Pular para o conteúdo principal


ESCRITO POR OLAVO DE CARVALHO | 18 DEZEMBRO 2012 
ARTIGOS - GOVERNO DO PT


Se a população tivesse sido alertada disso em tempo, a “era Lula”, com todo o seu cortejo de crimes e abjeções, teria permanecido no céu das hipóteses, sem jamais descer e realizar-se no planeta Terra.


Não há nada que um comunista odeie mais do que o companheiro-de-viagem frouxo, ou escrupuloso, que não o acompanha em todos os seus desvarios, não endossa todas as suas mentiras, não acoberta ou aplaude todos os seus crimes.

Uma vez que você lhe deu alguma compreensão e ajuda, ele jamais o perdoará se você não continuar a fazê-lo pelos séculos dos séculos, até o amargo fim, sacrificando no caminho a honra, a consciência e até a capacidade elementar de perceber o momento em que a tolerância a um erro se transmuta em cumplicidade com um crime.
Se existe um direito que todo comunista nega sistematicamente aos seus amigos e benfeitores, é o de dizer: “É demais. Cheguei ao meu limite. Não posso lhe dar mais nada.”
Para um comunista, a amizade que não consente em transformar-se em escravidão não é amizade: é traição.
É por isso que a Carta Capital, o Portal Vermelho, a Hora do Povo e todos os outros canais por onde escoa a massa fecal comunista impressa e eletrônica despejam agora todo o seu ódio sobre a “mídia burguesa” ou “mídia golpista”, aquela mesma que, com seu silêncio obsequioso e cúmplice, reforçado de tempos em tempos por negações explícitas, ajudou o Foro de São Paulo a crescer em paz e segurança, escondidinho, longe dos olhos da multidão curiosa, até tornar-se o dominador quase monopolístico não só da política brasileira, mas de meio continente.
Essa mídia finge surpresa e escândalo, agora, quando o depoimento de Marcos Valério e o caso Rosemary terminam de revelar as dimensões oceânicas da sujeira petista e rompem até a blindagem laboriosamente construída e mantida, ao longo de pelo menos dezesseis anos, em torno da figura do sr. Luiz Inácio Lula da Silva.
Mas quem quer que lesse as atas do Foro, onde o impoluto cavalheiro aparecia presidindo assembléias ao lado do sr. Manuel Marulanda, comandante da maior organização terrorista e narcotraficante da América Latina, compreenderia de imediato não estar diante de nenhum santo proletário, mas sim de um leninista cínico, disposto usar de todos os meios lícitos e ilícitos, morais e imorais, para aumentar o poder do seu grupo.
Se a população tivesse sido alertada disso em tempo, a “era Lula”, com todo o seu cortejo de crimes e abjeções, teria permanecido no céu das hipóteses, sem jamais descer e realizar-se no planeta Terra. Não só a grande mídia, mas os partidos “de direita”, as lideranças empresariais, as igrejas, os comandos militares e até os propugnadores ostensivos da causa “liberal”, todos unidos, sonegaram ao povo essa informação vital que teria posto o país num rumo menos deprimente e menos vergonhoso.
Mas não foi só o Foro, nem os podres de São Lula, que essa gente escondeu. Durante pelo menos menos duas décadas, a versão esquerdista da história do regime militar foi endossada e repetida fielmente em todos os jornais,  canais de TV, escolas e discursos parlamentares, até incorporar-se no imaginário popular como uma espécie de dogma sacrossanto, a encarnação mesma da verdade objetiva, acima de partidos e ideologias.
Nenhum “repórter investigativo”, daqueles que vasculhavam até os últimos desvãos obscuros da vida particular do sr. Collor de Mello, teve jamais a curiosidade de perguntar o que fizeram em Cuba, ao longo de trinta anos ou mais, os terroristas brasileiros que ali se asilaram. Quantos, por exemplo, à imagem e semelhança do sr. José Dirceu, se integraram na polícia política e nos serviços de espionagem da ditadura fidelista, acumpliciando-se a atos de perseguição, tortura e assassinato político incomparavelmente maiores e mais cruéis do que aqueles pelos quais viriam depois a choramingar e exigir indenizações no Brasil?
Omitindo essa e outras partes decisivas da história, nossa mídia e nossas “classes dominantes” permitiram que uma visão monstruosamente deformada do passado se incorporasse à linguagem usual da nossa política, deixando que criminosos amorais e frios ostentassem diante do povo a imagem de vítimas sacrificiais inocentes e obtivessem disso lucros publicitários e eleitorais incalculáveis.
Qual o nome dessas atitudes, senão “colaboracionismo”? Todos aqueles que tinham o poder e os meios de barrar a ascensão comunopetista fizeram exatamente o contrário: estenderam o tapete vermelho e, curvando-se gentilmente dos dois lados da pista, deram passagem a quantos Lulas e Dirceus houvesse, aplaudindo, como prova de grande evolução democrática, a tomada do país por um bando de delinqüentes psicopatas, insensíveis e coriáceos, tão hábeis na simulação de boas intenções quanto incapazes do menor sentimento de vergonha e culpa, mesmo quando pegos de calças na mão.
Mas, é claro, um belo dia até o estômago de avestruz do colaboracionista mais impérvio chega ao limite da sua capacidade digestiva. Com toda a boa-vontade do mundo, sorrindo, entre lisonjas e rapapés, o sujeito engoliu sapos e mais sapos, depois cobras e lagartos e por fim jacarés. Mas então pedem-lhe que engula um dinossauro, e ele por fim desaba: “Não, não agüento. Isso é demais.”
Foi o que aconteceu com a nossa mídia (e a classe que ela representa) quando vieram as provas do Mensalão.
A reação brutal do bloco lulocomunista expressa a indignação da criança mimada ante a repentina supressão dos afagos usuais, que o tempo havia consagrado como direitos adquiridos. 


Publicado no Diário do Comércio.
Extraído do portal Mídia Sem Máscara.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Notícias em Destaque

Brasil tem menor média de casos de covid do ano(Ler mais)   Mourão nega renúncia e diz que segue no governo ‘até o fim’ Relação entre o vice e Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a ser alvo de especulações após o presidente dizer que o general ‘por vezes atrapalha(Ler mais) A economia a gente vê depois: Governadores e Prefeitos ainda não se pronunciaram em como vão ajudar a população: “o depois chegou, e agora?”(Ler mais) Com ódio: Governo Doria multa o presidente Bolsonaro e sua comitiva: “pode chegar a 290 mil reais”(Ler mais) Ministros do STF querem resposta imediata de Luiz Fux sobre declarações do presidente alegando fraude nas urnas eletrônicas(Ler mais) Renan Calheiros e Humberto Costa querem sigilos bancários de Jornalismo independente “disseminadores de fake”(Ler mais) Justiça prorroga prisão de autor do vandalismo em estátua de Borba Gato(Ler mais)

Notícias em Destaque

  Bolsonaro entrega moradias populares no Cariri nesta sexta (13); veja agenda da visita (Ler mais) Relator conta que PT e PSOL queriam alterar cassação de Flordelis para ‘suspensão’ Manobra foi abortada após ter sido percebida pelos demais parlamentares (Ler mais) Presidente sugere que estados não cobrem ICMS sobre bandeiras tarifárias Proibido ICMS sobre bandeiras tarifárias, valor da conta de luz cairia (Ler mais) Diretor da Vitamedic diz que não vendeu Ivermectina ao governo Diretor da Vitamedic foi mais um depoimento inócuo na CPI no Senado (Ler mais) Lobby bilionário tentará barrar MP dos combustíveis (Ler mais) Câmara rejeita ‘distritão’ e aprova coligações na PEC da Reforma Eleitoral (Ler mais) Pacheco: “Voto impresso não será debatido no Senado e o assunto está encerrado” (Ler mais) Doria pede desculpas por fake news contra Bolsonaro no Twitter (Ler mais)