DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 16-12-12

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO


Planalto não
reduz ‘farra’ com
cartão de crédito

Nem o “pibinho” contém a gula da Presidência da República, que já torrou R$ 7 milhões com cartões corporativos até abril de 2012 – últimos dados disponíveis no Portal da Transparência do governo federal. Os gastos, sigilosos em nome da “segurança do Estado”, consumiram R$ 16, 9 milhões nos doze meses de 2011. Mantido o ritmo nos próximos oito meses, a “farra” poderá se superar em 2012.

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Ela tinha um

Os gastos com cartões corporativos estão sob sigilo desde o governo Lula. E pensar que Rosemary Noronha também tinha cartão.

TAM cobra
R$ 5.413 por bilhete
Brasília-Maranhão

Fazendo coro com o próprio secretário de Aviação Civil, Wagner Bittencourt, a TAM diz em sua propaganda que “paga menos quem compra antes”, mas não é verdade. Enquanto a TAM cobra R$ 5.413 por um bilhete Brasília-Imperatriz (MA), a empresa alemã Lufthansa oferece passagens do Brasil para qualquer destino na Europa por módicos R$ 1.800. A ganância das áreas brasileira é mesmo imparável.

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Cumplicidade

A Agência Nacional de Aviação Civil precisar explicar sua omissão com o impacto de aumentos da TAM (mais de 11%) nos índices de inflação.

Garganta rasa

Tem pinta de “bafo” a ameaça de Lula de processar Marcos Valério por calúnia e difamação. O ex-presidente fez acordo com Paulo Maluf que o processou por calúnias, e também com o ex-petista Paulo de Tarso Venceslau, que o acusou de mutreta com empresa de consultoria.

Esvaziado

O deputado Francisco Praciano (PT-AM) não esconde constrangimento com o escândalo Rose, em meio ao julgamento do mensalão: “Com isso, bons quadros intelectuais do partido foram todos para burocracia”.

Pensando com tristeza...

...os EUA têm criminosos loucos que matam no atacado. O Brasil, criminosos “sãos” que matam no varejo.

Polícia do Rio investiga Ricardo Teixeira

Foto
EX-PRESIDENTE DA CBF, RICARDO TEIXEIRA
A Polícia Civil do Rio começou investigação para apurar denúncias de irregularidades cometidas pelo ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira. A ação partiu de uma solicitação do Ministério Público Estadual (MP-RJ) e envolve o amistoso entre Brasil e Portugal, em novembro de 2008, na reinauguração do estádio Bezerrão, no Gama (DF). Teixeira estaria sendo investigado pelos crimes de falsidade ideológica, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e evasão fiscal. O amistoso entre Brasil e Portugal já rendeu uma ação no Distrito Federal, movida pelo Ministério Público do DF depois de investigação da polícia civil local. O processo tramita no Tribunal de Justiça do DF. O MP-DF constatou superfaturamento de 1,1 milhão de reais da empresa Ailanto, contratada para organizar o jogo, que recebeu sem licitação 9 milhões de reais do governo do DF. Os sócios da empresa são o presidente do Barcelona e amigo de Teixeira, Sandro Rosell, e sua secretária, Vanessa Precht. Rosell foi executivo da Nike e fechou com Teixeira o contrato que deu início à parceria entre a empresa e a CBF, em 1996. Informações do Estadão.

NO BLOG DO NOBLAT

Lula e o fim do mundo, por Mary Zaidan

Garante o calendário maia que o mundo vai acabar na próxima sexta-feira, dia 21. Era para ser em 2011, mas houve erros nos cálculos. Agora, asseguram: desta semana não passa.

Mas se o iminente fim do mundo pode justificar desvarios de comportamento, como descreveu Assis Valente na bem-humorada canção “E o mundo não se acabou”, nada justifica o descaramento das reações que se viu em defesa de Lula desde que o jornal O Estado de S. Paulo publicou o teor do depoimento do réu condenado Marcos Valério, feito em setembro ao Ministério Público.
Da presidente Dilma Rousseff ao ex José Sarney (PMDB-AP), de ministros de Estado e a um rol de parlamentares petistas e aliados, todos seguiram à risca, e em coro, o mesmo script: defender o legado de Lula, denunciar o preconceito das elites contra um presidente operário, desqualificar o delator (que até recentemente era um servil aliado), demonizar a mídia conservadora, acusar o Ministério Público e o Judiciário.
Lula de nada disso precisaria se não tivesse beijado a boca de quem não devia.
A conhecida ladainha repetida durante a semana não completa nem o primeiro terço. O depoimento de Valério ao MP pode ou não ser verdade, o que só uma investigação dirá. Mas é notícia, e como tal foi tratado.
E nele nada há contra o Lula operário e sim sobre o tipo de esquema engendrado para se perpetuar no poder, algo já escancarado pela Suprema Corte durante o julgamento do mensalão. Apenas reacendeu-se a dúvida razoável se Lula sabia ou não do que fora arquitetado embaixo de seu nariz.
É certo que envolver o pagamento de contas pessoais no imbróglio faz o alerta vermelho soar. Mas esses, mesmo que tenham existido, dificilmente terão deixado rastros. Então, não há de fato com o que se preocupar.
Ou há? Já um depósito de gente do PT na conta do advogado de Valério pode ser mais difícil de explicar. Por que o PT pagaria o defensor de quem o PT chama de delinquente?
Talvez o nervosismo que tomou conta de todos e fez disparar as baterias em defesa de Lula e de ataque à tríade inimiga mídia-MP-Justiça se deva a outro processo: a operação Porto Seguro.
Na sexta-feira, o MP indiciou Rosemary Noronha, ex-chefe do gabinete da Presidência em São Paulo, protegida de Lula, e outros 23. Os crimes dessa trupe são de mais fácil compreensão do grande público. E deles, Lula está ainda mais perto.
Tanto é assim que a tropa de choque petista impediu que Rose e os irmãos Vieira, demitidos por Dilma na primeira hora, fossem a comissões da Câmara dos Deputados. Só não explicaram o porquê da blindagem a ex-funcionários. Coisa mesmo de fim do mundo.



Mary Zaidan é jornalista, trabalhou nos jornais O Globo e O Estado de S. Paulo, em Brasília. Foi assessora de imprensa do governador Mario Covas em duas campanhas e ao longo de todo o seu período no Palácio dos Bandeirantes. Há cinco anos coordena o atendimento da área pública da agência 'Lu Fernandes Comunicação e Imprensa, @maryzaidan

Erros gerenciais, por Miriam Leitão

Miriam Leitão, O Globo
O país terminará o ano com um crescimento medíocre, praticamente estagnado, e o responsável é o governo. A situação internacional não está fácil, mas isso explica apenas parte da frustração do crescimento. Grande parte do baixo desempenho é fruto das decisões erradas. A presidente Dilma, em dois anos, terá um crescimento médio de 1,9% com 6% de inflação.
A incapacidade gerencial é a principal falha do governo da presidente que fez a campanha apresentada pelo marketing como boa gerente. Até 11 de dezembro, o governo tinha conseguido investir apenas R$ 40 bilhões dos R$ 90 bilhões previstos no Orçamento Geral da União, segundo o site Contas Abertas.
No final do ano, a tradicional corrida para as liberações deve melhorar o desempenho, mas dificilmente superará os 60% do orçado. O investimento público no Orçamento já é pequeno. E nem isso o governo consegue fazer.
Há temas que ficam empilhados à espera de uma decisão governamental. Não apenas em investimentos. Até decisões sobre nomeação de diplomatas para postos que nada têm de delicados ou complexos dormem por meses na mesa presidencial.
O governo é errático. Um exemplo disso é o que aconteceu com os aeroportos. Um modelo de privatização foi testado em Guarulhos, Brasília e Viracopos e mostrou falha ao afastar os melhores competidores. O Brasil precisa da capacidade operacional dos grandes aeroportos do mundo. Isso vale mais do que o ágio a ser pago.
O governo, no entanto, queria mostrar que privatizava melhor do que os outros e por isso incentivou a corrida pelo preço. Isso afastou os maiores grupos que conhecem os riscos e a rentabilidade do negócio. Ganharam os grupos mais fracos e que foram garantidos pela presença de 49% da Infraero e dos fundos de pensão de estatais. Como o ágio ficou alto e a Infraero ficou com metade da dívida, o governo terá que capitalizar a estatal. 

Logo após, o governo quis provar que não estava privatizando. Por isso, com Galeão e Confins apresentou a proposta de a Infraero continuar no controle e atrair um grande operador internacional como sócio minoritário.
Mandou uma missão correr mundo atrás dos grandes operadores de aeroportos com a proposta. A missão voltou com as mãos abanando. Ninguém quis.
Leia a íntegra em Erros gerenciais

Dilma prepara discurso otimista e PT 'acalma' revoltados

Planalto comanda defesa do ex-presidente, após avaliação de que oposição quer desconstruir sua imagem para enfraquecer campanha à reeleição; ao mesmo tempo, partido tenta conter insatisfeitos que podem trazer a público novas denúncias
Vera Rosa, O Estado de S. Paulo
Na tentativa de conter o desgaste na seara política, a presidente Dilma Rousseff usará o pronunciamento de fim de ano para fazer um balanço otimista da primeira metade de seu mandato, apesar do fiasco na economia, e destacar que o País criou alicerces para o crescimento. Dilma avalia que a oposição só está empenhada em desconstruir a imagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para enfraquecê-la na disputa pela reeleição, em 2014, e quer mostrar que o Brasil vive hoje uma “nova fase”.
O pronunciamento de Dilma,em rede nacional de rádio e TV, ocorrerá perto do Natal, como de praxe, e será gravado nesta semana. No momento em que a economia tem desempenho pífio, o PT é alvejado pelo julgamento do mensalão e Lula fica na berlinda, denunciado pelo empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, o marqueteiro João Santana alertou o governo sobre a necessidade de jogar os holofotes sobre as conquistas da gestão Dilma.
Ao mesmo tempo, emissários do PT tentam acalmar petistas revoltados, como Rosemary Noronha, ex-chefe de gabinete da Presidência, em São Paulo, Freud Godoy, ex-assessor de Lula, e Paulo Vieira, ex-diretor da Agência Nacional de Águas (ANA). Todos foram flagrados em escândalos, perderam os seus cargos e fazem ameaças veladas de envolver integrantes do governo nas operações irregulares.

Em Alto Paraíso, no estado de Goiás, o fim do mundo é o máximo

Cidade, que segundo místicos escapará da catástrofe prevista pelos maias, se prepara para receber multidões
Guilherme Amado, O Globo
O fim do mundo virou conversa de bar em Alto Paraíso. Às vésperas do dia 21 de dezembro, data que, de acordo com o calendário maia, encerra um ciclo de 5.125 anos e marca o fim do planeta, a cidade do interior goiano, encravada na Chapada dos Veadeiros, só pensa nisso. Não é à toa. Cético ou crédulo, difícil é encontrar algum morador alheio ao assunto. A crença de que a localização da cidade pode protegê-la do apocalipse fez a venda de terrenos explodir este ano.

Foto: Givaldo Barbosa / O Globo

As reservas nas pousadas para a próxima sexta-feira estão esgotadas. Com medo de desabastecimento, a prefeitura orientou a população a estocar comida. Até os que não dão bola para a previsão temem que, pelo menos em Alto Paraíso, o mundo acabe de verdade.
Cortada pelo paralelo14, que também atravessa Machu Picchu, no Peru, Alto Paraíso fica sobre uma placa de quartzo de quatro mil metros quadrados cercada por rochas e paredões. Os místicos acreditam que a força dos cristais protege a cidade de qualquer Armagedom. A dúvida é o quanto poderá protegê-la da horda de turistas. A prefeitura estima dez mil, numa cidade com sete mil habitantes.


NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO

ESCÂNDALO BILIONÁRIO NA PETROBRAS – Resta, agora, saber se, ao fim da apuração, alguém vai para a cadeia! Ou: Quem privatizou a Petrobras mesmo?

É do balacobaco!
Desde que Sérgio Gabrielli, o buliçoso ex-presidente da Petrobras, deixou a empresa, os esqueletos não param de pular do armário. A presidente Dilma Rousseff o pôs para correr. Ele se alojou na Secretaria de Planejamento da Bahia e é tido como o provável candidato do PT à sucessão de Jaques Wagner. Dilma, é verdade, nunca gostou dele, desde quando era ministra. A questão pessoal importa menos. Depois de ler o que segue, é preciso responder outra coisa: o que ela pretende fazer com as lambanças perpetradas na Petrobras na gestão Gabrielli? Uma delas, apenas uma, abriu um rombo na empresa que passa de UM BILHÃO DE DÓLARES. Conto os passos da impressionante reportagem de Malu Gaspar na VEJA desta semana. Prestem atenção!
1: Em janeiro de 2005, a empresa belga Astra Oil comprou uma refinaria americana chamada Pasadena Refining System Inc. por irrisórios US$ 42,5 milhões. Por que tão barata? Porque era considerada ultrapassada e pequena para os padrões americanos.
2: ATENÇÃO PARA A MÁGICA – No ano seguinte, com aquele mico na mão, os belgas encontraram pela frente a generosidade brasileira e venderam 50% das ações para a Petrobras. Sabem por quanto? Por US$ 360 milhões! Vocês entenderam direitinho: aquilo que os belgas haviam comprado por US$ 22,5 milhões (a metade da refinaria velha) foi repassado aos “brasileiros bonzinhos” por US$ 360 milhões. 1500% de valorização em um aninho. A Astra sabia que não é todo dia que se encontram brasileiros tão generosos pela frente e comemorou:“Foi um triunfo financeiro acima de qualquer expectativa razoável”.
3 – Um dado importante: o homem dos belgas que negociou com a Petrobras éAlberto Feilhaber, um brasileiro. Que bom! Mais do que isso: ele havia sido funcionário da Petrobras por 20 anos e se transferiu para o escritório da Astra nos EUA. Quem preparou o papelório para o negócio foi Nestor Cerveró, à frente da área internacional da Petrobras. Veja viu a documentação. Fica evidente o objetivo de privilegiar os belgas em detrimento dos interesses brasileiros. Cerveró é agora diretor financeiro da BR Distribuidora.
Calma! O escândalo mal começouSe você acha que o que aconteceu até agora já dá cadeia, é porque ainda não sabe do resto.
4 – A Pasadena Refining System Inc., cuja metade a Petrobras comprou dos belgas a preço de ouro, vejam vocês!, não tinha capacidade para refinar o petróleo brasileiro, considerado pesado. Para tanto, seria preciso um investimento de maisUS$ 1,5 bilhão! Belgas e brasileiros dividiriam a conta, a menos que…
5 – … a menos que se desentendessem! Nesse caso, a Petrobras se comprometia a comprar a metade dos belgas — aos quais havia prometido uma remuneração de 6,9% ao ano, mesmo em um cenário de prejuízo!!!
6 – E não é que o desentendimento aconteceu??? Sem acordo, os belgas decidiram executar o contrato e pediram pela sua parte, prestem atenção, outros US$ 700 milhões. Ulalá! Isso foi em 2008. Lembrem-se que a estrovenga inteira lhes havia custado apenas US$ 45 milhões! Já haviam passado metade do mico adiante por US$ 360 milhões e pediam mais US$ 700 milhões pela outra. Não é todo dia que aparecem ou otários ou malandros, certo?
7 – É aí que entra a então ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, então presidente do Conselho de Administração da Petrobras. Ela acusou o absurdo da operação e deu uma esculhambada em Gabrielli numa reunião. DEPOIS NUNCA MAIS TOCOU NO ASSUNTO.
8 – A Petrobras se negou a pagar, e os belgas foram à Justiça americana, que leva a sério a máxima do “pacta sunt servanda”. Execute-se o contrato. APetrobras teve de pagar, sim, em junho deste ano, não mais US$ 700 milhões, mas US$ 839 milhões!!!
9 – Depois de tomar na cabeça, a Petrobras decidiu se livrar de uma refinaria velha, que, ademais, não serve para processar o petróleo brasileiro. Foi ao mercado. Recebeu uma única proposta, da multinacional americana Valero. O grupo topa pagar pela sucata toda US$ 180 milhões.
10 – Isto mesmo: a Petrobras comprou metade da Pasadena em 2006 por US$ 365 milhões; foi obrigada pela Justiça a ficar com a outra metade por US$ 839 milhões e, agora, se quiser se livrar do prejuízo operacional continuado, terá de se contentar com US$ 180 milhões. Trata-se de um dos milagres da gestão Gabrielli: como transformar US$ 1,199 bilhão em US$ 180 milhões; como reduzir um investimento à sua (quase) sétima parte.
11 – Graça Foster, a atual presidente, não sabe o que fazer. Se realizar o negócio, e só tem uma proposta, terá de incorporar um espeto de mais de US$ 1 bilhão.
12 – Diz o procurador do TCU Marinus Marsico: “Tudo indica que a Petrobras fez concessões atípicas à Astra. Isso aconteceu em pleno ano eleitoral”.
13 – Dilma, reitero, botou Gabrielli pra correr. Mas nunca mais tocou no assunto.
EncerroDurante a campanha eleitoral de 2010, o então presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, fez propaganda de modo explícito, despudorado. Chegou a afirmar, o que é mentira descarada, que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, durante a sua gestão, tinha planos de privatizar a Petrobras.
Leram o que vai acima? Agora respondam: quem privatizou a Petrobras? E noto, meus caros: empresas privadas não são tratadas desse modo porque seus donos ou acionistas não permitem. A Petrobras, como fica claro, foi privatizada, sim, mas por um partido. Por isso, foi tratada como se fosse terra de ninguém.
Por Reinaldo Azevedo




Que vocação!!! Delator liga Sarney ao esquema dos irmãos Vieira

Na VEJA.com:
Delator do esquema de venda de pareceres em órgãos federais, o ex-auditor do TCU Cyonil Borges disse que o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), teria posto sua influência a favor dos interesses da organização no Tribunal de Contas da União (TCU). Em denúncia enviada ao Ministério Público Federal (MPF), ele relatou que o ex-diretor da Agência Nacional de Águas (ANA) Paulo Vieira teria conseguido alterar a tramitação de processo em favor da empresa Tecondi após acionar Sarney. O senador nega.
De acordo com o inquérito da Operação Porto Seguro, Vieira fazia lobby no TCU para beneficiar a Tecondi em auditoria que discutia irregularidades em contrato de arrendamento de áreas do Porto de Santos, no litoral paulista. A Polícia Federal sustenta que o ex-diretor ofereceu propina de 300 000 reais para que Cyonil elaborasse parecer favorável à empresa.
Em 2007, o ex-auditor se manifestou contra a permanência da Tecondi no terminal paulista. O processo foi remetido ao gabinete do então relator, Marcos Vinícius Vilaça, hoje aposentado. Entre 2008 e 2010, Vieira teria operado para que o TCU determinasse nova inspeção pela Secretaria de Controle Externo (Secex), em São Paulo. Com isso, haveria a chance de outro parecer, favorável à empresa, ser elaborado.
Na representação, de 15 de fevereiro de 2011, Cyonil relata conversas com Vieira, nas quais o ex-diretor teria citado o senador. “Paulo Vieira disse que pediria a José Sarney, que indicara, à época, o ministro Vilaça, para reencaminhar o processo à secretaria de São Paulo e, assim, autorizasse a inspeção.” Rejeitado pelo Senado, Vieira só foi nomeado para a diretoria da ANA após manobra de Sarney. Ao MPF, o delator contou que o lobby renderia frutos a Vieira, pois os donos da Tecondi o auxiliariam em campanha a deputado federal. 
Outro lado – O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), negou ingerência no processo do TCU que discute o arrendamento de áreas do Porto de Santos à Tecondi. Segundo a assessoria do senador, ele não fez qualquer gestão a respeito e as declarações de Cyonil Borges são “inverídicas”.
Em e-mail enviado por sua assessoria, Paulo Vieira disse: “Nego. Nunca falei com Sarney sobre isso”. Segundo ele, o processo foi encaminhado a São Paulo pelo ministro do TCU José Múcio, no início de 2010, atendendo a um pedido da Codesp. O ex-diretor informou que, à época, não era ainda conselheiro da companhia. 
Múcio disse que não houve conversa com Sarney ou Paulo Vieira sobre o caso da Tecondi. De acordo com a assessoria de gabinete do ministro, nenhuma decisão dele e do plenário do tribunal no processo foi favorável à empresa, apesar do parecer de Cyonil sugerir o contrário. E, além disso, até a Operação Porto Seguro, não se sabia que o relatório do auditor era comprado.
Por Reinaldo Azevedo





NO BLOG DO CORONELEAKS


Desembargador alerta petistas para mais um crime pelo qual podem ser julgados: difamação contra os ministros do STF.

Curioso observar que o presidente do PT, Rui Falcão, e os condenados na Ação Penal 470 (mensalão) José Dirceu, José Genoino, Delúbio Soares e João Paulo Cunha não negaram a prática dos crimes apurados pelo Ministério Público e julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Realmente, nenhum deles teve a coragem de dizer que não foram desviados milhões de reais dos cofres públicos para distribuição a aliados e amigos. Esse dinheiro, como água suja, jorrou por um buraco negro no Palácio do Planalto, bem debaixo do nariz do então presidente Lula, o qual não sabia de nada, não viu nada.

Os quatro condenados a toda hora dizem que o STF agiu politicamente com o propósito de prejudicá-los e ao Partido dos Trabalhadores. Isso significaria que ministros da Suprema Corte indicados pelo próprio PT agiram politicamente com o fim de prejudicar a legenda.

Incrível, eles parecem pretender que a população brasileira engula esse sapo. Só os mais ingênuos não perceberão que essa é uma estratégia destinada a desmerecer as condenações e implantar um estado de dúvida entre os brasileiros. Chegaram ao ponto de fazer uma ameaça, consistente em obter perante a opinião pública o "julgamento do julgamento", ou seja, uma decisão popular contrária ao sentimento de aprovação que se verifica entre os brasileiros em relação aos ministros do STF e aos julgamentos já realizados.

No âmbito da raivosa militância petista, marcada por seu conhecido apetite de poder e de cargos, não terão dificuldades em obter esse veredicto, mas de validade restrita ao grupo. Também ante a fragilizada União Nacional dos Estudantes (UNE), braço do PT, não será difícil "julgar o julgamento". Mas, se saírem das áreas contaminadas pelo petismo, poderão verificar a formidável imagem consolidada pelos ministros do STF e pelo julgamento em si.

Impera claramente no Brasil, talvez pela primeira vez em nossa História, um coletivo sentimento não apenas de aprovação do trabalho do Supremo Tribunal, mas também de admiração pelo feito. Por outro ângulo, é forçoso reconhecer que esses condenados estão à beira da prática de novos crimes. Na medida em que atribuem aos ministros do STF uma conduta desonrosa e desonesta, consistente em julgamentos por interesses pessoais e políticos, sugerem violação da conhecida tipicidade inserida há quase um século no Código Penal: a difamação. 

Realmente, estão concorrendo para difamar ministros, que são agentes públicos e agiram no estrito cumprimento do dever de julgar. O artigo 139 do Código Penal não deixa dúvidas quanto à necessidade de condenar pessoas que imputam a outrem fato ofensivo à sua reputação. A pena é de três meses a um ano, além de multa. Mas pode ser acrescida de um terço quando o delito é cometido "contra funcionário público, em razão de suas funções" (artigo 141, II).

A imputação que eles fazem aos julgadores é de fato determinado, ou seja, promover julgamento político, conduta que resultaria em excluir o princípio de simples aplicação da lei em vigor. Afastar-se da lei, para julgar alguém com fundamento em razões políticas, significa ofensa das mais graves. O direito de expressão está garantido pela Constituição federal e isso assegura aos condenados a possibilidade de demonstrar a sua insatisfação. Mas, na medida em que ultrapassam os limites da legislação penal em vigor, sem nenhuma dúvida correm novos riscos. 

Não se deve esperar que nenhum dos ministros do STF chegue ao ponto de representar contra os difamadores. Eles possivelmente estarão relevando essas ofensas, até o momento, quem sabe, em que elas se tornem mais contundentes e mereçam uma resposta.

O fato de os condenados nada dizerem a respeito do dinheiro que vazou pelo buraco negro do Palácio do Planalto e se limitarem a condenar o julgamento é, sem dúvida, uma forma de poupar a figura de seu aliado Luiz Inácio Lula da Silva. Somente um tolo acreditará que aquela fortuna foi para o ralo sem que o então presidente da República efetivamente nada soubesse.

Não se tratava de alguns reais, e sim, conforme emergiu nos cálculos dos ministros do STF, de cerca de R$ 350 milhões. Essa volumosa quantia deixaria com água na boca o deputado federal Paulo Maluf, que tem o Ministério Público no seu pé por muito menos. Não dá para concluir o que é pior: se ser presidente da República e nada saber ou ser presidente da República, saber e consentir. Essa dúvida vai permanecer entre nós, quem sabe, até o momento em que algum dos condenados, já atrás das grades, e diante dessa nova realidade, acabe por dar com a língua nos dentes.

O estado psicológico de pessoa submetida a processo criminal sofre variação muito forte quando ela se vê encarcerada. É quando cai na real e em muitos casos se mostra disposta a falar o que não disse durante o curso do processo. Alguns dos condenados vão permanecer por longo período atrás das grades, tomados por sentimento de abandono, e isso poderá resultar em novas denúncias, que esclareçam o tipo de sociedade que havia entre o grupo e quais, realmente, eram os sócios. 

No presente, permanece uma clara aliança pessoal e político-partidária entre Lula, Dirceu, Genoino e Delúbio. Fica a impressão de que o primeiro, se nada soubesse da trama urdida debaixo de seu nariz, com certeza estaria furioso com os aliados, porque, afinal, o desgaste que está sofrendo é incomensurável.Ainda mais agora, quando sua amiga íntima Rosemary Nóvoa de Noronha - que havia sido secretária de José Dirceu por longos anos - ganhou as primeiras páginas dos jornais. Rose foi demitida pela presidente Dilma Rousseff sem aviso e quando Lula estava fora do Brasil. Esse fato é significativo e projeta o surgimento de uma trinca na aliança que sempre existiu na cúpula petista.

ALOÍSIO DE TOLEDO CÉSAR, DESEMBARGADOR APOSENTADO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO , no Estadão de hoje.

NO BLOG ALERTA TOTAL


A Profecia Maia para o Bem Amado Mito Lula


Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net 

Paradeiros são sintomáticos. Luiz Inácio Lula da Silva, o palestrante-viajante, depois de uma agradável ficada em Paris deu um pulinho lá na Suíça. Talvez tenha ido dar uma palestra motivacional para para os banqueiros de lá – que andam com o prestígio em queda livre, depois que o lendário sigilo bancário de lá virou segredo contado para a torcida do Corinthians. Ter dinheiro lá nunca foi tão perigoso. Qualquer faxineiro da CIA descobre quem guarda grana lá.

Enquanto o Bem Amado Lula prepara a volta triunfal ao Brasil, para participar da campanha nacional que o PT lançará a favor da preservação da imagem sagrada de seu mais poderoso chefão (perdão, José Dirceu, mas o título que lhe foi dado no julgamento do Mensalão é injusto), a primeira amiga Rosemary Nóvia Noronha vive momentos de tensão. Doutora Rose se refugia na casa de amigos em Alphavile, na Grande São Paulo. A filha Mirelle está nos EUA sem previsão de volta.

O Guardião continua ligado. Mas pouco se fala ao telefone – depois de tanta besteira que já foi revelada. Só é bom que a turma deixe o aparelho desligado. Basta um rastreamento, cruzando a posição de três estações rádio-base, para se localizar, com precisão, quem quer que seja. Além da Polícia Federal, da Agência Brasileira de Inteligência e das segundas seções das Forças Armadas, tem gente boa de outras CIAs que sabem de tudo e vivem a monitorar a quem interessa.

A petralhada só respira, aliviada, porque está chegando o fim do ano. O Natal, o Ano Novo, o longo recesso do Judiciário e do Legislativo e o espírito de férias tendem a dar uma acalmada nas coisas que andam tensas demais. O problema é que os fanáticos petistas mais supersticiosos preferem manter a cautela sobre a previsão de paz e tranquilidade até sexta-feira que vem. A tal da Profecia Maia sobre o fim do mundo, antes da turma togada sair para o descanso, ainda pode virar realidade. Afinal, quem deve teme...

Quem morre de medo também parte para a ignorância. E a conta do desespero acaba saindo caríssima. A ala não aparelhada pelo PT no Ministério Público está PT da vida com as denúncias feitas contra promotores no Conselho Nacional do Ministério Público. A consequência de tal desatino será rigor ainda maior nas investigações.

Outra megabobagem foi praticada pelo líder da maioria na Câmara. O deputado Jilmar Tatto, que pensava estar abafando em sua estreia na Comissão de Assuntos de Inteligência, cometeu a maior das burrices. Emplacou a convocação de Fernando Henrique Cardoso para depor sobre aquela Lista de Furnas (documento digno da picaretagem petralha). O genial Jilmar (escrito errado) só esqueceu que sua manobra escancarou uma brecha para a oposição convocar o Lula. O esperto FHC, que inicialmente pensou em não comparecer, já fala em dar um pulo ao Congresso, se o companheiro Lula também for...



Apesar das bobagens cometidas por desespero, a petralhada mais radicalóide já mobiliza a militância fundamentalista em defesa do partido e de seus cardeais. Ontem, em Porto Alegre, José Dirceu já articulou o amplo movimento nacional da ignara massa petista em defesa dele (é claro) e do santo maior Luiiz Inácio Lula da Silva. Como dizem os safados petralhas e os inocentes petistas, o mito Lula é vítima de uma oposição covarde que tenta destruir o melhor Presidente da história de nossa República. Por isso, militantes vão para as ruas em defesa dos chefes de seu condomínio.

A militância terá de torcer muito contra o time da meliância. Marcos Valério, Carlinhos Cachoeira e Paulo Vieira ameaçam contar tudo que sabem sobre os mais variados escândalos (Mensalão, Cachoeira-Delta, Rosegate, Celso Daniel e por aí vai), caso a Justiça lhes conceda o benefício da redução de penas pela “delação premiada”.

Deduragem em profusão pode derrubar um mito? Depende do poder de reação dele. Até porque Lula é mais que um mito. Na verdade, é um mitomaníaco. Ele acredita em absolutamente tudo que proclama. E seus seguidores agem como fundamentalistas. Mais inacreditável o testemunho do Bem Amado Chefão, mais fortalecida fica a cega fé da militância. Trata-se da velha crença no poder libertador e transformador da mentira revolucionária. O discurso político é capaz de pegar o famoso bom ladrão Dimas e e botá-lo no lugar de Jesus. A marquetagem faz isto facilmente. Mesmo efeito da contrapropaganda usada pelos petistas. Despejam mentiras e boatos contra eles mesmos na internet, para se fazerem de vítimas, e tentarem desacreditar quem fala a verdade sobre eles.

Conclusão: Os mitos políticos não são eternos como os diamantes nos quais eles investem. As pedras no caminho de Lula são nada preciosas. E a Profecia Maia apavora mais o cardinalato petista que o fantasma de Celso Daniel - sequestado, torturado, seviciado, assassinado e que pode ressuscitar a qualquer momento para convocar seus algozes a se sentarem à direita do trono do Cramulhão...

Enfim, se o mundo da petralhada não acabar, fica a prova de que o Brasil é mesmo um megasupermercado de delicatessen para poucos que ganham muito com a corrupção.

Mas enquanto nada acontece, de bom ou ruim, e nem o mundo acaba, o corinthiano Lula ao menos fica com o direito de gritar: "É nóis, mano"!



Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.









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