DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 14-01-13

NO BLOG DO EGÍDIO SERPA


No sertão cearense, o cenário da seca


Permanece cinzenta a perspectiva de inverno (estação de chuvas) neste ano.

No Ceará, o céu continua azul, o sol abrasador consome pela evaporação a água dos açudes, muitos dos quais já estão literalmente secos, e as populações isoladas do sertão repetem sua rotina de caminhar meia légua ou légua inteira em busca do que dar de beber às suas crianças.
Esta é a pior seca dos últimos 50 anos, e o drama social só não é maior por causa das bolsas federais que garantem o dinheiro para a compra do feijão, da farinha e da carne salgada.
Se o homem não voltar a respeitar a natureza, esse drama só piorará.

Projeto S. Francisco: Dnocs tem expertise


Engenheiros do serviço ativo – e aposentados – do Dnocs desconfiam de que há uma manobra do Palácio do Planalto no sentido de esvaziar esse que é a fonte de tudo o que o Nordeste dispõe hoje – desde os recursos hídricos, incluídas as grandes barragens e os perímetros de irrigação, até a malha rodoviária básica e os institutos de pesquisas ictiológicas que tornaram vanguardista a região nas áreas da aquicultura e da pesca.

O Dnocs é, do ponto de vista dos seus cientistas, o organismo ideal para fazer a operação e a gestão do Projeto S. Francisco de Integração de Bacias.
Tem expertise e gente preparada para essa tarefa.
Mas o Palácio do Planalto quer criar um órgão novo, seguindo a má tradição brasileira.
Será um tiro no pé.

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO

Embratur diminui
presença do
Brasil no mundo

À frente de políticas de turismo, a Embratur praticamente não justificou sua existência em 2012, sobretudo na missão de divulgar o Brasil no exterior. Talvez abatido com a morte do filho, vítima de negligência em hospital de Brasília, o presidente da autarquia, Flávio Dino, diminuiu e até cancelou a presença do Brasil em feiras internacionais de turismo, como a célebre BIT de Milão (Itália), da qual participava havia 20 anos. Isto às vésperas da Copa das Confederações e da Copa do Mundo

Complexo de vira-latas

Nas feiras das quais ainda participa, o Brasil ocupa espaços menores que países como Paraguai, até compartilhando estandes. Um vexame.

ONGs internacionais freiam Brasil, 
diz antropólogo

Após trabalhar na demarcação de oito terras indígenas na Amazônia, o antropólogo Edward Luz denuncia que as ONGs internacionais, que se dizem defensoras de questões indígenas e ambientais, freiam por mais de três décadas crescimento do Brasil. Em entrevista à revista Infovias, Luz alerta que esses grupos manipulam as minorias para impedir o desenvolvimento do país, visto como “ameaça às superpotências”.

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Quem está por trás

Segundo Edward Luz, esse batalhão de ONGs é orquestrado por países como EUA, Inglaterra, Dinamarca, Canadá, Noruega, Alemanha

Eco-picaretas

Mestre e doutorando pela UNB  Luz explica que hoje a maioria dos grupos indígenas e ambientalistas são financiados por ONGs picaretas.

Falsos índios

O pesquisador denuncia ainda a existência de falsos índios. Em 2008, havia 250 demandas de delimitação de terra. Hoje, já ultrapassam 500.

Olhar pra frente

Presidente do PT-MG, Reginaldo Lopes convenceu colegas a desistir de fazer ato de apoio ao ex-presidente Lula, alvo de denúncias: “Temos é de comemorar os 10 anos no comando do país e olhar pra frente”.

Ninguém mexe

O PT bate pé que não vai abrir mão dos cargos comissionados na Advocacia-Geral da União e em outros órgãos da Administração Pública. Como bem se sabe, parecer jurídico “vale ouro” na Esplanada.

Parque dos dinossauros

Paraíso das prostitutas universitárias e dos prédios despencando, Cuba tem nova atração turística: a romaria necrológica a Hugo Chávez.
Venha correndo... Chegou a hora; é a liquidação! Hora boa para quem tem dinheiro, péssima para quem já comprou o que precisava. Fico pensando: peraí! Se podiam vender pela metade do preço, por que já não custava isso antes? Não teriam vendido mais e compensado? Ou era exploração pura e simples, e a gente é que é otário? Dá uma raiva quando pago por uma coisa e no dia seguinte essa mesma coisa está lá, no mesmo lugar, mas muito mais barata que eu tenho vontade de rasgar a coisa. E a vendedora. Leia mais no artigo de Marli Gonçalves. 

NO BLOG DO NOBLAT

Bem-vindo, Henrique. Você merece o cargo!, por Ricardo Noblat

Depois de 42 anos como deputado federal, Henrique Eduardo Alves, atual líder do PMDB, está prontinho para presidir a Câmara a partir de fevereiro próximo.
Sabe tudo o que se passa ali dentro. Sabe como fazer passar tudo ali dentro.
Sabe quem importa ali dentro e quem não importa. E conta com os votos da maioria esmagadora dos partidos, do governo à oposição. Sem falar do apoio da presidente Dilma.
O que falta para que ele dê como certa sua eleição?
A apuração dos votos. E que até lá o deixem em paz, ocupado em cabalar votos em troca de cargos na direção e em gabinetes da Câmara, nos ministérios e empresas estatais onde o PMDB manda.


Um conselho: e nada de investigar o passado remoto ou recente de Henrique. Porque quem procura acha. E o que acha quase sempre desfavorece o alvo do achado.
No último fim de semana, a Folha de São Paulo e a Veja publicaram preciosos achados que, por um lado, reforçam as chances de Henrique junto aos seus colegas e, por outro, o deixam mal com o distinto público.
Os colegas poderão dizer com orgulho: “É um dos nossos”. Quanto ao que dirá o distinto público... O que importa?
Quantos políticos vagabundos, desonestos, encrencados com a Justiça não se elegem e se reelegem com o voto irresponsável do distinto público?
Leandro Colon, repórter da Folha, descobriu que uma parte do dinheiro das emendas ao Orçamento da União apresentadas por Henrique foi parar na Bonacci Engenharia, empresa de Aluizio Dutra de Almeida, tesoureiro do PMDB no Rio Grande do Norte, Estado de Henrique.
Aluizio é assessor de Henrique desde 1998. A Folha identificou três prefeituras que contrataram a Bonacci Engenharia com dinheiro federal obtido por Henrique.
Em 2009, Henrique destinou R$ 200 mil de suas emendas para a construção de uma praça em Campo Grande, a quase 300 quilômetros de Natal. No ano seguinte, o dinheiro saiu e a prefeitura contratou a empresa do assessor de Henrique para tocar a obra.
Repetiu-se o script com obras nas cidades de São Gonçalo do Amarante e Brejinho.
Os mais lenientes dirão: a Bonacci deve engordar o Caixa 2 das campanhas de Henrique. Qual o político que dispensa Caixa 2?
Jamais esqueçam: Caixa 2 é crime.
Os mais desconfiados dirão: Henrique deve ser sócio oculto da Bonacci.
Sem prova robusta, substancial não vale.
Quem sabe a teoria do domínio do fato não dá um jeito nisso? Deu no mensalão. Condenou cabeças coroadas.
(Mudou de assunto, foi, Noblat? Abandonou Henrique?)
O indigitado recusou-se a comentar a reportagem da Folha. Talvez porque ao comentar a da Veja tenha se dado muito mal.
A Veja conta que Henrique gasta R$ 8.300,00 com aluguel mensal de veículos.
Ocorre que as notas fiscais apresentadas por ele para reembolso pela Câmara são emitidas por uma empresa registrada em nome de uma laranja.
Com endereço na periferia de Brasília, a empresa atende pelo nome de Global Transportes. Sua falsa dona é Viviane dos Santos, ex-vendedora de tapetes. Viviane diz que emprestou seu nome a uma tia. E que a Global não possui carros. Nunca possuiu.
Kelen Gomes, a tia, é quem fornece as notas fiscais para o gabinete de Henrique.
À Veja, primeiro Henrique disse que usa seu próprio carro quando está em Brasília. Corrigiu-se em seguida: admitiu que usa carros alugados, embora não lembre do modelo de nenhum deles.
Por fim, escalou um assessor para explicar melhor a história. “Talvez o deputado não se lembre, mas foi ele quem mandou contratar essa empresa”, explicou melhor a história Wellington Costa, o assessor.
Henrique tem uma queda especial por viver perigosamente. Que o diga seu par constante, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), candidato a líder do partido na Câmara (foto abaixo).


Por duas vezes pelo menos, episódios desabonadores obrigaram Henrique a submergir para escapar do risco de perder o mandato.
Em maio de 2002, escolhido para ser vice na chapa presidencial encabeçada por José Serra, quase que Henrique afundou de vez.
Foi acusado pela ex-mulher, Mônica Infante de Azambuja Alves, de ter R$ 15 milhões em paraísos fiscais nas Bahamas, no Canal da Mancha e em Genebra, além de uma conta no Lloyds Bank em Miami, nos Estados Unidos.
Mônica e Henrique enfrentavam um processo de divórcio litigioso. Ela queria mais do que Henrique estava disposto a dar. Então entregou a seus advogados extratos bancários, contas telefônicas, comprovantes de despesas de cartão de crédito e bilhetes de Henrique como provas do que dizia.
E o que ela dizia no processo mantido em segredo pela Justiça foi parar nas páginas da revista IstoÉ. Uma conta telefônica de janeiro de 1995 mostrou alto número de ligações de Henrique para o banco suíço Union Bancaire Privée (UBP): apenas numa semana foram feitas 38 chamadas.
Em bilhete manuscrito enviado por fax ao banco, o deputado autorizava uma aplicação de US$ 420 mil por seis meses. A conta 2453333 HM no UBP de Jersey mostrou uma movimentação de US$ 500 mil em 1996.
Mônica acabou se entendendo com Henrique. Retirou o que dissera contra ele. Vendeu caro seu silêncio. E ainda conseguiu um emprego na Infraero arranjado pelo ex-marido.
A Receita Federal fez de conta que tudo não passara de uma reles briga de casal – e não investigou a denúncia de Mônica.
Serra foi derrotado por Lula. Henrique aderiu ao governo Lula. Cinco anos depois se meteu em outra enrascada. Usou notas fiscais do jornal Tribuna do Norte para receber da Câmara parte da verba indenizatória.
De R$ 15 mil mensais à época, a verba servia para reembolsar gastos com consultores, combustível, transporte e outras pequenas despesas.
Em janeiro de 2007, Henrique alegou ter gastado R$ 25 mil com a divulgação de suas atividades por meio do jornal que pertencia a ele e à sua família. O jornal sempre abrira espaço de graça para projetar seu dono. Passou a cobrar, disse Henrique.
Parece crível? À direção da Câmara pareceu, sim.
O ritual de passagem de Henrique foi cumprido.
De volta ao começo: “Depois de 42 anos como deputado federal, Henrique Eduardo Alves está prontinho para presidir a Câmara a partir de fevereiro próximo”.

Tarso Genro: 'Usamos os métodos de partidos que criticávamos'

Marcelo Remígio, O Globo
Um dos principais líderes petistas, Tarso Genro diz que, do julgamento do mensalão, deve ficar a lição de que o PT não pode continuar a compor maiorias e formar alianças a qualquer preço
Quais os reflexos que o mensalão ainda provocará no PT? Como se preparar para 2014?
Integro uma corrente de opinião no PT que é minoritária, tem em torno de 40% dos delegados, a Mensagem ao Partido. Ela entende que o partido precisa passar por uma profunda renovação, e essa renovação passa pelos métodos da direção; pelas relações do partido com os governos; por novos métodos de participação da base, por meio de métodos tecnológicos; e por uma avaliação muito mais profunda do que foi feito até agora sobre o que ocorreu nesta Ação Penal 470.
Uma coisa é você avaliar, como eu avaliei, que teve de se inventar uma tese de domínio funcional dos fatos para condenar lideranças do partido. Outra coisa é você compreender que, tendo ocorrido ilícitos penais ou não, os métodos de composição de maiorias e de formação de alianças que nós utilizamos foram os mesmos métodos tradicionais que os partidos que nós criticávamos adotavam.



TSE gasta R$ 3,8 mi em hora extra em um mês

Mariângela Gallucci, Estadão
Dados inéditos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre os salários de seus funcionários demonstram um descontrole no pagamento de horas extras no período eleitoral de 2012.
Só em novembro, segundo dados obtidos pelo Estado, o gasto com esses adicionais foi de cerca de R$ 3,8 milhões para pagamento dos 567 funcionários que alegam ter dado expediente fora de hora. Entre setembro e novembro, essas horas extras totalizaram R$ 9,5 milhões.
Uma averiguação preliminar foi aberta por ordem da presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia. Por enquanto, dois assessores próximos à presidente deixaram seus cargos. Há registros de funcionários que tiveram de devolver parte do dinheiro recebido como hora extra. Outros casos estão sob análise.

Internet banda larga a R$ 35 mensais avança a passos lentos

Bruno Rosa, O Globo
Um ano após ser lançado pelo governo, o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), que oferece internet fixa a R$ 35 por mês com velocidade de 1 megabyte (MB), encerrou 2012 com 1,2 milhão de usuários em 2.300 cidades. Mas analistas acreditam que o número poderia ser três vezes maior.
Para tentar reverter esse quadro, o Ministério das Comunicações e a Telebras estudam duplicar a velocidade de dados já este ano, chegando a 2 MB por mês e preço entre R$ 35 e R$ 40.
O quadro fica mais crítico quando se considera a meta ousada do governo: chegar a 2014 com 40 milhões de lares conectados à internet com velocidade mínima de 1 MB. Hoje, segundo dados do IBGE, somente 22,395 milhões de casas (36,5% do total de lares do Brasil) têm algum tipo de conexão à rede.

Manuela Gomes, de Recife, divide sinal de internet com vizinhos para economizar Foto: O Globo
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Companhias elétricas devem registrar apagão de dividendos

João Sorima Neto, O Globo
Depois de tomarem um tranco na Bolsa de Valores, após o governo federal anunciar, em setembro, medidas para reduzir o custo da energia, as ações do setor elétrico voltam a ficar na berlinda neste início de ano.
Nos sete primeiros pregões da Bovespa de 2013, as ações das 34 companhias do setor perderam R$ 2,5 bilhões em valor de mercado.
Nos quatro últimos meses de 2012, elas já haviam perdido R$ 34,8 bilhões do seu valor. Desta vez, o fantasma de um racionamento de energia foi o motivo para a debandada dos investidores. É um paradoxo para um segmento que sempre foi atraente por um motivo especial: o pagamento de dividendos.


NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES

Caso Rose: 52 dias de estrepitoso silêncio só serviram para confirmar que Lula não tem como sair do atoleiro em que se meteu

Se o tamanho da confusão é maior que o estoque de embustes, Lula emudece até ser socorrido pela crônica amnésia nacional — ou pelo aparecimento de outra encrenca que faça andar a fila de casos político-policiais que envolvem o ex-presidente. Foi assim, por exemplo, quando se descobriu a roubalheira do mensalão. Ou quando um avião da TAM explodiu na pista de Congonhas. Ou quando a imprensa revelou amostras da soberba gastança bancada com cartões corporativos.
Como o truque funcionou nos episódios anteriores, o mágico de circo resolveu reapresentá-lo para engambelar a plateia perplexa com o Rosegate. Desta vez não deu certo. A mudez malandra sobre a pornochanchada fora da lei que estrelou ao lado da primeiríssima amiga Rosemary Noronha só serviu para atestar que Lula não tem como sair do atoleiro em que se meteu.
Imposto pela enxurrada de ladroagens, bandalheiras, perguntas sem resposta e abjeções de variado calibre abastecida por quadrilheiros acampados  no escritório da Presidência da República em São Paulo, o mais longo e estrepitoso silêncio de Lula é também o mais patético. Neste domingo, completou 52 dias. Amanhã serão 53. A coluna só vai encerrar a contagem quando o fugitivo da imprensa, no momento homiziado em Angra dos Reis, recuperar a voz — e tratar de usá-la para explicações mais convincentes do que as que deve ter balbuciado em casa.
O país que pensa exige respeito. Patroa é uma coisa, pátria é outra. Fartos de tanta tapeação, milhões de brasileiros não aceitam ser tratados como se fossem um bando de marisas letícias.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO

Dilma tem dois anos para fazer o que o PT não fez em 10! E a oposição também!!!

A presidente Dilma Rousseff chega à metade do mandato. Já dá para saber se vai ou não cumprir as suas principais promessas. Não vai! A diferença entre a meta e a realidade é gritante. Em alguns casos, escandalosa. Pegue-se o caso das creches prometidas pela soberana: dado o atual ritmo, a presidente entregará as 6 mil prometidas na campanha de 2010 só daqui a… 600 anos.
Dilma não cumprirá o prometido nos setores de energia, rodovias, habitação, aeroportos, creches, saúde e saneamento, entre outros. Reportagem de Robson Bonin, Ana Luíza Daltro e Bianca Alvarenga, publicada na VEJA desta semana, faz um retrato das realizações do governo. Leiam trechos. Volto em seguida.
*
Pibinho, inflação e risco de apagão. O saldo dos dois primeiros anos de Dilma Rousseff ficou a quilômetros de distância das metas estabelecidas pelo próprio governo. O crescimento anual médio no biênio não passou de 2%, o pior início de mandato desde Fernando Collor. A inflação, medida pelo IPCA, encerrou 2012 em 5,84%. Pelo terceiro ano seguido, houve reajuste nos preços acima do centro da meta oficial, de 4.5%. O desempenho econômico, nos dois últimos anos, foi inferior ao de países como o Chile, a Colômbia e o Peru, onde a inflação não é nem metade da brasileira e o crescimento é o dobro do nosso. No setor de energia elétrica, a combinação de poucas chuvas e investimentos atrasados deixou o país mais uma vez sob a ameaça de um racionamento. Balanços do próprio governo mostram que mais da metade das obras em usinas de geração energética possui algum ripo de atraso, duas dezenas de termelétricas que deveriam estar prontas não saíram do papel e 75% dos projetos de novas linhas de transmissão não avançam dentro do prazo. Os contratempos não se limitam a esse setor. Duplicações de rodovias federais cuja inauguração estava prevista para o ano passado ainda nem começaram a ser executadas, e extensões em linhas de trem estão com dois anos de atraso. 
(…)
Entregar obras, obviamente, é mais complicado do que estabelecer metas, sobretudo no universo da gestão publica, indissociável da burocracia e da ineficiência. Um bom exemplo são os aeroportos das cidades-sede da Copa de 2014. O objetivo de privatizar os aeroportos do Galeão e de Confins ainda neste ano é bastante ambicioso, segundo Claudio Fríschtak, fundador da consultoria Inter-B e um dos maiores especialistas do país em infraestrutura. O processo de concessões exige uma série de estudos prévios que devem ficar prontos em abril, na melhor das hipóteses. Uma vez encerrados, existe a fase de consulta pública. Por fim, as obras deverão atrair interessados. “Não somos mais a bola da vez, e o cenário hoje é menos atrativo do que há alguns anos”, afirma Frischtak. “A percepção entre os investidores é que houve uma piora no ambiente regulatório”. Mais imponderáveis são as obras tocadas pelo setor público nos aeroportos que não serão privatizados. A lnfraero não é famosa por cumprir cronogramas. Os vícios são comuns a outras áreas da administração. diz Frischtak: “O planejamento é falho, as licitações são problemáticas e resultam muitas vezes em corrupção”.
O saneamento básico é um caso emblemático de como os recursos públicos acabam, muitas vezes, indo para o ralo. O governo federal ampliou as verbas para a área, mas as obras ficam, normalmente, a cargo das prefeituras. Como a fiscalização é falha, os recursos nem sempre são aplicados da maneira prevista. Assim, de acordo com o presidente do Instituto Trata Brasil. Édison Carlos, não será possível atingir a meta de universalizar a coleta de esgoto até 2030. Hoje, metade das residências ainda não está ligada à rede. Diz Carlos: “Para alcançar o objetivo, deveriam ser investidos em tomo de 15 bilhões de reais por ano, mas os gastos têm sido inferiores a 10 bilhões. Então, esse prazo de 2030 deve ir para 2040, ou até 2050″.
(…)
Voltei
Pesquisas recentes indicam que o governo é aprovado por uma expressiva maioria dos brasileiros. Isso leva os governistas mais entusiasmados a confundir essa aprovação com o cumprimento das metas. Trata-se, obviamente, de coisas distintas.
Em parte, essa popularidade decorre da fraqueza das oposições, incapazes de converter as irresoluções e a incompetência do governo num discurso político alternativo, que é o que se faz em todas as democracias do mundo.
Em Banânia, inventou-se uma espécie de moto-contínuo do “bom-governisno”: os opositores não o criticam porque ele é popular, e ele é popular porque, afinal, ninguém o confronta — a não ser, claro!, a imprensa independente. Ocorre que esta não disputa, felizmente!, o poder. Não é esse o seu papel.
Com alguma frequência, quando se avalia que um governo é “bom”, também se está considerando se existe uma alternativa e se algum outro partido — ou liderança — seria capaz de fazer algo melhor. Como não se vê uma força disposta a arrostar com o discurso oficial, os incompetentes falam sozinhos, exaltando, não raro, as virtudes que não têm.
Querem um bom exemplo? Pegue-se o caso do programa “Minha Casa Minha Vida”. Em 2009, Lula anunciou a construção de um milhão de casas até 2010. Na campanha, Dilma prometeu mais dois milhões até 2014. Ampliou, depois, a meta para 2,4 milhões — ou seja, 3,4 milhões até o fim do seu mandato.
O governo anunciou no mês passado a entrega de um milhão de casas. Duvido que seja verdade, mas vá lá… Ainda que seja, foram necessários, para tanto, três anos e meio. Façam aí uma regrinha de três: os outros 2,4 milhões tomarão mais oito anos, quatro meses e oito dias. O que Dilma prometeu para o fim de 2014 só se realizará em… abril de 2021!
Em todo o mundo, governos deixam de cumprir promessas. Só que pagam um preço por isso. O que é praticamente inédito — obra de nossa democracia-jabuticaba — é a oposição não saber o que fazer com isso.

NO BLOG ALERTA TOTAL

Cúpula de lobistas, juízes e políticos têm dossiês sobre patrimônio de R$ 700 milhões da família Lula

Por Jorge Serrão – serrao@alertatotal.net 

A família de Lula da Silva teria um patrimônio de mais de R$ 700 milhões em imóveis, participações acionárias em empresas, além de investimentos em títulos públicos brasileiros e papéis do tesouro de países europeus, principalmente da França, em cujos bancos os Silva teriam três caixas de segurança para depósitos.
Tais informações sobre a polpuda fortuna de Lula e seus familiares circulam, abertamente, entre conversas dos principais lobistas do eixo Brasília-RJ-SP. A cúpula do Judiciário, as principais figuras do Ministério Público Federal e muitos senadores e deputados já teriam os famosos dossiês contendo esses mesmos dados.
Por isso, transforma-se em ação de alto risco político qualquer tentativa de investigação rigorosa sobre escândalos envolvendo pessoas próximas a Lula – como foi o caso do Mensalão e agora é o caso da Operação Porto Seguro. Na avaliação de lobistas, políticos e da elite do Judiciário todos os caminhos investigados levam a Lula. E o tamanho do patrimônio de sua família não tem mais como ficar escondido – se for alvo de uma ação pente fino, absolutamente dentro da lei.
No País da impunidade, no qual a corrupção opera com ares de normalidade nas relações público-privadas, a sorte de Lula é que ele não está sozinho na impossível ocultação de uma riqueza ostentada. Pelo menos 40 senadores têm patrimônio acima de R$ 1 bilhão – a maioria totalmente incompatível com o salário e a atividade pública e privada do dia-a-dia. A situação é idêntica no chamado “alto clero” da Câmara.
Qualquer apuração oficial que tente relacionar patrimônio com corrupção recebe, nos bastidores, uma mafiosa pressão oculta e contrária de senadores, deputados e empresários (com quem fazem negócios). A impunidade acaba premiada e generalizada por causa da Justiça lenta e da falta de condições políticas e técnicas para uma livre atuação de órgãos públicos (como a Polícia Federal, Receita Federal, COAF e Banco Central). 
Assim, o Ministério Público dificilmente tem provas objetivas na hora de oferecer as denúncias. Condenações só acontecem quando o Judiciário aplica o chamado “rigor seletivo”, apelando para teorias como a do “domínio do fato”, que ficou famosa depois de empregada no julgamento dos réus do Mensalão. E as punições só se tornam viáveis quando existe uma grande pressão das conhecidas “forças ocultas” transnacionais – geralmente contrariada ou muito prejudicada em negócios pelos esquemas de corrupção política.
A maior preocupação de Lula é que ele se transformou em alvo de poderosos inimigos externos. Ele hoje sofre duros ataques, chantagens e espionagens ilegais financiadas pelos mesmos sujeitos que o colocaram no poder e, por extensão, ajudaram a construir o belo patrimônio de sua família. A Oligarquia Transnacional que controla de fato o Brasil já descarta o PT e seus líderes.
Por isso, a previsão é de troca de marionetes para a eleição presidencial de 2014. Tudo tende a ficar do jeito parecido – com os esquemas de corrupção funcionando para impedir que o Brasil cresça e se desenvolva -, porém com personagens “renovados” na cúpula do poder. Lula e seus aliados se transformaram em objetos descartáveis. O negócio é esperar para ver como acontecerá o descarte...



Sumido
Implicado nas investigações da Operação Porto Seguro, o ex-senador Gilberto Miranda teria se mandado do Brasil para a Europa – provavelmente a Espanha.
Ele já não é mais visto – como fazia diariamente – jogando tênis no seleto Clube Harmonia, em São Paulo.
Estranhamente, suas três mansões nos Jardins foram esvaziadas e – pelo menos em duas delas – foram colocadas (e depois rapidamente retiradas) placas de “aluga-se”.

Culpado
Nos bastidores, intrigantes inimigos de Miranda fofocam que ele resolveu tirar o time porque perdeu a sustentação de seu melhor, maior e mais poderoso amigo e ex-parceiro de negócios.
Segundo a intriga, Miranda teria recorrido ao semideus José Sarney, pedindo socorro.
Só que o presidente de saideira do Senado teria lhe dito que nada tinha a ver com tantos problemas e que não poderia ajudá-lo desta vez...

Terminologia fina da corrupção
O Ministério Público Federal e a Polícia Federal constataram que os esquemas de corrupção no Brasil tem algum toque de primeira classe.
Conversas captadas na Operação Porto Seguro revelam que os principaius envolvidos usavam o nome de um famoso docinho francês como senha da taxa de pedágio para negociatas.
Petit fois é o termo usado para designar o percentual de 10% a 15% sobre o valor final dos investimentos que alguma empresa deveria depositar em bancos franceses, se quisesse fechar negócios aqui no Brasil.

Tirando da reta
Do governador petista Tarso Genro, em entrevista ao jornal O Globo, tirando o dele da reta diante do tsunami de denúncias que tende a arrasar a cúpula do PT:
Integro uma corrente de opinião no PT que é minoritária, tem em torno de 40% dos delegados, a Mensagem ao Partido. Ela entende que o partido precisa passar por uma profunda renovação, e essa renovação passa pelos métodos da direção; pelas relações do partido com os governos; por novos métodos de participação da base, por meio de métodos tecnológicos; e por uma avaliação muito mais profunda do que foi feito até agora sobre o que ocorreu nesta Ação Penal 470. Uma coisa é você avaliar, como eu avaliei, que teve de se inventar uma tese de domínio funcional dos fatos para condenar lideranças do partido. Outra coisa é você compreender que, tendo ocorrido ilícitos penais ou não, os métodos de composição de maiorias e de formação de alianças que nós utilizamos foram os mesmos métodos tradicionais que os partidos que nós criticávamos adotavam. É uma total necessidade você aprender a superar esses métodos. Esta é a grande questão que temos que trabalhar: qual é o sistema de alianças que nos dá uma capacidade de governar dentro da ordem democrática sem utilizar esses métodos tradicionais que herdamos da República Velha”.
Tarso defende que o o PT tem de instituir regras muito rígidas em relação aos seus dirigentes, seus quadros e seus vínculos com as empresas privadas.

Alvos diretos
Sem citar os santos nomes, Tarso Genro fez um ataque direto a José Dirceu e Antonio Palocci:
É totalmente incompatível dirigente partidário continuar se apresentando como tal e sendo ao mesmo tempo consultor de grandes negócios. Porque, quando essa pessoa fala dentro do partido, quem está falando? É o dirigente ou o consultor? Essa regra não deve valer só para o PT, não estou me fixando em nenhum caso específico. Essas relações são sempre muito perigosas”.
Tarso classificou de equivocada a maneira como Dirceu enfrenta a condenação no mensalão, “porque tende a estabelecer uma identidade dos problemas que ele está enfrentando com o problema do PT, com o conjunto, e trazendo para a sua defesa o partido como instituição”.
Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.

NO BLOG UCHO.INFO

Previsão de alta da inflação e de queda do PIB em 2013 coloca o messianismo do governo na berlinda

Tudo outra vez – De acordo com os analistas do mercado financeiro consultados pelo Boltim Focus, do Banco Central, a projeção de inflação medida pelo ICPA aumentou pela segunda semana consecutiva, saltado de 5,49% para 5,53%. Há quatro semanas, a estimativa estava em 5,42%. Para o próximo ano, a projeção segue, há nove semanas, em 5,50%.

A projeção de alta da inflação para os próximos doze meses, segundo informa o boletim divulgado nesta segunda-feira (14) pelo BC, subiu de 5,52% para 5,53%. Há quatro semanas, a previsão era 5,46%. Nas estimativas do grupo dos analistas consultados que mais acertam as projeções, o chamado Top 5 da pesquisa Focus, a previsão para o IPCA em 2013, no cenário de médio prazo, saltou de 5,52% para 5,73%. Para 2014, para o mesmo grupo de especialistas passou de 5,25% para 5,85%. Há um mês, as apostas eram em altas de 5,57% e de 5,25% para cada ano, respectivamente.
PIB
A projeção de crescimento da economia brasileira em 2013 caiu de 3,26% para 3,20%, aponta o Boletim Focus, que para 2014 traz previsão de crescimento do PIB na casa de 3,60%, contra 3,75% da pesquisa anterior.
Para contrariar as autoridades econômicas do governo federal, as previsões para 2013 seguem o mesmo roteiro do ano, quando o ainda ministro da Fazenda, Guido Mantega, abusou do ufanismo e viu o PIB encerrar 2012 em 0,98%, o que é ridículo.
Pavio aceso
Há algo errado na economia brasileira que o Palácio do Planalto insistem em não enxergar. As previsões sobre o crescimento do PIB caem, as da inflação sobem, as taxas básicas de juro estão em seu patamar mais baixo, a inadimplência aquecida, a arrecadação tributária bate recordes seguidos, os investimentos estrangeiros começam a deixar o País e o governo tem dificuldade para investir em setores que poderiam estimular a economia. Para piorar o cenário, o Planalto aposta no consumo interno para reverter a crise, enquanto dois terços da população recebem menos de dois salário mínimos mensais.
Diferente de ser milagrosa, a fórmula é explosiva, mas a presidente Dilma Rousseff insiste em manter Guido Mantega no cargo, apesar de todos os erros cometidos até agora. Essa forma utópica como o PT vem governando o Brasil, com excesso de pirotecnia e pouca ação, exigirá muito dos brasileiros em futuro breve, pois o estrago causado por Lula é simplesmente monumental.















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