu destruir a economia de um país em tão pouco tempo como fez o PT nos últimos dez anos. Considerado como fugitivo da imprensa porque não tem como explicar os escândalos de corrupção em que se envolveu, Lulacontinua dando ordens nos bastidores do governo deDilma Rousseff e na administração de Fernando Haddad. Gazeteiro profissional e embusteiro incorrigível, Lula conseguiu jogar pelo ralo não apenas uma década, mas várias outras em que os brasileiros não mediram esforços para colocar o Brasil no prumo.

Lula vendeu ao mundo uma bolha de virtuosismo que começa a estourar e provocar estragos em todos os segmentos. Ressuscitou o mais temido fantasma da economia, a inflação. Arruinou a indústria nacional. Patrocinou seguidos escândalos de corrupção. Abusou da pirotecnia para inaugurar obras que estão paralisadas. Empurrou os desavisados ao endividamento recorde. Jogou os afoitos na vala da inadimplência. Velhaco, reinventou a classe média para escapar da peçonha dos enganados. Em tempo recorde aniquilou a crença dos cidadãos no amanhã.
Elegeu Dilma Rousseff e decidiu que Guido Mantega continuaria no Ministério da Fazenda. Tirou outro incompetente, Paulo Bernardo, do Planejamento e colocou no Ministério das Comunicações. Esperou a queda de Nelson Jobim para emplacar o funesto Celso Amorim no Ministério da Defesa, que no Itamaraty foi a “fulanização” do fracasso. Esse enxadrismo de cargos e indicações tem razões bisonhas nos bastidores. A Lula não importa a situação econômica do Brasil, pois o projeto petista é socializar a miséria. Quem nunca foi afeito ao trabalho desconhece o significado de crescimento econômico planejado e sustentável. Foi com essas mentiras que Lula conseguiu entupir a estante do seu apartamento com títulos de doutor honoris causa, cujas concessões destruíram a reputação de universidades seculares.
Lula conseguiu, com a ajuda de Fernando Haddad, corroer o nível da educação no País. Mesmo assim, fincou Haddad na prefeitura paulistana. O escandaloso despreparo de Lula como administrador público serviu de base para a tese de doutorado em economia de Aloizio Mercadante, que protagonizou a maior proeza do planeta em todos os tempos. Fraudou a si mesmo. Fez de um livro pífio, cujo conteúdo é mero “puxa-saquismo”, em tese que foi aceita ao arrepio das normas da Unicamp.
Os setores da imprensa que dependem da publicidade oficial têm o Palácio do Planalto como pauteiro. Jornalistas que noticiam a verdade são perseguidos, monitorados, grampeados, intimidados pela tropa de choque do partido.
Como chefe de governo, Dilma Rousseff é um fracasso colossal. Como garantia de continuidade, Dilma materializa a única verdade que Lula contou na vida. Afinal, a presidente conseguiu dar continuidade ao caos. O cenário já teria levado o mais amador dos economistas ao suicídio, mas o Partido dos Trabalhadores realizará, no próximo dia 20, uma festa para comemorar dez anos de governo democrático e popular.
A festa, que será uma ode à utopia, acontecerá no Parque de Exposições do Anhembi, na Zona Norte da capital paulista. Lugar menor não serviria, porque as mentiras de Lula e a soberba dos companheiros precisam de muito espaço. A escolha do local tem ao menos uma questão lógica, que é a localização. Fica ao lado do sambódromo paulistano, lugar adequado para fantasias.




NO BLOG ALERTA TOTAL


Inimigo ameaça divulgar provas da ligação de Lula com esquemas de Rosemary – cada vez mais blindada



Por Jorge Serrão – serrao@alertatotal.net
Exclusivo – Um grande empresário-investidor, que se diz inimigo figadal de Luiz Inácio Lula da Silva, ameaça divulgar documentos comprometedores da relação íntima e de negócios entre o ex-Presidente e a amiga Rosemary Nóvoa Noronha. Enquanto ocorre tal jogo de blefe-chantagem, Lula e seus principais colaboradores tentam articular, nos bastidores do Judiciário e da mídia amestrada, todo um esquema para abafar o Rosegate. O objetivo é conseguir o milagre de livrar Rose do indiciamento no inquérito da Operação Porto Seguro, para que nada respingue em Lula.

O Rosegate corre em quase segredo judicial. Nos principais jornais  e televisões, a recomendação interna é “esperar para ver o que acontece, sem nada divulgar por enquanto”. Os abafadores até usam o cínico e inconsistente argumento de que revelações bombásticas do caso, prejudicando Lula, “podem atingir também a Presidenta Dilma Rousseff e atrapalhar a governabilidade, neste momento delicado de combate à inflação”. Embora tenha sido apenas uma funcionária de terceiro escalão (chefe de gabinete do escritório da Presidência em São Paulo), na prática, Rose ganha o status de alguém com “foro privilegiado”, cuja blindagem é a prioridade máxima da petralhada.

O esquema de abafamento só pode esbarrar em um personagem: Roberto Gurgel. Nos bastidores do Judiciário e do Congresso, circula a informação de que o Procurador-Geral da República sabe absolutamente de tudo sobre o caso. O problema real é que Gurgel não se sente em condições plenas de enfrentar Lula. Gurgel é até alvo de uma campanha difamatória promovida por governistas. Os aliados de Lula jogam com a ameaça de que a Presidenta Dilma pode até pedir a renúncia dele – o que seria aceito pela maioria amestrada do Senado.

Protegendo Gurgel

O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) denunciou ontem, na tribuna do plenário, o esquema para derrubar Gurgel:

Na minha opinião e na opinião do PSDB, não há nada na atuação dele que mereça qualquer tipo de censura política por parte do Senado. Duvido que a presidente Dilma tome a iniciativa de propor a destituição de Gurgel. Ela é uma mulher de bom senso e não seria capaz de tamanho desatino, de tamanha loucura”.

Aloysio Nunes lembrou que, se existir algum fato que desabone a conduta de Gurgel, este deve ser submetido às leis e às instâncias competentes.




Petição virtual tem de valer

Internautas lançam um movimento nacional para que a Assinatura Virtual em Petições Públicas e Abaixo Assinados tenha força legal.

Por isso pedem o máximo apoio ao Projeto de Lei do Senado PLS 129/2010 – já aprovado na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática do Congresso.



Descaso papal

Descobriu-se por que Dilma Rousseff não quis abrir a boca sobre a renúncia ddo chefe de Estado Bento 16.

O motivo é que o Papa dos católicos (líder religioso de 64% dos brasileiros) não a convidou para uma visita oficial ao Vaticano.

Quem sabe o próximo Pontífice faz uma agrado a nossa Presidenta...


Freud explica?

O Valor informa que a petrolífera portuguesa Galp, presidida por Manuel Ferreira de Oliveira, pretende direcionar a maior parte de seus investimentos, nos próximos anos, para o Brasil.

Será que é porque a empresa tem ligações muito fortes com os Silva do PT: Luiz Inácio e José Dirceu?

Oficialmente, a Galp acredita no conto do pré-sal brasileiro – no qual investiu 400 milhões de Euros só no ano passado...



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