NA MÍDIA SEM MORDAÇA - 02-12-12

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO


Correios acusados
de surrupiar
invenção alheia

O inventor Divino Manoel da Silva entrou com ação por danos morais e apropriação indébita contra a Empresa de Correios e Telégrafos (ECT), que registrou em nome de um funcionário, que nada teve com o assunto, os direitos de invenção em 1990 de uma caixa com tampa que racionalizou e deu nova dinâmica ao transporte de correspondência e objetos, tornando mais ágil o trabalho dos funcionários da estatal.

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José Dirceu vai à forra e diz que Fux pediu apoio para ser ministro do STF

Folhapress
FotoMINISTRO LUIZ FUX

Em sua busca por uma vaga no Supremo Tribunal de Federal, o ministro Luiz Fux buscou ajuda até de um réu no processo do mensalão. Segundo a edição deste domingo do jornal Folha de São Paulo, em 2010 o então ministro do Superior Tribunal de Justiça entrou em contato com José Dirceu, homem forte no governo Lula, para pedir apoio à indicação de seu nome para o STF. "Eu fui a várias pessoas de São Paulo, à Fiesp. Numa dessas idas, alguém me levou ao Zé Dirceu porque ele era influente no governo Lula", diz Fux. Segundo a assessoria de Dirceu, houve mais de uma reunião entre eles, o ministro nega e afirma que teve somente uma reunião com Dirceu.  “O ex-ministro participou de encontros com Luiz Fux, sempre a pedido do  ministro do STJ", disse a equipe do petista em nota. Quanto às acusações que já corriam contra Dirceu à época, Fux foi enfático. “A pessoa, até ser julgada, ela é inocente”, encerra.

Registro parcial

Prestador de serviços simples admirado pelos colegas, Divino Manoel recebeu apenas os direitos correspondentes à tampa especial da caixa.

Laranja?

Divino descobriu que a ECT registrou a invenção no INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) em nome de um funcionário.

ECT se esconde

A ECT reage como se tivesse culpa no cartório, esquivando-se de perguntas para informar que somente se pronunciará “em juízo”.

A crise viaja

Antes que maledicentes digam o contrário, Rose não vai viajar com Lula na quarta (3) para Berlim e Barcelona. A crise só volta no dia 17.

É a mãe

Dilma detestou quando soube que, além de “Tia”, Rosemary Noronha, a amiga de Lula indiciada na Policia Federal por tráfico de influência e corrupção, se referia a ela como “Gordinha”, em suas mensagens.

Baixo clero à vista

A deputada Luci Choinacki (PT-SC) observa que o comportamento de Marco Maia (PT-RS), nos derradeiros dias de reinado, está cada vez pior: “Está nervoso nas votações porque voltará a ser plebeu”.

Pensando bem...

...certas revelações da Operação Porto Seguro, da PF, ainda podem fazer um caso criminal inspirar uma ruidosa ação na Vara de Família.

NO BLOG DO NOBLAT


O Rio e a Copa, por Ilimar Franco

Ilimar Franco, O Globo
O governo do Rio recebeu da Abin relatório de riscos para a Copa das Confederações. O Aeroporto Santos Dumont é desaconselhado para receber voos oficiais e de delegações estrangeiras. A pequena área externa dificulta a dispersão de aglomerações. Quanto ao Galeão, as recomendações são: melhorar a segurança da Linha Vermelha e instalar uma UPP no Complexo da Maré.
O relatório de riscos feito pela Abin foi encomendado pelo governo Sérgio Cabral. Ele aponta também que o mês de junho é o pior do ano para a realização de eventos na cidade do Rio de Janeiro. Nessa época, há muitas frentes frias e ressacas no mar, o que leva ao alagamento da orla e ao fechamento dos aeroportos.
Como não existe possibilidade de mudar a data, e para evitar transtornos, a recomendação é que a chegada e a partida dos voos das seleções estrangeiras sejam marcadas para o começo da tarde, quando há maior visibilidade. No quesito hotéis, a Abin manifesta temor diante do reduzido monitoramento externo e interno por câmeras.

O dilema da gerentona Dilma Rousseff, por Elio Gaspari

Elio Gaspari, O Globo
Seria bom se fosse possível dizer que o governo da doutora Dilma tem tolerância zero com malfeitos. Há uma distância oceânica entre sua administração e a de Nosso Guia, mas tolerância zero é conversa fiada.
Na segunda metade do mandato, seu desafio será mostrar a diferença entre suas atitudes reativas e uma verdadeira política moralizadora do governo e da nação petista. Ou o PT acaba com seus esquemas ou esses esquemas acabam com o PT, produzindo uma sucessão presidencial demarcada pelo debate da corrupção.
Essa poderá ser a derradeira e benfazeja contribuição dos companheiros à política nacional. Quem pensa que o moralismo produzirá um novo Fernando Collor, engana-se. Produzirá um Joaquim Barbosa, sem conexões com a plutocracia ou acordos com usineiros.
No caso das Bolsas Consultorias do ministro Fernando Pimentel (R$ 2 milhões ao longo de dois anos), o Planalto blindou-o e alterou a composição da Comissão de Ética Pública da Presidência, que viria a arquivar o caso com argumentos constrangedores.
A quadrilha dos irmãos Vieira, que tinha um pé na sala da chefe do escritório da Presidência em São Paulo, mostra que o Planalto protegeu os malfeitores atropelando os mecanismos de defesa do Estado.
O baiano Paulo Vieira, ex-diretor da Agência Nacional de Águas, filiou-se ao PT de São Paulo em 2003, no primeiro ano de governo de Lula.
No ano seguinte, tentou ser vereador em Gavião Peixoto, mas não se elegeu. Em 2005, foi nomeado assessor especial de controle interno do Ministério da Educação. Em 2009, seu nome foi enviado ao Senado para ocupar uma vaga na diretoria da Agência Nacional de Águas. Foi rejeitado.
A boa norma determinava que a indicação fosse esquecida. O Planalto empurrou-o goela abaixo.

Protagonista de fraudes e ‘madame’, Rose era íntima do poder

Tataiana Farah e Sérgio Roxo, O Globo
O ano é 1997. Luiz Inácio Lula da Silva ainda sonha ser presidente. Os petistas se reúnem, em seu XI Encontro Nacional, no antigo Hotel Glória, no Rio. De calças justas e um cinto largo, com detalhes em metal, Rosemary Noronha cruza o saguão aos gritos. Vai ralhar com um repórter que, inadvertidamente, recolhera de uma mesa cópias das teses que seriam debatidas pelo partido.
Rose, como é conhecida, tinha a função de secretária da presidência do PT, na época exercida por José Dirceu, recém-condenado a dez anos e dez meses de prisão no escândalo do mensalão. Foi para Dirceu que ela ligou, na manhã do último dia 23, para pedir ajuda, quando a Polícia Federal amanheceu em sua casa para fazer uma busca ao deflagrar a Operação Porto Seguro.
Dirceu ficou furioso, contaram seus interlocutores. Rose ligou, também, para o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para reclamar que os agentes da PF haviam entrado na residência e estavam recolhendo papéis, computadores e o que mais parecesse suspeito. Cardozo não atendeu. 






DF faz contrato milionário, sem licitação, com firma de Cingapura

Demétrio Weber e Ludmilla de Lima, O Globo
A decisão do governo do Distrito Federal de contratar, sem licitação, uma empresa de consultoria do governo de Cingapura, na Ásia, para projetar o desenvolvimento da Região Metropolitana de Brasília nos próximos 50 anos gerou controvérsia e levantou suspeitas.
O Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB) e parlamentares do DF pediram a imediata suspensão do contrato de R$ 8,6 milhões, assinado no último dia 3 de outubro, em Cingapura. O caso será julgado pelo Tribunal de Contas local. 
Por 3 votos a 1, o tribunal rejeitou liminarmente o pedido de suspensão formulado pelos senadores Cristovam Buarque (PDT) e Rodrigo Rollemberg (PSB). Em seu voto, o conselheiro-relator Manoel de Andrade chegou a sinalizar que não vê irregularidades no contrato. Mas os conselheiros deram prazo de 15 dias ao governo do DF e à Jurong Consultants, como é chamada a autarquia de Cingapura, para que se manifestem antes do julgamento de mérito. 


NO BLOG DO CORONELEAKS

O enriquecimento meteórico do chefe da quadrilha que tinha seu QG dentro do gabinete do Lula.

Um salário de R$ 6,9 mil mensais como analista da Controladoria Geral da República (CGU), órgão de combate à corrupção vinculado à Presidência da República, e um patrimônio de R$ 135 mil (dos quais R$ 39 mil ainda precisavam ser pagos) era o que tinha o baiano Paulo Rodrigues Vieira em 2004, quando se candidatou a vereador de Gavião Peixoto, município de quatro mil habitantes, em São Paulo.

Na época, reforçar os vínculos com o PT, partido ao qual se filiou no ano anterior, parecia-lhe mais interessante do que passar os quatro anos seguintes cuidando da pequena cidade; não à toa, Paulo Vieira obteve apenas 55 votos. Tinha, na época, 31 anos de idade.

Era uma época em que ele era destacado para inspecionar, em nome do governo brasileiro, a gestão da Companhia Docas de São Paulo (Codesp), vinculada ao Ministério dos Transportes. Era também encarregado de procurar desvios éticos, como assessor especial de controle interno do Ministério da Educação. Ele discutiu, em seminário, a importância da atuação do Tribunal de Contas da União (TCU) no setor portuário. E até representou o país em congresso internacional de ouvidores, no Canadá.

“Eu vou escrever minha tese de mestrado de Filosofia sobre esse caso do Demóstenes. Tava pensando aqui, vou discutir essa questão do conceito de ética, como é que a sociedade tá (sic) enfrentando isso no momento contemporâneo. Esse caso dele é simbólico demais, parece que ele criou uma dupla personalidade, né?”, comentou Vieira com o irmão Rubens, em ligação interceptação telefônica interceptada pela PF em maio deste ano, citando o caso do senador de Goiás que era conhecido como defensor da ética e foi cassado pelo Senado quando foi descoberta sua relação com o bicheiro Carlinhos Cachoeira.

Pois quando Paulo Vieira recebeu a visita de agentes da PF destacados para prendê-lo, há nove dias, foi como se a incoerência na história de Demóstenes se repetisse em novo contexto. Na busca pelos desvios do poder, os agentes acreditam que ele encontrou caminhos que lhe permitiram alcançar um patrimônio bem diferente do que tinha em 2004, incompatível com os órgãos que viria a assumir nos anos seguintes, como a Ouvidoria da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e a diretoria da Agência Nacional das Águas (ANA).

O carro que dirige nos dias de hoje não é mais o Renault Scenic de R$ 35 mil que declarou à Justiça eleitoral à época, mas uma caminhonete Range Rover, avaliada em R$ 300 mil, registrada em nome da faculdade que ele abriu em Cruzeiro, no interior de São Paulo, que dentro de pouco tempo seria expandida para Pindamonhangaba (SP).

Ao apartamento de R$ 70 mil no Butatã, em São Paulo, o único que ele possuía em 2004, somaram-se pelo menos outros sete imóveis, de acordo com a PF. Entre eles está um imóvel em Brasília comprado por R$ 1,5 milhão em dinheiro vivo; um apartamento em Perdizes, na Zona Oeste de São Paulo, adquirido por R$ 515 mil; e um flat nos Jardins, área mais cara da capital paulista.

Em mensagem captada pela polícia, Vieira, que foi solto na noite da última sexta-feira, discutia a compra de terrenos por R$ 1,8 milhão e uma casa de R$ 650 mil, tudo na Bahia, seu estado de origem. A filial de uma escola de inglês em São José dos Campos, em São Paulo, estava em seus planos também. Se em 2004 ele tinha R$ 30 mil da cota de um consórcio imobiliário, agora a PF encontrou em suas contas R$ 1,2 milhão.

“Eu não pretendo ficar mais no serviço público não, viu?”, disse Paulo Vieira à mãe, em telefonema no início de maio captado pela investigação. “Pretendo não, ganho muito pouco!”, comentou, fazendo referência ao salário de R$ 23,8 mil como diretor da Agência Nacional das Águas (ANA) e ao jeton de R$ 2,7 mil pago pelo cargo na Codesp. “Para o meu padrão, para o meu patrimônio... eu já tenho um patrimônio bom que eu posso me manter”, disse Vieira. Segundo ele, a diversificação de negócios era o segredo para o sucesso. “Tudo dá uma coisinha, se trabalhar direito”, comentou com a mãe, mencionando o restaurante japonês que estava prestes a abrir e os planos de ser sócio em uma franquia dos correios.

Para a PF e o Ministério Público Federal, Vieira ficou rico como cabeça de uma organização criminosa infiltrada em órgãos públicos para vender pareceres que interessavam a particulares. A relação de proximidade construída com uma funcionária do governo, em especial, caiu como luva para seus interesses de riqueza e influência no poder: a amiga Rosemary Noronha era mais do que chefe do gabinete da Presidência da República em São Paulo, mas uma figura próxima do então presidente Lula.

Com a intermediação de Rose, apelido da então chefe do gabinete da Presidência em São Paulo, Vieira obteve seu cargo na ANA e também um posto para o irmão, Rubens Vieira, na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), entre outros favores. O canal com o poder lhe permitia agir em nome de seus interesses e de seus clientes em órgãos como Ministério da Educação, Advocacia-Geral da União, Secretaria dos Portos e Correios. Entre os beneficiários da ação de Vieira estão, segundo a PF, os donos da Tecondi, empresa que atua na área do Porto de Santos, e o ex-senador Gilberto Miranda, que desejava regularizar seus negócios em ilhas.

Em conversa com uma funcionária da Secretaria do Patrimônio da União em abril deste ano, Vieira chega a reclamar da maneira como era tratado e relembra sua origem humide. “Não vou ficar sendo babá de rico, não. Eu nunca fui, nasci pobre, toquei a minha vida inteira sozinho e não vou fazer mais”, desabafou, lembrando que naquela ocasião estava “cheio de rico” querendo paparicá-lo. “Mais ou menos não vai fazer diferença”, afirmou.

Suas relações com o poder se estendiam ao Legislativo, em especial ao círculo de influência do ex-deputado federal Valdemar da Costa Neto (PR), flagrado ao telefone centenas de vezes com ele. A proximidade era tal que Vieira trabalhou até na definição das estratégias de defesa do parlamentar no julgamento do mensalão, concluído na última semana pelo Supremo Tribunal Federal. A três meses do julgamento, ele discutiu com o irmão Rubens detalhes da defesa de Valdemar, e se disse preocupado com o risco de condenação por lavagem de dinheiro.

“Esse da lavagem me assustou, viu?”, disse ao irmão, que respondeu: “Esse tem que ser derrubado o crime, viu?”. “A prescrição dele é um século”, continuou Paulo, que planejava centrar o aconselhamento ao político na hipótese de prescrição dos crimes pelos quais responderia. A ajuda foi inócua. Valdemar foi condenado a sete anos e dez meses de prisão por lavagem e corrupção passiva.

Advogado do Professor Luizinho no mensalão, Pierpaolo Bottini assumiu nesta semana a defesa de Paulo Vieira, e garante que seu cliente não pagou ou recebeu qualquer tipo de propina a seus clientes ou a funcionários públicos. Está certo de que ele não cometeu crimes, que todos os bens registrados em seu nome têm origem identificada e que a Justiça deve levar em consideração o fato de seu cliente ser réu primário. Na noite da última sexta-feira, depois de passar uma semana preso, Vieira foi libertado após a concessão de liminar em habeas corpus. Bottini comentou que o cliente estava “surpreso com todas as acusações feitas a ele”.

Com o afastamento dos cargos no governo, o chefe da suposta quadrilha denunciada pela PF deverá ficar em São Paulo. É na cidade que ele tem imóveis e negócios mas, ao ser convidado para ajudar na elaboração do programa de governo do petista Fernando Haddad “na área de controle e transparência”, em maio deste ano, declinou.

“O candidato natural seria eu, né? Porque eu vim da CGU. Mas eu não vou fazer parte de comissão para Haddad nem aqui nem na China. Eu falei para a Rose que o nome ideal seria você”, disse ao irmão Rubens Vieira, também indiciado na operação. Pela gravação, Rubens topou. Petistas negam a participação da família Vieira no programa do partido para São Paulo. (O Globo)


NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO

O Lula da Rosemary já estava no Lula que caçava viuvinhas no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo; lá já se revelava uma natureza

Já escrevi aqui um post sobre os aspectos mesquinhos, “petequeiros”, jocosos e até grotescos que envolvem as relações de Rosemary Nóvoa Noronha, um cacho amoroso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com a coisa pública. Eles acabam desviando a nossa atenção do essencial. À sua maneira, as tentações ancilares do ex-mandatário retiram a óbvia gravidade de mais um escândalo. Atrevo-me a dizer que a lambança que ora vem à luz constitui, mais do que o próprio mensalão, um emblema do jeito petista de fazer política — ainda que possa não ter o mesmo alcance. Por quê? Porque, desta feita, além de todos os escrachos, encurta-se o caminho que separa o que deveria ser a alta política das urgências ou incontinências do baixo ventre.
Lula levou para o ambiente palaciano o que era, segundo ele próprio confessou em uma antológica entrevista, a sua rotina no mundo sindical. Falando à revista Playboy em 1979, este gigante moral confessou como atuava quando trabalhava na área de seguridade social do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo. Ficava de olho nas viúvas. Mal um companheiro batia as botas, ele se apresentava para o trabalho de consolação.
Foi com essa disposição, ele próprio contou, que conheceu sua atual mulher, Marisa Letícia. Um taxista lhe contara que o filho havia sido assassinado e que sua nora havia prometido jamais se casar. E Lula, este ser, como direi?, verdadeiramente aristotélico, orientado teleologicamente para o bem, pensou com aquela dignidade que lhe é imanente: “Qualquer dia ainda voou papar a nora desse velho”. Eu não estou fazendo caricatura, não! A fala é dele mesmo!  A “nora” era Marisa. Ela deu certo. Miriam Cordeiro nem tanto. Deixemos que ele mesmo fale, com o seu estilo inconfundível:
“Nessa época, a Marisa apareceu no sindicato. Ela foi procurar um atestado de dependência econômica para internar o irmão. Eu tinha dito ao Luisinho, que trabalhava comigo no sindicato, que me avisasse sempre que aparecesse uma viúva bonitinha. Quando a Marisa apareceu, ele foi me chamar”.
O que diz mesmo Aristóteles no Capítulo I do Livro I de “Política”? Isto: “A natureza de uma coisa é o seu estágio final, porquanto o que cada coisa é quando o seu crescimento se completa nós chamamos de natureza de cada coisa, quer falemos de um homem, de um cavalo ou de uma família”.Como se nota, na consideração do filósofo, o Apedeuta se encaixa também na espécie. O Lula da Rosemary já estava no Lula das viúvas dos companheiros metalúrgicos. O Lula do Palácio já estava no Lula do sindicato como a Capitu da praia da Glória já estava dentro da de Matacavalos… Aristóteles, Machado de Assis… Eu faço um esforço danado para fazer Lula parecer mais interessantes do que é…
As folias de alcova são uma espécie de ilustração e de emblema dos que se esbaldam no poder. Suetônio (mais um esforço!), com os “Os Doze Césares”, nos legou certamente uma leitura distorcida dos interiores do Império Romano, com os imperadores meio afrescalhados dos filmes de Hollywood. Mas ilustrou como ninguém a corrupção de caráter a que pode conduzir o poder. Sempre que Lula faz tábula rasa do passado e se coloca como o ser inaugural da civilização, penso, por exemplo, em Calígula, que mandou tirar do Capítólio e destruir as estátuas de homens ilustres que Otávio Augusto mandara lá instalar. Tentou banir de Roma os poemas de Homero (!!!), afirmando que o próprio Platão quisera expulsar os poetas da República. Mandou cassar das bibliotecas as obras de Virgílio e Tito Lívio; ao primeiro faltariam engenho e saber; o segundo seria loquaz demais e inexato. As almas tiranas não se contentam em comprometer o futuro. Também querem reescrever o passado.
Nosso Calígula não papou só viuvinhas. Como escrevi em 2009, olhou um dia para Brizola e Arraes e pensou: “Ainda vou papar a base política deles”. No governo, olhou para FHC e pensou: “Ainda vou papar o Plano Real dele”. Lula é assim: vai papando o que encontra pela frente: as viúvas, as biografias alheias, a história… Na entrevista à Playboy, ele também aborda folguedos sexuais com animais — mas não me alongo a respeito
Antes que continue, respondo a alguns tontos que resolveram invadir o blog para, claro!, atacar… FHC! Então este também não tivera um caso amoroso fora do casamento? Não acabou assumindo um filho, que depois se comprovou não ser seu? Tudo verdade! Só que há uma diferença essencial: o ex-presidente tucano não alojou uma amante, que depois passou a atuar em benefício de uma quadrilha, num cargo público. Ora, a imprensa brasileira jamais se ocupara antes das namoradas de Lula. O nosso jornalismo é muito diferente do americano ou do inglês. Se os jornalistas contassem 10% do que sabem das festinhas de Brasília, a República cairia algumas vezes por ano. Mas se calam. Há um pacto de silêncio que, às vezes, milita contra a verdade e contra o interesse público. Jornais à moda dos tabloides ingleses fariam a farra por aqui. E não precisariam cometer nenhum dos crimes do News of the World. Tendo a achar que fariam um bem aos brasileiros.
Na imprensa americana, casos amorosos de autoridades são notícia, esteja ou não o interesse público envolvido. Entende-se que aqueles que se apresentam para representar a sociedade — presidentes, congressistas, juízes — têm de comungar de alguns de seus valores médios. Talvez fosse o caso de lembrar Aristóteles outra vez: a “cidade tem precedência sobre cada um de nós individualmente”. Na sua vertente maligna, o princípio justifica ditaduras; na sua vertente benigna, faz as grandes democracias. Se o sujeito quer ter o poder da representação, obriga-se a acatar certas noções de decoro — e, nesse caso, amantes nunca são uma questão privada; são questões sempre públicas. Desconfio daqueles que acusam o “excesso de moralismo” do povo americano nessas questões. Acho que se trata apenas de uma República que leva a sério seus fundamentos. Por aqui, um ministro do Supremo tem o topete de defender na corte que criminosos do colarinho branco não cumpram pena em regime fechado.
Em Banânia, mais lassos, mas relaxados, mais tolerantes, fazemos esta distinção: se a(o) amante nada tem a ver com a administração pública, então não há notícia. Notem que o caso Rosemary circulou por alguns bons dias sem que se desse o devido nome às coisas — ou às relações. O que os petistas queriam desta vez? Calígula resolve misturar os seus folguedos com as questões da República — sua amante está no centro de um escândalo —, e o país deve fazer de conta que se trata de “questão pessoal”? Tenham paciência. O Babalorixá de Banânina já chamou de “questão privada” os milhões que a Telemar (hoje Oi) investiu na empresa de um seu filho — a gigante da telefonia tem entre seus sócios o BNDES e foi beneficiada por decisão pessoal do então presidente. Tudo questão privada!!!
Chega, né, Fanfarrão Minésio? A coisa já foi além da conta! Perguntem, por exemplo, se a televisão americana noticiou ou não o caso entre Bill Clinton e aquela estagiária. Ora… E ele estava no exercício da Presidência. Não tentem me provar que somos mais sábios por aqui. Acho que não! Tanto não somos que mal um escândalo chega a termo na Justiça, outro já surge.
Caso graveA coisa é grave, sim, por qualquer ângulo que se queira. Rosemary até podia não reivindicar para si somas fabulosas  — uma Pajero em que ela circula pertence ao esquema criminoso —, mas aqueles em favor dos quais atuava mexiam com interesses bilionários. Tanto ela como Paulo Vieira, apontado como o chefe da quadrilha, estavam em seus respectivos postos por vontade de Lula — aquele que nunca sabe de nada. Nunca antes nestepaiz tantas pessoas traíram tanto um só homem, não é mesmo?
Não dá! A VEJA desta semana traz uma foto da decoração que Rosemary escolheu para o escritório da Presidência em São Paulo. Há um painel gigantesco de Lula brincando com uma bola. As almofadas dos sofás trazem impressas a imagem de… Lula! É a perfeita ilustração da captura do bem público por interesses privados.
Texto publicado originalmente às 7h25

NO BLOG DO ALUÍZIO AMORIM


ESTADO DE SAÚDE DE HUGO CHÁVEZ PIORA E JÁ SE FALA EM UMA TRANSIÇÃO PARA ERA PÓS-CHAVISMO


Chávez permanece internado em UTI de hospital cubano
A deterioração dos estado de saúde do caudilho Hugo Chávea, que continua internado no hospital CIMEQ, em Havana, a capital de Cuba, sob um manto de absoluto segredo, estaria acelerando a busca de mecanismos para garantir algum tipo de transição ordenada na Venezuela, num momento em que o risco de violência polítia e o espectro de dificuldades econômicas exercem pressão sobre os atores do governo para criar linhas de entendimento com a oposição, segundo reportagem do jornal El Nuevo Herald, de autoria dos jornalista Antonio Maria Delgado.

Analistas consultados por esse jornal editador em Miami (EEUU),disseram que existe um crescente números de sinais que mostrama existência de um discreto movimento envolvendo integrantes do chavismo e da oposição a fim de evitar que a eventual separação de Chávez do poder impulsione a polarizada Venezuela em direção a um estado de violência. 

Todavia, os especialistas consultados pela reportagem também advertiram que esses esforços entrentam obstáculos pela desconfiança que gira em torno das verdadeiras pretensões da liderança chavista, que ao conta com o quased total monopólio sobre as estruturas do poder, poderia somente estar disposta a oferecer à oposição espaços reduzidos de existência para manter uma fachada de democracia.

Ainda assim, a eventual separação de Chávez dos poder apresenta grandes problemas para o chavismo, ante o fato de que por anos o líder da revolução bolivariana acumulou um prestígio que lhe permitia suportar internacionalmente as insistentes acusações de que seu governo se transfomou numa ditadura. 

É um prestígio do qual não desfrutam os potenciais herdeiros do chavismo - encabeçados pelo presidente da Assembléia Nacional, Diosdado Cabello, e o vice-presidente e chanceler, Nicolás Madura, que enfrentam previsões de um cenário econômico muito difícil para os próximos meses, como resultado da desordem das finanças públicas acumulada nos últimos anos.

Esse cenário, que haveria de agravar o crescente descontentamento popular - visível atualmente nas centenas de manifestações de protestos que se registram todos os meses na Venezuela - estaria impulsionando o chavismo a tratar de iniciar um diálogo com a oposição -, disse Rafael Poleo, proprietário da revista Zeta e do diário El Nuevo País

"Isto tem as características de ser o começo de uma transição, buscando uma área comum com a oposição, um pouco à margem de Chávez, porque a situação que vem é trementa na área econômica. O que se busca é a normalização da vida política do país, em direção a um modelo político civilizado" - disse Poleo em Miami.

Transcrevo a parte inicial da reportagem do jornal El Nuevo Herald no original em espanhol, com link para leitura completa:

EN ESPAÑOL  El deterioro en la salud del presidente Hugo Chávez, quien recibe atención médica en Cuba bajo un pesado manto de secretismo, estaría acelerando la búsqueda de mecanismos para garantizar algún tipo de transición ordenada en Venezuela, en momentos en que el riesgo de violencia política y el espectro de dificultades económicas ejercen presión sobre actores del gobierno para forjar líneas de entendimiento con la oposición.

Analistas consultados por El Nuevo Herald dijeron que existe un creciente número de señales que muestran la existencia de un delicado baile entre integrantes del chavismo y de la oposición para tratar de evitar que la eventual separación de Chávez del poder empuje a la polarizada Venezuela hacia una era de violencia.

No obstante, los expertos consultados también advirtieron que esos esfuerzos son obstaculizados por la desconfianza que gira en torno a las verdaderas pretensiones del liderazgo chavista, que al contar con casi un total monopolio sobre las estructuras del poder, podría solo estar dispuesta a ofrecer a la oposición espacios residuales de existencia para mantener una fachada de democracia. 

Aún así, los prospectos de una separación de Chávez del poder presenta grandes problemas para el chavismo, ante el hecho de que por años el líder de la Revolución Bolivariana había acumulado un prestigio que le permitía soportar internacionalmente las insistentes acusaciones que pese a su legitimidad de origen su gobierno se había convertido en una dictadura. 

Es un prestigio del cual no disfrutan los potenciales herederos del chavismo —encabezados por el presidente de la Asamblea Nacional, Diosdado Cabello, y el vicepresidente y Canciller, Nicolás Maduro, quienes además enfrentan proyecciones de un escenario económico muy difícil para los próximos meses, por efecto del desorden de las finanzas públicas acumulados en los últimos años.

Ese escenario, que habría de agravar el creciente descontento popular —visible actualmente en las cientos de manifestaciones de protestas que se registran todos los meses en Venezuela— estaría impulsando al chavismo a tratar de entablar el diálogo con la oposición, dijo Rafael Poleo, dueño de la Revista Zeta y el diario El Nuevo País.

“Esto tiene las características de ser el comienzo de una transición, buscando un área común con la oposición, un poco al margen de Chávez, porque la situación que les viene es tremenda en el área económica. Lo que se busca es la regularización de la vida política del país, hacía un modelo político civilizado”, dijo Poleo desde Miami.

Señales del chavismo 
Las señales de que el chavismo busca un acercamiento con actores de la oposición han estado creciendo, en momentos en que aumenta la evidencia de que Chávez, quien padece de cáncer, ya no ejerce el mismo control sobre su revolución que ejercía antes.

Al mandatario se le ha visto muy poco desde que salió victorioso de los comicios presidenciales de octubre y llevaba 10 días sin que se le viera en las cámaras antes de que solicitara permiso para permanecer por tiempo indefinido en Cuba para recibir cuidado médicos. Hacer CLICK AQUI para ler toda la história







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