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Ideli Salvatti, a grosseira sincera, prova que eu estava certo: plano elétrico de Dilma está de olho nas urnas, não no país

A canalha petralha aproveita para me atacar até quando escrevo uma obviedade sobre Oscar Niemeyer porque sabe que eu conheço a sua natureza. E isso os deixa um pouco irritados. Se eu não tivesse leitores, tudo bem pra eles… Ocorre que são muitos milhares, né? Nesta sexta, lá vai o blog passar de 200 mil acessos de novo…
Na quarta-feira, escrevi um texto cujo título era este: Populismo Elétrico de Dilma agora está claríssimo, se combina com plano para aniquilar a oposição. Demonstro no texto que a presidente havia preparado uma armadilha para os governos tucanos de São Paulo, Minas e Paraná. Ou as grandes geradoras desses estados aderiam ao “plano” de barateamento da energia de Dilma e quebravam, ou faziam o certo, resistiam e seriam acusadas de estar contra o povo. Desde o início, o plano tinha laivos de aberta conspiração contra a economia desses três estados, de olho em 2014.
Fui acusado, claro!, de paranoico, de alimentar teorias conspiratórias infundadas (porque as existe com fundamento, é evidente!), de deixar o meu antipetismo subir á cabeça, essa bobajada… Quem é que vem a público para provar que eu estava certo? Quem é que vem a público para demonstrar – lamento, desafetos! – que Tio Rei enxerga longe e com aguda vista (apesar da miopia)? Quem é que vem a público para provar a cobertura vergonhosa que setores consideráveis da imprensa dispensam ao tema?
Ela! A musa da delicadeza, do pensamento sofisticado, da elegância de argumentos, do charme do convencimento: IDELI SALVATTI, que vem a ser ministra das Relações Institucionais. Eu adoro o nome dessa pasta. Faz supor que existam as “relações não-institucionais”. Bem, existem, né? São aquelas de que cuidavam ou cuidam José Dirceu, José Genoino, Delúbio Soares, Rosemary Noronha, Paulo Vieira… Leiam o que informa a Folha Online. Negrito algumas coisas por minha conta.
Prestem atenção ao vocabulário de beira de estrada de Ideli. Vejam como se comporta, entre os seus, uma ministra de Estado. Reparem como ela confessa que o plano de Dilma para o setor elétrico é, sim, eleitoreiro e como se trata de uma ação deliberada para ferrar a oposição. Volto depois:
*
Por Daniela Roncaglia:
A ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) admitiu, nesta sexta-feira (7), que a presidente Dilma Rousseff poderá enfrentar na eleição de 2014, além da oposição, um candidato da base aliada. “Nós não devemos estar desatentos a candidaturas alternativas, que começam a se desenhar”, afirmou a ministra. Nesta semana, o governador Eduardo Campos (PSB-PE), que é apontado como presidenciável, fez duras críticas à política econômica de Dilma.
Segundo Ideli, a eleição de 2014 já está na rua. “Dizem que a Dilma já subiu no palanque. Ora, a Dilma não saiu do palanque. A Dilma é a nossa candidata e tenta a reeleição em 2014, obviamente”, afirmou a ministra. Questionada quem seria esse possível candidato, a ministra disse que ainda é cedo. Ideli discursou de um evento do PT paulista com prefeitos e vereadores eleitos, que acontece em um hotel em Embu das Artes (Grande SP).
ChumboNa sua fala, a ministra relacionou à eleição presidencial a decisão da Cemig e da Cesp, companhias energética de Minas Gerais e São Paulo, de não renovar concessão de todas as suas geradoras. Ambos os Estados são governados pelo PSDB. Na quarta, Dilma atacou a “falta de sensibilidade” dos governos tucanos e sinalizou que está disposta a bancar a redução de 20,2% da tarifa de energia. De forma indireta, Ideli criticou também o senador Aécio Neves (MG), provável candidato do PSDB à Presidência, pela decisão da estatal mineira. “O cara parece mais o presidente da Cemig do que candidato a presidente do Brasil”, disse. Segundo ela, a presidente deu uma “chapuletada” no senador tucano.
Para a ministra, os tucanos irão tomar “chumbo” do PT na eleição. “A eleição já está na rua. E eles já tomaram chumbo em 2002, 2006 e 2010. E neste modelito, tucano bico longo, em 2014 tem a possibilidade bastante grande de tomar chumbo”, disse. Ideli ainda afirmou que o PT não pode ficar desatento aos ataques da “direita e seus adeptos”.
“Eles não vão dar trégua. É muito importante saber com quem conta, onde está, porque está. E saber também quem é que vai nos atacar. Nós vamos ser permanentemente atacados”, disse.
VolteiEis aí. Segundo a ministra de estado, a presidente nunca desceu do palanque. Se é assim, então não governa, mas apenas faz política eleitoreira. Mais: ela própria se encarrega de deixar claro que a questão elétrica serve para o confronto partidário. Não se trata de pensar no bem do país, mas no resultado das urnas. Ideli fala a verdade. Como se pensaria no país tentando quebrar três empresas, né?.
Com Ideli é assim: a oposição não vai perder, mas “levar chumbo”, expressão que vem do mundo dos pistoleiros.  Um possível candidato do PSDB à Presidência é chamado de “o cara”. Dilma não critica, mas dá “chapuletada”. Um dos partidos adversários é nada menos do que “modelito tucano bico longo” – seja lá o que isso signifique, ela não acha bom.
Ideli é, de hábito, grosseira esteja falando a verdade ou não. No caso em questão, a grosseria vem acompanhada da sinceridade. Dilma já está em plena campanha eleitoral, e seu plano de energia será seu cavalo de batalha. Ela esperava que os tucanos fizessem a coisa certa (e ele fizeram), resistindo ao desmonte das geradoras de energia para ter, então, um palanque.

Reinaldo Azevedo

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